Três meses depois...

Ele precisava agir rápido. A ideia era fazer Bella se apaixonar a cada dia mais por ele e marcá-lo no coração dela para que quando ele se vingasse de Charlie Swan a dor fosse insulportável. Mas as coisas estavam começando a sair do controle. Ele precisava agir rápido antes que caísse em sua própria armadilha.

Há alguns anos Edward conhecera Charlie e Reneé, que já eram um casal, após alguns dias começou a ver Reneé com outros olhos, mas forçou-se a esquecer tal loucura. Não seria possível! Era apenas infantilidade sua, havia acabado de entrar na universidade e estava apenas encantado pela esposa de seu amigo. 

Após alguns meses Charlie e Reneé se formaram e o contato entre eles diminuiu, fazendo Edward esquecer tal atração. Mas depois de alguns anos a reencontrou. Ah! Reneé estava tão linda quanto antes com seu sorriso cativante e voz doce. 

Edward e Reneé se apaixonaram, mas para ele não era suficiente ser apenas o amante, ele queria tê-la por inteiro. Mas Reneé se negava a isso, pois ainda amava Charlie e não era capaz de deixá-lo. Edward simplesmente não aceitava isso, mas Reneé estava decidida: terminaria com ele e continuaria com Charlie.

Passaram-se meses sem que Edward tivesse noticias dela, até que soube que havia morrido. Nunca havia sentido tamanha dor, mas algo era maior que seu coração destroçado, era sua sede de vingança por Charlie, pois Reneé preferira a ele. 

Edward precisava se vingar e nada melhor do que atingir Charlie através de seu bem maior. Sua querida filha, Isabella Swan. Seu plano era simples, fazê-la se apaixonar por ele e depois terminar de uma forma bastante dolorosa, mas o feitiço estava começando a virar contra ele, pois se viu encantado por Bella.

Ele sabia que quanto mais prolongasse aquilo, mas difícil seria. Ela já havia dito que o amava e isso era o que bastava. O amor que ela sentia por ele parecia estar bastante sólido, então estava na hora, ele não podia mais adiar aquilo. 

Estava na hora.

Como de costume ele havia chegado primeiro ao escritório e assim poderia armar a surpresa para Bella e ver através de seus olhos achocolatados seu coração sendo dilacerado. 

Bella caminhava pela empresa, saudando aos funcionários como de costume. Ela se sentia bem. Muito feliz, na verdade! Aquele era um belo dia, pois ela e Edward estavam comemorando três meses de namoro. Era pouco tempo, mas para ela havia sido o curto período de tempo mais feliz de sua vida. 

Com o tempo Charlie acabou gostando do relacionamento, gostava mesmo era de se gabar, dizendo que tinha o melhor genro do mundo, pois além de genro era seu melhor amigo. Sinceramente, às vezes Bella irritava-se, pois precisava disputar a atenção de Edward quando ia até sua casa.

No começo era engraçado, mas depois das primeiras semanas...

Edward era cavalheiro, carinhoso e engraçado. Já se conheciam tão bem que tinham a impressão de conhecer há anos. Faziam planos e alguns já haviam sido até mesmo concretizados como, por exemplo, a viagem para Santorini, uma ilha no sul do mar Egeu, a cerca de 200 quilômetros a sudeste da Grécia continental.

Ela havia conseguido uma bola de beisebol autografa por um dos jogadores favoritos de Edward  e mal se aguentava de ansiedade para presenteá-lo.

Ao passar pela mesa de Tânia, notou que ela não estava ali como de costume. Continuou andando até alcançar a maçaneta da porta e empurrá-la. A visão que seus olhos alcançaram a fizeram paralisar.

Edward e Tânia estavam seminus. Ela em cima da mesa dele e ele entre as pernas dela. Ele se afundava dentro dela, enquanto a mesma gemia seu nome.

— Edward! — Ele olhou para a porta e sorriu. 

Ela esperava no mínimo um afastamento brusco da loura e frases típicas como "não é o que você está pensando" ou "eu posso explicar". Mas não, ele apenas sorria.

Tânia ao vê-la na porta se afastou.

— Senhorita Swan...

— Sai! — Bella exigiu.

Tânia pegou sua blusa social e ajeitou o sutiã, depois passou por Bella com a cabeça baixa.

— Oi. — Ele a saudou, arrumando sua calça. 

— Oi? — Perguntou irritada. — Oi, Edward?

— Quer saber, não estou muito afim de ladainhas. — Seu sorriso era cruel. 

— Como é que é?

— Estava te usando. 

Na porta (ainda estava aberta), surgiu Charlie.

— Bella, querida, você esqueceu sua bolsa no carro e... — Ele franziu o cenho ao ver o ruivo. — Edward, por Deus, homem, vista uma blusa, qual o seu problema? — Riu nervosamente e entregou a bolsa para Bella, que estava mais pálida do que o normal.

— Charlie. — Sorriu.

— Tudo bem? — Perguntou à filha.

— Não! — Sua voz aumentou algumas oitavas. — Edward estava transando com a Tânia.

Charlie olhou automaticamente para Edward e cerrou os punhos.

— Como é que é?

— Quer saber, tem mais. — Ele vestiu a camisa social e começou a botoar. — Eu só queria me divertir um pouco com a sua filha, preciso dizer que foi uma aventura e tan... — Ele foi interrompido por um soco de Charlie.

— Pai! — Bella segurou o braço dele.

— Como se atreve, seu desgraçado?

Edward massageou o maxilar e olhou debochadamente para Charlie.

— Como eu disse, tem mais. Sabia que sua esposa tinha um caso comigo, Charlie? 

Bella sentiu suas mãos geladas e a garganta fechar. O que Edward estava dizendo? Ela olhou para Charlie, ele estava paralisado.

— Eu era amante da Reneé. — Sorriu. — Você pode imaginar a minha dor quando entreguei á ela meu coração e ela simplesmete me rejeitou, porque não conseguia te deixar? Por que o amor que ela sentia por você era maior que o amor que sentia por mim? Consegue imaginar, Charlie. — Riu sem humor e olhou para Bella, que tinha os olhos lacrimejados. — Bem, a Bella agora sabe e eu espero que você sofra sabendo que o pobre coraçãozinho da sua doce filha foi esmagado como o meu foi pela sua esposa.

Charlie não pensou duas vezes antes de socar o rosto de Edward mais uma vez e segurá-lo pelo colarinho. 

— Seu cretino, desgraçado! — Charlie via tudo vermelho. — Saia da minha empresa, maldito! Saia de nossas vidas e nunca mais ouse se aproximar de uma fio de cabelo de minha filha! — Continuou jogando-o na direção da porta.

Ele se recompôs, com o sorriso brincando nos cantos de seus lábios. Antes de sair deu uma última olhada para Charlie e depois se virou para frente, notando pelo canto do olho que Bella o encarava, então a fitou.

— Foi um delicioso prazer te conhecer, meu amor. — E saiu do escritório.

Bella sentia como se alguém esmagasse seu coração. Ela havia se entregado à Edward, mas não passava de uma aventuda, de uma peça no terrível jogo de vingança que ele tinha contra seu pai. 

Ela desejou que tudo aquilo fosse apenas um pesadelo.

A filha do chefe desejou nunca ter conhecido Edward Cullen.