Waves escrita por march dammes


Capítulo 1
Introdução


Notas iniciais do capítulo

minha primeira fic de voltron!!! ;^; klance, porque é meu otp desde antes de eu assistir a série. espero que gostem, porque eu demorei a conseguir inspiração pra botar isso no papel...e qualquer erro, apontem nos reviews, pls!! bora ler?



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Waves

Pela centésima quarta vez, Keith Kogane tirou os cabelos dos olhos e bufou. Aquela ventania com cheiro de sal e areia era péssima, tanto para sua pele quanto para seu humor.

Já era ruim o bastante ter de pegar aquela estrada que rodeava a costa, para entregar a uma filial da oficina mecânica em que trabalhava alguns equipamentos importantes. Mas a gasolina acabar, a moto morrer e seu celular ficar sem sinal era simplesmente implicância do cosmos.

Ele checou a telinha mais uma vez. Estava encostado naquela mureta, de costas para o oceano, há exatamente dezessete minutos e trinta e dois segundos. O vento com sabor de maresia jogava seus cabelos na altura do pescoço contra os olhos o tempo todo, e o sol do entardecer se tornava mais insuportável a cada minuto.

Ninguém estava na estrada àquela hora. Era esperar por algum transeunte não confiável, ou algum caminhoneiro de coração mole disposto a lhe dar uma carona até a cidade-meta ou o posto de gasolina mais próximo.

Sim, ele poderia deixar a moto ali e sair à procura de um posto sozinho. Mas não era louco de deixar à deriva no acostamento quase mil pratas em equipamentos de mecânica.

Suspirou audivelmente, tão alto que apostou que alguém lá embaixo, na praia, poderia ter escutado. Por sinal, o quão longe estava de lá? Arriscou-se a se virar, e a primeira coisa que viu fora o mar azul e límpido em contraste com o céu alaranjado.

Keith crispou os lábios em uma careta. Detestava o mar. Por seus próprios motivos internos, e também por não saber nadar e nunca ter visto graça nenhuma em uma imensidão de água salgada cheia de plantas que arranham e coisas que mordem.

Mas, pelo jeito, havia quem via. Keith se debruçou na amurada da estrada de modo a ver melhor um único corpo (pouco atlético) como um risco na tela que era aquela paisagem distante. Não era apenas um corpo, mas um garoto. Um rapaz? Keith conseguiu no máximo distinguir sua pele amorenada pelo sol e sua roupa completa de mergulho. Isso, e a prancha decorada que trazia debaixo do braço.

Caminhava em direção ao mar com a animação de uma criança. Deve vir aqui todo dia, pensou Keith, com desgosto. Ratos de praia. Já que estava entediado, mesmo, se sentou na mureta, apoiando o cotovelo nas pernas cruzadas e o queixo na mão para observar com mais conforto o desconhecido cair na água. Com um sorriso enviesado de escárnio, notou que talvez pudesse ser divertido vê-lo tomar um ou dois caldos na praia deserta.

O moreno jogou-se contra a espuma com um entusiasmo notável, considerando a temperatura daquela tarde, a sensação térmica na água não devia estar muito simpática.

E isso não o fazia desistir, Keith notou, ao vê-lo lutar contra a corrente ao avançar em direção ao mar aberto e deitar a prancha na superfície...

...mas, não. Aquele rapaz não lutava contra as ondas. Ele deslizava por elas. Como se o mar o aceitasse como um dos seus, as ondas o levavam para longe e ele sequer parecia querer voltar. Deitou sobre a prancha, os braços compridos remando a água translúcida, em uma fluidez que Keith jamais presenciara.

E quando ele ficou de pé, Kogane sentiu-se perdendo uma aposta. Nada, repetindo, nada parecia querer tirar o moreno daquela prancha.

O vento em seus cabelos e o rugir das ondas quebrando sobre ele e toda a fluidez com que sua prancha devorava os metros criava na mente do coreano uma melodia que só ele conseguia ouvir. E era perfeita.

Keith detestava o mar. Mas havia algo naquele rapaz, naquele rato de praia, naquele filho do oceano que despertava em si uma certa curiosidade. Não uma vontade de entrar na água, Deus o livre, mas...de qualquer forma. Um interesse em relação ao mar que ele nunca havia tido antes.

E um interesse em relação àquele desconhecido que ele nunca havia tido antes. Qual fora a última, aliás, a única vez em que sentira tanta vontade de perseguir alguém por uma praia para lhe perguntar seu nome?

Keith imaginou como soaria a voz daquele rapaz. Como ondas quebrando, ou como bolhas no fundo do mar, ou como vento uivando por seus ouvidos quando se sentava em um acostamento a vários metros de altura do oceano.

Ficou observando aquele desconhecido surfar até o mais tardar que conseguiu. E mesmo depois de conseguir uma carona e cumprir o trabalho imposto a si que era todo o motivo de seu mau humor, não conseguiu tirar da mente a imagem de pranchas e mãos e cabelos ao vento.


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Notas finais do capítulo

por enquanto é só, pessoal. não pretendo dropar o projeto, mas infelizmente, se não tiverem comentários eu vou assumir que não é tão bom :/ vou estar postando no social spirit também, pra quem tiver conta lá. obg por ler, e até a próxima!!