Paixões Gregas - Amor sem fronteiras(Degustação) escrita por moni


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oiiiieee
Postei gente. Mil desculpas se demorei. Vou tentar postar mais até amanhã. Obrigada demais pelo carinho. Amo muito vocês. C Black te adoro e amei demais a recomendação. Você é sempre muito especial comigo. Sempre comentando, recomendando. Como posso agradecer? OBRIGADA!!! Se tornou uma amiga muito querida. Assim como você. Cathita. Sua linda. amei suas palavras sempre tão carinhosas. Esse capítulo é especial para as duas em gratidão a recomendação especial que recebi de vocês. OBRIGADA



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   Pov – Ryan

   Estaciono em frente ao prédio e Emily me sorri. Os olhos castanhos cheios de perguntas. Ela olha para sua portaria, depois para mim.

   ―Foi uma ótima noite Ryan. – Ela diz com uma mão em minha perna. – Sempre é com você.

   ―Também gostei. – Me movo e beijo seus lábios. Emily é uma garota muito divertida e nos conhecemos desde a infância.

   ―Quer subir? – É tentador. Nego.

   ―São três da manhã Emy. Viajo bem cedo para Kirus.

   ―Verdade. O casamento do seu primo. – Ela suspira. – Me liga na volta. Quem sabe nos vemos.

   Emily é uma garota livre. Saímos as vezes, sem compromisso, nenhum dos dois está interessado nisso agora e não tem clima, peso, cobrança, somos só duas pessoas que se entendem.

   ―Emy eu vou para África. Como médico sem fronteiras. Consegui.

   ―Sério? Isso é ótimo. Desde que decidiu fazer medicina fala disso. – Ela parece bem animada em saber. – Estive uma vez lá. Com meus pais, é um lugar lindo.

   ―Não entendeu Emy. Não é a África do sul. Estou indo para o Sudão.

   ―Ah! – Ela fica pensativa, se move no banco ao lado para me olhar nos olhos. – Ryan... isso é... Eu nem sei. Da um medo. O que sua família acha?

   ―Aceitaram, do jeito deles. Preocupados. Um ano.

   ―Um ano. – Ela me sorri. – Acaba de chegar de Harvard. Corajoso.

   ―Eu sei.

   ―Boa sorte. Sabe que eu admiro você e torço para dar tudo certo. Eu realmente fico feliz e ao mesmo tempo preocupada.

   ―Sei disso. Todo mundo fica um pouco. Vou ficar bem.

   Ela se estica para me beijar mais uma vez. Foi uma ótima noite. Um bom jeito de me despedir dela. No hotel em que ficamos na primeira vez que saímos juntos depois de crescidos.

   ―Me lembrei que você foi o primeiro menino que beijei. A Gigi que ajeitou as coisas. Aquela alcoviteira. – Nós dois rimos. – Vou ficar em contato com ela para ter notícias suas.

   ―Faça isso. Se acha-la pelo mundo.

   ―Boa sorte Ryan. Vou subir.

   ―Obrigado. – Beijo Emy mais uma vez. – Se cuida.

   Ela sorri. Depois abre a porta do carro e desce. Fico assistindo enquanto ela caminha até a porta do seu prédio. Então dou partida e sigo para casa. Está silencioso quando entro e vou para cama evitando barulho.

   Saímos cedo, aproveito a viagem para dormir. Bárbara toca meu ombro.

   ―Acorda Ryan. Chegamos. Tem que por o cinto.

   ―Obrigado bonequinha. – Ela franze o nariz num jeitinho Bárbara de ser. Me ajeito no banco e aperto o cinto. Minha mãe está apertando a mão do meu pai. Gosto de ver o amor que sentem um pelo outro. É inteiro.

   Boa parte dos jovens Stefanos tem medo desse tipo de amor que assistiram. Inteiro e intenso, eu não. Meio que procurei por isso, nunca achei ninguém que mudasse minha vida. Que me revirasse do avesso e mudasse meus conceitos, deve ter uma garota por aí esperando por mim.

   Alguém que eu possa amar como meu pai ama ou Josh. Olho para meu irmão que lê ao lado de Lizzie. Os dois amam trabalhar juntos. Tinham planos de uma família grande, mas se completam com Thiago e Luna. Não acho que vão aumentar a família.

   July e Tyler namoram ainda como quando se conheceram. Ele é louco por ela. Louco por toda família. Virou um tipo de irmão. Barbara coça os olhos assonada ao meu lado. Sempre perto de mim. Quis tanto tê-la por perto. Ela se encosta em meu ombro.

   ―Sono é?

   ―Sim. Não conseguia dormir de jeito nenhum. Fui lá no seu quarto, mas cadê que você estava? Sumiu.

   ―Saí. Agora estou aqui. Vamos passar quatro dias juntos. – Ela balança a cabeça concordando. O avião toca o chão, ela sorri.

   ―Adoro o friozinho na barriga. – Adora mesmo. Adora perigosamente. Como tio Ulisses e Gigi.

   Giovanna está vindo de algum lugar inóspito e será a última a chegar, mas o restante de nós está aqui. Reunido. São abraças e cumprimentos. Fofocas e brincadeiras e assim corre o dia de descanso antes da arrumação para o casamento.

   Dulce está feliz, sua mãe recuperada, desde que foram morar com Harry ela passou a cuidar dos cães, sem tanta pressão foi mais fácil se recuperar da depressão e hoje ela está bem.

   Aproveito o dia para nadar, tomar sol, rir e brincar. Registrar esses dias em família para os dias ruins que virão. Não tenho ilusões sobre isso. Não estou indo para um passeio no parque.

   ―Sudão? – Harry diz se sentando ao meu lado na beira da piscina. Dulce e July conversam dentro da água. Rindo e provocando Bárbara. Sorrio balançando a cabeça.

   ―É.

   ―Sabia que iria se enfiar em algo assim. Isso é a cara de vocês.

   ―Tem algo que me puxa para isso todo tempo.

   ―Para sempre? – Dou de ombros pensativo. Não sei ainda. Não consigo ter certeza sobre isso. Onde vou depois. Sei onde estou indo agora.

   ―É linda. – Ele diz mais para si mesmo, olhando Dulce.

   ―Sim.

   ―E se um dia uma garota assim cruzar seu caminho. Vai deixa-la?

   ―Não sei se tem um amor desses para mim, mas já disse uma vez. Não estou fugindo. Se a garota certa surgir, se me sentir como você se sente. Pode apostar que vou lutar por ela.

   ―Pegada! – Ele brinca e rimos com gosto.

   ―Pegada Harry.

   ―Aquela conversa foi um divisor de águas.

   ―E olha vocês aqui. Casando.

   ―Sim. E você faz parte disso. Por isso é o padrinho. – Ele ama como os Stefanos amam. Por inteiro, para sempre. É muito bonito. O amor é sempre bonito. – De vez em quando ainda uso essa coisa da pegada. Por que Ryan, essa mulher é tudo, menos fácil.

   ―Eu sei disso. Por isso ela tinha que ter um cara feito você. Pacifico. – Senhorita Granger passa correndo por nós e salta na piscina. – E que ama animais como ela.

   ―Muito. Isso veio do papai.

   ―Venham para água vocês dois. Vão ficar aí derretendo?

   Mergulhamos depois de um olhar. Quando anoitece e nos reunimos na sala escuto o helicóptero.

   ―Minha princesa azeitona chegando. – Tio Ulisses avisa. Gigi e o turbilhão que ela é invade a sala uns minutos depois. Corre para mim. Me abraça apertado e já sei que contaram a ela sobre a África.

   ―Sabia que ia fazer uma tolice bem tola! Como pode ir para o fim do mundo e me deixar? Sabe que posso me meter numa encrenca a qualquer momento. Quem vai me acusar disso sem piedade?

   ―Posso fazer a lista das suas irresponsabilidades agora mesmo, quem sabe não faz um vídeo disso e usa nesses momentos? Faz vídeos sobre tudo.

   ―Tio. Como que deixa isso?

   ―Já sou bem crescido Gigi. Faço minhas escolhas.

   ―Péssimas escolhas. Eles sabem que é todo bagunceiro? Tia o quarto do Ryan é uma zona. Ele puxou você. Vai se atrapalhar todo. – Gigi se desenrosca do meu pescoço. Coloca as mãos na cintura e encara os Stefanos. – Será que sou a única responsável aqui?

   A sala explode em gargalhadas, ela faz careta, me olha mostrando a língua suspira e depois da de ombros.

   ―Quer parar de drama? Está sendo ridícula.

   ―Eu sempre sou ridícula. – Ela respira mais uma vez. – Está certo. Vou ver se dou um jeito de ir te ver.

   ―Nem se atreva. Tio Ulisses, eu não mereço essa punição. Sempre fui bom.

   ―Ela não vai Ryan. Prometemos – Meu pai garante.

   ―Tá eu não vou. Tem vergonha de mim.

   Depois de tudo mais tranquilo e de jantar vamos os dois para meu quarto. Giovanna se espalha em minha cama. A cabeça pendurada olhando as coisas ao contrário.

   ―Daqui um tempo o sangue em excesso na região cerebral vai causar dor atrás dos olhos, em seguida pode ter dor de cabeça, convulsões e hemorragia cerebral.

   ―Nossa que drama. – Ela se arrasta para ficar com a cabeça sobre a cama. – Uma vez fiquei quase quarenta minutos assim. Numa escalada que fiz.

   ―Não quero saber. – Cantarolo deitado ao seu lado, nós dois rimos.

   ―Quem foi a última garota que beijou antes de ficar um ano sem beijar na boca?

   ―Emily, mas ainda não cheguei no Sudão. – Ela ri mais. – E quem sabe o que vou encontrar por lá.

   ―Safado.

   ―Último cara que beijou antes de vir para cá?

   ―James, mas não é o Bond. Só um cara lindo que conheci outro dia e foi bom. Bem bom aliás.

   ―Ela vai te procurar para saber de mim.

   ―Como sempre. É ruim ter primo irmão gato. Todo mundo quer saber de você.

   ―Não é diferente comigo.

   ―Peguei aquele seu amigo médico tem um tempo. Elton.

   ―Sabia! – Ele me atira um travesseiro. – Mentiroso. Ele jurou que não tinham nem se falado mais.

   ―Foi só sexo Ryan. Nem foi grande coisa.

   ―Puxa que bom saber. Agora tudo fica melhor.

   ―Você é tão romântico. Todos os Stefanos são. Menos eu.

   ―Não sei como me despedir. – Conto a ela. – Não sei como ir. Quero, mas me aperta o coração. – Ficamos os dois, lado a lado olhando o teto como sempre fazemos.

   ―Odeio dizer adeus. Toda vez que coloco minha mochila nas costas. Tenho tanto medo de ir e tanto medo de desistir que nunca paro.

   ―Eu sei. Foi morar sozinha. Assim ficou mais fácil.

   ―Tinha que ir. Meus pais queriam que eu fosse. Eles sabem que preciso do meu espaço.

   ―O jeito que eles te amam é diferente. – Me movo e ficamos de frente. – Gigi, tem algo que me puxa para essa viagem. Entende? Acredita nessas coisas?

   ―Não. Escrevo meu destino, mas acredito em quem acredita. Você acredita?

   ―Tio Heitor foi morar em Londres e se não fosse isso nunca reencontraria a Lizzie. Minha mãe acabou empregada de governanta na casa do meu pai. Seu pai foi resolver um problema na empresa na Itália. Trabalho que nem era dele e achou sua mãe.

   ―Ryan. Se tem algo lá, então vai buscar. Não abre mão, não desiste e não volta para casa sem isso, seja lá o que for. – Balanço a cabeça concordando.

   ―Vou ficar de olhos abertos.

   ―Tá. Agora vamos beber e rir. Estão nos esperando para ir ao bar no cair.

   ―Vamos. – Saltamos da cama e descemos os dois. Minha prima de short e descalça. – Não vou carregar ninguém.

   ―Cuida da sua vida. – Ela cantarola para me arrancar um sorriso. Mais Stefanos nos esperavam na varanda. – Vai também Luka?

   ―Sim. Os gêmeos têm muita gente para cuidar deles e vou levar minha dinossaura para beber uma coisinha. – Ele beija Bia. – Juro que seguro a cama se ela girar muito.

   ―Promessas! – Ela brinca enquanto vamos descendo a rua de paralelepípedo em direção aos poucos bares do cais. Uma noite com meus irmãos e primos, é tudo que preciso.

   ―Despedida de solteiro do casal junto não está certo. Devia ser as meninas num bar e os meninos no outro.

   ―Ou a Gigi sozinha em um e toda a família no outro.

   ―Ou isso. – Gigi resmunga.

   Me sento de frente para o mar olhando a noite e Tyler se junta a mim.

   ―Estava me lembrando quando nos metemos numa briga eu, você e o Josh. – Rio com a lembrança.

   ―Fiquei me achando o máximo. – Comento e ele afirma.

   ―Ficou. Um ano. Corajoso.

   ―Vai cuidar direitinho dela? – Ele sabe que falo de July.

   ―Como sempre.

   ―Tyler, você sabe que podem ter filhos? -Tyler balança a cabeça concordando. – Biológicos eu digo.

   ―Sei.

   ―Posso explicar tudo direitinho para a July. Basta algum cuidado.

   ―Não é ela. Sou eu. Amo sua irmã. Tanto Ryan, morro de medo. Tem certeza? Quer dizer. Quero dar tudo a ela. Isso é algo que ela quer, mas meu medo me domina. Se algo...

   ―Não vai. Acredite, isso pode ser bem simples. Ela é saudável. Acontece todos os dias.

   ―Bom saber. Talvez a gente pense nisso. Já tem um tempo. Um bom tempo. Pensamos em adoção, acho que ela pensa mais que eu, julyy quer repetir os passos dos seus pais.

   ―Sei disso. Por isso estou conversando com você. Vou ficar esse tempo fora. Só quero que saiba que podem. Estudei muito sobre isso, conversei com muitos médicos, sempre pensando nela e isso é totalmente possível.

   ―Obrigado. – Ele aperta meu ombro. – Se cuida lá Ryan.

   ―Eu vou.

   ―Melhor ir lá conhecer a garota. Ela não para de te olhar. – Ele ri e noto uma garota em um círculo de amigos umas mesas depois da nossa. Estou vivo afinal. Por que não?

   ―Se insiste. – Ele ri quando me afasto dele.

Pov – Harry

   Me olho no espelho da sala, arrumo a gravata mais uma vez, depois os cabelos. Meu pai para ao meu lado.

   ―E então papai?

   ―Está ótimo. Sabe que a senhorita Granger vai fazer lambança com essa coisa de levar as alianças?

   ―Não escuta ele filha! – Ela está deitada no piso frio se refrescando, ergue as orelhas em sinal de estar me ouvindo. – Dulce que deu a ideia. Amamos nossa menininha. Ela vai se comportar.

   ―Bom. Você que sabe. – Meu tio Nick surge ajeitando o nó na gravata.

   ―Como estou? – Ele pergunta sorrindo orgulhoso. Vai entrar com Dulce e não podia ser outra pessoa. Tio Nick paga seus estudos tem anos. Apoia Dulce em tudo e ajudou na recuperação de Anita. Por alguma razão que nunca entendi direito, era fácil para Dulce aceitar o dinheiro dele, mas ela jamais aceitou o meu.

   ―Bonitão príncipe. – Tia Annie diz antes de subir as escadas apressada. Aperto a mão do meu tio.

   ―Obrigado por ter sempre cuidado de perto da Dulce tio Nick.

   ―Gosto muito dela Harry. Sua mulher é muito determinada. Aproveitou todas as oportunidades e isso é tudo que me importa.

   ―Sim. Ela é mesmo assim. Agora então que está finalmente com sua clinica. Não cabe em si de alegria.

   Todos os Stefanos colaboraram. Meu pai e Tyler mais que todos. Tyler por que July é sócia, e meu pai apenas por que ama animais. Dulce vai finalmente poder cuidar de cães perdidos e doentes como sempre fez. Tem um tempo que se formou, primeiro quis ganhar experiência e quando se sentiu pronta e somente então aceitou que montássemos sua clinica.

   ―Pronto rapazes. Dulce está a coisa mais linda que existe. Podem ir. – Thaís surge na escada. Nos arranca risos. – Eu sei que já aprenderam. Não quis acabar com a tradição de expulsar os Stefanos. Eu realmente gosto do momento em que posso mandar em vocês.

   ―Sabemos disso Thaís. – Meu tio Leon diz sentado no sofá distraindo os gêmeos. Luka e Bia ainda não tiveram tempo de ter a menininha que tanto sonham. Se não correrem alcanço eles e ultrapasso. Dulce já está ciente disso e meu pai cheio de esperanças de que com minha ajuda nós finalmente vencemos a tão antiga disputa.

   ―Então por que ainda estão aí parados? – Ela faz um gesto com as mãos nos expulsando.

   ―Vamos Stefanos. Antes que ela pegue a vassoura. – Tio Ulisses fica de pé. Seguimos para a igreja. O padre me aperta a mão. Sorri de um jeito carinhoso. Trocamos umas palavras. Ando de um lado para outro. Papai se aproxima.

   ―Nunca vou entender por que ficamos tão nervosos. – Ele diz com a mão no meu ombro. – Ela vem. Não se preocupe. Só se concentra em dizer sim.

   ―Pode deixar papai. Tio Ulisses me mostrou sei lá quantas vezes o vídeo do seu casamento. Não vou dar vexame.

   ―Como eu? – Ele ri. – Mamãe achou tudo bem romântico.

   ―Dulce me racha a cabeça. – Ele ri mais ainda. – Amo aquela garota.

   ―Sim. Isso é tão bonito. Já sabe, assim que voltarem da lua de mel. Netos.

   ―A missão neto está garantida papai. Por isso estamos aqui.

   ―Eu sei. Essas modernidades de morar um tempo juntos para ter certeza. Não gosto disso.

   ―Ainda pode ir em frente com a Emma e o Danny.

   ―Sua irmã nem sinal de romance. Acho que minha garotinha vai ficar para sempre perto de mim.

   ―Sonha papai. Não custa nada mesmo. – Ele me abraça.

   ―Se ajeita aí. Vou me posicionar. Se a senhorita Granger aprontar eu preciso estar pronto para um plano b.

   ―Que é correr atrás dela com as alianças. Papai se você controlar os outros já fico feliz.

   Potter, Lily e Luna estão deitados em frente ao primeiro banco. Luna vai se comportar. Josh e Lizzie a educaram como se deve, já os outros dois. Nem quero pensar. O padre olha para os cachorros, não diz nada. Já está acostumado com as excentricidades dos Stefanos. Ao menos sobre isso.

   A música toca e meu coração descompassa. Não estava pronta. Meu coração sai do ritmo. Minhas mãos tremem. As portas da igreja se abrem lentamente. Primeiro vem a senhorita Granger, com um laço no pescoço onde carrega as alianças. Parece muito concentrada em caminhar para mim.

   O plano é que mantivesse meus olhos nela para a cachorra não se distrair e sair do caminho. Era isso que devia fazer, mas não contava com Dulce tão explendida em seu vestido de noiva. A mantilha como ela disse que chama o véu que usa cobre todo o vestido, tem desenhos nas barras, esconde um pouco os olhos encantadoramente negros que sempre me hipnotizam. O vestido é longo, elegante, nem muito cheio e nem tão justo, nas mãos um buque de rosas vermelhas. Dulce me prometeu uma noiva latina.

   É tudo que sinto, aquele sangue quente que ela tem traduzido no vestido e no buquê. Não consigo mais pensar em nada. Até percebo meu pai em seu burburinho e algum riso, mas não consigo desgrudar meus olhos dela.

   Dulce sorri, seus olhos encontram os meus por debaixo do véu. Eu a amo.

   ―Aqui garota. – Papai sussurra. – Potter feio. Deixa ela. – Me obrigo a descobrir o que está se passando. Potter e a senhorita Granger estão se cumprimentando no meio do corredor principal. No modo canino. Um cheirando o rabo do outro. Ela por sua vez. Decide correr para Danny.

   Meu irmão na primeira fila balança a cabeça em negação. Minha filha não é tão esperta para entender uma negativa tão sutil e corre para ele.

   ―Vai lá Heitor. Vocês são terríveis mesmo. – Olho para Dulce em busca de sinal de reprovação, mas o que ganho é um sorriso completo, dos que ela dá quando está plenamente feliz.

   Meu pai pega os nossos garotos e os arruma no altar. Senhorita Granger se senta orgulhosa da peripércia. Volto mais uma vez meus olhos para ela. Minha linda mexicana.

   Finalmente ela está diante de mim. Aperto a mão de meu tio Nick e ele nos deixa. Meus olhos se fixam nos dela. Ergo sua mão e beijo seus dedos.

   ―Eu disse que não ia dar muito certo. – Sussurro e ela sorri.

   ―Deu certo. Sempre dá certo. – Ela sussurra de volta e nos ajoelhamos diante do altar. – Te amo. – Ela sussurra com os dedos presos aos meus. Olho para ela.

   ―Eu que te amo ainda mais.

   ―Estamos aqui reunidos essa tarde... – Não consigo parar de rever nossa vida. Desde a primeira vez que eu a vi em companhia de minha prima July que hoje é sua madrinha, até nossa última noite juntos em nossa casa antes de virmos para Kirus casar. Passo pelos problemas e agora eles parecem pequenos. Anita está bem. Livre da depressão e sempre ao nosso lado. Realizamos nossos sonhos.

   O dia em que me disse sim, quando a tomei nos braços e decidimos que morar juntos apenas não era mais o bastante. Que podíamos ir além e casar como os Stefanos fazem. Quando comprei o anel ao lado dos caras mais malucos me enchendo de palpites idiotas.

   Fazemos as juras. Jamais podia ser outra pessoa. Eu a amo e tenho o seu amor. Digo sim. Alto, rápido e claro. Arranco risos. Não se pode arriscar. Aquele não do meu pai não vai se repetir.

   ―Vem cá garota. – Senhorita Granger suspira sentada ao lado de meu pai que toca ela tentando ser discreto. Com o joelho ele repete o movimento. – Vem querida com o papai. – Ela não dá mostrar de seu interesse em obedecer. – Dulce. – Sussurro. Minha linda noiva sorri.

   ―Vem com a mamãe. – A cachorra salta contente e corre até nós. Pisa no vestido se abanando toda. Solto o laço pegando as alianças. – Vai com o vovô. – De novo ela obedece e meu pai aproveita para segura-la com ele. Olho para Dulce.

   O padre benze as joias que vão marcar nossa união agora sagrada.

   Coloco a aliança em seu dedo. Sabia disso desde sempre. Que um dia Dulce seria minha mulher. Ela também sabia. Não importava onde estivéssemos sempre esteve claro que em algum momento era aqui que estaríamos. Por que só podia ser ela.

   Ergo a mantilha que ela repetiu muitas vezes ser costume das noivas mexicanas. Os olhos agora ficam mais visíveis. Ela está deslumbrante e meu coração descompassa.

   Beijo Dulce. Minha namorada, minha companheira, agora minha mulher. Não consigo que seja um beijo rápido e casto. É ela e é sempre quente. Depois seguro sua mão. Nos olhamos longamente e deixamos a igreja.

   Seguimos para a mansão. Recebemos dezenas de cumprimentos, abraços, beijos e bênçãos. Por último vem Anita e meus pais. Depois da fila de irmãos. Anita segura minhas mãos.

   ―Harry eu amo você, tanto quanto amo Dulce. Por muito tempo fomos apenas nós duas, mas desde que somos nós três me sinto finalmente tranquila. Sei que a ama, ama até quando ela é intransigente. Ama mesmo quando vocês dois tem esse ciúme bobo. Vão ser felizes. Eu sei. Parabéns.

   ―Obrigado Anita. Nós vamos ser. Obrigado por fazer parte disso. Dessa família.

   Meus pais fazem o mesmo. Nos desejam sorte. Abraçam Dulce e sinto que ela é parte da família. Mamãe me olha emocionada.

   ―Meu menino. Ando tão orgulhosa de você. – Ela acaricia meu rosto. – Se tornou um homem muito forte.

   ―Vai dar tudo certo, mamãe.

   ―Eu sei. – Ela me abraça. Finalmente eu e Dulce ficamos sozinhos. Eu a arrasto para uma dança.

   ―Casou comigo. Disse que seria assim.

   ―Disse. Pegada! – Ela brinca. Virou uma brincadeira nossa desde que contei a ela. – Adoro essa coisa que faz. – Puxo ela para mais perto. Colo nossos corpos e beijo seu pescoço, Passo meu nariz ao longo da pele em direção a orelha e ela estremece.

   ―Harry! Calma. Tem o buquê, o bolo e a nossa viagem.

   ―E tem nosso quarto uns metros daqui. – Ela sorri. Me empurra com gentileza. Nega com um sorriso sensual.

   ―Vamos ao bolo e depois o buquê. Daqui uma hora estamos em Creta.

   Luka comprou uma casa lá e é onde vamos passar nossa noite de núpcias antes de levar Dulce para conhecer Londres. Sempre sonhei em passar um tempo com ela na terra onde nasci.

   Cortamos o bolo e ela sobe em uma cadeira para atirar o buquê. As garotas se juntam em torno dela. Não tem mais muitas garotas Stefanos em idade de casar. No momento só Emma e Gigi. Nenhuma das duas disposta a se posicionar sob os pés de Dulce e lutar pelo buquê. A moda agora é provocar Gigi atirando sempre o buquê em sua direção. Com Dulce não é diferente.

   Gigi está distraída e despreocupada conversado com July e lá se vai o buquê em suas mãos. Ela arregala os olhos chocada.

   ―Papai! – Ela reclama e ele ri. Gigi joga o buquê nas mãos de Emma que cora. – Pronto. Você é a próxima priminha.

   Puxo Dulce pela mão enquanto as pessoas se provocam sobre quem será o próximo Stefanos a se casar.

   ―Vamos? O iate está a nossa espera. – Dulce sorri. Ergue os olhos em busca de sua mãe. Anita sorri ao lado de minha mãe. As duas acenam. Em comum elas têm os olhos marejados. Dulce se emociona acenando para a mãe. Venceram uma grande batalha que as uniu mais que nunca.

   ―A senhorita Granger vai ficar bem?

   ―Claro meu amor. Com o meu pai. Até voltarmos.

   Saímos pelos fundos e Cristus nos leva até o iate. Abraço forte aquele homem que sempre foi o guardião dos Stefanos.

   ―Boa viagem garoto. Cuidado.

   Ajudo Dulce a entrar no iate e deixamos o cais ganhando o oceano. A noite está estrelada. O mar tranquilo e o futuro brilhante. Dulce me envolve o pescoço. Se recosta em mim enquanto guio o iate.

   ―Está linda.

   ―Você também. – Me volto e beijo seus lábios. Primeiro um beijo lento, só um tocar de lábios que vai ganhando profundidade conforme vamos nos envolvendo.

   ―Eu amo você Dulce Stefanos. – Ela sorri. – Gosta?

   ―Acho que sim. Sempre me senti um pouco parte dessa família. Te amo Harry.


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Notas finais do capítulo

Obrigada. BEIJOSSSSSSSSS