A Má Influência escrita por British


Capítulo 30
Percalços


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Tudo bem com você? Quando terminei de escrever esse capítulo, demorou um pouco para a ficha cair de que essa história está acabando. Caramba! Chegamos ao penúltimo capítulo! Só tem mais um! Me dá um certo aperto no coração pensar nisso. Tanto que quando comecei a escrever o capítulo final travei... Espero conseguir terminá-lo nos próximos dias e postá-lo na próxima semana! (Nessa eu vou viajar e aí acho que não vou conseguir).

Eu escrevo essa história com tanto carinho e gosto tanto dela que, às vezes, queria que ela durasse para sempre haha Mas não vai dar! Então, pessoal, o próximo será o adeus. Estão preparados?

Enfim, depois me digam nos comentários o que acharam do capítulo! É sempre importante ouvir vocês! Me faz muito bem ler o que vocês pensam! Toda hora fico vendo se recebi alguma notificação de comentário haha

Boa leitura!



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O show de Shinki foi um sucesso.  Após a apresentação, ele recebeu cada um de seus amigos e familiares no camarim. Gaara e Yodo foram os primeiros, mas muitos outros foram até lá parabenizar Shinki pelo êxito profissional e pelo bebê. Afinal de contas, todos estavam diante do mais novo papai do pedaço. Após Gaara acompanhar Yodo para fora do camarim, foi a vez de Nagato e Hanabi entrarem. A cara da rainha era de poucos amigos, como sempre, mas Nagato ostentava um sorriso de orelha a orelha.

— Como pode esconder de nós por tanto tempo que a Yodo estava grávida? – Perguntou Nagato enquanto abraçava o primo.

— Bem, vocês estiveram aqui antes e não perceberam. Então, decidimos não contar. Ainda não tava na hora de todo mundo saber. – Justificou Shinki.

— Não somos todo mundo. – Retrucou Hanabi.

— É claro que não, mas foi uma decisão nossa. – Insistiu Shinki, mas Hanabi não parecia engolir aquilo bem.

— Deixa ela pra lá, Shinki! Hanabi acorda azeda de vez em sempre. E tem essa mania infernal de achar que tudo no mundo tem que passar por ela primeiro só porque é a rainha. – Nagato informou.

— Agora, se nós não formos os padrinhos desse bebê, você volta pra minha lista negra, Shinki! – Ameaçou Hanabi e Shinki ficou sem jeito.

— Na verdade...

— Não me diga que escolheu outra pessoa... – Disse Nagato já temendo a reação da rainha.

— Bem, eu e Yodo já convidamos Boruto e Sarada. Mas quem sabe de um próximo filho? – Sugeriu Shinki tentando amenizar as coisas.

— Você fala como se Yodo fosse conseguir segurar mais de uma criança naquela barriga... – Disse Hanabi e levou um cutucão de Nagato.

— Olha só seus comentários! – Recriminou Nagato.

— Não tem problema. Sei que esse é o “adorável” jeito da Hanabi! To vacinado contra a chatice dela. – Falou Shinki e Hanabi revirou os olhos. Tinha que aturar cada uma por Shinki ser parente de Nagato.

— Bem, mais uma vez, parabéns pelo show e pela família linda que está construindo! Vamos agora, Hanabi? – Finalizou Nagato.

— Vamos, meu amor. – Pausa - Shinki, eu sei que você não dá trela pros meus avisos e que também não se importa com o que eu penso, mas fico feliz por você. Nunca vou me conformar por você fazer a besteira de colocar Yodo na nossa família, mas espero que seja feliz, de verdade. – Hanabi foi sincera e ganhou um abraço de Shinki.

— Você devia tentar ser legal mais vezes sabia? – Riu Shinki.

— Eu e Nagato estamos trabalhando nisso. – Concordou com um sorriso.

— Cada pequeno avanço, eu comemoro como se fosse a final de um campeonato do meu time de futebol – Jurou Nagato e fez Shinki gargalhar.

— Nunca imaginei que diria isso, mas vocês fazem um belo par. Combinam mesmo! – Afirmou Shinki e então Nagato e Hanabi saíram do camarim.

Depois de rei e rainha saírem, Sai, Shizune, Kiba, Himawari, Inojin, Sasuke, Sakura, Mitsuki, Naruto, Hinata, Madara, Itachi, Izumi, Obito e Chouchou passaram por lá. Por último, vieram Boruto e Sarada, que chegaram de mãos dadas no camarim.

— Cara, você me fez chorar com o show! – Admitiu Boruto soltando a mão de Sarada para cumprimentar SHinki.

— Obrigado, Boruto. Em qual parte? – Perguntou Shinki.

— Quando a Sarada cantou. Cada nota que a Sarada canta me faz sentir esquisito. – Contou Boruto e Sarada riu.

— Boruto parece casca grossa, mas por dentro é um manteiga derretida! Chora por qualquer coisa. – Brincou Sarada.

— Fico feliz que o show tenha agradado! – Agradeceu Shinki.

— Além de te parabenizar, nós viemos aqui para te fazer um pedido... – Começou Sarada.

— Podem fazer até dois! – Respondeu Shinki e a resposta deixou o casal animado.

— Então, te contei outro dia que eu estou responsável por organizar a atração musical do casamento da Chouchou e do Obito. Pois bem, ela desistiu do DJ e, como falta pouco tempo pro grande dia, até agora não consegui arrumar uma banda. Aí, conversando com o Boruto, nós pensamos juntos que você poderia se apresentar. O que acha? – Perguntou Sarada, olhando esperançosa para Shinki.

— Eu topo! Mas tem uma condição... – Disse Shinki.

— Qualquer uma! Eu faço o que você quiser! – Prometeu Sarada.

— Olha lá o que vai pedir! – Alertou Boruto, porque uma parte dele ainda sentia ciúmes do Shinki com sua namorada.

— Relaxa, Boruto! A única coisa que eu quero é que Sarada cante comigo no dia, como nos velhos tempos. – Sorriu Shinki.

— Fechado! Vai ser como nos velhos tempos! – Concordou Sarada e eles fecharam o acordo com um aperto de mão.

— Ei, não to gostando disso! Nesses velhos tempos aí vocês eram um casal... – Boruto ficou emburrado, enquanto Shinki e Sarada riram do loiro.

— Sem estresse, minha vida! Tudo aqui vai ser profissional! Não sei porque o drama, uma vez que você sabe que só existe você no meu coração! – Sarada disse roubando um beijo de Boruto que se deixou levar pela doçura da namorada.

— Sei, sei... To de olho viu? – Disse Boruto.

— Cara, eu vou me casar com a Yodo e vou ser pai! Meu lance com a Sarada parece ter sido em outra vida! Agora é só irmandade mesmo! – Garantiu Shinki.

— Acho bom que seja mesmo! – Disse Boruto.

[...]

Konan tinha acabado de levar Sakura, Sasuke e os gêmeos até o carro quando deu um suspiro de alivio. Finalmente, seu teste havia acabo e Sakura lhe dissera que havia sido aprovada. Estava contente com seu desempenho. De certa forma, era uma honra trabalhar para a dona do La Haruno. Todo estresse e pressão por causa do evento tinha acabado. Então, em frente à porta de saída da casa de show, Konan parou para fumar um cigarro.

Enquanto tragava e expelia a fumaça, nem reparou o homem alto e de cabelos longos e castanhos que parou ao seu lado. Era Neji. Quando ele anunciou sua presença, levou um susto e deixou o cigarro escapulir dos dedos, caindo no chão, o que a fez soltar um palavrão.

— Te assustei? – Perguntou Neji divertido e Konan o encarou ainda confusa por aquela abordagem.

— Quase morri do coração, mas vou ficar bem. – Ela brincou, depois de notar na beleza do homem que estava puxando papo com ela.

— Que bom! Você é nova na cidade? Nunca tinha te visto antes... – Explicou Neji dando prosseguimento à conversa e Konan não sabia muito aonde ele queria chegar.

— Na verdade, estou aqui à trabalho. Moro mesmo em Nova York. – Explicou rapidamente.

— É da equipe do Shinki? – Perguntou Neji.

— Não, sou assistente da Shizune. Trabalho para Sakura Haruno. – Disse Konan e Neji sorriu.

— Ah, Sakura é minha amiga! Que prazer em conhecê-la... Qual o seu nome mesmo? – Perguntou Neji enquanto estendia a mão para a moça.

— Meu nome é Konan. E você se chama...?

— Eu sou Neji. Sou pediatra e trabalho no hospital da família Uchiha. – Apresentou-se.

— É um prazer conhecê-lo, Neji. Já que você é amigo da Sakura, tenho certeza que vamos nos ver muito ainda. – Disse apertando a mão do médico.

— Eu espero que sim. Uma pena você morar em Nova York. Por uns segundos eu pensei em te chamar pra sair. – Confessou Neji meio sem jeito e Konan sorriu.

— Você veio falar comigo pra me chamar pra sair? – Questionou como se aquilo não fosse óbvio.

— Sim. Quando te vi ali de longe fumando pensei que poderia me aproximar e convidá-la para um drink qualquer dia desses. Mas acho que a sua resposta vai ser não... Acho que estou enferrujado nisso. Não sei mais paquerar. – Admitiu Neji.

— Bem, você é bem bonitão para estar enferrujado. – Comentou Konan e Neji sorriu.

— A vida não tem sido muito legal nos últimos meses. – Resumiu Neji, pois não queria contar todo drama que atravessou por causa da morte de Tenten.

— A vida pode estar querendo ser legal com você agora, nesse exato momento pra ser mais precisa. – Sugeriu Konan.

— Como assim?

— Eu vou embora de Konoha depois de amanhã. Então, em vez de deixarmos o nosso drink para outro dia, que tal nós o tomarmos agora? – Propôs tentando seduzir Neji.

— Todos os bares de Konoha já fecharam, mas eu tenho um bom vinho na minha casa. Quer me acompanhar? – Perguntou Neji.

— Na sua casa? Não sei... E se você quiser abusar de mim? – Disparou Konan e Neji riu.

— Eu sou um cavalheiro. Nunca vou fazer algo que você não queira. – Prometeu.

— Bem, você é amigo da Sakura, então acho que posso confiar. – Sorriu.

— Quer ligar pra ela e confirmar minhas referências? – Perguntou Neji oferecendo o celular para a moça.

— Tá maluco? Ligar para a minha chefe só pra perguntar de você?

— Ok. Ligo, eu. – Neji rapidamente discou o número de Sakura, que deu uma gargalhada ao ouvir Neji explicando a situação. Konan ficou morrendo de vergonha, principalmente quando Neji passou o celular pra ela – Sakura quer falar com você.

— Konan...

— Oi, Sakura.

— O Neji é um homem maravilhoso. Não tenha medo dele. Pode ter parecido estranha a abordagem dele, mas releve ok? O cara está viúvo há alguns meses e você certamente é a primeira mulher com quem ele tenta sair. Dê uma chance, tudo bem? – Disse Sakura e Konan concordou.

— Obrigada pela informação. – Agradeceu Konan e desligou.

— To aprovado? – Perguntou Neji encarando Konan.

— Você é viúvo mesmo? – Perguntou Konan e Neji ficou surpreso por Sakura ter revelado isso a moça.

— Sim, eu sou. Isso faz de mim menos interessante? – Neji perguntou confuso e viu Konan negar.

— Não é só que, mesmo que eu vá com você essa noite, tome o vinho, a gente ria, se beije e transe, isso vai acabar quando eu voltar para Nova York. Você tem certeza de que quer algo assim? Agora? Não é um momento delicado? – Falou Konan preocupada.

— Que fofa! Tá preocupada com meus sentimentos! Olha, eu atravessei um momento difícil, de luto, mas a vida não acabou. Nos últimos meses, eu fiquei procurando o tempo todo um motivo pra viver e encontrei isso no meu trabalho. Só que eu quero mais do que isso, Konan. Eu quero conhecer alguém interessante como você, me dar a chance de ter uma boa conversa e se vai acabar com um beijo ou na cama, como você disse, eu só vou descobrir se tentar...

Konan ficou impressionada com a honestidade de Neji. Nunca nenhum cara tinha sido tão sincero com ela antes mesmo de um primeiro encontro. Então, num ato impulsivo, ela colou seus lábios no dele. O beijo foi lento, mas intenso. Quando se afastaram, Neji sorriu.

— Esse beijo quer dizer que? – Perguntou Neji.

— Vou adorar tomar um vinho com você. – Afirmou Konan.

[...]

Chouchou era uma noiva ansiosa. Ainda faltavam algumas semanas para o grande dia e era uma tortura a espera. A Akimichi queria muito mostrar o vestido de noiva para Obito, no entanto todo mundo dizia que daria má sorte. Chouchou queria mesmo era dizer que não se importava com superstições, mas a mãe do noivo se importava. Para não ter qualquer atrito com Izumi se conteve.

Mesmo assim, era um saco não ter com quem desabafar. Tinha Sarada, era verdade. Mas a Uchiha tinha passado muito tempo dedicada aos ensaios da turnê de Shinki e o pouco tempo que restava ela dividia entre mimar o Boruto ou resolver algum assunto sobre a banda do casamento, depois que Chouchou cancelou o DJ de última hora. Sua mãe era outra que não parava mais dentro de casa também. Vivia correndo atrás de algum detalhe para o casamento. Deveria ter seguido o conselho de Sakura e contratar o cerimonialista, mas achou desnecessário. Hoje, percebia que estava enganada.

Chouchou estava sentindo que carregava toneladas nas costas e essa sensação não passaria até o dia do casamento. Sem dúvida, Obito era um bom noivo e tentava dividir o peso de decidir tudo com ela, mas até ele falhava. Até porque Obito estava numa fase difícil no trabalho. Fugaku passou muitas responsabilidades para ele no hospital, pois dizia que o futuro daquele lugar era ele. Obito sempre estava cansado, mas se esforçando para sorrir e dizendo que ficaria tudo bem após o casamento.

Num desses dias em que Obito tinha que virar a noite no hospital, Chouchou teve insônia. Não conseguia dormir por nada no mundo, então resolveu que iria dar uma volta, espairecer, pensar na vida e nos dias difíceis que viriam antes do glorioso sim no altar.

Perdida em seus próprios pensamentos, Chouchou nem percebeu quando Shikadai sentou-se ao seu lado na praça. E levou um susto quando ele a chamou.

— Tá querendo me matar, desgraça?! – Berrou Chouchou.

— Não! Foi mal! Não pensei que estivesse tão distraída... – Disse Shikadai entre risos, enquanto tentava abafar o som da risada com a mão.

— Vá amolar a tua mãe! – Chiou Chouchou, mas Shikadai não saiu de lá.

— Tava pensando na morte da bezerra? – Questionou Shikadai e Chouchou riu.

— Não, mas no meu casamento sim. – Respondeu Chouchou voltando a ficar séria.

— Se arrependeu da decisão que tomou? – Perguntou Shikadai também ficando sério.

— Claro que não! Obito foi a melhor pessoa que já conheci na minha vida, sem ser da minha família. – Disse Chouchou.

— Ah... Então, exatamente em que envolvendo o casamento você está pensando?

— Queria que o casamento fosse amanhã, que não tivéssemos que nos preocupar com buffet, vestido, músicas, convidados... Queria que fosse simples. Tá todo mundo louco por causa da festa.

— Você não quer a festa?

— Que mulher não quer? É claro que eu quero! Desejo que seja como de uma princesa! Mas é que dá um trabalho da porra! – Resumiu Chouchou e Shikadai riu.

— Sabe o que dá trabalho mesmo num casamento?

— Não. O que?

— Ter que viver todos os seus dias ao lado da mesma pessoa. Pode parecer que não é sacrifício algum no início, mas, depois do passar dos anos, pesa bastante. – Afirmou Shikadai.

— Você tá falando do meu casamento ou do seu? – Questionou Chouchou encarando Shikadai e ele riu sem humor.

— Do meu, mas, no futuro, pode ser do seu também. Depende de você. – Afirmou.

— Estar com o Obito é bom. Não consigo imaginar nossa relação ficando desse jeito que você fala.

— Chou, quando eu namorava a Mirai tudo era legal. Quando a gente casou, eu ria à toa o tempo todo. Quando o bebê nasceu, pensei que estava completo, mas eu não estava. Depois de tantos anos com ela, vi que tava faltando um pedaço em mim.

— Que pedaço, Shika?

— Acho que você sabe essa resposta. – Ele disse desviando o olhar e no rosto de Chouchou surgiu a surpresa.

— Pera aí.. Você não tá querendo dizer que...

— É exatamente isso aí que você pensou! Pode me xingar agora, dizer que eu sou louco, que eu estou viajando, mas eu descobri que eu ainda te amo, Chou. E não tem um dia desde que você e o Obito anunciaram o casamento que eu não pense que a nossa história poderia ter sido diferente. – Disse Shikadai e Chouchou ficou muda.

Uns cinco minutos se passaram. Chouchou estava tentando assimilar o que Shikadi tinha acabado de fazer. Uma declaração bem nos 45 do segundo tempo?

— Eu não acredito no que você tá me falando! – Finalmente, disse Chouchou antes de se levantar do banco e ir caminhando para casa, quando Shikadai segurou seu braço e a fez parar.

— Eu me separei da Mirai, Chou. Tem um mês já que estamos em casas separadas, a papelada do divórcio tá quase saindo. Eu queria te falar só quando tudo estivesse resolvido, mas aí eu te vi ali naquele banco e pensei que fosse um sinal divino... – Contou Shikadai na esperança de amolecer o coração de Chouchou.

— Só se dor um sinal do capeta! – Berrou Chouchou tirando seu braço das mãos de Shikadai.

— Chou... – A voz de Shikadai tinha um tom de súplica.

— Você tá atrasado, Shika! Essa palhaçada toda você tinha que ter feito no dia que eu disse que estava de mudança para Nova York com a Sarada! Ali era a SUA chance! Você perdeu! A fila andou! Chegou a minha hora de ser feliz com o Obito! – Disse Chouchou.

— Eu sei que errei, mas to arrependido. Sarada e Boruto estão tendo uma segunda chance. Por que nós não podemos? – Shikadai tentou argumentar.

— Porque eu amo o Obito é uma boa resposta pra você? – Rebateu Chouchou.

— Ele é seu prêmio de consolação porque você não conseguiu ficar comigo, Chou. Quando você vai perceber isso? – Questionou Shikadai e Chouchou riu.

— Desde quando me casar com o gostoso do Obito é prêmio de consolação? Quero um prêmio de consolação desses lá em casa todo dia! Aliás, é isso que eu vou ter! Então, não torra a minha paciência, porque eu já tenho problemas demais pra lidar e não quero que você seja mais um! – Disparou Chouchou já muito irritada, mas foi calada com um beijo de Shikadai.

Por ter sido pega de surpresa, o beijo durou alguns segundos. Quando Chouchou finalmente conseguiu afastá-lo, Shikadai sustentava um sorriso no rosto, que Chouchou fez questão de tirar com um belíssimo tapa na cara dele.

— Você não tem esse direito! – Ela o acusou com os olhos cheios de lágrimas e saiu correndo.

— EU TE AMO, CHOU! QUANDO VOCÊ VAI ENTENDER ISSO? – Berrou Shikadai e as poucas pessoas que estavam passeando na rua ouviram e ficaram assistindo a cena.

Chouchou correu o máximo que pode. Quando chegou em casa, ela se trancou no quarto e chorou muito, chegava a soluçar. Era tão injusto Shikadai aparecer querendo destruir o seu casamento. E se Obito ficasse sabendo do beijo? E se interpretasse tudo errado? Chouchou então levantou, ergueu a cabeça, foi até o banheiro, lavou o rosto e então pegou o celular para ligar para Obito. Ele precisava saber de tudo pela sua boca.

— Oi, Chouchouzinha! Tudo bem, amor? – Disse Obito assim que atendeu ao celular.

— A gente precisa conversar, Obito. – Disse Chouchou e Obito percebeu que a voz trêmula indicava que ela havia chorado e que a qualquer momento poderia voltar a chorar.

— Aconteceu alguma coisa? – Perguntou preocupado e Chouchou engoliu o choro.

— Shikadai me beijou.

Direta como um raio, Chouchou foi sincera e um silêncio tomou conta do outro lado da linha. Obito estaria com raiva? Decepcionado? Arrependido de tê-la pedido em casamento? A cabeça de Chouchou dava voltas, enquanto esperava a reação do noivo.

— Obito, você ainda tá aí? – Perguntou Chouchou a notar que o noivo estava com dificuldade de falar o que sentia com aquela revelação.

— To. – Respondeu Obito ainda sem expressar seus sentimentos.

— Fala qualquer coisa. Eu preciso saber se vai ficar tudo bem entre nós após isso ou não. – Chouchou disse aflita e Obito notou que ela havia começado a chorar.

— Não chora. Esse babaca não vale uma lágrima sua. – Disse Obito por fim.

— Obito, esse beijo não significou nada! Absolutamente nada, entende? – Confessou Chouchou.

— Amor, esquece esse otário! Se esse beijo não significou nada pra você, então é a mesma coisa pra mim! Só valeria a pena falarmos disso, se ele fosse relevante. Como não é o caso, esqueça que aconteceu, tudo bem? Eu amo você. Eu vou me casar com você e não tem Shikadai no mundo que impeça isso, entendeu? – Declarou Obito e Chouchou chorou ainda mais.

— Eu te amo viu? – Respondeu Chouchou e do outro lado da linha Obito sorriu.

— Eu também, minha Chouchouzinha! Agora, vá dormir, porque está tarde. Sonha comigo. – Despediu-se Obito.

— Já vou então! Bom trabalho, amor! – Despediu-se Chouchou.

Após desligarem o telefone, Obito foi até a sala de seu pai, que estava de plantão no hospital também e pediu para ter um intervalo de uma hora para resolver um problema. Itachi concedeu o pedido, mesmo sem o filho explicar para que queria o intervalo.

Obito pegou o carro e dirigiu que nem um louco até a casa de Shikadai. Bateu na porta até ser atendido por Mirai, que explicou que ela e Shikadai não eram mais um casal e que por isso ele não morava mais ali. Obito pediu então o novo endereço do homem e Mirai o deu. Obito voltou para o carro ainda transtornado com a atitude de Shikadai e não foi nada gentil ao apertar a campainha da casa do ex-ficante de Chouchou insistentemente até que ele abrisse a porta.

Antes mesmo que Shikadai pudesse dizer qualquer palavra para se defender, Obito acertou um soco no rosto do rival, que deixou o homem tonto.

— Isso é pra você aprender a não se meter com a mulher dos outros! – Ameaçou Obito, enquanto Shikadai tentava limpar o sangue que escorria de seu nariz.

— Pela Chou, eu levo mais uns mil desses, seu corno! – Provocou Shikadai e aí Obito perdeu a cabeça de vez.

Eles começaram uma briga ali mesmo. Obito não era fraco, mas Shikadai também não era um bom perdedor. Assim, os dois trocaram socos e pontapés na porta da casa alugada do Nara até que uma ronda policial passou e levou os dois presos. Não tinha sido nada tão sério, então o delegado apenas deu uma bronca nos dois e os liberou em seguida.

Itachi recebeu uma ligação do delegado, que o conhecia muito bem, então ele foi até lá buscar o filho que estava com alguns hematomas e o olho inchado.

— Você nunca foi de brigar na rua, Obito! – Repreendeu Itachi enquanto levava Obito para o hospital.

— Tudo isso é culpa do Shikadai! Aquele folgado tava assediando a Chouchou, pai! Ela me ligou chorando e eu tive que fazer alguma coisa! – Obito tentou se defender.

— Você sabe que violência não resolve nada. – Advetiu Itachi.

— Ele me chamou de corno e eu perdi a cabeça! – Confessou Obito.

— Filho, eu sei que você ama essa menina e que defender esse relacionamento é importante pra você, mas não vale a pena ficar brigando na rua. E se o delegado não fosse meu amigo e deixasse vocês dois presos?

— Desculpa pai, mas não tenho sangue de barata.

— Eu sei, mas você precisa se controlar mais. Sua noiva te ama, certo? – Itachi perguntou e Obito assentiu – Então, você não tem que se preocupar com Shikadai. Aliás, ele não é casado? – Perguntou Itachi enquanto estacionava no hospital.

— Recém-Separado. Fiquei sabendo hoje.

— Bem, isso não importa. Chouchou e você vão casar, então ele terá de lidar com isso como um adulto. Só não aja como um imbecil igual a ele outra vez, certo? Você tem um nome nessa cidade! É um Uchiha. – Itachi deu a bronca.

— Ok, pai.

[...]

Sarada riu muito ao ver o olho inchado de Obito no dia seguinte à briga. E o Uchiha ainda não estava de bom humor.

— Dá pra parar, Sarada? – Pediu Obito.

— Desculpa, primo. Mas eu fico imaginando a cena e deve ter sido hilária! Você brigando com o Shikadai para defender a honra da Chouchou! – Disse entre risos.

— Eu só queria fazer ele entender que não é pra ficar beijando a mulher do próximo! Não tá na bíblia isso? – Perguntou Obito e Sarada riu ainda mais.

— Até parece que Shikadai é religioso né? Enfim, mas foi bem bonitinho você ir lá tirar satisfação, mostrar que pode e vai defender a sua futura esposa.

— Só você e a Chouchou acham isso. Meus pais quase tiraram o meu coro! – Alegou Obito.

— Ela me contou que ficou emocionada, porque essa pancadaria toda só mostra que você a ama de verdade. E, olha, eu entendo os meus tios... Você saiu no meio do seu expediente no hospital para brigar que nem um moleque na rua. Nem quando você era adolescente fazia isso, Obito! Foi uma baita irresponsabilidade! Quase foi preso, cara! – Argumentou Sarada e Obito concordou com ela.

— Fui irresponsável por amor! – Tentou se defender.

— Isso não te exime da culpa. Continua errado.

— Você fala como se eu fosse o único errado da história! – Retrucou Obito.

— Mas você não é! O Shikadai errou também! Primeiro, ele não deveria ter beijado a Chouchou à força. Segundo, não devia ter te chamado de corno, porque você obviamente não é. Terceiro, ele é um desgraçado filho da puta por ter batido no meu primo preferido.

— Seu primo preferido e único! – Ressaltou Obito e então os dois riram.

— Acho que o Shikadai tá com um parafuso solto na cabeça. Só pode. Ele nunca quis a Chouchou, primo!

— Será que ele vai tentar impedir o casamento? – Questionou Obito.

— Não sei. Pior é que ele foi convidado. Melhor, pedirmos para barrá-lo na igreja e na festa. Chamar uns seguranças fortões pra afastar ele de lá! – Sugeriu Sarada.

— Aí ele vai armar um escândalo. Nossa família não vai gostar nada disso. – Disse Obito.

— O que a gente faz então?

— Sarada, a gente não faz nada. Se ele quiser ir, vá. Chouchou dirá sim de qualquer forma e ele quebrará a cara. Talvez, seja até bom para dar um choque de realidade. – Disse Obito.

— Bem, pode ser que dê certo essa estratégia, mas se ele armar qualquer coisa é bom ter uns seguranças fortões pra calar a boca dele!

— Combinado!

[...]

Era mais uma dia de visita em que Mitsuki ia à prisão ver Orochimaru, mas o peçonhento se recusava a falar com o filho. Os dois estavam frente a frente, mas Orochimaru continuava imóvel e sem proferir uma palavra, o que magoava Mitsuki.

— Pai, você precisa falar comigo! Até quando vai continuar com esse joguinho? – Questionou Mitsuki visivelmente aflito.

Mitsuki estava preocupado com a saúde de Orochimaru. Seu pai estava mais acabado a cada dia. Os cabelos antes longos e brilhosos, agora tinham sido cortados e estavam opacos. Orochimaru sempre possuiu um corpo definido, mas agora tinha emagrecido uns dez quilos e parecia franzino. As olheiras tinham ficado maiores. Estava ficando irreconhecível.

— Eu trouxe comida e alguns itens de higiene pessoal. Trouxe o seu shampoo importado, pai. Aquele que você sempre disse que deixava qualquer cabelo bom. – Mitsuki riu com a lembrança, mas nem isso despertou interesse a Orochimaru.

Mitsuki ficou encarando o pai por alguns minutos com a esperança de que ele lhe dissesse qualquer coisa, mas parecia em vão. Aquele silêncio era o castigo de Mitsuki por ter entregado o próprio pai. Ele sabia muito bem disso.

— Pai, eu sou seu filho. Sou a única pessoa nesse mundo que se importa de verdade com você! – Mitsuki disse com os olhos cheios d’água, mas nem isso amoleceu o coração de Orochimaru.

— Não tenho filho. – Orochimaru finalmente respondeu.

Mesmo sendo uma resposta fria e que fazia Mitsuki se sentir um traidor, era um começo. Naquele instante, se passou pela cabeça do rapaz que algum dia voltariam a interagir como pai e filho.

— Eu sei que o senhor se decepcionou comigo, mas o que fiz foi pelo seu bem.

— Pareço bem? – Cuspiu Orochimaru e, infelizmente, Mitsuki tinha que concordar que o pai estava muito mal.

— Agora não, mas vai ficar...

— Mitsuki, vá embora. Continue na sua vida miserável e esqueça de mim. Olhar para você, embrulha meu estômago. Me faz lembrar que criei uma cobra como filho, que, na primeira oportunidade, se virou contra mim. – Disse Orochimaru caminhando até a porta da sala de visita, pois queria voltar para a cela antes mesmo do término do horário da visita.

 - Pai! – Chamou Mitsuki.

— Não me chame assim. É um insulto. Guardas! – Chamou Orochimaru e assim ele deixou o filho chorando naquela sala de visitas.

Mitsuki se sentia impotente. Tinha feito o que era certo, mas entregar o próprio pai havia aberto um buraco em seu coração. Sentia falta do progenitor em casa, dizendo que sentia orgulho dele, de que seria um grande músico, de que a vida era cheia de promessas boas. Tudo agora parecia mentira. Uma grande farsa!

Orochimaru podia ter armado contra Sasuke, ter sido o responsável pela queda do viaduto e a morte de Tenten, mas ele ainda era o seu pai. Orochimaru era o homem que lhe educou e deu carinho durante todos os anos de sua vida. Lhe devia a vida e era eternamente grato por isso. Vê-lo naquele estado era doloroso demais. Seu herói, no fim, havia se tornado o vilão.

[...]

Chouchou estava vestida de noiva, de frente para o espelho, quando Sarada entrou no quarto e assobiou.

— Como tá gata essa minha amiga hein? Obito é um homem de sorte! – Elogiou Sarada e recebeu um sorriso sincero de Chouchou.

— Eu esperei a vida inteira por esse dia e agora que chegou tudo parece tão breve! Tão efêmero! – Disse Chouchou deixando uma lágrima de felicidade escorrer.

— Ei, não chora! Vai estragar a maquiagem, garota! Deixa pra chorar amanhã, valeu? – Pediu Sarada.

— Você tem notícias do Obito? – Perguntou Chouchou.

— Seu noivo já está na igreja, Chou! Não dá mais pra fugir! – Garantiu Sarada e ela riu.

— Obrigada por tudo viu? Sem você, nada disso aqui estaria acontecendo. – Disse Chouchou com a voz embargada e quase fez Sarada chorar.

— Que isso, boba! Amigas são pra isso mesmo! Te empurrei para o meu primo gato com prazer! Tenho que confessar que as minhas habilidades como cupido foram ótimas! – Se gabou Sarada entre lágrimas e ganhou um abraço de Chouchou.

— Eu nem sei como agradecer direito... Você é como uma irmã pra mim. – Afirmou Chouchou.

— Droga, eu já to chorando! – Retrucou Sarada.

— Eu também! Olha como a gente é boba! – Riram as duas.

— Vou chamar a maquiadora pra dá um jeito nisso e a gente sai em seguida pra igreja tá? Hoje é seu dia! Só me agradece sendo feliz e fazendo o meu primo feliz também tá? – Pediu Sarada e Chouchou assentiu com cabeça.

[...]

No altar, Obito estava ansioso. Toda hora perguntava para Boruto ou Itachi que horas eram e porque a noiva estava demorando tanto.

— Noivas atrasam. – Disse Itachi tentando acalmar o filho.

— Eu vou ter um ataque se ela demorar mais 5 minutos! – Afirmou Obito e Boruto riu.

— Sarada me mandou uma mensagem e elas já estão a caminho! Fique tranquilo! – Orientou o Uzumaki.

Não demorou muito e elas chegaram. Assim, Obito entrou na igreja com sua mãe ao seu lado esquerdo, seguido de Itachi com Karui ao seu lado esquerdo; Sarada entrou com Boruto por serem o primeiro casal de padrinhos; depois entrou Inojin com Himawari por serem o segundo casal de padrinhos; Indra e Ashura carregaram as alianças e, por fim, a noiva com o pai ao seu lado esquerdo, fechando o cortejo

O som da porta da igreja se abrindo fez o coração de Obito disparar. Em seguida, a “marcha nupcial + Iris” (cantada por Lorenza Pozza) começou a tocar e, com a música, surgiu Chouchou esplendida em seu vestido de noiva ao lado de Chouji. Não dava para evitar reparar que Obito já se desmanchava em lágrimas no altar. Chouchou deu seu melhor sorriso ao ver a emoção do noivo. Quando Chouji a entregou para Obito, deu um breve beijo na testa da filha e trocou um aperto de mão com o Uchiha antes de se posicionar no seu lugar no altar e assim foi dado início a cerimônia.

Quando a famosa frase “E se alguém tiver algo contra esse casamento, que fale agora ou se cale para sempre” foi dita pelo padre, os olhos de Chouchou e de Obito não se desgrudavam, mas Sarada estava atenta a tudo e com medo de que Shikadai surgisse ali gritando que a noiva na verdade o amava. Por sorte, não aconteceu. Então, eles foram declarados marido e mulher. Todo mundo aplaudiu. Então Obito beijou Chouchou ao som se “Kiss Me (Sixpence None the Richer)” (cantada por Lorenza Pozza)

Na porta da igreja, rapidamente, eles posaram para fotos e Chouchou jogou o buquê, que, é claro, caiu na mão da Sarada. Tudo armação! E muito bem planejada e ensaiada! Claro que quando a Uchiha vibrou com o buquê na mão, todos os rapazes olharam para Boruto e o sacudiram. Alguém ali tinha que tomar uma iniciativa né? Então, o Uzumaki sorriu e trocou um beijo apaixonado com a namorada antes de dizer uma frase que deixou Sarada bem pensativa durante toda a festa:

— Seremos os próximos! – Ele sussurrou em seu ouvido e Sarada gelou. Não sabia se de felicidade ou de medo.

Na festa, tudo estava perfeito. O trabalho duro tinha valido a pena e finalmente Chouchou pode aproveitar um pouco. É claro que o casal ainda tinha que receber os comprimentos de todos os convidados e isso duraria meia vida, mas depois ficaria tudo bem. Como havia prometido a Sarada, Shinki estava lá (acompanhado de Yodo) e cantaria com Sarada em determinado momento.

No entanto, a madrinha disse que a primeira música do casal era um oferecimento apenas seu para os recém-casados.

Sendo assim, Sarada subiu no palco, se sentou no piano e chamou a atenção de todos.

— Posso pedir um momentinho da atenção de vocês? – Ela pediu e prosseguiu após conseguir o silêncio de todos. – Ótimo! Já sei o que vocês estão pensando: “Essa menina adora falar num casamento! Que chata!” – Todos riram e Sarada continuou – Bem, hoje é o dia do casamento do meu querido e ÚNICO primo com a minha MELHOR amiga, então eu to podendo falar o que quiser! Preparem-se para um discurso de mais de 40 minutos e sem pausa! – Pigarreou – Obito e Chouchou, quem melhor nesse recinto para falar de vocês? Eu praticamente dei à luz a esse casal quando convenci a Chouchouzinha ali que o Obito era o melhor cara do mundo. Não é mesmo? – Então todos viram Obito e Chouchou concordarem com isso de longe – Então, eu tenho a consciência de que esse casamento não teria acontecido sem mim, o que me torna a melhor madrinha de casamento do universo. Mas não estamos aqui para falar de mim... Se fosse, com certeza ia durar mais do que 40 minutos, estamos aqui para falar do meu segundo casal favorito no mundo. Primeiro, sempre será meus pais, Sasuke e Sakura, que estão ali no fundo dando esporro nos gêmeos que estão atacando a mesa de doces! – Apontou Sarada e novamente todo mundo riu, enquanto Sasuke e Sakura davam seu melhor sorriso amarelo de constrangimento. – Voltando a falar de Obito e Chouchou, eles tinham tudo para dar errado. Ela é a maluca que vivia achando que ninguém era capaz de amá-la. Ele é o cara nota dez, que sempre foi o melhor primo do mundo e que por muito tempo pensou que ter uma família não era um privilégio que ele pudesse ter – Sarada começou a chorar, então secou as lágrimas e prosseguiu. Tinham quase nada em comum! Foi aí que eu resolvi juntar a pessoa que sempre quis ser amada (Chouchou) com a pessoa que sempre teve muito amor para dar e ninguém pra receber (Obito). Não tinha como dar errado... Não tinha como evitar que um se apaixonasse pelo outro. Por isso, agora eu convido vocês para a sua primeira dança como marido e mulher! – Finalizou Sarada.

Sarada começou a tocar “Can't Help Falling In Love” (Versão de Kina Grannis). Então, Obito levou Chouchou até o centro da pista de dança.

Boruto olhava para Sarada com um quê de admiração. Estava hipnotizado. Sem dúvida, ela era a mulher da sua vida. Olhando-a cantar para Chouchou e Obito, ele só pensava de que forma poderia surpreender uma mulher tão incrível. No entanto, seus pensamentos amorosos foram cortados ao notar Shikadai parado, observando de longe Chouchou e Obito.

— O que você tá fazendo aqui, cara? – Perguntou Boruto, visivelmente preocupado com o amigo e com o fato dele poder estragar a cerimônia.

— Vim vê-la feliz. – Falou amargo.

— Shika, não é uma boa hora. Melhor você ir embora. Você não quer estragar o dia dela, né? – Perguntou Boruto e Shikadai concordou.

— Pode me fazer um favor? – Pediu Shikadai.

— Se estiver ao meu alcance.

— Entrega isso aqui a ela. – Shikadai disse entregando uma aliança de prata com o nome dele e de Chouchou dentro.

— Você comprou uma aliança pra ela? – Perguntou Boruto confuso.

— Na verdade, eu comprei isso no dia que ela me disse que ia para Nova York, mas não tive coragem de entregar. – Confessou Shikadai.

— Naquela época, você já tinha começado a sair com a Mirai, Shika.

— Sim, eu tava com a Mirai. Mesmo assim, foi pra Chou que eu comprei uma aliança. Eu nunca disse isso a ninguém antes, Boruto, mas eu só fiquei pra valer com a Mirai depois que a Chou partiu. Meu erro foi não ter impedido. – Confessou Shikadai.

— Você ia pedir a Chouchou em namoro no dia que ela foi para Nova York?

— Ia, mas eu cheguei tarde e o avião tinha partido. Achei que fosse um sinal, que era pra esquecer. Aí pedi a Mirai em namoro na mesma semana.

— Cara, eu sinto muito. – Bouto se solidarizou com o amigo.

— O errado fui eu. A própria Chouchou disse e ela tá certa. Só espero que o Obito a faça feliz como ela merece.

— Pode deixar. Eu vou entregar o anel. Agora, é melhor você ir. – Insistiu Boruto e Shikadai foi embora.

Boruto nunca daria aquele anel a Chouchou. Pra que? Uma lembrança de um futuro que nunca chegaria? Só seria mais sofrimento para os dois. Por isso, Boruto mentiu para Shikadai. Assim, ele acreditaria que Chouchou estava com o anel. Enquanto isso, Chouchou poderia ser feliz com Obito. Simples. Sem dramas. Quando viu o beijo apaixonado do casal ao fim da primeira dança, Boruto sentia que estava fazendo a coisa certa.

Sarada terminou a canção, então pediu uma salva de palmas para Obito e Chouchou antes de convocar Shinki para o palco.

— O palco é todo seu agora, Shinki! – Chamou Sakura e Shinki voou para o palco.

— É um prazer cantar para todos vocês esta noite! Preparei um repertório especial, espero que apreciem! – Shinki sorriu.

Shinki então assumiu o piano no lugar de Sarada e começou a tocar "Without You" - Usher & David Guetta (Versão de Max Schneider).

Após deixar o palco, Sarada puxou Boruto para dançar. Ele então colocou seu corpo no dela, deixou suas mãos na cintura, enquanto ela cruzava seus braços em seu pescoço. O olhar era intenso e ambos sorriam um para o outro. Estavam satisfeitos e apenas curtindo o momento até que Boruto deu início a uma conversa no pé do ouvido.

— Espero que a senhorita não esteja brincando com meus sentimentos, porque eu realmente fiquei animado com você pegando aquele buquê. – Confessou Boruto.

— Eu quero me casar com você, bobo. Só não precisa ser amanhã. – Explicou Sarada e Boruto riu.

— Você me acha afobado é?

— Vai dizer que não é? Sempre colocando a carroça na frente dos bois. Um pouquinho de pé no freio é bom. – Avisou Sarada.

— Tudo vai ser no seu tempo, não se preocupe. – Concordou Boruto.

— Sabe, você parece mais maduro agora, mais adulto do que antes. – Observou Sarada e Boruto riu.

— Acho que o tempo passa pra todo mundo né? Passou pra nós também. Não temos mais 12 anos, Sarada. – Lembrou Boruto.

— Você mudaria alguma coisa da nossa história? – Questionou Sarada.

— Queria que ela fosse perfeita, mas não é. Se tivesse poderes mágicos, mudaria, já que não tenho, fico feliz que tenhamos essa segunda chance. – Afirmou Boruto.

— Eu também. – Sorriu Sarada.

— E você? Mudaria algo?

— Sem dúvida alguma, eu teria arrancado a Mirai da nossa história. Tudo começou a dar errado quando aquela vadia apareceu! – Sarada acusou completamente revoltada e Boruto riu.

— Olha os modos! Agora ela é a responsável por tudo de ruim que veio depois? – Disse Boruto.

— De certa forma sim. Pensa comigo... Foi por causa dela que a gente se afastou e eu comecei a namorar o Inojin.

— Tudo bem, você tem um pouquinho de razão...

— Você ainda vai ficar do lado dela? – Perguntou revoltada e Boruto abraçou Sarada.

— Eu to do seu lado. Sempre. – Enfatizou e aquilo fez Sarada parar por um momento.

— E eu do seu. – Respondeu Sarada antes de ganhar um longo beijo apaixonado de Boruto.

Por um momento, foi como se o tempo parasse. Assim, desfrutaram daquele beijo como talvez de nenhum outro antes. O coração dos dois parecia bater no mesmo ritmo. Era como se naquela hora eles fossem um só.

Não demorou muito e Shinki chamou Sarada para cantar com ele. A Uchiha subiu no palco e fez um pequeno discurso de introdução à música que tocariam.

— Eu de novo! Espero que não estejam cansados de mim! Se estiverem, é culpa dos noivos! – Sarada deu uma risada e prosseguiu – Bem, a música a seguir é muito especial pra mim. É a música do primeiro beijo dos meus pais (Pelo menos na minha frente!). Acho que combina com o momento, afinal estamos contando uma história de amor! – Finalizou Sarada antes de começarem a tocar "Love Story" - Taylor Swift ( Versão de Against The Current Live Cover feat. Yellowcard).

Sarada cantava a música olhando diretamente para Sasuke e Sakura dançando. Os dois pareciam dois pombinhos apaixonados. Ela sorria com a visão. Era algo bonito. Aliás, ver a família toda ali reunida era muito bonito de se ver. Mikoto dançava com Fugaku. Izumi com Itachi. Obito com Chouchou. Ah, os gêmeos estavam correndo pelo salão. Quem consegue segurar crianças, não é mesmo? Numa determinada parte da música, Sarada cantou: “This love is difficult, but it's real” olhando fixamente para Boruto que estava filmando a namorada com o seu celular na mão. Sem dúvida, seria um casamento inesquecível.

[...]

A festa do casamento acabou às 4h da manhã. Tinha sido boa. Em vez de ir para casa com os pais e os irmãozinhos, Sarada seguiu com Boruto para um hotel. Segundo o Uzumaki, ali teriam mais privacidade. Realmente, tiveram. Sarada acordou e flagrou Boruto adormecido ao seu lado, estava um caco, completamente bêbado, nu, babando e ressonando. Sarada saiu de fininho da cama e antes mesmo de se vestir, ela pegou o celular e tirou uma foto do namorado. Poderia usá-la para chantageá-lo quando quisesse e isso parecia bom. Então, percebeu que aquilo parecia maldade, mas deu de ombros e então se enfiou no chuveiro.

Quando acordou, Boruto se viu sozinho na cama e nos primeiros dez segundos acreditou que Sarada tinha sido ruim o suficiente de abandoná-lo ali, mas ao ouvir o barulho do chuveiro relaxou. Então, ela não tinha fugido. Sorriu ao imaginá-la tomando banho, então invadiu o banheiro e foi tomar banho com ela. Sarada ficou surpresa, mas gostou. Era um momento novo naquela relação e eles já tinham intimidade suficiente. Não tinha problema. Os beijos que trocaram debaixo d’água foram quentes.

— Você precisa se comportar! – Pediu Sarada vendo que ele já estava bem animadinho.

— Não preciso não! – Sorriu sacana e beijou Sarada novamente, que se rendeu aos carinhos do namorado que ela tanto amava.

Demorou até que eles criassem coragem de sair da cama. Mas Sarada foi mais forte do que Boruto e acabou cortando o barato do namorado. Se dependesse do Boruto, eles ficariam por uma semana inteira lá sem ligar para o mundo exterior. Voltando-se para a realidade, Sarada ligou a televisão do quarto do hotel, quando já estava completamente vestida e esperando o serviço de quarto trazer o café da manhã. Para sua surpresa, não eram boas as notícias que o jornal dava.

— Orochimaru fugiu da prisão? Como assim? – Comentou em voz alta, então Boruto passou a prestar atenção no noticiário.

— Estão dizendo que ele rendeu um policial com uma faca, quando iam transferi-lo, e fugiu na viatura. – Disse Boruto.

— Essas coisas não têm GPS? Por que não o pegam de volta? – Questionou Sarada. 

— É claro que ele já se livrou do carro, né Sarada? O Orochimaru pode ser qualquer coisa, mas burro ele não é! – Afirmou Boruto.

— Será que o Mitsuki já sabe disso?

— Deve estar em todos os jornais, Sarada. Aliás, Orochimaru pode até procurar Mitsuki. É o único parente vivo dele né?

— Mitsuki me contou que ele tem o tratado muito mal nas visitas. Deu até pena. – Confessou Sarada.

— Uma coisa é certa: Orochimaru solto é sinônimo de problema. Ele pode ir atrás do Sasuke querendo vingança ou até mesmo de você, da Sakura ou dos seus irmãos. Ele é perigoso! Vou pedir proteção policial para todos vocês. – Afirmou Boruto.

— Peça para Mitsuki também! Tenho medo do que ele pode fazer com meu amigo!

— Calma! Vai ficar tudo bem! – Prometeu Boruto abraçando Sarada e depositando um beijo em sua testa.


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