Sasuke não sabia o que sentir. Um misto de medo e de esperança tomava conta de todo o seu ser e o fazia paralisar o pensamento. Dentro de poucos minutos ele estaria a caminho do seu próprio julgamento. Então, Sasuke se olhou no espelho, ajeitou a gravata, vestiu o terno e repetiu para si mesmo que estaca pronto para dizer a verdade e esperar que acreditassem nele. O abraço e o beijo que ganhou de Sakura na porta de casa tinha sido intenso. Para que eles não se preocupassem com os gêmeos, os deixariam com Izumi. De lá, seguiriam juntos com Sarada para o tribunal.

Boruto os esperava na porta. Era a primeira vez que ele e Sarada se encontravam depois de decidirem dar um tempo no relacionamento. Se cumprimentaram formalmente e fingiram que não tinham suas próprias questões para resolver. Deixariam seus problemas para depois e se focariam em ajudar Sasuke. Rapidamente, Boruto explicou a dinâmica. Disse que Sasuke seria chamado para depor e ficaria no tribunal durante todos os depoimentos de acusação e defesa. Enquanto isso, Sakura e Sarada ficariam com os outros numa sala especial até o momento de falar. 

— Vamos acabar logo com isso. – Disse Sasuke antes de se afastar da esposa e da filha.

— Vai dar tudo certo, padrinho. – Prometeu Boruto.

Quando o julgamento começou, todos ficaram de pé para receber o juiz.  Hidan era conhecido na cidade por ser justo, mas Naruto achava que as desavenças do passado fariam com que ele olhasse torto para Sasuke por ser o melhor amigo de seu rival. No passado, Hidan tinha competido com Naruto não só pelo posto de melhor aluno na faculdade de Direito, mas também pelo coração de Hinata. Não que Hidan algum dia tivesse tido uma chance, pois na época Hinata e Naruto já eram casados, mas isso não mudava o fato de que os dois se odiavam. E ali estava Sasuke, o melhor amigo do Uzumaki, sendo julgamento e Boruto, filho de sua ex-paixão, defendendo o que no ponto de vista dele deveria ser um criminoso de colarinho branco. O promotor Kimimaro também estava lá. A figura séria e imponente aguardava a hora de falar.

— Estamos aqui para conceder o julgamento pelo tribunal do júri e declaro instalada a sessão. Submetido a julgamento o processo de número 2017158000068-0, que a justiça pública move contra ao réu Sasuke Uchiha. O senhor oficial de justiça deverá realizar o pregão, certificando a diligência nos autos. – Diz Hidan.

— Dando início ao processo 2017158000068-0. Autor: Justiça Pública. Réu: Sasuke Uchiha. Vítima: Tenten Mitsashi. Juiz: Hidan Akatsuki. Promotor: Kimimaro Kaguya. Advogado de defesa: Boruto Uzumaki.  – Informa o oficial de justiça.

— Brevemente nós fizemos o sorteio de todos os jurados e do nosso lado direito estão todos os sete jurados que vão compor o conselho de sentença que vai avaliar os autos. Caso os senhores jurados tiveram alguma pergunta, ela terá que ser dirigia ao juiz, ou seja, a minha pessoa. Nesse momento gostaria que todos os jurados se colocassem de pé para fazer a declaração de um compromisso de cada um dos senhores aos autos apresentados. Vocês vão repetir tudo o que eu disser. – Começou Hidan e então cada um dos jurados fez.

— Agora, vou resumir o caso que será julgado nessa tarde. Na tarde do dia 25 de agosto de 2016 às 13h00, o viaduto da principal rua de Konoha caiu e esmagou a senhora Tenten Mitsashi, que faleceu na hora do ocorrido. O que à primeira vista parecia um acidente, na verdade, foi comprovado pela perícia que foi cometido uma falha no projeto da empresa Uchiha’s Construção & Engenharia, que era comandado pelo engenheiro Sasuke Uchiha. Nesse momento, quero que o nosso oficial de justiça traga o réu para ser inquirido pelo júri.

— Senhor Sasuke Uchiha, está trabalhando no momento? – Pergunta o juiz.

— Estou afastado de meus dois empregos e lecionando em casa, senhor juiz. – Diz Sasuke.

— Já foi processado antes? – Perguntou Hidan.

— Não, senhor. – Respondeu Sasuke.

— Conheceu a vítima? – Questionou o juiz.

— Não pessoalmente, senhor. – Respondeu Sasuke.

— Qual a sua versão dos fatos? – Perguntou o Juiz.

— Bem, eu sou engenheiro há muitos anos. Projetos como o do viaduto sempre caiam nas minhas mãos, aquele era mais um. Então, eu fiz aquele projeto como sempre fiz qualquer outro, com muito estudo, muita concentração. Nunca pensei que ele pudesse cair e vitimar alguém. A perícia apontou que há um erro de cálculo grave no projeto, mas eu afirmo que não fui eu quem cometeu esse erro. É um erro básico, uma coisa que seria fácil de ser encontrada se eu mesmo tivesse feito. Não costumo errar meus cálculos, meritíssimo. 

— Mas já errou algum cálculo alguma vez? – Perguntou o juiz.

— Já, mas nunca um que ficasse no projeto final e que fosse executado numa obra. – Respondeu Sasuke.

— A promotoria tem alguma pergunta? – Questionou Hidan.

— Sim, meritíssimo. O réu afirma com muita veemência que o erro cometido não foi seu. Então, de quem foi o erro? – Questionou Kimimaro e Sasuke hesitou por um momento.

— Eu não sei.

— Sem mais perguntas. – Disse o promotor.

— A defesa tem alguma pergunta? – Questionou Hidan.

— Sim, meritíssimo. O réu tinha um caderno em que o cálculo certo estava e esse caderno desapareceu. O réu acredita que existe alguém com a intenção de prejudicá-lo?

— Sim, eu acredito que existe alguém que quer me prejudicar e jogar a culpa da queda do viaduto em mim. – Afirma Sasuke.

— Sem mais perguntas, meritíssimo. – Disse Boruto.

— O júri tem alguma pergunta? – Questiono o juiz.

— Não. – Responde o júri.

— A promotoria gostaria de chamar sua primeira testemunha? – Perguntou o juiz.

— Sim, meritíssimo. Chamo Madara Uchiha para testemunhar. – Diz Kimimaro e então Madara entra.

— Madara Uchiha, jura dizer a verdade? – pergunta o Juiz.

— Eu juro. – Responde Madara.

— Madara Uchiha, além de tio do réu, o senhor também é o dono da Uchiha’s Construção & Engenharia. O senhor confia na responsabilidade de Sasuke Uchiha nos projetos que em que envolveu, incluindo o viaduto que caiu? – Perguntou o Juiz.

— Confio, pois meu sobrinho sempre foi um profissional correto. – Respondeu Madara.

— Passo a palavra a promotoria. – Disse o juiz.

— O erro de cálculo existiu, o viaduto desabou e ele vitimou uma pessoa. O que faz o senhor pensar que esse erro não foi cometido por Sasuke Uchiha? – Questionou Kimimaro.

— Sasuke sempre foi um profissional brilhante. Ele não cometeria um erro tão amador. – Alegou Madara.

— O senhor só sabe dizer o quão bom profissional o réu é, mas ele continua sendo humano e humanos cometem erros, certo? – Continuou Kimimaro.

— Sim, humanos cometem erros, mas a questão é que Sasuke não cometeu esse erro. – Disse Madara.

— Como o senhor pode afirmar isso com tanta certeza sem ter uma prova? – Questionou Kimimaro.

— Não posso. – Respondeu Madara.

— Sem mais perguntas, meritíssimo. – Finalizou Kimimaro.

— A defesa gostaria de fazer uma pergunta a testemunha? – Perguntou o juiz.

— Sim, meritíssimo. Madara Uchiha, é verdade que Sasuke Uchiha foi considerado o funcionário do ano nos últimos dois anos? – Questionou Boruto.

— Sim, Sasuke sempre foi muito dedicado ao trabalho.

— O senhor acredita que a posição de prestígio dentro da empresa poderia atrair a inveja de algum outro funcionário? – Questionou Boruto.

— Sim, Sasuke tinha um cargo de alto nível e isso poderia incomodar alguém. – Disse Madara.

— Alguma vez, o senhor presenciou Kabuto Yakushi falando mal de Sasuke Uchiha?

— Não, meus funcionários não fazem comentários negativos de outros na minha frente.

— Sem mais perguntas, meritíssimo. – Finalizou Boruto.

— A promotoria gostaria de chamar a segunda testemunha? – Perguntou o juiz.

— Sim, meritíssimo. Chamo Kabuto Yakushi para testemunhar. – Diz Kimimaro e então Kabuto entra.

— Kabuto Yakushi, jura dizer a verdade? – Pergunta o Juiz.

— Eu juro. – Responde Kabuto.

— Kabuto Yakushi, a defesa alega que o senhor está ligado diretamente ao crime por ter produzido uma prova falsa contra o réu. Isso verdade? O senhor forjou aquela prova falsa? – Questionou Hidan.

— Não, meritíssimo. Isso é mentira.

— Passo a palavra a promotoria. – Diz o juiz.

— Kabuto Yakushi, quem lhe deu aquele caderno com a caligrafia falsificada? – Perguntou Kimimaro.

— Sasuke Uchiha. – Respondeu Kabuto.

— E o que ele lhe disse ao entregar esse caderno? – Questionou Kimimaro.

— Que era para eu guardar até a hora certa. – Respondeu Kabuto e Boruto protestou.

— Protesto, meritíssimo! A testemunha está mentindo – Pediu Boruto.

— A defesa, por acaso, presenciou a conversa entre Kabuto e Sasuke no dia em que o réu entregou o caderno a testemunha? – Questionou o juiz.

— Não, mas é porque essa conversa não existiu. – Alegou Boruto.

— Protesto, negado. Continue promotor. – Disse o juiz.

— Claro, meritíssimo. Kabuto, o senhor guardou o caderno falsificado até o dia em que a defesa pediu um mandato de busca e apreensão do objeto em sua casa. Estaria Sasuke Uchiha usando o senhor para tentar se safar da sentença da justiça?

— Acredito que sim. Não é a primeira vez que Sasuke é irresponsável e faz inocentes pagarem por seus erros. – Disse Kabuto.

— A que inocente está se referindo? – Perguntou Kimimaro.

— Sakura Haruno, atual esposa de Sasuke e de quem ele escondeu a filha por anos. – Disse Kabuto.

— Sem mais perguntas. – Finalizou Kimimaro.

— A defesa gostaria de fazer uma pergunta a testemunha? – Perguntou o juiz.

— Sim, meritíssimo. – Boruto então se levanta e fica próximo de Kabuto. -  O senhor sabe que está sobre o juramento de falar apenas a verdade. Então, por que mente? – Questionou Boruto e Kabuto ficou nervoso.

— Não estou mentindo. – Informou Kabuto.

— Suas mãos tremem. Isso não é um sinal de que está mentindo? – Insistiu Boruto.

— Não.

— Sua boca diz uma coisa, mas seu corpo diz outra resposta. Seu corpo denuncia que está mentindo, que Sasuke Uchiha é inocente e você é só mais um querendo prejudica-lo. Por que quer tanto prejudicar o réu? – Questionou Boruto.

— Não quero prejudicá-lo. – Disse Kabuto.

— Sem mais perguntas. – Finalizou Boruto.

— Promotor, pode chamar a próxima testemunha. – Ordenou o juiz.

— Chamo Sakura Haruno Uchiha para testemunhar. – Diz Kimimaro e então Sakura entra.

— Sakura Haruno Uchiha, jura dizer a verdade? – Pergunta o Juiz.

— Eu juro. – Responde Sakura.

— Senhora Uchiha, acredita na inocência do réu? – Pergunta o juiz.

— Sim, meritíssimo. Acredito plenamente em meu marido. – Respondeu Saskura.

— Passo a palavra a promotoria. – Diz o juiz.

— Senhora Uchiha, a testemunha anterior disse que o réu escondeu a sua filha da senhora por anos. Isso é verdade? – Perguntou Kimimaro.

— Sim, mas Sasuke já se arrependeu disso e tem o meu perdão. – Afirmou Sakura.

— Tudo bem. O fato é que a senhora sabe que o réu foi irresponsável quando abandonou a senhora grávida e depois roubou a criança e a escondeu. Confirma isso? – Perguntou Kimimaro.

— Sim, mas isso foi no passado. Éramos jovens demais. Hoje em dia Sasuke é um homem digno, um ótimo pai de família e um ótimo profissional. – Respondeu Sakura.

— Então, a senhora não acha que ele tenha responsabilidade na queda do viaduto? Vai perdoá-lo por mais este erro? – Questionou Kimimaro.

— Não tenho do que perdoar meu marido, pois ele é inocente e vai provar. – Respondeu Sakura.

— Até agora seu marido não apresentou ao júri prova alguma. Não acha uma tolice se deixar enganar pelo mesmo homem que a abandonou grávida e escondeu sua filha por anos? Um homem que faz isso não seria capaz de cometer outro erro grave? – Perguntou Kimimaro.

— Não sou tola. Sei com que homem me casei e ele é digno. Os erros do passado ficaram para trás e é importante lembrar que Sasuke sempre foi um ótimo engenheiro, premiado. Ele jamais cometeria um erro de cálculo. – Afirmou Sakura.

— Certamente, a senhora não pensava assim quando foi abandonada grávida e depois teve sua filha arrancada de seus braços e criada por outra mãe. O que aquela Sakura pensava de Sasuke Uchiha?

— Protesto, meritíssimo! O promotor está levando o assunto da pergunta a algo que não é pertinente ao caso! – Disse Boruto.

— Meritíssimo, estamos aqui falando da dignidade de Sasuke Uchiha. Não é impertinente perguntar sobre seu passado. – Tentou se explicar Kimimaro.

— Protesto negado, doutor Uzumaki. Pode responder ao promotor senhora Uchiha. – Disse o juiz.

— A Sakura que Sasuke abandonou grávida e depois teve a filha roubada o odiava, mas sabia que a filha estava sendo criada num lar repleto de amor. – Respondeu Sakura.

—  Aquela Sakura achava Sasuke Uchiha digno? Honrado? Responsável? – Questionou Kimimaro.

— Não.

— Sem mais perguntas. – Disse Kimimaro.

— A defesa gostaria de fazer uma pergunta a testemunha? – Perguntou o juiz.

— Sim, meritíssimo. – Boruto então caminha até Sakura – A senhora está casada com Sasuke Uchiha há dez anos. Em todos esses anos ele provou ter superado o passado? – Questionou Boruto.

— Sim. O Sasuke de hoje não lembra em nada o adolescente irresponsável que eu conheci. O homem com quem me casei é digno, um ótimo pai e um ótimo engenheiro. – Respondeu Sakura.

— Sem mais perguntas, meritíssimo. – Finaliza Boruto.

— Promotor, pode chamar a sua próxima testemunha. – Ordenou o juiz.

— Chamo Sarada Uchiha para testemunhar. – Diz Kimimaro e então Sakura entra.

— Sarada Uchiha, jura dizer a verdade? – Pergunta o Juiz.

— Eu juro. – Responde Sarada.

— Sarada Uchiha, você foi criada desde pequena por seu pai. Acredita quando ele lhe diz que é inocente? – perguntou o juiz.

— Sim, eu acredito totalmente, meritíssimo. Meu pai não teria porque mentir. – Respondeu Sarada.

— Passo a palavra a promotoria. – Diz o juiz.

— Sarada Uchiha, a senhorita acabou de dizer que confia em seu pai e que ele não teria porque mentir, mas ele já mentiu para a senhorita. Aliás, mentiu por anos. Como confiar numa pessoa dessas? – Questionou Kimimaro.

— Senhor promotor, meu pai já mentiu pra mim. Todos nós somos capazes de mentir, mas o que importa nesse julgamento é que dessa vez meu pai está falando a verdade e dessa vez ele não teria um motivo para mentir. Por isso, eu confio totalmente nele. – Respondeu Sarada.

— A senhorita mesmo admite que seu pai já mentiu.  A senhorita não acha que manter o status dele como engenheiro, professor universitário e bom marido seria um bom motivo para mentir para o júri? – Questionou Kimimaro.

— Não. Não existe um bom motivo para mentira e se meu pai tivesse cometido o erro ele assumiria a culpa. – Respondeu Sarada e Boruto sorriu, pois Sarada não estava se deixando envolver pelas artimanhas de Kimimaro.

— Sem mais perguntas, meritíssimo. – Finaliza Kimimaro.

— A defesa gostaria de fazer uma pergunta a testemunha? – Perguntou o juiz.

— Sim, meritíssimo. – Boruto chega bem perto de Sarada e a encara – Dá pra ver nos olhos da testemunha o quanto ela confia no pai. Sarada Uchiha, por que você acredita que seu pai está falando a verdade e não mentindo como a promotoria acusa? – Perguntou Boruto.

— Meu pai é meu herói. Ele foi a primeira pessoa no mundo que me mostrou a diferença entre o certo e o errado. Eu sei que ele nem sempre foi o cara maravilhoso que é hoje, mas isso só demonstra que ele foi capaz de crescer. – Respondeu Sarada emocionada.

— Sem mais perguntas, meritíssimo. – Finaliza Boruto.

— Promotor, pode chamar a sua próxima testemunha. – Ordenou o juiz.

— Chamo Orochimaru para testemunhar. – Diz Kimimaro e então Orochimaru entra.

— Orochimaru, jura dizer a verdade? – pergunta o Juiz.

— Eu juro. – Responde Orochimaru.

— Senhor Orochimaru, há muitos anos o senhor trabalha ao lado de Sasuke Uchiha na Uchiha’s Construção & Engenharia. Já viu ele cometer algum erro? – Perguntou o juiz.

— Não, eu nunca vi. – Respondeu Orochimaru.

—  Passo a palavra a promotoria. – Diz o juiz.

— A testemunha conhece Sasuke Uchiha bem. Trabalhou lado a lado com ele. O senhor tomou conhecimento de alguém que teria interesse em prejudicar Sasuke Uchiha? – Perguntou Orochimaru.

— Não. – Respondeu Orochimaru.

— É fantasiosa essa afirmativa de Sasuke Uchiha de que existe alguém tentando incriminá-lo? – Questionou Kimimaro.

— Completamente. Eu não conheço uma só pessoa que quisesse prejudica-lo. – Afirmou Orochimaru.

— A perícia afirmou que houve um erro de cálculo e Sasuke Uchiha disse que não foi ele quem cometeu esse erro. O senhor acredita no réu? – Questionou Kimimaro.

— Eu acredito que hoje a justiça será feita. – Orochimaru deu uma resposta evasiva.

— Mas o senhor acredita ou não no réu?

— Não acredito no réu. Acho que Sasuke Uchiha está tentando se esconder do erro que cometeu, pois a perícia já provou que houve o erro de cálculo e ele era o responsável pelo projeto. – Disse Orochimaru.

— Sem mais perguntas, meritíssimo. – Finaliza Kimimaro.

— A defesa gostaria de fazer uma pergunta a testemunha? – Perguntou o juiz.

— Sim, meritíssimo.  Senhor Orochimaru, o que o senhor tem contra o réu? – Perguntou Boruto.

— Eu? Nada. Só quero que a justiça seja feita. – Respondeu Orochimaru.

— Então, o senhor não acredita na inocência de Sasuke Uchiha? – Perguntou Boruto.

— Acredito que não sou quem deve resolver isso e sim os senhores jurados. – Esquivou-se Orochimaru.

— Está fugindo da minha pergunta, senhor. Quero que me diga se acredita que Sasuke uchiha é culpado?

— Acredito que todas as provas apontam para a culpa de Sasuke. Só isso. – Disse Orochimaru.

— Mas não podem estar armando para ele? Talvez, alguém interessado em sua posição de prestigio dentro da empresa? – Questionou Boruto.

— Talvez. Não posso afirmar uma coisa dessas. – Disse Orochimaru.

— Sem mais perguntas, meritíssimo. – Finaliza Boruto.

— Promotor, pode chamar a próxima testemunha. – Ordenou o juiz.

— Chamo Fugaku Uchiha para testemunhar. – Diz Kimimaro e então Fugaku entra.

— Fugaku Uchiha, jura dizer a verdade? – pergunta o Juiz.

— Eu juro. – Responde Fugaku.

— O réu não tem a melhor das condutas em sua vida pessoal e isso ficou provado pela promotoria, que expôs o fato de que Sasuke Uchiha abandonou Sakura Haruno grávida na adolescência e depois roubou a criança com o seu auxílio. Uma pessoa capaz de ser tão irresponsável, não seria capaz de cometer um erro de cálculo? – Questionou o juiz.

— Estamos aqui para falar do passado ou do presente? – Fugaku devolveu a pergunta ao juiz.

— Dos dois, senhor Uchiha. Acredito que o passado de seu filho tenha muito a dizer sobre quem ele é agora. Seu filho seria capaz de cometer um erro de cálculo tão grave como esse que fez o viaduto desabar? – Questionou o juiz.

— Sua pergunta então tem duas respostas. O Sasuke de 18 anos que engravidou a Sakura, a abandonou e roubou a criança era sim irresponsável, imaturo, idiota e quantos outros adjetivos ruins o meritíssimo quiser atribuir a ele. No entanto, o Sasuke que está sendo julgado hoje passou por todas essas provações de cabeça erguida, criou a filha dele da melhor maneira possível, reparou os erros do passado. Então, eu acredito que o Sasuke de hoje não seria capaz de cometer um erro desses. – Respondeu Fugaku.

— Passo a palavra a promotoria. – Diz o juiz.

— O senhor concorda que a conduta de seu filho no passado foi ruim, mas ainda o defende, mesmo sem provas. Por que? – Perguntou Kimimaro.

—  É simples, promotor. Meu filho não sabe mentir e nunca escondeu de mim as besteiras que fez. Ele já errou, mas sempre vinha até mim e falava ‘Pai, fiz isso de errado! Me ajuda!’. É verdade que ele não queria ser pai, que o forcei a assumir a criança, que eu ajudei a roubar a criança da mãe. Tudo isso é verdade. Mas nós não estamos aqui para isso. Estamos aqui pelo Sasuke que é engenheiro, brilhante por sinal, e que nunca erraria um cálculo daqueles. Isso pra mim já prova que meu filho é inocente. – Disse Fugaku.

— O senhor não pensava dessa forma até algumas semanas atrás, certo? Você e seu filho não tinham brigado? – Questionou Kimimaro.

— Confesso que tive dúvidas no início, mas repensando pude esclarecer as ideias e ver que meu filho é inocente e não deve ser condenado por algo que não fez. – Disse Fugaku.

— Sem mais perguntas, meritíssimo. – Finaliza Kimimaro.

— A defesa gostaria de fazer uma pergunta a testemunha? – Perguntou o juiz.

— Não, meritíssimo. – Disse Boruto.

— A defesa pode chamar a sua primeira testemunha. – Ordenou o juiz.

— Bem, meritíssimo. Chamo Itachi Uchiha para testemunhar. – Diz Boruto e então Itachi entra.

— Itachi Uchiha, jura dizer a verdade? – pergunta o Juiz.

— Eu juro. – Responde Itachi.

— Itachi Uchiha, o senhor trabalha no hospital para o qual a vítima foi levada. Em que estado ela chegou lá? – Questionou o juiz.

— Ela já chegou sem vida. – Respondeu Itachi.

— Foi uma morte que poderia ter sido evitada, concorda? – Perguntou o juiz.

— Não sou especialista nisso, mas acredito que sim. – Disse Itachi.

— Passo a palavra a defesa. – Diz o juiz.

— Senhor Uchiha, se o seu irmão tivesse cometido esse erro que culminou na morte de Tenten Mitsashi. Ele teria falado à família? – Perguntou Boruto.

— Certamente. Sasuke sempre foi muito honesto com todos nós e nunca esconderia algo dessa magnitude de nós. – Respondeu Itachi.

— Foi uma surpresa ver o seu irmão sendo acusado de homicídio? – Questionou Boruto.

— Claro! Foi um susto. Sasuke sempre foi um ótimo engenheiro. Espero que esse mal-entendido tenha um fim hoje. – Disse Itachi.

— Sem mais perguntas, meritíssimo. – Finaliza Boruto.

— A promotoria gostaria de fazer uma pergunta a testemunha? – Perguntou o juiz.

— Claro, meritíssimo. – Kimimaro então se aproxima de Itachi. – O senhor chamou de mal-entendido esse julgamento. O senhor tem alguma prova de que seu irmão é inocente? Alguma prova que não seja apenas a confiança que tem na palavra dele? – Questionou Kimimaro.

— Não. – Respondeu Itachi.

— Sem mais perguntas. – Finaliza Kimimaro.

— A defesa pode chamar a próxima testemunha. – Ordenou o juiz.

— Chamo o perito Shino Aburame para testemunhar. – Diz Boruto e então Shino entra.

— Shino Aburame, jura dizer a verdade? – Pergunta o Juiz.

— Eu juro. – Responde Shino.

— O resultado da perícia aponta que o caderno que Sasuke Uchiha pensava que serviria para provar sua inocência era falso. O senhor descobriu de quem era caligrafia nele? – Perguntou o juiz.

— Infelizmente, não. Apenas descobri que a letra não pertencia a Sasuke Uchiha.

— Passo a palavra a defesa. – Diz o juiz.

— Shino Aburame, o caderno foi falsificado, como o senhor mesmo atestou. Ele pode ter sido forjado para incriminar Sasuke Uchiha? – Perguntou Boruto.

— Sem dúvida alguma. Foi uma prova forjada. – Afirmou Shino.

— Sem mais perguntas, meritíssimo. – Finaliza Boruto.

— A promotoria gostaria de fazer uma pergunta a testemunha? – Perguntou o juiz.

— Sim, meritíssimo. O senhor atesta que o caderno falso foi uma prova forjada por alguém. No entanto, o senhor pode nos afirmar que não foi Sasuke Uchiha que forjou esta prova na tentativa de inocentar a si próprio? – Questionou Kimimaro.

— Não posso. – Respondeu Shino.

— Sem mais perguntas. – Finaliza Kimimaro.

— A defesa pode chamar a próxima testemunha. – Ordenou o juiz.

— Chamo Neji Hyuuga para testemunhar. – Diz Boruto e então Neji entra.

— Neji Hyuuga, jura dizer a verdade? – pergunta o Juiz.

— Eu juro. – Responde Neji.

— Senhor Hyuuga, sua esposa faleceu em decorrência da queda do viaduto, provocada por um erro de cálculo que pode ter sido cometido por Sasuke Uchiha. As provas apontam que o erro foi de Sasuke Uchiha, uma vez que ele era o engenheiro responsável pelo projeto, mas o réu nega. O senhor acredita que ele é culpado ou inocente?

— Sasuke Uchiha é inocente, meritíssimo.  – Disse Neji e Boruto ficou satisfeito.

— Por acha isso? – Pergunta o juiz.

— Estive com Sasuke Uchiha e acredito na palavra dele.

— Mesmo sem provas? – Questiona o juiz.

— Mesmo sem provas. – Concorda Neji.

— Passo a palavra a defesa. – Diz o juiz.

— Senhor Hyuuga, o júri não deve ter dúvidas de que o senhor foi o mais atingido com toda esta tragédia, afinal perdeu sua esposa. O que fez o senhor acreditar na palavra de Sasuke Uchiha? – Perguntou Boruto.

— Sasuke é um homem íntegro. Ele me encarou depois de tudo e disse olhando nos meus olhos que é inocente. Ele não teria porque mentir. Acredito nele. – Disse Neji.

— Teve alguma outra coisa que contribuiu para essa decisão? – Questionou Boruto.

— Sim, a atitude suspeita de Orochimaru comigo quando fui assinar os papeis da indenização na Uchiha’s Construção & Engenharia me fez repensar nas atitudes de Sasuke e na autoria do crime. – Disse Neji.

— Que atitude suspeita? – Perguntou Boruto.

— Orochimaru se fez de meu amigo e tentou me convencer a arrancar uma confissão de que Sasuke era culpado. Não entendi o interesse dele no momento. Achei estranho. – Disse Neji.

— Orochimaru pode ser a pessoa que está tentando prejudicar o réu? – Questionou Boruto.

— Acredito que sim.

— Sem mais perguntas, meritíssimo. – Finaliza Boruto.

— A promotoria gostaria de fazer uma pergunta a testemunha? – Perguntou o juiz.

— Sim, meritíssimo. O senhor Hyuuga tem provas concretas quanto a essa acusação? – Questionou Kimimaro.

— Não tenho. – Respondeu Neji.

— Sem mais perguntas, meritíssimo. – Finaliza Kimimaro.

— A defesa pode chamar a última testemunha. – Ordenou o juiz.

— Não tinham acabado as testemunhas? – Questionou Kimimaro.

— Na verdade, tem mais uma, promotor, e essa o senhor vai adorar interrogar. – Disse Boruto.

— Chame-o! – Disse o juiz.

— Sim, meritíssimo. Chamo Mitsuki para testemunhar. – Diz Boruto e então Mitsuki entra.

— Mitsuki, jura dizer a verdade? – Pergunta o Juiz.

— Eu juro. – Responde Mitsuki.

— Qual a sua relação com o réu e o crime? – Perguntou o juiz.

— Sou filho de quem cometeu esse crime e eis aqui a prova. – Disse Mitsuki mostrando o caderno verdadeiro de Sasuke para todos.

— Este caderno é o falso? – Questionou o juiz.

— Não, é o verdadeiro. – Respondeu Mitsuki.

— Deixe-me vê-lo. – Disse o juiz e então Mitsuki entregou o caderno.

— Passo a palavra a defesa. – Diz o juiz.

— Mitsuki, onde você encontrou esse caderno? – Questionou Boruto.

— Ele estava no cofre de meu pai. Eu o achei hoje de manhã. – Respondeu Mitsuki.  

— E quem é seu pai? – Questionou Boruto.

— Orochimaru, colega de trabalho de Sasuke Uchiha. – Disse Mitsuki.

— Por que seu pai tinha esse caderno em casa? – Questionou Boruto.

— Porque ele queria incriminar o Sasuke a fim de ficar com o cargo dele na Uchiha’s Construção & Engenharia. – Afirmou Mitsuki.

— Então, Sasuke Uchiha é inocente? – Questionou Boruto.

— Sim, Sasuke Uchiha é completamente inocente e o meu pai, Orochimaru, armou esse tempo todo para ficar com a posição, o status, os privilégios de Sasuke. – Disse Mitsuki.

— Bem, está claro pra mim quem é o culpado desse crime. Sem mais perguntas, meritíssimo. – Finalizou Boruto.

— A promotoria gostaria de fazer uma pergunta a testemunha? – Perguntou o juiz.

— Sim, meritíssimo. Mitsuki, se o seu pai é o culpado desse crime, por que o próprio filho entregaria o pai? Não vejo lógica. – Disse Kimimaro.

— Eu tentei persuadir o meu pai a falar a verdade, mas ele não quis. Então, eu fui forçado a fazer isso por ele. Se não fizesse, ele continuaria mentindo, enganando, e passando por cima das pessoas. Além disso, Sasuke Uchiha não merece pagar por algo que não fez. – Disse Mitsuki.

— Você ouviu a confissão do seu pai? – Perguntou Kimimaro.

— Sim, ele sempre falou o que fez e sempre disse que era pra eu não me preocupar porque Sasuke era de uma família importante e famosa, então nunca iria preso. – Disse Mitsuki.

— Tem alguma gravação dele dizendo isso? – Questionou Kimimaro.

— Não, mas ele disse pra mim. – Disse Mitsuki.

— Sem mais perguntas, meritíssimo. – Finaliza Kimimaro. - Entretanto, meritíssimo, gostaria de pedir uma acareação entre Mitsuki e Orochimaru para tirar as dúvidas do júri. – pediu Kimimaro.

— Pedido concedido. Tragam Orochimaru para uma acareação com Mitsuki. – Ordenou Hidan.

Orochimaru ficou chocado quando viu Mitsuki ali, mas manteve sua pose de superior. Após toda a situação ser explicada, Orochimaru permaneceu em silêncio.

— Passo a palavra a promotoria. – Diz o juiz.

— Orochimaru, Mitsuki, seu filho, nos contou que você admitiu ser o culpado pela queda do viaduto. É verdade? – Questionou Kimimaro.

— É uma grande mentira. A verdade, senhor promotor, é que meu filho está apaixonado pela filha de Sasuke Uchiha e para ser o herói dela seria capaz até de apunhalar o pobre e inocente pai dele. – respondeu Orochimaru a sangue frio.

— Está apaixonado por Sarada Uchiha? – Perguntou Kimimaro a Mitsuki.

— Sim, mas isso não tem nada a ver com o fato do meu pai ser culpado. – Disse Mitsuki.

— Como pode trocar o amor de seu pai pelo daquela menina, filho? Estou decepcionado. – Disse Orochimaru.

— Como o senhor pode ser tão falso a ponto de negar a verdade sob juramento? – Questionou Mitsuki.

— Não sou eu quem está mentido, querido. – Disse Orochimaru.

— E sou quem está? – Riu Mitsuki.

— Isso é você quem está dizendo. – Disse Orochimaru tranquilamente.

— Ordem no tribunal! Acho que já está bom dessa acareação. Os jurados têm mais alguma dúvida? – Questionou o juiz e ouviu que não haviam mais dúvidas então o juiz prosseguiu.

— Nesse momento nós vamos ouvir a promotoria e a defesa apresentando a todo auditório suas argumentações. Agora, gostaria de passar a palavra a promotoria que estará fazendo o uso do tempo de uma hora para apresentar a acusação. – Diz Hidan.

— Senhor juiz, doutor Hidan, sinto-me  honrado ao atuar ao lado de vossa senhoria na presidência dos trabalhos aqui realizados. Excelentíssimo senhor defensor, doutor Boruto, é um grande contentamento integrar este tribunal ao lado de um defensor leal, que nos dá certeza de que a ampla defesa será exercida em toda a sua plenitude. Ao conselho do júri, as senhoras e senhores estão aqui em virtude de seu caráter irrepreensível. Vossas excelências representam todos os valores do meio social e que estão aptos de fazer a justiça no caso aqui apresentado recebam meus sinceros comprimentos. Aos presentes, boa tarde. Senhores jurados, hoje nós estamos aqui para tratar do bem mais precioso que uma pessoa tem: a vida.  Aliás, vamos tratar da perda de uma vida que tinha tudo para ser longa, pois a vítima tinha apenas 34 anos. No entanto, essa vida foi interrompida por causa de um erro do réu Sasuke Uchiha, aqui presente. Ele era o engenheiro responsável por aquele viaduto e não fez o seu trabalho como deveria. Sendo assim, por conta de sua irresponsabilidade, uma pessoa morreu. Hoje, eu estou aqui representado a voz de uma pessoa que não está aqui para se defender: Tenten Mitsashi. O meu papel neste julgamento é impedir que um erro tão grave volte a acontecer e vitimar algum ente querido seu e seu e seu – Diz Hidan apontando para o júri e continua – O réu alega a existência de um caderno com o cálculo verdadeiro e que esse caderno desapareceu e agora foi achado, mas o que isso prova? Não existe uma única prova que aponte para a inocência do réu. Era dever de Sasuke Uchiha entregar o projeto sem NENHUM erro, mas ele não o fez e assim matou Tenten Mitsashi. Agora, ele quer se eximir da culpa de seu ato irresponsável e a sua defesa tentará fazer a cabeça dos senhores, mas peço que não se enganem, pois Sasuke Uchiha é culpado. A perícia provou que houve um erro e o réu, apesar de dizer que o erro não foi dele, não sabe dizer que poderia tê-lo cometido. Como acreditar na inocência de alguém sem provas? A verdade, senhores jurados, é que Sasuke Uchiha errou. Esse erro causou a morte de uma pessoa e os senhores tem a oportunidade de dar ao réu a sentença merecida por sua conduta. Senhores jurados, peço a condenação do réu Sasuke Uchiha por homicídio culposo. Para que possamos voltar para casa de cabeça erguida, sabendo que a justiça foi feita. Deixo a decisão em vossas mãos. – Termina Kimimaro.

— Passo agora a palavra a defesa. – Diz Hidan.

— Antes de mais nada, gostaria de cumprimentar o senhor juiz, Hidan Akastuski, e ao nosso ilustre promotor Kimimaro Kaguya. Cumprimentar também os nossos jurados, pois é a voz de vocês que vai imperar justiça nesse caso. Uma boa tarde também a todos os presentes. Bem, a promotoria fez um belo discurso para os senhores jurados, mas gostaria de lembrá-los que a versão do nosso ilustre promotor não é a verdade sobre os fatos. É muito fácil chegar aqui e apontar uma pessoa inocente como culpada. Todos os dias injustiças como a que estão tentando fazer com Sasuke Uchiha acontecem, mas cabe aos senhores enxergarem a verdade e verem que este homem diz a verdade. Não foi ele quem cometeu o erro de cálculo do projeto da Uchiha’s Construção & Engenharia e sim Orochimaru. Nos autos do processo foi informado que alguém tentou falsificar a letra do réu num caderno falso para que apontasse que o erro de cálculo fosse do réu. Kabuto Yakushi foi pego com o falso caderno e inventou que ele pertencia ao réu. Portanto, fica claro que ele está diretamente envolvido ao fato de quererem culpar Sasuke Uchiha. Embora o falsificador não tenha assumido a culpa, fica claro que, por trás de Kabuto Yakushi, Orochimaru está tentando incriminar Sasuke Uchiha por algo que ele não fez como Mitsuki provou em seu testemunho. Ele ouviu o próprio pai assumir a culpa. Por isso, concluo que Sasuke é inocente e não merece ser punido. – Finaliza Boruto.

Todos então aguardaram o anúncio da sentença. Sasuke estava muito tenso. Ainda mais coma reviravolta do final.

— O que vai acontecer agora? – Perguntou Sasuke a Boruto.

— Agora, o júri se reúne e daqui a pouco o juiz volta e lê a sentença.

— Depois do testemunho do Mitsuki, eu vou ser inocentado? – Perguntou Sasuke.

— Eu acredito que sim, mas Orochimaru tentou desqualificar o testemunho do Mitsuki porque ele está apaixonado pela Sarada. Então, temos que ver o júri achou de tudo. – Contou Boruto.

— Peço que todos fiquem de pé.  Eu já tenho em minhas mãos a decisão dos nossos jurados, que ao ouvirem tanto a acusação quanto a defesa exporem suas teses e acredito que eles estão trabalhando com imparcialidade, buscando trazer o senso de justiça ao caso que está sendo julgado. Gostaria de ler nesse momento a sentença: Por unanimidade o réu Sasuke Uchiha, que fora processado pela prática de homicídio nessa data, em atenção à cotação do júri que por maioria de votos reconheceu a negativa de autoria – Gritos e palmas são ouvidas da plateia – peço ao plenário que mantenham o decoro.  – Silêncio - O veredito alcançado nessa tarde é a absolvição. Eu absolvo Sasuke Uchiha. Konoha. 11 de fevereiro de 2017. Juiz de Direito Hidan Akatsuki. Está encerrada a sessão.

A primeira coisa que Sasuke fez ao ouvir a absolvição foi abraçar Boruto e agradecê-lo por ter sido um ótimo advogado. Em seguida, ele correu para os braços de Sakura, que estava chorando com a sentença. Depois, abraçou Sarada que também estava emocionada. Com a família reunida, Sasuke foi até Mitsuki e agradeceu pela ajuda.

— Sem você, garoto, nós não teríamos conseguido. – Agradeceu Sasuke.

— Eu só fiz o que era certo. – Disse Mitsuki e recebeu um abraço de Sarada.

— Você é meu mais novo herói! – Disse Sarada.

— Herói de toda a família Uchiha! – Disse Sakura.

— Mais uma vez, eu só queria ter uma noite tranquila de sono sabendo que a pessoa certa vai ser presa. – Disse Mitsuki.

— Seu pai já foi preso? – Perguntou Sakura.

— Foi. Ele foi encaminhado à delegacia para prestar esclarecimento e o promotor Kimimaro disse que ia pedir a prisão preventiva. – Disse Mitsuki.

— Agora você vai segurar a maior barra! Se precisar de ajuda, eu to aqui. – Disse Sarada.

— Eu sei. Você é uma grande amiga! – Disse Mitsuki sorrindo.

— Sim, grandes amigos! – Concordou Sarada.

[...]

Após o tumulto inicial, Sasuke foi dar um abraço em Itachi e depois viu seu pai se aproximar. Era o primeiro contato deles depois de brigarem.

— Vamos comemorar sua inocência, filho? – Perguntou Fugaku e ganhou um abraço de Sasuke.

— Obrigado por depor a meu favor. – Agradeceu o Uchiha.

— Filho, não precisa agradecer. Já faz tempo que você me provou que cresceu e não é mais um irresponsável. – Disse Fugaku.

— A mamãe ajudou a te convencer? – Perguntou Sasuke.

— Sua mãe me ajudou a ver que você não mentiria pra mim, que eu devia confiar na sua palavra.

— Eu prometo, pai. A gente nunca mais brigar. – Disse Sasuke.

— Eu espero que não mesmo! – Sorriu Fugaku.

[...]

Quando todos estavam saindo do tribunal, Sarada segurou o braço de Boruto.

— A gente precisa conversar. – Disse Sarada.

— Aqui não é o lugar. – Disse Boruto seco e Sarada estranhou.

— E onde é o lugar certo? – Perguntou Sarada.

— Que tal na casa do Neji? – Disse Boruto sendo irônico e Sarada se irritou.

— Ei, por que tá falando assim? E por que colocar o Neji no meio da nossa conversa? – Questionou Sarada.

— Não é ele o novo eleito? O novo príncipe encantado? – Questionou Boruto.

— Você é um idiota mesmo. – Riu Sarada.

— Não me ofende, garota! – Gritou Boruto.

— Você é um burro! Eu não tenho nada com o Neji! Nunca tive! – Disse Sarada.

— E por que eu te vi saindo de lá outro dia de manhã? Enquanto eu estava me culpando por talvez ser pai do filho de outra mulher, você estava feliz da vida nos braços de outro! – Acusou Boruto.

— Você tá inventando essa! Você está me acusando sem provas! – Rebateu Sarada.

— Fui testemunha ocular, querida! Eu te vi saindo de lá, dando um abraço nele! – Disse Boruto.

— Eu tava lá só como amiga!

— Dormiu na casa do seu amiguinho?

— Dormi! Que problema tem? Você tava enfurnado na casa da Yodo também que o Shinki me contou e nem por isso eu fiquei dando chilique!

— Sarada, você deu um tempo no nosso relacionamento! Quer chilique maior que esse?

— O seu chilique é maior que esse! Quer saber, cala a boca e me beija!

— O que, Sarada?

— Lerdo! – Disse Sarada e beijou Boruto à força.  No entanto, no primeiro segundo ele se entregou aos sentimentos que nutria por Sarada e a correspondeu com a mesma intensidade. Quando o beijo terminou ambos estava sorrindo.

— O que foi isso, Sarada? – Perguntou Boruto com um ar de riso.

— Eu tentando dizer que te amo. – Resumiu Sarada e ganhou um abraço de Boruto.

— Você não me traiu com o Neji mesmo? – Perguntou Borto e foi fuzilado pelo olhar de Sarada.

— Não, idiota.

— Olha, o respeito!

— Boruto, eu vim aqui dizer que a nossa pausa acabou! Se você me quiser, é do seu lado que eu vou ficar. Com filho, sem filho. Isso não importa. Tudo isso é menor perto do amor que eu sinto por você. – Declarou Sarada.

— Você precisou desse tempo longe pra entender isso?

— Sei que demorei demais, mas é que o julgamento também tava me tirando do sério e agora tudo foi resolvido. Quero que a gente fique bem de novo. – Disse Sarada.

— Você ouviu que o Mitsuki tá apaixonado por você também né?

— Sim, mas ele é só meu amigo e me disse que sabe bem disso. – Afirmou Sarada.

— Nenhum empecilho entre nós? – Questionou Boruto.

— Zero! – Disse Sarada.

— Te amo, Sarada! Nunca mais me larga viu?

— Pode deixar, que eu nunca mais vou largar! – Disse Sarada beijando novamente o namorado.

[...]

De longe Sakura e Sasuke viram Sarada e Boruto se beijando e então vibraram.

— Finalmente, aqueles dois fizeram as pazes! – Disse Sakura.

— Ela me disse que ia tomar uma atitude hoje. – Respondeu Sasuke.

— Vocês estavam cheios de segredinhos. O que era hein? Quero saber!!! Me inclui no papo, por favor, amor! – Pediu Sakura.

— Não sei se posso falar. É um segredo do Boruto. – Disse Sasuke.

— Se você não falar, não tem sexo hoje, Sasuke! – Ameaçou Sakura.

— Isso é jogar sujo, Sakura! – Reclamou Sasuke.

— Cada um usa as armas que tem, meu amor. – Disse Sakura.

— Bem, sendo assim não tenho saída. A verdade é que o Boruto pode ser o pai do filho da Yodo e isso deixou a Sarada maluca. Ela não sabia como lidar com a situação, pediu um tempo pro Boruto, mas acabou decidindo encarar de frente a situação e apoiá-lo independentemente do resultado. – Contou Sasuke.

— Que barra pesada! Minha filha passando por tudo isso em silêncio...

— Ela tinha prometido. Mas aí o Boruto contou pro Naruto, que contou pra mim e aí ela não fugiu de me falar a verdade.

— Eles ainda não sabem quem é o pai do bebê?

— Ainda não.

— Tomara que não seja do Boruto. – Torceu Sakura.

— Por que?

— Quando eu tava noiva do Kakashi, eu entendi como era agoniante pra ele me ver com uma família da qual ele não fazia parte. Pra quem tem o filho isso parece pequeno, mas o companheiro que entra no meio dessa história é sempre prejudicado. – Disse sakura.

— Só nos resta torcer.

— Amor, agora a gente precisa dar uma entrevista pra TV falando da sua inocência. – Avisou Sakura.

— Não sou bom com entrevistas.

— Não importa. Você vai falar!

Quando a repórter a TV local se aproximou, Sasuke tentou ser educado, mas ele não era a melhor pessoa a lidar com aquilo. Enquanto isso, Sakura posava ao seu lado.

— Sasuke, como se sente ao provar sua inocência? – Perguntou a jornalista.

— Aliviado. É gratificante pensar que ainda há justiça nesse mundo. – Disse Sasuke.

— Sakura, está feliz pelo seu marido. Como vão comemorar? – Perguntou a jornalista.

— Devemos ter um jantar com a família reunida. Passamos por momentos muito difíceis nos últimos meses. – Respondeu Sakura.

— Obrigada pela declaração. – Agradeceu a jornalista e depois se afastou.

— Viu? Nem doeu! – Disse Sakura.

— Mentira! É como se tivessem arrancado um pedaço de mim. – Sasuke fez drama.

— Bobo! – Riu Sakura.

No jantar, toda a família Uchiha estava presente. Além disso, a família Uzumaki, a família Yamanaka e Neji foram também. Logo no início, Sakura levantou um brinde a inocência de Sasuke.

— Queridos amigos e familiares, é muito bom estar hoje ao lado de cada um de vocês comemorando a vitória do meu marido. Sasuke, mais uma vez, você se mostrou digno, honrado, amável. Obrigada por ser um homem maravilhoso, o melhor pai que os meus filhos poderiam ter. Hoje, sua honestidade foi comprovada e o verdadeiro culpado está preso e esperando a sentença merecida. Por isso, um brinde a Sasuke Uchiha! – Disse Sakura levantando a taça e todos a imitaram.

— Eu queria levantar um brinde também a Mitsuki, porque sem ele o veredito favorável ao meu pai seria muito mais difícil. Então, obrigada amigo! – Disse Sarada e Mitsuki se emocionou.

— Você faria o mesmo por mim! – Respondeu Mitsuki.

No fim da noite, um único sentimento mantinha todas aquelas pessoas unidas: o senso de justiça e gratidão pela verdade ter vindo à tona.