A Má Influência escrita por British


Capítulo 20
Verdade ou consequência


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Capítulo novo! Esperando uma chuva de comentários ok?



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Sarada não gostava de mentir. Principalmente, se teria de esconder a verdade de seus pais, mas ela havia prometido a Boruto. Então, não iria contar sobre a possibilidade do bebê da médica ser de seu namorado. No entanto, Sarada não era boa atriz. Era óbvio que Sakura perceberia que a filha estava escondendo alguma coisa e enrolar a mãe não seria uma tarefa fácil.

— Você anda estranha. – Observou Sakura enquanto ambas estavam sozinhas em casa, uma vez que Sasuke tinha saído para levar os gêmeos na escola.

— Claro que não, mãe! É coisa da sua cabeça. – Retrucou Sarada.

— Problemas com Boruto? – Insistiu Sakura.

— Por que eu teria problemas com ele? – Questionou Sarada.

— Não sei... Talvez, alguma briga. Você comentou que voltou a ser amiga de Mitsuki e isso pode ter incomodado o Boruto. Ou então ele pode estar chateado por Shinki estar por perto. – Chutou Sakura.

— Está tudo bem. – Afirmou.

— Sarada, eu sou sua mãe. Você pode contar comigo e confiar em mim. Qualquer problema seu é meu. – Disse Sakura gentilmente.

— Eu sei e agradeço todo zelo, mas não há nada.

— Ok, acho que você não quer compartilhar comigo, mas posso lhe dar um conselho?

— Claro que pode.

— Filha, os problemas da vida se parecem com um jogo de verdade ou consequência. Você pode ser honesta e encará-los de frente ou pode escondê-los, mas pagará por isso e nem sempre o preço é justo. Você pode pagar caro por uma escolha ruim. Então, como sua mãe, não quero que você pague um preço alto por um segredo. Faz alguns dias que eu sinto que você esconde algo. Não gosto disso, Sarada. – Sakura foi sincera.

— Não se preocupe com as consequências de guardar meu segredo, quer dizer, se eu tivesse um. Se eu escolhesse não dizer a verdade, é porque é necessário. – Explicou Sarada.

—  Então há um segredo!

— Mãe!

— Você entregou, querida! Desculpe.

— Tá tudo bem. Só respeite esse segredo então. Pode ser? 

— Tem a ver com o Boruto?

— Quando eu puder falar, vou dizer.

— E por que não pode falar agora?

— É complicado, mãe. Além disso, esse segredo diz respeito à vida de outras pessoas.

— A vida do Boruto?

— Não posso dizer. Melhor eu sair logo, antes que a senhora continue me pressionando.

— Sarada, estou preocupada com você.

— Por que?

— Tenho a impressão que esse segredo vai trazer uma consequência ruim. Não quero que se magoe, filha.

— Vou tomar cuidado. – Garantiu Sarada.

— Lembre-se que eu estou aqui.

— Eu sei, mãe. Obrigada!

[...]

Sarada saiu de casa angustiada com o que a mãe lhe disse. Sakura tinha alguma razão, mas Sarada sabia que ainda era muito cedo para revelar o segredo. Não iria por em risco Yodo. Embora soubesse que a mãe era boa com segredos, Sakura poderia comentar com Sasuke, que falaria para Naruto e aí tudo cairia por terra. Então, ela decidiu esperar até o resultado do exame de DNA. Se o bebê de Yodo fosse filho de Shinki, ela e Boruto estariam a salvo. Pelo menos foi isso que Sarada pensou até chegar na casa dos Uzumaki e descobrir que Boruto tinha ido para o hospital.

— Por que Boruto foi ao hospital? – Perguntou Sarada.

— Querida, ele andou se queixando de dores de cabeça e foi fazer uma consulta por precaução. – Informou Hinata ao atendê-la.

— Ele não falou nada comigo. – Queixou-se Sarada.

— Ele saiu faz pouco tempo, querida. Não quer ligar pra ele?

— Acho que vou no hospital. Aí aproveito e faço uma visita para o meu tio. – Disse Sarada.

— Bem, se prefere assim...

— Obrigada, Hinata. Tenha um bom dia! – Sorriu.

— Para você também querida! Venha jantar qualquer dia com a gente, k?

— Vai ser um prazer! – Despediu-se Sarada.

[...]

Sarada saiu da casa da família Uzumaki com uma certeza: Boruto estava com Yodo. Aquilo lhe deu um choque inicial, mas ela respirou fundo e foi até o hospital. Lá, não demorou a encontrá-los. Afinal, Shinki também estava lá. Os três estavam e aquilo era estranho. Sarada então decidiu não se aproximar. Ela só mandou uma mensagem pelo celular dizendo que tinha passado na casa dele e se ele podia encontrá-la na entrada do hospital em dois minutos. Boruto acatou o pedido e foi. Então, encontrou uma Sarada um tanto desconfiada.

— Oi, Boruto.

— Oi, Sarada.

— Pode me dizer o que está fazendo aqui?

— Minha mãe lhe disse sobre uma consulta, certo?

— Sim, mas é óbvio que isso é mentira. Por que você não me contou que estaria aqui com Yodo?

— Pensei que você acharia estranho.

— Talvez, porque seja! Boruto, é muito estranho! Por que você está aqui?

— Yodo me convidou para assistir a ultrassonografia. Então, eu quis estar aqui com ela e o bebê. Você não entende que pode ser o meu filho?

—  Eu entendo que você queria estar presente, mas não entendo porque escondeu isso de mim. Logo de mim, Boruto! Eu sou a sua namorada, a garota que você diz amar! – Disse Sarada.

— Fiquei com medo que você não entendesse.

— Sabe como eu me senti ao te ver ali? – Boruto balançou a cabeça e Sarada prosseguiu – Era como se eu não fizesse parte dessa história. É isso que eu sou a partir de agora? A intrusa?

— Claro que não! Vem comigo! Vou pedir a Yodo para que você entra na hora de ouvir o coraçãozinho do bebê também! – Boruto tentou pegar a mão de Sarada, mas ela tirou a mão.

— Não. Esse momento é de vocês. Não meu.

— Sarada, não fica chateada por favor!

— Não sei descrever o que eu to sentindo.

— Mas eu sei. Você tá com medo do bebê ser meu filho, apesar de dizer que entende. No fundo, você tem muito medo.

— Eu não tinha medo disso até agora, pois eu vejo o quanto você pode mudar por causa da criança.

— Nada muda entre nós. Você ainda é o amor da minha vida.

— Ainda... – Sarada repetiu as palavras com um gosto amargo na boca.

— Sarada, não entenda errado! – Pediu Boruto, mas Sarada saiu andando e Boruto ficou divido entre ir atrás dela ou voltar para o lado de Yodo. No fim, voltou para a sala de espera pois queria ouvir o coraçãozinho do bebê.

[...]

Sarada andou pelo hospital segurando o choro. Ao ver Boruto ali, ao lado de Yodo e Shinki, havia caído a ficha de onde ela estava se metendo. Parecia confuso e errado estar no meio de algo tão difícil. Por isso, agora ela entendia um pouco de como Karin deveria ter se sentido quando soube que seu pai tinha uma filha. Sarada ia fazer uma visita para seu tio Itachi, mas antes ela precisava se recompor. No entanto, ela não conseguiu e acabou chorando. As lágrimas escorriam de sua face em silêncio até o momento em que ela esbarrou em Neji. O pediatra pediu desculpas por ter esbarrado nela, mas no segundo seguinte percebeu quão frágil Sarada estava. Então, em silêncio, ele acolheu a Uchiha em seus braços.

— Eu não sei o que aconteceu com você, mas pode ter certeza que vai passar. Toda dor passa, menina. – Disse Neji, enquanto afagava os cabelos de Sarada.

— E se demorar a passar? – Questionou Sarada e Neji deu um leve sorriso.

— Aí você vai precisar de família e amigos. Eles são capazes de carregar a sua dor junto com você. – Disse Neji.

— Quem carrega a sua dor? – Perguntou Sarada, se referindo a perda que ele sofreu com a morte de Tenten.

— Não tenho muitos amigos, mas alguns colegas do hospital têm me confortado. Além disso, sua mãe me conformou muito também. Ela é uma mulher excepcional. – Elogiou Neji.

— Também acho. – Concordou Sarada.

— O que acha de dividir sua dor comigo? Não acho justo uma garota tão bonita ficar andando triste por aí. – Disse Neji.

— É um segredo. Não posso contar pra ninguém.

— Posso adivinhar?

— Não vai acertar.

— Yodo está grávida e não sabe quem é o pai. Você está triste porque seu namorado pode ser o pai do bebê. – Disse Neji e Sarada arregalou os olhos.

— Como você sabe?

— Yodo é uma das poucas amigas que tenho nesse hospital. Ela me contou o drama que está passando e eu sinto muito que isso atinja você. É injusto.

— Mesmo que seja injusto, não há o que se fazer até o DNA fique pronto.

— Verdade, Sarada. Mas por que exatamente você está chorando agora?

— Fui procurar Boruto em casa hoje. Quando cheguei lá, a mãe dele disse que ele estaria no hospital, pois tinha se sentido mal, mas, a verdade é que ele mentiu pra ela pois queria estar aqui para assistir a ultrassonografia do bebê. Eu flagrei ele ao lado da Yodo.

— Shinki não está lá também? Que mal há no seu namorado querer ver e ouvir o bebê que pode ser filho dele?

— O mal está no fato de que ele não sentiu confiança em mim para partilhar isso. Ele escondeu de mim que vinha. Foi isso que me magoou.

— Você acha que se ele for o pai do bebê a coisas vão ficar difíceis pra vocês?

— Não posso prever... A verdade é que não existe outra coisa no mundo que Boruto queira do que ser pai. É o grande sonho dele. Então, eu me sentia no dever de apoiá-lo. Quem sou eu para julgá-lo? Além disso, eu fui criada pela minha madrasta. Sempre repudiei o fato dela não me dar amor, mas agora, estando numa posição muito similar, eu comecei a pensar que talvez tenha sido injusta com Karin. Talvez, ela tenha se esforçado para gostar de mim e com o tempo descobriu que não conseguia. – Desabafou Sarada.

— Você não gosta do bebê da Yodo? – Perguntou Neji.

— O bebê não tem culpa. Aliás, ninguém tem. Todos somos vítimas. Todos fomos afetados. Sei que Yodo e Shinki também não queriam um bebê nessas circunstâncias, mas a vida é assim: age de surpresa.

— Sarada, você é incrivelmente sábia como sua mãe. Vejo muito dela em você.

— Engraçado... Todo mundo diz que eu sou a cara do meu pai.

— Na aparência física sim, mas eu estou falando na forma como você enxerga o mundo. Você vê com clareza coisas que pessoas na sua idade não costumam enxergar.

— Por que acha isso, Neji?

— Bom, você conseguiu apoiar seu namorado quando ele lhe disse que poderia ter um filho com outra pessoa. Tudo bem que agora você tem dúvidas quanto a isso, porque vai afetar a sua vida de um jeito irremediável, mas, ainda assim, você não retira seu amor a ele e respeito a situação. Além disso, você conseguiu ir mais fundo e mergulhou no seu próprio passado, buscando uma referência familiar que pudesse responder as suas dúvidas e a resposta que teve não foi muito boa. Você lembrou do exemplo da sua madrasta que aceitou casar com seu pai e te assumir como filha, mas sabe bem que ela nunca te amou e que sofreu um bocado por isso. Agora, você tem medo que a história se repita com você, que você se torne a madrasta má desse conto de fada.

— To começando a achar que você deveria ser psicólogo e não pediatra. – Sarada comentou e Neji riu.

— Estou tentando ajudar. Só isso.

— Ajudou muito. Eu não tinha com quem conversar sobre isso e agora tenho você. – Sarada sorriu.

— Só de fazer você sorrir já fico mais feliz. Sempre que precisar de alguém para falar disso, você pode me chamar.

— Acho que vou frequentar muito esse hospital daqui pra frente.

— Eu adoraria receber visita, mas se quiser pode me ligar – Neji entrega um cartão - ou me visitar na minha casa.

— Obrigada. Sem dúvida eu vou aparecer.

[...]

No início, Yodo se sentiu estranha ao estar ali na sala da ultrassonografia com Shinki e Boruto. Ela se sentia estúpida por não saber quem era o pai de seu próprio filho. Em menos de um minuto, muitos sentimentos e sensações se passaram pela sua cabeça. A razão lhe gritava nos ouvidos de que o bebê tinha que ser de Shinki, que assim seus problemas estavam acabados, que dessa forma poderia ser feliz de novo. No entanto, seu coração queria que aquele bebê fosse de Boruto, que fosse um pedacinho dele para que ela carregasse para sempre e pudesse ser uma lembrança de tudo de bonito que construíram nos últimos anos e que o divórcio havia apagado.

Esses confusos sentimentos ficaram ainda mais forte quando o bebê apareceu e quando seu coraçãozinho foi ouvido pela primeira vez. Yodo ficou emocionada, os olhos lagrimejando, enquanto apertava com força a mão de Shinki, que sorria para a namorada. O sorriso de Shinki era sincero. Ele queria e amava aquele bebê. Yodo sentia isso e naquele momento pensou que seria perfeito que o filho fosse dele. No entanto, no segundo seguinte, seus olhos se desviaram para Bourto. O Uzumaki estava muito emocionado. As lágrimas de Boruto rolavam sua face numa velocidade impressionante ao mesmo tempo que um sorriso bobo estampava seus lábios. Ali, Yodo se dividiu. Queria que seu filho tivesse dois pais, porque aqueles dois seriam os melhores pais do mundo para seu bebezinho. Aquele sentimento permaneceu até o final.

Na hora da saída, Boruto e Shinki trocaram um aperto de mão amigável. Não eram mais rivais, afinal cada um tinha a garota que amava ao lado. Se houvesse alguma briga no futuro, seria pela criança. Já Boruto e Yodo trocaram um abraço caloroso. O Uzumaki então lhe beijou a testa e sussurrou palavras doces em seus ouvidos.

— Hoje foi um dos dias mais felizes da minha vida. – Disse Boruto para Yodo.

— Da minha também. – Respondeu Yodo.

— Só não vai ser mais memorável do que o dia do resultado do DNA. Esse sim vai ser emocionante. – Disse Shinki para quebrar o clima.

— Independentemente desse bebê ser meu ou não, eu o amo. Quero vê-lo crescer Yodo. – Informou Boruto e Shinki começou a se incomodar.

— Boruto, se o bebê for meu filho, nós vamos nos mudar pra Suna. – Lembrou Shinki.

— E se... Até lá muita coisa pode acontecer. – Disse Boruto.

— Você devia se preocupar mais com a Sarada. – Alfinetou Shinki.

— Shinki, por favor! Boruto só quis ser gentil comigo e com o bebê. – Intercedeu Yodo.

— Ouça sua namorada, Shinki! Eu só quero o bem do bebê e da mãe dele também. E, outra coisa, eu me preocupo com a Sarada. Vou atrás dela já que ela não entendeu muito bem minha presença aqui. – Disse Boruto.

— Eu sinto muito que vocês tenham brigado por minha causa. – Disse Yodo.

— Não sinta. A culpa foi minha. Eu que devia ter contado a ela. Sarada tem razão de estar brava. – Disse Boruto.

[...]

Na parte da tarde, Sarada foi se encontrar com Chouchou para experimentar os docinhos para o casamento. Chouchou estava escolhendo tudo com muito rigor para que a festa fosse inesquecível. Obito já tinha reclamado com Sarada que tudo ia ser muito caro, mas a prima lhe disse para relaxar, pois a amiga merecia um casamento digno de uma princesa.

— Sarada, eu engordei três quilos! Não posso engodar mais nada, porque senão meu vestido não vai fechar no dia da cerimônia. – Disse Chouchou.

— Por isso você me chamou para comer os doces?

— Confio no seu paladar, amiga!

— Tudo bem! Eu faço esse sacrifício por você! – Disse Sarada enfiando dois brigadeiros na boca.

— Pra isso que servem as amigas né?

— Pode contar comigo! Mas me conta Chou... Tem visto o Shikadai?

— Não e espero que continue assim. Ele veio com um papo muito estranho da última vez que a gente se viu.

— Eu sou sua amiga e você pode ser sincera comigo. Quando ele disse que ainda pensa em você, ficou mexida?

— O Shika foi meu primeiro amor. Você sabe Sarada que eu realmente desejei por um bom tempo que ele quebrasse a cara com a Mirai e corresse pros meus braços, mas não aconteceu. Quando eu fui pra Nova York, pensei que ele fosse fazer uma daquelas cenas de filme e impedir, mas a única coisa que ele me disse foi “boa viagem”. Essa ilusão de que ele era meu príncipe se desfez sozinha. Nem precisei fazer muito esforço.

— É bom te ver segura desse jeito sobre seus sentimentos. Meu primo é um cara de sorte.

— Voce não está segura com seus sentimentos pelo Boruto?

— Eu estou, mas... deixa pra lá.

— Começou então tem que terminar, Sarada! O que aconteceu?

— Nada. Só que parte de mim pensa que Boruto ainda guarda algum sentimento pela Yodo.

— Ela está com o Shinki e, sinceramente, só uma louca largaria o gostoso do Shinki pelo Boruto! Desculpa, porque eu sei que você cometeu essa besteira, mas é a minha opinião.

— Você só pensa isso porque o Shinki é um nobre.

— Sarada, você quer enganar quem? O Shinki é melhor do que o Boruto em muitos aspectos e a nobreza dele é só um desses pontos.

— No que mais o Shinki supera o Boruto?

— Shinki é mais bonito, mais inteligente, mais rico, mais famoso, mais gostoso, mais sensato, mais educado, mais romântico. Além disso, ele é menos ciumento, menos controlador, menos fanático por filhos do que o Boruto. Isso tudo não conta? Yodo tem muita, muita, MUITA sorte!

— Se o Shinki se declarasse hoje pra você, você abandonaria Obito no altar?

— Que pergunta difícil! Eu amo o seu primo e realmente acho que Obito é a metade da minha laranja, então acho que talvez eu não largasse, mas ia ficar mexida. E, provavelmente, se ele me oferecesse sexo eu ia querer experimentar só pra saber como é estar no paraíso! – Disse Chouchou e Sarada riu.

— Você é louca! Se meu primo escuta isso, você está ferrada!

— Ata que o Obito não tem fantasias sexuais com outras garotas! Ele não me enganada, Sarada! Fora que você sempre soube que eu tinha um leve tombo pelo seu ex!

—   Bem, então Shinki e Yodo formam o casal perfeito.

— Sim, eles formam. E, sinceramente, se o Boruto não aquietar o facho agora com você, ele é um caso perdido. Sabe, às vezes, eu penso que você tinha que voltar pro Inojin.

— O que? Eu e o Inojin foi totalmente resolvido e superado. Além disso, ele está muito feliz com o Himawari e eu com o Boruto.

— Não acho que você esteja feliz com o Boruto. – Opinou Chouchou.

— Por que acha isso?

— É claro que você ficou empolgada no início, mas Boruto tem muitos defeitos Sarada. Eu te conheço bem e de longe da pra perceber que você não tá satisfeita.

— É que eu realmente acho que ainda há uma faísca entre ele e Yodo. Eles só terminaram o casamento porque houve a traição.

— Era um casamento falido, Sarada. Não tinha salvação.

Aquela frase despertou em Sarada um sentimento: talvez aquele casamento tivesse salvação. Para Sarada, naquele momento havia ficado claro que o bebê poderia ter sido o elo de sustentação daquele casamento uma vez que Boruto queria muito ter filhos e que Yodo não queria se separar inicialmente.

— E se tivesse salvação?

— Tipo o que?

— Um filho, talvez?

— Criança não segura casamento, sua otária! Sarada, você fica burra quando tá apaixonada! Além disso, a Yodo perdeu os bebês e todo mundo nessa cidade sabe o quanto seria complicado ela engravidar de novo.

— É verdade. Besteira eu pensar isso.

— Só não me diz que você está pensando em engravidar do Boruto!

— Não, é claro que não estou. Filhos só depois dos 30!

— Essa é a minha garota!

[...]

Boruto procurou Sarada à noite em casa. Ele havia ligado para a namorada o dia inteiro, lotado a caixa de mensagens com inúmeros pedidos de desculpas e, como nada havia funcionado, ele decidiu ir pessoalmente procurá-la.

— Sarada não está, Boruto. – Informou Sakura.

— Eu posso esperar ela chegar? – Perguntou Boruto e Sakura assentiu.

— Tudo bem. Quer jantar conosco? – Perguntou amavelmente.

— Quero. Obrigado. – Agradeceu Boruto.

— Que bom vê-lo, Boruto. Está tudo bem? Tem estudado o meu caso? – Questionou Sasuke.

— Tá tudo bem. Estou dando o meu máximo para provar sai inocência padrinho. O depoimento de Neji Hyuuga a favor de você sinceramente é a melhor carta na manga. Tenho 90% de certeza que vamos conseguir inocentar o senhor.

— Queria que fosse 100% de certeza. – Comentou Sakura.

— Se achássemos o caderno com as anotações do padrinho, conseguiria esse 100% de certeza. – Disse Boruto.

— Acho que essa prova pode estar mais próxima do que imaginamos. Tem dedo do Kabuto nisso, mas precisamos saber quem é o cúmplice dele. – Disse Sasuke.

— Ele está sendo muito bem orientado pelo advogado. Não vai nos dar essa resposta facilmente. Mudando de assunto, eu estou estranhado o silêncio dessa casa. Cadê as crianças? – Perguntou Boruto.

— Foram passa a noite da casa dos avós. Eu e Sasuke precisávamos de um tempinho a sós. – Disse Sakura.

— Eu estou atrapalhando vocês dois namorarem né? – Disse Boruto sem graça.

— Claro que não! Só tínhamos preparado um jantar romântico. Coisa boba! – Disse Sakura.

— Você sabe que o casamento leva as coisas para uma rotina sem fim, então eu e Sakura gostamos de agir como namorados de vez em quando. Assim, nos lembramos de como tudo isso começou. – Disse Sasuke.

— Quando eu olho pra vocês, sinto que busco por uma coisa assim. – Confessou Boruto.

— Não achou ainda? Pensei que estivesse tudo bem com Sarada. – Comentou Sakura.

— Tivemos uma pequena briga hoje. Vim aqui para consertar as coisas. – Disse Boruto.

— Que burrada você fez moleque? – Questionou Sasuke.

— Eu to passando por uma fase complicada. Sarada disse que seria compreensiva comigo e acabou não sendo. Eu sei que a culpa é minha, que talvez esteja exigindo muito dela, mas se ela quer ser a minha companheira eu penso que nós não deveríamos brigar por causa do meu problema. – Contou Boruto.

— E que problema é esse? – Perguntou Sasuke.

— Não posso falar. – Disse Boruto.

— Querido, Sarada tem escondido algo. Agora, sei que o que tem deixado minha filha triste é um problema seu. Se é algo tão pesado assim, por que você não libera Sarada disso? – Questionou Sakura.

— A senhora quer que eu termine com a sua filha? – perguntou Boruto.

— Se for o melhor para ela, sim. Detesto ver Sarada angustiada. Quando vocês voltaram a namorar, as coisas pareciam certas e agora não parecem mais. – Observou Sakura.

— Até mesmo eu tentei fechar os olhos pra isso, mas tem alguns dias que reparei no quanto Sarada anda abatida. Ela mente, diz que está bem, mas só quem é cego não vê que ela está dilacerada. O que você aprontou, Boruto? – Indagou Sasuke.

— Eu não quero magoar a Sarada. Eu amo a filha de vocês. – Jurou Boruto.

— Seu amor é tóxico, Boruto. Eu gosto muito de você, da sua família, mas insisto que você repense sobre aonde esse relacionamento com a Sarada vai parar. – Sugeriu Sakura.

— Não precisa terminar com ela agora. Só pense no que pode fazer ela feliz. – Aconselhou Sasuke.

— Eu vou pensar. – Afirmou Boruto e então todos ouviram a maçaneta girar. Ali estava Sarada parada.

— Oi, pai. Oi, mãe. O que faz aqui, Boruto? – Perguntou Sarada.

— Eu fui um completo idiota. Me desculpa por hoje cedo? – Disse Boruto e Sarada o abraçou.

— Acho que me excedi também. Desculpe. Eu prometi ficar do seu lado e te larguei lá sozinho – Disse Sarada.

— Você me largou lá com razão. Eu sinto muito ter escondido o que fui fazer lá de você. Não era minha intenção te fazer sentir como uma intrusa. Você nunca vai ser uma intrusa na minha vida, Sarada. Eu te amo! – Disse Boruto.

— Vamos lá fora terminar essa conversa? – Perguntou Sarada.

— Isso tudo é pra gente não ouvir? – Reclamou Sakura indignada.

— Não estou gostando nada disso mocinha! – Berrou Sasuke.

— Pai, fica calmo! Mãe, eu já te disse que é segredo. A gente não pode contar pra vocês. É coisa nossa. Na hora certa vocês vão saber. – Garantiu Sakura.

— Sinto muito, mas o que Sarada disse é verdade. Não podemos comentar o que está acontecendo nem com nossas famílias. – Disse Boruto.

Então, Sarada e Boruto saíram. Eles resolveram ir caminhando até a pracinha. Lá estariam seguros, longe dos ouvidos atentos de Sakura e Sasuke.

— Ouviu algum dos meus recados? – Perguntou Boruto antes de começar a se explicar.

— Na verdade, não. Eu não queria falar com você hoje. – Disse Sarada.

—  Eu não paro de pensar no que aconteceu hoje cedo, na forma como te vi partir, no coraçãozinho do bebê batendo, em Yodo emocionada. Aí, eu entendi como você se sentiu e não gostei de pensar que quem causou esse sofrimento fui eu. – Desabafou Boruto.

— Eu pensei que aguentava, mas não sou tão forte Boruto. É enlouquecedor pensar que é com a Yodo e o bebê que você quer estar.

— Eu quero estar com você também.

— Sei que não é mentira quando você diz isso. Mas também sei que é verdade o quanto você se importa com esse bebê e com a mãe dele a ponto de esconder algo de mim. E aí eu fiquei o dia inteiro me perguntando se eu seria capaz de me transformar no que a Karin foi: uma pessoa vazia e amargurada porque o cara que ela amava teve um filho com outra pessoa. Eu não quero me tonar isso. Eu to com medo Boruto. Tenho medo de te perder. Ao mesmo tempo, tenho medo do que posso virar se continuar ao seu lado. – Confessou Sarada.

— Você seria incapaz de ser como a Karin. Você amaria o meu bebê, não amaria? – Perguntou Boruto com os olhos lacrimejando.

— Karin era ruim pra mim, Boruto. No entanto, ela amava muito o meu pai. Até hoje, às vezes, ele fala dela e o tom é sempre carinhoso. Ele realmente a amou por um tempo e ele respeita a memória dela profundamente. Então, eu temo que isso se repita comigo. Não quero ser a madrasta má do seu filho.

— A gente não sabe ainda se é meu filho. – Boruto tentou se defender.

— Eu sei. E a dúvida é pior do que a verdade. Sabe por que? Se a gente soubesse a resposta, nós dois não estaríamos aqui discutindo possibilidades. Nós estaríamos decidindo nosso futuro. Enquanto a dúvida existe, é como se a minha vida estivesse em pausa, esperando uma definição.

— Eu escolhi ficar com você, Sarada.

— Foi antes de do bebê.

— Yodo e Shinki se amam. Eles não estão cogitando uma separação como você parece querer fazer.

— Boruto, você tem coragem de olhar dentro dos meus olhos e dizer que não sente absolutamente nada pela Yodo? É capaz de afirmar que ela é parte do passado e que mesmo que ela seja a mãe do seu filho nada vai mudar entre nós?

— Eu vou me esforçar para que nada mude entre nós. Yodo é só uma amiga.

— Posso te pedir uma coisa? – Perguntou Sarada.

— Se estiver ao meu alcance.... – respondeu Boruto.

— Até o resultado do DNA sair, podemos ficar afastados?

— Você está me pedindo um tempo, Sarada?

— Eu quero por as ideias no lugar. Além disso, nós dependemos desse resultado.

— Pensei que você ficaria do meu lado independentemente do resultado.

— Eu queria muito ficar, mas hoje percebi que não vou conseguir lidar com essa situação indefinida. Após o resultado, a gente conversa e vê como fica.

— Ser o pai desse bebê não muda o fato de que eu amo você, Sarada.

— Não foi o que pareceu quando você escondeu de mim o fato de que iria ouvir o coraçãozinho do bebê pela primeira vez.

— Eu errei. Admito. Mas quem não erra Sarada?

— Não te condenando pelos seus erros. Eu só quero aprender a lidar com essa situação.

— A gente não tá terminando?

— Não, a gente não tá terminando. Eu amo você. Eu só preciso encontrar o papel da minha vida dentro da sua.

— Você não pode fazer isso ao meu lado?

— Um tempo. Por favor, eu preciso de tempo.

— A gente já ficou afastado tanto tempo. Te quero perto. – Insistiu Boruto.

— Eu sei, só mais algumas semanas.

— Tudo bem. Se é o que você quer.

— Obrigada.

Sarada então beijou Boruto. Aquele beijo tinha gosto de despedida.  


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