Momentâneo escrita por Honora


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Decidi escrever algo mais descontraído sobre Remus e Tonks, aliás, é Universo Alternativo e a diferença de idades é mínima.

Boa leitura.



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Havia furos pequenos na capa, inúmeros riscos e anotações nos cantos das páginas amareladas com orelhas. Mas nada disso impedia a leitura prazerosa de Remus Lupin.

 

Fazia algumas horas que ele não se incomodava com os raios solares batendo em seus olhos ou com a percepção de que o dia ensolarado fora embora e nuvens carregadas apareceram sem aviso prévio.

 

Fazia também minutos que a voz animada de Sirius não lhe importunava e nem os roncos altos e incômodos de Peter, sem contar na conversa sobre Lily vindo de James.

 

Estava tão absorto que nem mesmo percebera que fora deixado sozinho, embaixo de mais uma árvore centenária, sua companheira, junto do vento agradável e gélido.

 

Todavia, momentos como aqueles eram justamente isso, momentâneos. A risada alta e desgostosa não estava longe de cessar, parecia nervosa e rouca, como se fosse algum pedido de socorro.

 

Não conseguiu concentrar-se após as gargalhadas vindas do prédio velho a sua frente. Remus levantou-se, a fim de investigar o que tanto parecia ser engraçado.

 

Bufou, não de irritação, mas de frustração, era simplesmente frustrante quando seus momentos de calmaria tinham um fim. Normalmente, parte deles acabava com Sirius e James brincado de luta, com inúmeros tapas e socos (apesar de terem dezessete anos), outros acabavam com Tonks entrando em alguma enrascada e pedindo-lhe ajuda para sair ilesa.

 

Contudo, Remus não esperava encontrar James e Sirius rindo atrás da estrutura precária ou até mesmo Tonks metida em confusão. Mas tamanha fora sua surpresa ao encontrar Nymphadora rindo nervosamente enquanto alguns garotos lhe cercavam.

 

Nós não podemos discutir sobre isso? — questionou ela, de bom grado.

 

Você joga piadinhas idiotas sobre mim e depois picha meu carro e ainda quer discutir sobre isso, Nymphadora? — o mais alto e forte gritou, parecia realmente irritado.

 

Não me chame de Nymphadora, idiota! E, ei, eu não tenho culpa se você é um completo babaca! Eu não sou fã da Dorcas, mas não aceito que um homem qualquer a humilhe como você fez! — de peito inflado, Tonks olhou no fundo de seus olhos e ainda grunhiu, parecendo tão irritada como ele.

 

Por um momento, Remus apreciou seus cabelos da cor rosa, reparou o quão desbotado se encontravam. Os olhos estavam numa cor viva, incendiar-se-iam caso alguém acendesse algum fósforo ali perto. Se perguntasse a Remus a cor de seus próprios olhos, ele não saberia responder, afinal, a cor dos olhos alheia (e sua) não parecia ser algo importante a se observar. Mas ele reparava fielmente na cor dos olhos de Tonks, pois fora eles que mais chamaram a sua atenção.

 

Segura ela — ordenou um deles, enquanto outro retirava latas de spray da mochila nova e de marca.

 

Foi então que aquele segundo momento calmo do dia teve seu fim. Como um piscar de olhos, ouviu-se um gemido vindo de um dos grandalhões além de Tonks ver um livro voar pelos ares.

 

Pesado e de páginas amareladas, acertou em cheio nos olhos pequenos e estreitos do mais alto, deixando o resto do grupo de caras bem confusos e em choque.

 

Tonks, corre! — gritou Remus, colocando suas pernas magricelas em movimento.

 

Tonks agarrou-lhe a mão e correu tão rápido quanto ele, sendo puxado fortemente. Ela sempre fora melhor em exercícios físicos do que ele — e em meter-se em confusão também.

 

Quando olhou pra trás, dois deles corriam em suas direções, enquanto o mais forte do grupo, agora de olho roxo, ficava para trás, choramingando e resmungando palavras de baixo calão.

 

Era sempre assim. Uma rotina animadora para Tonks e assustadora para Remus.

 

Ela metia-se em confusão e, de algum jeito, Remus sempre parecia estar perto para lhe ajudar, conversando com as pessoas irritadas com Tonks ou jogando-lhe livros no rosto e correndo sem parar.

 

Detestava machucar as pessoas, não era como Tonks que normalmente chutava as bolas de qualquer garoto que fosse mau educado com ela. Mas quando pessoas ameaçavam aquela garota de quinze anos, ele não via outra opção a não ser defendê-la como bem podia.

 

E Remus Jonh Lupin não era exatamente um cara forte, mas carregava sempre pesados livros que rendiam olhos roxos ou dores no estômago por dias.

 

E era justamente seu vício em leitura que tirava Tonks de seus pandemônios intensos.

 

A-acho que despistamos eles — ofegou Tonks, com as mãos nos joelhos e olhos fixos na figura ofegante de Remus escorada na parede de tijolos.

 

Você está tão morta, Nymphadora! — sussurrou Lupin, com olhos irritadiços e lábios crispados.

 

Tonks grunhiu e soube que ouviria sermão. Remus sempre se queixava sobre o perigo que era para ambos machucar pessoas e perder livros que pertenciam à biblioteca de Hogwarts.

 

Não me chame assim! — apontou o dedo para o rosto levemente suado e, sem querer, reparou nos cabelos castanhos desgrenhados e no quão atraente ele ficava quando bravo.

 

Apesar de detestar que qualquer pessoa lhe salvasse, ela adorava quando era Remus que o fazia, ele era algum tipo de exceção.

 

Você merece que eu te chame de Nymphadora por três semanas seguidas! — exclamou um Remus agora mais calmo, mas ainda alarmado.

 

Tonks bufou e o puxou pela cintura, beijando seus lábios. Beijar Remus sempre parecia uma opção mais atraente do que escutar seu sermão de cronometrados trinta e sete minutos.

 

Além do mais, Remus confessava internamente que perder livros nem era tão ruim já que sempre ganhava um beijo calmo, que lhe deixava ofegante e com o coração tão rápido e forte quanto a coloração avermelhada de suas bochechas.

 

Obrigada por me tirar dessa pequena confusão — sussurrou em seu ouvido, apenas com as pontas do pé.

 

Remus paralisou, como de praxe. Suas mãos instantaneamente apertavam a cintura feminina enquanto uma delas sempre parava nos cabelos rosados, puxando-lhes fracamente.

 

E, no fim das contas, seus melhores momentos de calmaria eram quando tinha Tonks ao seu lado, seja correndo de caras grandalhões, jogando-lhes livros na cabeça ou beijando-a em um beco qualquer.

 


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Notas finais do capítulo

Eu confesso que não essa não é uma daquelas fanfics que me orgulho de escrever, mas eu acredito que a Larissa vai gostar e eu escrevi especialmente para ela. ♥

Obrigada por ler!



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