—"Bom dia, pequena rainha!" Regina abriu os olhos atordoada. Os olhos amarelos do Senhor das trevas já a observavam.

—"O que...o que você está fazendo aqui?" Perguntou gritando. Henry bateu na porta do quarto.

—"Minha rainha! Está tudo bem?" Rumple foi até a porta, mas não a abriu.

—"Sim, Henry. Pode ir." Disse e respirou fundo, ainda se recuperando do susto.

—"O que é isto?" Rumple a perguntou.

—"Você não deveria estar aqui"

—"Sei que o luto as vezes entorpece a mente, a escurecendo de tal forma que nos leva a cometer erros que levam à tragédias,mas, o que o homem que trará sua ruína faz andando livremente por seu castelo? E ainda claro,zelando pela segurança de sua rainha." Rumple sentou na cama ao lado de Regina.

—"Ele não sabe do que aconteceu, e meu pai adorava este menino"

—"O destino se encarrega dos detalhes, queridinha"

—"E por que  meu destino o preocupa tanto?" Regina perguntou mostrando seu sorriso .

—"Não parece preocupada,é impressionante. Mas vou lhe provar que está errada." Ele se levantou.

—"Rumpelstiltskin, se você entrar no meu quarto novamente sem o meu consentimento, lhe garanto que não sairá"

—"Muitos gostariam deste destino,asseguro" Ele sorriu e desapareceu na nuvem de fumaça vermelha.

Regina decidiu cavalgar, se distrair de tudo, talvez para manter a sanidade antes de resolver os inúmeras pedidos e súplicas dos seus súbitos, não tinha conquistado o reino para deixá-lo às moscas. Enquanto passeava com seu novo cavalo, sentiu o reflexo agir e segurou a flecha que por um triz não raspou em sua cabeça. "Usurpadora" estava escrito. Soltou a fecha no chão e ouviu um gemido, e também a certa distância viu um homem com a boca cheia de sangue e uma espada atravessada em sua barriga. Era um homem de tamanho médio, suas roupas mostravam sua pobreza em que vivia, é claro, um dos últimos seguidores daquela criança inútil de pele pálida. Atrás do homem, "sua ruína" como Rumple fazia tanta questão de denominar. Regina desceu do cavalo.

—"A senhora está bem? Foi atingida? "

—"Não, você é o único cavaleiro por aqui?

—"Perdão, eu venho treinar aqui todas as manhãs, geralmente, não há tentativas de assassinato" A rainha alisou seu vestido, o alinhando.

—"Ótimo, então eu estou invadindo, continue com seu treino" Ela subiu no cavalo novamente para voltar ao castelo.

—"E quanto ao corpo, minha rainha?"

—"Deixe aí" Ela disse com indiferença e foi embora. Ele a tinha protegido... porquê? Mas qual motivo teria para não a proteger? Era sua rainha, e o dever de todos os cavaleiros era dar a vida por sua majestade, caso necessário. Mas se ele descobrisse seu passado? Regina sabia que deveria ter matado aquela mulher loira que tinha o trazido ao mundo. Deveria ter matado os dois, a pouparia de estar tão perturbada agora. Ouviu o relinchar de outro cavalo em sua direção, quando olhou para o lado... o cavaleiro iria a acompanhar até o castelo, não havia visto que ele também estava de montaria.

—"Não lembro de ter pedido que me acompanhasse."

—"Com todo respeito, vossa majestade acabou de ser alvejada."

—"Se faz questão."

—"Sim, faço"

Não soou como uma piada mas Regina riu como não o fazia desde muito tempo.

—"Você é bem ousado para um cavaleiro"

—"Só quero protegê-la destes revoltosos que não aceitam seu reinado"

—"Bom, eu apenas queimei a princesa ainda viva e enforquei seu amante, ainda não sei o que fiz para causar tanta revolta"

—"Tomou o que era seu por direito"

"Não está assustado, ele é inteligente..." Ela pensou.

Não dirigiram mais nenhuma palavra até a porta do castelo. Henry tirou a espada suja de sangue de seu alforje e a depositou num toco de madeira próximo. Regina contemplou à frente do castelo, sua guarda.

"-Ah, apareceram" Henry a acompanhou.

"-Pode ir fazer qualquer outra coisa, está dispensado."

"-Minha rainha, posso tomar só mais um pouco do seu tempo?"

"-Não estou apressada para passar horas escutando reclamações, vá em frente"

"-Minha presença parece perturbá-la."

"-Se ela tivesse este efeito eu o mandaria para qualquer lugar do reino, longe de minhas vistas."

"-Não acredito que seja meu lugar"

"-Ah não,cavaleiro? Então onde é o seu lugar?"

"-Onde minha rainha decidir"

"-Resposta correta" Ela o disse. "Agora minha presença é requisitada"

"-De fato se encantarão com ela" Ele disse ao fazer a reverência, pegar a espada novamente,e sumir em meio a floresta. Regina o observou partir com um olhar intrigante, e finalmente entrou no castelo.