Minha ruína escrita por Manu


Capítulo 14
A kingdom of corpses




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Sem dúvida as rebeliões atuais tiravam o sono da rainha. O estado de inquietação se desprendia por todo o reino, sendo já casual uma horda de camponeses na frente do seu castelo com tochas, armas e estúpidos argumentos.

"Mesmo estando morta, Branca de Neve é um estorvo em minha vida."-pensou a rainha, observando pela janela a população revoltosa. Ouviu a porta ser tocada por 3 batidas baixas.

—Sim? Não houve resposta.

Regina abriu a porta e se deparou com um novo incômodo.

—Majestade.-Rumple disse curvando-se reverencialmente.-Está adorável como sempre.

—O que deseja? E onde estão os meus guardas?-perguntou estranhando o corredor vazio.

—Ah, eles estão dormindo... como anjinhos. Não se preocupe.-Ele sorriu.

Regina se virou de volta para a janela.

—Preocupada com algum guarda em especial?-Rumple perguntou.

—Se veio me importunar com suas estúpidas estratégias, pode ir embora. Já tenho problemas para resolver.

—Vejo que sim.-Ele falou,juntando-se a ela na janela.-Triste, não é? O povo nunca a amará.

—Os súditos amavam Branca de Neve. Isso não lhe serviu muito, não acha?

—Talvez sirva, caso não tenha notado as rebeliões crescem mais a cada instante.

—Pequenos contratempos. Se tiverem amor à própria vida permanecerão em seus devidos lugares.

—Vai governar um reino de cadáveres, majestade?

—Se for preciso.-Ela o encarou.-Mas governarei.

Rumple sorriu novamente.

—De qualquer forma, acredito que não seja a única decepcionada com os rumos da história.

Rumple nunca falava algo que não fosse realmente importante, sem nenhum significado envolto por trás de enigmas e muito sarcasmo. Mas Regina entendeu imediatamente.

—Você contou a ele?-perguntou ela, tremendo de raiva

—Jamais, minha rainha. Seria muito cruel contemplar toda a confiança que ele lhe dispõe ser desmoronada por minhas simples palavras. Acredito que o caso mereça ser contado pela própria fonte.

Regina abaixou o olhar. Queria contar já havia muito tempo, mas não queria correr o risco de ver o desprezo expressado no rosto dele. Estava acostumada com o desprezo vindo de outras pessoas, mas vindo dele... Não poderia. Não conseguiria. E sabia muito bem a razão, não havia necessidade de esconder de si mesma.

—Você sabe que eu não farei isto.

—Perfeitamente.-Ele disse.

—Ele não pode saber, nunca. Se você armar algum dos seus joguinhos eu juro que eu te mato com minhas próprias mãos.

—Seria muito divertido vê-la tentar, minha rainha.-Falou se retirando de sua presença. Regina fechou a janela ao ver seus guardas contendo os súditos insatisfeitos. Henry ainda não estava no palácio. E mesmo quando estivesse, não sabia ao certo se conseguiria olhar para ele. Desde o momento em que havia posto um "fim" à profecia não havia se sentido bem. Lembrou-se disso naquele mesmo dia quando visitou o túmulo de Daniel. O que ele teria pensado? Ela, a mulher que um dia ele havia amado, condenou uma criança a viver sem uma mãe por simples medo de uma profecia. Palavras... apenas palavras. Mas agora, nada mais importava, não importava quanto desespero ou quantas lágrimas fossem derramadas. Estava feito, e assim seria.

Henry encontrou sua mãe cozinhando. Já havia passado da hora do seu trabalho, e ele não fazia ideia do que pensar ou fazer.

—Bom dia, mãe.

—Bom dia, Henry.-Emma falou, sem olhar para ele.

—Ainda está brava comigo?-ele perguntou, sentindo-se um garoto novamente.

—Não. Não com você.-Ela o respondeu.

Henry não soube o que dizer.

—Você vai sair?-Ela perguntou, com os olhos focados no cozido.

Ele entendeu que não era apenas isso que ela queria perguntar.

—Não, mãe. Não vou.


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