Minha ruína escrita por Manu


Capítulo 12
Memórias




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—Olá, queridinha-Rumple falou com o tom brincalhão e corriqueiro. A jovem o encarou assustada, não sabia ao certo o que dizer quando o senhor das trevas invadiu sua casa. -Não tema... tanto assim. Eu apenas estou aqui em busca de algo perdido. -O-o quê? -Você. -Ele deslizou o dedo por uma mecha loira dos cabelos da moça.

—Emma Swan, existe algo que você precisa se lembrar.

 

Ele tocou na cabeça dela, com as duas mãos em suas têmporas e focalizou uma determinada quantidade de magia naquele local. Emma parou por um minuto tentando racionar. Caiu no chão aos prantos com as novas informações reveladas. Viu a cama cheia de sangue, viu uma rainha má a sua frente e lembrou-se do menino. Um doce menino, lindo e seu. Tirado de seu colo antes mesmo que pudesse conhecê-lo. Quando o choque estava um pouco mais suportável, Emma pôde confrontá-lo. -Por que?-Ela perguntou. -Quem saberia dizer o motivo da raiz do mal no coração das pessoas, minha doce jovem? Principalmente quando se governa um reino. -Ela o levou, não foi? Por que? Ele está vivo? -Tantas perguntas... -Eu imploro, me responda. -O rapaz está vivo, e é fruto de uma cadeia de acontecimentos...digamos, inapropriados. Corre sério risco de vida no momento e precisa de sua querida desconhecida mamãe. Aquela realidade dos fatos ainda era demais para Emma entender. Um filho lhe havia sido tirado, sua memória, apagada. Mas por que? Não havia nenhum propósito. -Qual o motivo de estar fazendo isto? O que você ganha devolvendo minha memória? Rumple mostrou um sorriso muxoso entre ironia e audácia. -Realmente, vocês compartilham grandes semelhanças, sendo uma delas a insolência. -Eu apenas gostaria de saber. -Ganho muito, minha querida. Mais do que você imagina. Agora, não gostaria de encontrar seu filho? Regina começou o dia perturbada, nunca esteve com o coração tão aflito, não conseguia comer, se ater aos assuntos do reino, simplesmente aquele cavaleiro tirava-lhe a paz. Ela não entendia como havia chegado naquela situação, a um ponto tão lastimável. Será que ele nutria as mesmas decadências por ela? Provavelmente sim, o jeito como olhava para ela... Como aquilo poderia dar certo? Nunca haveria a possibilidade de "ser feliz novamente" como ele mesmo havia mencionado. A rainha decidiu sair do castelo sem nenhuma escolta, andou pelos arredores como de costume, vendo os olhares estranhos que lhe dirigiam, e o jeito que as pessoas corriam para dentro das casas no exato momento em que a viam. Ela observou uma casa específica, era próxima ao castelo, e havia uma armadura muito conhecida no interior da casa. -Não pode ser...-Ela disse no que deveria ser um sussurro. Ela se aproximou da porta. -Minha rainha? -Uma voz confusa a chamou. Regina virou-se. -É a sua casa? -Sim.-Henry disse. -Como consegue viver aqui?-ela demonstrou o desprezo sem nenhum pudor. -Não vejo nenhum problema, vossa majestade. Mas este lugar não é digno da minha rainha, se houvesse me convocado, eu atenderia no mesmo momento. O jeito como ele a tratava a encantava secretamente, era algo além de respeito. -Mas por que está aqui?-Henry continuou. Regina não sabia, poderia fazer a mesma pergunta a si mesma. -Eu... estava passeando pelos arredores do castelo. -Sem guarda? Isto não é perigoso? -Não seja ridículo. Eu consigo me defender, não seria a rainha, caso contrário. -Eu entendo.-Henry falou lhe mostrando um sorriso de leve. E que sorriso... Ele percebeu naquele lugar, o que ela não havia tido coragem de admitir para si própria. -Henry. Não podemos continuar com...seja lá o que está acontecendo. A alegria dele teve uma decaída, e Henry apenas aguardou uma continuação. -Você pode pensar que sabe o que está fazendo, mas eu garanto que você não faz idéia, tudo que eu já fiz reflete em mim agora, e por isto não posso ter o que você deseja possuir comigo.-Ela prosseguiu. Regina lembrou-se das palavras de sua mãe antes de nunca mais vê-la: "Você nunca será feliz,você não saberia como." Talvez viesse a ser verdade. -Pode ser uma tola pretensão minha, um estúpido sentimento, mas é um fato. Eu me apaixonei, minha rainha. É este o meu abismo, apenas gostaria de saber se estou caindo sozinho. -Antes estivesse. -As palavras saíram num fluxo tão natural que assustaram Regina. Arriscar tudo? mesmo com a possibilidade plausível de perder? Era o que se passava no pensamento de ambos. -Então o que está nos impedindo? -Você não entende. Henry. Eu amei uma vez,e eu o perdi. É só uma questão de tempo para que algo aconteça com quem está próximo de meu coração. -Eu entendo que seu instinto será querer me empurrar para longe de você. Mas eu não vou, não importa o quanto tente. -Eu fiz coisas horríveis, e a magia tem seu preço... eu desisti do amor, da esperança... de tudo que era mais importante. Escolhi a vingança, e veja o que aconteceu. -Eu vejo, tudo o que me importa é quem você é agora, não quem você foi. Ele possivelmente estava cego para a realidade, mas não dava a mínima. -Se você diz...-Regina não poderia estar mais insegura sobre aquilo. Ela não estava olhando para ele, nem poderia, era demais para aquela situação. Mas Henry quebrou esta barreira no momento em que a beijou. E naquela hora, pelo menos, todas as inseguranças, receios e responsabilidades caíram por terra.


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