Sacrifício escrita por Mrs Moon


Capítulo 31
Enfim em casa!


Notas iniciais do capítulo

Um mês depois e aqui está a chegada de Melissa em casa.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/708982/chapter/31

Melissa cobriu o rosto incomodada com um raio de sol que entrou no quarto pelas frestas da cortina, espreguiçou-se e abriu os olhos lentamente. Ao observar o teto azul claro do quarto, ela despertou completamente:

Onde eu estou? - murmurou olhando ao redor. 

Sua última lembrança era de ter descido do avião com os pais, ela estava muito cansada e adormeceu no carro e agora estava em um quarto desconhecido. Seu primeiro impulso foi procurar o seu passarinho, vendo-o ao seu lado na cama o abraçou aliviada. Sentou-se rapidamente e viu o bilhete na mesinha ao lado da cama. 

—----------------------------------------------------------------------------------------

Melissa

 

Como você adormeceu no carro, nós a colocamos no seu quarto. Nosso quarto é no final do corredor e lá embaixo é a cozinha e sala. 

Bem vinda a casa querida!

 

Mamãe

—----------------------------------------------------------------------------------------

Cuidadosamente, ela dobrou o bilhete e colocou sobre o criado mudo, levantou da cama e abriu a cortina da janela. Estava curiosa para ver o quarto novo, seu último quarto na casa dos Mitchells era luxuoso e tinha uma televisão, ele era seu preferido até hoje. 

Esse quarto era bem iluminado, as paredes eram pintadas em um tom de rosa tão claro que não cansava seus olhos, o rosa subia até o teto assumindo a coloração lilás e ficando mais escuro no centro. Haviam algumas nuvens e estrelas pintadas de prateado iluminavam o teto. Sua cama era branca, os lençóis eram da mesma cor do teto com estrelas prateadas. 

A decoração era linda, mas Melissa tinha muitas coisas para explorar. Ao lado da escrivaninha havia uma Casa de Bonecas que a fez se aproximar interessada. A casa era do seu tamanho e parecia uma mansão vitoriana com algumas barbies dentro e todos os móveis. Ela tocou os móveis em miniatura com um sorriso nos lábios. Havia uma família de bonecas na casa, as bonecas estavam todas novas, mas arrumadas na casa. Tinha até um quarto de crianças com brinquedos em miniatura e um bebê no berço. Ela sempre preferiu as bonecas maiores, mas definitivamente sua casa de bonecas era linda.

Decidiu explorar a sua escrivaninha, ela era branca e lustrosa de tão nova. Sobre ela haviam duas prateleiras com livros, sobre a mesa estavam vários potes com lápis, giz de cera, régua, canetinhas coloridas, borrachas e apontadores de bichinhos. Abriu a gaveta e encontrou alguns blocos de papéis coloridos e duas revistas grandes com figuras para pintar. Queria abrir os livros e começar a ver sobre o que eram, mas virou para o lado e viu uma prateleira com algumas bonecas e ursos de pelúcia.

Uma boneca chamou a sua atenção imediatamente, não era um bebê como as bonecas do orfanato, ela era grande e tinha um lindo vestido azul claro e longos cabelos loiros que ela poderia pentear. Não resistiu e a pegou no colo e procurou entre os brinquedos e encontrou um jogo de pentes de brinquedo e sentou-se no chão para ver a boneca nova e pentear seus cabelos. 

—----------------------------//—-----------------------//—---------------------------

Tommy acordou com o som do telefone, abriu os olhos contrariado e viu que a esposa já tinha levantado, sem opção ele atendeu:

— Alô! 

— Senhor Oliver? - a voz feminina soou preocupada do outro lado.  

— Sim, sou eu mesmo - ele respondeu sonolento.

— Aqui é Jenny da Casa Verde - segurando o fio do telefone nervosa  continuou. - Vocês não ligaram ontem, eu fiquei preocupada. Tudo bem com a Melissa?

— Desculpe por não ter ligado. Melissa dormiu no carro e a colocamos na cama e esqueci completamente de dar notícias. 

— Ah, foi isso! - Jenny respirou aliviada. - Posso conversar com ela?

— Pode sim - Tommy respondeu rapidamente. - Vou ver se ela já acordou. 

Tommy foi ao quarto da filha e a encontrou sentada no chão brincando de boneca.

— Melissa! A Senhorita Jenny está no telefone e quer falar com você?

A menina ergueu a cabeça concordando.

— Tem uma extensão aqui - ele entregou o telefone para ela. - Só precisa apertar esse botão vermelho.  

— Vou deixá-la a sós - Tommy disse saindo do quarto. - Depois que terminar desça o café da manhã. 

— Alô!

— Melissa querida - Jenny disse rapidamente. - Eu estava preocupada, você não ligou.

— Desculpa… - a menina disse contrita, tinha se esquecido completamente da assistente social. - Eu só acordei agora e esqueci de ligar.

— Mas está tudo bem, não é? Como foi a viagem?

— O avião é legal, mas demorou muito. 

— E a sua casa nova?

— Eu não vi a casa ainda, dormi no carro - ela respondeu. - Não sai do quarto ainda.

— Mas está tudo bem, não é querida?

— Está sim, meu passarinho estava comigo na cama quando acordei - Melissa respondeu. - Jenny tem uma casa de bonecas gigante no quarto e uma boneca com um cabelo bem grande. Eu consigo até fazer uma trança nela. 

Jenny sorriu aliviada, ela passou a noite toda aflita com a falta de notícias da menina, felizmente nada de ruim tinha acontecido. Melissa estava bem animada no telefone, parecia até feliz. 

— Você gostou do quarto novo?

— É o melhor até agora… - Melissa falou um pouco mais séria. - Não é super rosa e é muito legal, tem vários livros e uma escrivaninha cheia de lápis. Mas eu não consegui ver tudo ainda, a boneca é tão bonita Jenny que eu fiquei brincando com ela. 

— Que bom que gostou querida! - Jenny sentiu uma lágrima escorrer de seus olhos, pela primeira vez Melissa estava agindo como uma criança normal. - Você vai ter tempo para ver tudo. 

— É verdade… - murmurou Melissa receosa, ela olhou novamente para o quarto. - Eu queria ficar aqui o dia inteiro, mas acho que tenho que ir tomar café da manhã. 

— Sim, já é tarde - Jenny respondeu. - Eu volto a te ligar na segunda-feira, mas se quiser pode me ligar a qualquer hora ok?

— Ok… - Melissa concordou. - Tem um telefone aqui no quarto.

— Tchau querida.

— Tchau Jenny - Melissa respondeu desligando o telefone. 

Ela olhou novamente para a boneca no chão e sentiu o estômago roncar, a contra gosto, admitiu que estava com fome. Colocou a boneca nova ao lado do seu passarinho em cima da cama e saiu do quarto. 

—--------------------------//—-----------------------------------//—-----------------

Ao contrário do marido e da filha, Kimberly dormiu pouco, ela  ouviu o canto da garça a noite toda e madrugou. Levantou-se e depois de ver que Melissa estava adormecida no quarto, desceu para preparar o café da manhã da família. 

Cantarolando, ela preparou panquecas, suco de laranja  e ovos com bacon. O único problema era que eles não acordavam nunca, então, ela foi até o carro e começou a descarregar o carro deixando as malas na sala. 

— Hey Beautiful, cuidado, isso é pesado! - Tommy falou quando a viu arrastando a mala grande com as roupas novas da filha.

Kimberly largou a mala perto da porta e foi abraçar o marido. 

— Esqueceu que eu tenho a força de uma ranger? - Kimberly respondeu beijando o marido.

— A mais poderosa das rangers rosas - ele respondeu com um sorriso.

— Isso mesmo, dorminhoco…  

— Acordei com o telefonema da Senhorita Jenny, nós esquecemos de ligar para ela ontem. 

— É mesmo - Kimberly concordou. - Melissa está falando com ela?

— Está sim, eu pedi pra ela descer depois para tomar o café da manhã.

— Já está tudo pronto! - Kimberly comentou sorridente. - Você a acordou?

— Não, ela já estava acordada brincando no quarto. 

— Será que ela gostou do quarto? - Kimberly perguntou intrigada.

— Com certeza, ela estava sentada no chão brincando com uma das bonecas novas.

— Eu fico tão feliz! - Kimberly riu animada. - Pelo menos ela gosta das bonecas e dos livros.

— Vai conseguir convencê-la a ir ao shopping de vez em quando?

— Pode apostar - ela riu e deu um beijo longo no marido. 

Melissa encontrou os pais se beijando quando desceu  a escada e hesitante falou:

— Bom dia!

Os dois se separaram e Kimberly se aproximou da filha sorridente:

— Bom dia querida! Dormiu bem?

— Dormi sim senhora… 

— O café da manhã está pronto - Kimberly avisou. - Temos panquecas, ovo, bacon, torradas.

— Que delícia… - Tommy respondeu e esticando a mão para a filha. - Estou faminto, vamos.

Melissa os seguiu  até a cozinha, Kimberly colocou um pouquinho de tudo no prato da filha e perguntou: 

— Prefere suco de laranja ou leite?  

— Leite - Melissa respondeu pegando um pedaço de panqueca. Enquanto comia ela observava a cozinha. 

— Tommy? - Kimberly perguntou.

— Café por favor! 

— Obrigada! - Experimentado o ovo mexido ele comentou admirado. - Ficou bom mesmo.

— Café da manhã eu sei fazer - Kimberly reclamou e se sentou pegando duas panquecas. - Mas o jantar dessa noite é seu.

— Mel - A menina ergueu a cabeça e ele continuou. - Nós vamos para a casa de Reefside para passar o fim de semana, seus avós vão jantar conosco à noite.

— Eles não podem vir aqui? - ela perguntou. - Eu queria ficar no meu quarto.

— Que bom que gostou do quarto querida, mas essa casa é pequena e nossa família é muito grande. - Tommy respondeu. - Sem contar que se ficarmos aqui vai vir mais gente ainda… 

— Na casa de Reefside você também tem um quarto preparado - Kimberly avisou. - Mas pode levar a Garça e o que mais quiser para lá.

Ele balançou  a cabeça concordando e Kimberly suspirou aliviada, antes que ela pudesse falar alguma coisa, a campainha tocou.

— As visitas já começaram! - Tommy riu.

— Eu vou atender. 

Kimberly não ficou nada surpresa ao ver a mãe na porta. Carol sorriu um pouco sem jeito e falou:

— Desculpe querida, eu não consegui esperar mais.

— Imagina, eu entendo - Kimberly disse abraçando a mãe. 

— Ela está mesmo aqui? - os olhos dela estavam marejados de lágrimas.

— Terminando o café da manhã. - Kimberly respondeu mordendo os lábios. - Vamos esperar aqui. 

Carol olhou ansiosa para a cozinha e viu quando Tommy chegou com a menina. Seus olhos se encheram de lágrimas, quando viu a neta. Tão pequena e tão linda ao lado do pai. Ela se aproximou de Melissa e se ajoelhou para vê-la melhor. A menina lançou um olhar interrogando a mãe:

— Essa é sua avó Melissa, a minha mãe.

— Oi… - ela murmurou sem jeito.

Emocionada, Carol tocou um cacho do cabelo da criança. 

— Ah, minha querida! - As lágrimas agora escorriam pelo  seu rosto sem controle. - Você está tão grande, tão linda. É igualzinha a sua mãe quando ela era pequena. Pode me dar um abraço?

Concordou balançando a cabeça e Carol a abraçou chorando, beijou o cabelo da menina. Tommy abraçou a esposa que também chorava observando as duas.

— Desculpa por chorar tanto… - Carol sorriu por entre as lágrimas. - Eu sou a sua vovó Carol, da última vez que eu te vi você era um bebê tão lindo. É tão bom te abraçar de novo. 

— Você me viu bebê? - Melissa perguntou intrigada.

— Sim, a última vez que te vi você era desse tamanho - Carol disse mostrando os braços. - Eu senti tanto a sua falta durante todos esses anos. 

— Mamãe, você está deixando Melissa confusa. - Kimberly interrompeu nervosa. 

— É verdade… - Carol fungou secando as lágrimas. - Sua mãe me disse que ainda tem a Garça de pelúcia? 

— Você conhece o meu passarinho?

— Conheço sim, eu deixei no seu berço quando era bebê. Quer me mostrar ele?

Melissa concordou e subiu com a avó até o quarto.

—---------------------//—------------------------------//—---------------------------

O Sr. Hart saiu nervoso e andou até a casa da filha, estava ansioso para conhecer a neta, mas a esposa não queria jantar em Reefsidee. Cindy não conhecia a história toda e achou um absurdo que Kimberly tivesse dado a filha para adoção. Temia que ela discutisse com a filha e a ex-esposa, então não insistiu. Sua melhor chance era encontrar a neta antes que eles partissem. Quando viu o carro parado em frente a porta suspirou aliviado e apertou a campainha.

— Sr. Hart - Tommy atendeu a porta e cumprimentou o sogro com um aperto de mão.

— Olá Tommy, que bom que peguei vocês aqui ainda.

— Kim está pegando as roupas da Melissa para levar para a casa de campo, ela não tem nada lá. 

— Onde ela está? Será que eu posso vê-la?

— Kim! - Tommy gritou. - Seu pai está aqui. 

Kimberly desceu correndo as escadas.

— Papai?

— Oie querida - ele disse abraçando a filha. - Não vou poder ir ao jantar, Cindy não está aceitando muito bem a adoção. 

— Nós não podemos contar para ela - Kimberly respondeu pesarosa.

— Eu sei, segredo dos rangers… - ele concordou. - Mas como ela não pode ter filhos, ela aceitou muito mal a adoção. Então, acho melhor que sua mãe e ela não se encontrem por enquanto.

— É verdade… - murmurou Kimberly. - Eu tinha me esquecido. 

— Mas eu não consegui esperar. Estou doido para conhecer a minha neta. 

— Claro… - Kimberly olhou para Tommy e ele subiu na escada para buscar a filha. - A mamãe está aqui, ela veio mais cedo. 

O Sr. Hart balançou a cabeça para baixo, ele entendia que a ex-esposa estava tão ansiosa quanto ele para ver  a menina. Quando viu a neta descer as escadas seguida de Tommy ele engoliu as lágrimas e abriu um grande sorriso.

— Melissa - Kimberly disse se aproximando da filha. - Esse é meu pai, seu avô. Pai, essa é Melissa.

— Olá princesa! - Ele se abaixou e abriu os braços para a neta. - Vem dar um abraço no vovô.

Sem jeito, Melissa abraçou o avô que beijou a sua testa e a largou logo. 

— Meu Deus! - Ele não parava de sorrir e ela retribuiu o sorriso. -  Você é igualzinha a sua mãe quando era pequena. 

— Todo mundo fala isso! 

Ele riu alto:

— É que vocês são muito parecidas - ele riu vendo a cara de irritada da menina. - Eu sou o seu vovô Joshua. Hoje, eu não vou poder ir jantar com vocês. Mas eu estava ansioso para te conhecer e trazer alguns doces.

Melissa olhou para Kimberly que estava revirando os olhos, então, ela aceitou o bombom que o avô estava lhe dando. 

— Mel, você quer ficar aqui embaixo com o vovô enquanto eu termino de arrumar as suas coisas.

— Quero sim! - a menina concordou imediatamente, não gostava de arrumar as roupas. - Mas preciso pegar o meu passarinho.

— Eu trago para você, só ele? - Kimberly perguntou. 

— A boneca loira e o pente também. 

— Comportem-se viu!  - disse subindo as escadas.

— E então vamos comer esses doces? - Tommy perguntou.

— Claro - Os três se sentaram no sofá e o Sr. Hart esvaziou os bolsos mostrando algumas balas e bombons.

— A minha esposa não gosta que eu coma doces, então eu sempre saio com os bolsos cheios. 

— A sua esposa é minha avó também? - Melissa perguntou mordendo um pedaço de chocolate.

— Hum, acho melhor chamá-la de Cindy. - ele respondeu sem jeito. - Ela não aceita que tem idade para ter netos. 

— Ok… - Melissa concordou. 

— Tommy, já que não podemos jantar juntos nesse fim de semana. Na próxima sexta-feira, Cindy os convidou para levar Melissa em casa. Você fala com a Kimberly sobre isso?

— Falo sim… - Tommy concordou.

— Não deixe ele esquecer, querida - o Sr. Hart falou sério para a neta. - O seu pai é um pouco esquecido.

Ela o olhou um pouco surpresa:

—  É verdade… - ele concordou. - Às vezes eu me esqueço de dar recados.

— Ok… - ela concordou. 

— Nós moramos bem perto daqui, dá para ir para a minha casa a pé. Você vai gostar de lá, tem um jardim grande e uma piscina. 

— Eu não sei nadar… - Melissa respondeu.

— Nós vamos te ensinar - Tommy respondeu.

Ela concordou enquanto escolhia um outro doce. Até que seu avô não era tão ruim. 

—-----------------------------------//—-------------------------//—------------------

Durante o trajeto para a Casa de Reefside Kimberly e Melissa dormiram profundamente, Tommy aproveitou e dirigiu contente pela rodovia. Dirigir era um de seus prazeres e só podia fazer isso em alta velocidade  quando Kimberly dormia. Ela não sabia que ele usava um motor turbo em seus carros e nem poderia saber.

Parou em frente a casa sorridente, observou as árvores balançando ao vento e sorriu feliz. Finalmente, iria realizar seu sonho e levar a sua família para a casa do lago. 

— Chegamos!

Kimberly acordou bocejando e olhou para trás.

— Mel! Acorde filha, nós chegamos.

A menina esfregou os olhos com a mão cansada, mas acordou. 

— Venha querida - Tommy correu e abriu a porta para a filha sair. - Venha conhecer a casa do papai!

Kimberly riu e seguiu os dois, super animado Tommy levou Melissa para dentro da casa e foi lhe mostrando todas as coisas. 

— Nós temos um lago também, muitas árvores e amanhã quando o seu tio chegar vamos ter uma fogueira de verdade.

— Quer ver seu quarto primeiro? - Kimberly perguntou vendo que a pequena ainda estava um pouco sonolenta.

Melissa concordou aliviada e observou a casa interessada, ela era bem rústica, mas bastante aconchegante. O quarto que a mãe lhe mostrou era bem maior que o da casa da cidade, a casa toda era  maior. 

— Não fizemos muitas coisas aqui - Kimberly se desculpou olhando para as paredes pintadas de branco, os móveis eram de madeira rústica para combinar com a decoração da casa, tinha uma grande escrivaninha de mogno, uma estante repleta de livros e um guarda roupa.  A colcha da cama era de crochê e tinha cobertores bem coloridos. - Só compramos os móveis e trouxemos os brinquedos que não couberam no outro quarto. 

— Aqui você vai poder decorar como quiser! - Tommy disse contente. - Eu acho que um painel com dinossauros ficaria bem legal aqui.

— Não escute ele querida, esse é o seu quarto e você pode decorar como quiser. O da outra casa também, pode trocar tudo que quiser. Trazer brinquedos para cá ou levar os daqui para lá. Tudo aqui é seu.

Melissa balançou a cabeça concordando, mas não conteve a curiosidade e perguntou:

— Por quê vocês têm duas casas?

— Nós já tínhamos essas casas antes de nos casarmos - Kimberly sentou na cama do lado da filha. - Eu ganhei a casa na Alameda dos Anjos do meu pai quando eu me mudei da Flórida para cá. 

— Você morou na Flórida?

— Claro, foi lá que você nasceu - Kimberly respondeu. - Eu fui para a Flórida para treinar para o Pan Global, morei lá por muitos anos e voltei a uns dois anos. Quando eu voltei, o seu pai morava aqui nessa casa.

— Eu estudava na Universidade de Reefside então procurei um lugar mais próximo das aulas  - Tommy continuou a história. - Essa casa eu comprei por causa do lago e do bosque. Sempre quis uma cabana no lago, voltei para a Alameda quando nós voltamos a namorar.  

— Mas onde vamos morar?

— Na Alameda dos Anjos - Kimberly respondeu. - A casa de lá fica mais perto do nosso ginásio, da escola onde seu pai trabalha e onde você vai estudar. Aqui nós passamos os finais de semana e feriados.

— Entendi - Melissa balançou a cabeça séria. 

— Vamos ver o lago? - Tommy perguntou animado. 

—-------------------------//—------------------------------//—-----------------------

Kimberly colocou a filha exausta na cama, o dia foi cansativo demais. Os pais de Tommy ficaram encantados com a neta, com muita paciência Melissa aceitou os abraços e as lágrimas dos avós e comeu o jantar que a Sra. Oliver fez questão de preparar. 

— Muito cansada querida? - Kimberly perguntou enquanto arrumava a cama.

— Um pouco… - bocejou Melissa. - São muitos avós. 

— Eles estavam ansiosos para te conhecer  - Kimberly respondeu. - Você é a única neta deles. 

— Eu sei - com os olhos fechando murmurou. - Gostei dos doces. 

Kimberly sorriu beijando a cabeça da menina.

— Descanse agora Melissa, amanhã você tem mais visitas.

— Tudo bem… - murmurou fechando os olhos.

Kimberly sorriu e saiu do quarto deixando a porta entre aberta e foi até a sala para procurar Tommy.

— Meu Deus! Eu estou exausta!

— Eu também - gemeu Tommy. - Estou cansado demais até para ir para o quarto. Depois dizem que são só os bebês que dão trabalho. 

— Não foi Melissa que nos cansou - riu Kimberly. - Foram os nossos pais.

— Verdade, a minha mãe ficou apaixonada por ela, meu pai teve que arrastá-la para casa. Melissa se comportou tão bem. 

— Ela falou francês com Pierre, ele a adorou - riu Kimberly. - Meu pai vai ficar morrendo de inveja.

— Vamos deitar, amanhã além dos nossos pais, Jason, Trini, Charlie e meu irmão vão vir.

— Vamos ter a casa cheia - Kimberly respondeu sorrindo. 

Tommy se inclinou e beijou a esposa, após um suspiro a soltou a e murmurou feliz: 

— Finalmente, a nossa família está completa. 

—-----------------------------//—--------------------------//—-----------------------

— Não precisa dirigir tão rápido - reclamou Trini com o marido.

— Mas nós estamos atrasados - Jason respondeu nervoso. - E eu estou levando a carne para o churrasco.

— Mas se Charlie passar mal vamos chegar mais atrasados ainda - Trini suspirou tentando manter a calma.

— É verdade - Jason diminuiu a velocidade e olhando para a esposa e para o filho sorriu e suas covinhas apareceram no rosto. - Me desculpe!

— Tudo bem - Trini sorriu com o filho no colo. - Eu também estou ansiosa para ver a Melissa.

— Estão todos ansiosos - riu Jason. - Mas precisamos respeitar o tempo deles, graças a esse meninão lindo é que estamos furando a fila. Os outros rangers estão morrendo de ciúmes.

Trini riu e deu um beijo amoroso na bochecha do filho, Charlie estava com quase um ano e mordia entretido um brinquedo. 

Pouco depois, eles avistaram a Casa do Lago com os carros da família todos estacionados.

— Somos os últimos mesmo… 

— Não se preocupe, a Sra. Oliver deve ter feito comida para um exército - Trini disse descendo do carro e dando o filho para Jason.

Kimberly veio recebê-los na porta, elas trocaram um olhar e Trini abriu os braços para a amiga. As duas se abraçaram e lágrimas escorreram dos olhos das duas rangers. 

Ela está em casa… - murmurou Kimberly.E vamos mantê-la protegida - Trini respondeu apertando forte a amiga entre os braços.

As duas se separaram secando as lágrimas, Kimberly mordeu os lábios e falou:

— Venham conhecer Melissa.

Nos fundos da casa, Tommy estava na churrasqueira conversando com o pai e com o irmão, já na varanda Melissa estava rodeada pelas avós que lhe contavam histórias. Quando Kimberly chegou com os amigos, Tommy foi buscar Melissa e eles se aproximaram do casal.

— Melissa, esses são nossos amigos: Jason e Trini e o pequeno Charlie. 

A menina olhou para o bebê interessada, mas respondeu educada:

— Prazer em conhecê-los!

— O prazer é todo nosso Melissa - Trini abriu seu sorriso contagiante. - Estávamos ansiosos para conhecê-la. 

Jason riu e comentou:

— Tem certeza que é a sua filha mesmo irmão? Acho que só clonaram a Kimberly. 

— Os olhos são meus - Tommy cumprimentou o amigo rindo. - E ela odeia compras e está começando a adorar os dinossauros. 

— Não ligue para o seu tio Jason - Trini falou. - Ele é um bobo! Quer conhecer o Charlie. 

— Quero sim! 

Melissa sorriu pela primeira vez e Trini se abaixou com o filho no colo. Ela deixou que o bebê pegasse a sua mão e ele sorriu para ela. 

— Ele é muito lindo! Posso pegar ele. 

— Claro - Trini respondeu rindo. - Vamos nos sentar com as suas avós, você vai ser a babá oficial dele quando for adolescente.

O dia transcorreu calmo, os amigos conversaram, os avós brincaram com a neta e a noite terminou com uma roda na fogueira. Onde todos contaram histórias, Charlie dormia nos braços de Trini e Melissa começou a ficar sonolenta e apoiou a cabeça nos ombros da mãe. 

— Quer ir para a cama querida?

— Quero ouvir a história… - ela murmurou sonolenta. 

Kimberly concordou, mas colocou um cobertor em volta da filha e a puxou para perto. Logo, Melissa estava dormindo, Kim a aconchegou nos seus braços e olhou para a mãe que sorriu para ela com lágrimas nos olhos. Pela primeira vez a sua filha dormia em seus braços. Finalmente, a pequena garça voltava para os braços da mãe. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Desculpem a demora, esse capítulo foi bem tranquilo no começo e no final não. Meu Deus é muito parente, entendo porque as pessoas escrevem epílogo nesse momento.
Pensei várias vezes nesse mês que a história já tinha terminado e eu estou só adiando o inevitável. Só que algumas cenas que eu imaginei ainda não aconteceram.
Então, me digam o que acharam do capítulo e até o próximo e já pensando nas próximas histórias.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sacrifício" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.