Eadlyn estava com uma vassoura varrendo o extenso corredor do Hospital de Illea. Já era quase meia noite, e ela estava bufando, simplesmente odiava ter que trabalhar à noite. Com um suspiro mal humorado, rumou em direção a um dos quartos para higieniza-lo e, também, tirar um rápido cochilo; afinal, aquela sala estava quase sempre vazia. 

Mas não naquela noite. 

Um homem está deitado ao leito, vestindo aquele 'pijama' que os pacientes eram obrigados a usar e que ela achava de um extremo mal gosto. Quando abriu a porta, parou abruptamente, com a mão na maçaneta gelada. Encheu uma bolha de chiclete que estourou em seguida com um estalido. 

Franziu o cenho e olhou ao seu redor, depois deu um passo para atrás, olhando em ambas as direções do corredor, verificando se ninguém estava zanzando por ali. 

Ela entrou e fechou a porta atrás de si. 

Olhou o homem mais uma vez. De acordo com o aparelho que estava ali apitando, fazendo aquele barulho chato que a garota detestava, ele estava vivo e o coração batia normalmente. Caminhou até ele, e ficou fitando-o por alguns segundos, sua expressão um tanto pensativa. 

"Até que é bonito", ela pensou. 

—Sabe, eu venho pra cá desde muito antes de você - mumurou ela enquanto gesticulava com as duas mãos, e olhava para o rosto relaxado do rapaz que, aparentemente, dormia. - Então, eu vou tirar um cochilo aqui, no sofá. Não vou te incomodar, e você também não irá me incomodar. Juro que logo vou sair, OK? - E então sorriu, sentindo-se um tanto idiota por estar dando explicações para alguém que nem ao mesmo estava lhe ouvindo. 

Andou vagarosamente, meio cansada, até o sofá de couro preto que havia em todos os quartos, e jogou-se ali como se fosse sua própria cama. 

A partir daí, fez o máximo de silêncio possível, não queria acordar ele e ser pega no flagra pelo o cliente do Hospital. 

Mal Eadlyn sabia que, aquele rapaz, não estava simplesmente dormindo. 

Estava em coma.