Nerve - versão Hogwarts escrita por CarolFonseca


Capítulo 5
Capítulo 4




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/708951/chapter/5

Entrei no dormitório lançando um colloportus na porta, só pra sair de lá 10 minutos depois, embaixo da capa de invisibilidade que Harry havia me emprestado há algum tempo e eu havia esquecido de devolver – que Merlin seja agradecido por isso.

Ainda estava incrédula com o que Gina havia feito se fosse para ser sincera comigo mesma. Nunca pensei que nesses anos de amizade, verdadeira amizade (por mais patético que isso soasse agora) a ruiva me trairia de forma tão descarada. É inegável o fato de que eu sempre achei patético essas "amigas" que traiam umas as outras com seus respectivos namorados ou crush's, mas ser traída nesse nível – expondo um segredo que não era dela para expor, em primeiro lugar – parecia doer mil vezes mais. Porque não foi como se ela quisesse me atingir em primeiro lugar, ou estivesse completamente apaixonada pelo seu irmão. Não. Foi por achar que a minha vida estava entediante o suficiente, e que o seu jeito de viver era o único "jeito" certo e aceitável, no final das contas.

Chegando ao salão comunal percebi que a festa continuava, mas não tão lotada quanto antes. Fred e George pareciam estar fazendo alguns testes ilegais em bebidas, dois casais estavam se pegando na parede e perto da lareira Rony e Lilá pareciam estar ficando mais íntimos a cada momento. Desviei o olhar, tentando não vomitar e chorar ao mesmo tempo.

Finalmente, no canto mais escondido do salão, achei Harry e Gina em uma calorosa briga. Pensei em voltar ao quarto após ver a cena, mas já estava me sentindo claustrofóbica demais, então caminhei até eles.

— ...não foi certo Gina! Mais que merda você estava pensando afinal?

— Acorda Harry! A Hermione tem 17 anos e nunca fez nada de remotamente emociante na vida dela!

— Exatamente Ginevra! Você se ouviu? A vida é da Hermione, logo ela pode fazer a merda que quiser com a vida dela! — cansada daquela discussão, coloquei minha mão no ombro de Harry. Aquele era o nosso sinal secreto. Ele deu um mini pulo, mas entendeu a mensagem. — Quer saber? Esquece! Eu preciso tomar um ar, e é melhor você não me seguir.

Dirigiu-se a passagem, comigo logo atrás. Após sairmos do local e descermos algumas escadas, Harry se sentiu confiante o suficiente para soltar:

— Você tá bem?

Tirei a capa de invisibilidade, colocando dentro da minha bolsinha de contas. — O que você acha?

— Certo. Considerando que seus olhos estão vermelhos e seu rosto está inchado...

— Puxa, valeu Harry!

— ... eu diria que foi uma pergunta meio estúpida. — suspirou. — Olha Mione, eu sei que eu provavelmente não deveria falar isso...

— Então não fale Harry. — cruzei os braços, me sentindo cada vez mais exposta naquele imenso corredor, com os quadros me olhando e um aluno passando vez ou outra.

— ... mas a Gina não fez isso por mal. Ela só achou...

Suspirei. — Eu sei o que ela achou Harry. Ouvi a sua briga com ela — ele corou —, e obrigada pela defesa a propósito. Mas eu não quero falar sobre isso agora. Tudo bem?

— Hum... claro. — se mexeu desconfortavelmente. Andamos mais alguns passos, logo dando de cara com a biblioteca.

— Você vai entrar?

— Vou passar na cozinha primeiro, pode ser? Já são quase cinco da tarde e eu to morrendo de fome.

Olhando para um dos inúmeros vãos entre as pilastras do castelo, pude constatar que realmente, o sol parecia estar indo embora cada vez mais rápido. Só de pensar que eu só havia comido três torradas de café da manha, o meu estômago roncou.

— Aproveita e me traz uns cookies, por favor. Nos encontramos aqui em vinte minutos? Madame Pince vai te matar se te ver entrando com comida na biblioteca.

— E quem disse que ela vai me ver? — piscou, pegando a capa de invisibilidade do meu braço e arrancando um mínimo sorriso de mim. — Volto em vinte minutos, no máximo meia hora Mione! — e saiu.

Depois de vê-lo virar a esquina, segui meu caminho e entrei na biblioteca, o cheiro de livros velho me acalmando no mesmo instante. Cumprimentei Madame Pince com um menear de cabeça e segui em direção as estantes de livros mais distantes e pouco consultadas, me esforçando para não ser distraída pelos ocasionais sussurros ou livros novos.

Por mais que Gina me achasse sozinha e anti-social, eu era mais antenada que muitos fã-clubes de fofoca de Hogwarts. Não que eu fuxicasse muito a vida alheia, ou pior, fosse uma Rita Skeeter da vida, mas não tinha como você ser a garota mais inteligente da sua idade barra Hermione rata-de-biblioteca sem estar sabendo o que acontecia em sua própria escola. E não, eu não estou sendo esnobe, apenas apontando um fato.

Entrando rapidamente na cessão de jogos, me pus a procurar o meu objetivo inicial: Nerve. O título já não me era estranho há alguns anos, mas eu continuava o ignorando, até que ouvi cada vez mais alunos sussurrando sobre isso – ou o que eles pensam ser sussurros pelo menos. Já estava obstinada em encontrar esse livro mesmo não me lembrando em que cessão o havia visto, mas Gina fez o favor de agilizar o processo e salvar minha bunda ao mesmo tempo – não sou burra, é só somar 2 mais 2: se todos estavam falando desse jogo as escondidas e Prof. McGonagall não havia aprovado nem um pouco a exibição de Lilá, era porque esse jogo não era 100% legal, no final das contas.

Estendo a mão, peguei rapidamente o livro Esportes e Jogos Mágicos, me acomodando em um pufe escondido entre duas estantes. Já no índice, achei até de jogos mais infantis até o próprio Torneio Tribuxo, - razão de eu já reconhecer o livro em primeiro lugar - finalmente encontrando Nerve, em uma fina tinta quase apagada.

Tive um cuidado especial ao abrir a página indicada - se o livro já estava em pedaços, ilustrando o quão velho era, as páginas amareladas estavam prestes a se desfazerem em minha mão – e comecei a ler.

Nerve

Você é um jogador ou um observador?

Criado dez séculos após Merlin, Nerve é um jogo disponível por 24h onde jovens bruxos e bruxas maiores de idade jogam verdade ou desafio, sem a parte da verdade. Observadores pagam para observar, jogadores pagam para ganhar.

Lendo mais alguns parágrafos notei que apesar de terem modernizado o jogo, dando um jeito de fazerem tecnologia trouxa funcionar ao redor do mundo mágico, a dinâmica ainda era a mesma. Ao aceitar ser um observador, você pagaria certa quantia de galeões que seria rapidamente tirada de seu cofre e entregue aos coordenadores do jogo – seja quem fosse. Já se você escolhesse ser um jogador, a cada desafio ganho certa quantia seria depositada em seu cofre.

Avisos:

1. Nerve é uma democracia, os observadores criam os desafios.
2. Os dois vencedores com maior número de observadores avançam para a última fase, onde o vencedor leva tudo.
3. Observadores podem observar de qualquer lugar, mas são encorajados a filmar.

Regras:

1. Os desafios devem ser gravados pelo jogador.
2. Falhe ou desista.
3. Quem denunciar sofre as conseqüências.

Para ser jogador, utilize o feitiço-

Fechei o livro com força, meu peito batendo forte, minhas mãos em punhos para não tremerem. Era aquilo que eu queria? Ou eu só estava agindo por impulso? Soltei uma risada nervosa. Era óbvio que eu estava agindo por impulso. Que merda eu estava fazendo? Ao mesmo tempo em que eu não queria me tornar a garota que Gina queria que eu fosse, eu não queria ser conhecida somente pela certinha e chata Granger. Estava em um impasse!

Como se pra zombar ainda mais de mim, as palavras destiladas por Gina voltaram com força em minha cabeça, me fazendo dar um basta naquilo tudo.

Chega! Decidi. Eu não preciso provar nada a ninguém. E o que eu faço ou deixo de fazer daqui pra frente, é uma escolha minha e somente minha.

Apontando minha varinha para frente, rapidamente murmurei o feitiço dos jogadores seguindo os movimentos instruídos pelo livro. Instantaneamente uma névoa muito parecida ao início do feitiço Patrono começou a sair da ponta da minha varinha, me saldando com um "Bem vindo ao Nerve, jogador _Mi_1407" antes de desaparecer. Ouvindo alguns passos próximos a mim só tive tempo de conferir mais uma vez o livro, o guardando no lugar assim que Harry apareceu.

— Hermione, cadê voc... O que você fez?

Segurando com força o dispositivo que magicamente apareceu na minha mão, o mostrei a Harry.

— O que você acha?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Próximo capítulo tem Malfoy na área garotas
P.S.: as regras e avisos sobre o jogo Nerve foram retirados do próprio filme.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nerve - versão Hogwarts" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.