Idris - Casa da Consuela. 

— Desembucha Simon, onde encontrou Jace?! - Disse Isabelle.  

— Bem Izzy, foi o Jace quem me encontrou, e-ele me achou na academia e me disse que você estava machucada e que era pra mim tomar cuidado porque coisas estranhas andavam acontecendo. - Disse o menino sem encara-la. 

Isabelle achou estranho Simon não lhe encarar, ele só fazia isso quando estava mentindo, mas por que mentir sobre algo como isso? A menos que ele não quisesse que ninguém mais soubesse. 

— Vou matar o Jace! - Disse a menina, porém Simon a conhecia, ela havia entendido que ele precisava falar com ela em particular. 

— E quem é o traidor? Se realmente existe um precisamos avisar a Clave, isso pode ser perigoso! - Disse Helen. 

— Não! Se realmente existe um traidor eu quero saber, mas quem vai ajustar as contas será eu! Minha mãe está em um coma profundo graças a ele, quero saber, por favor Simon me diga! - Disse Aline com raiva. 

— B-bem, a-achamos que s-seja . . . - Simon se sentia em uma encruzilhada, não podia dizer quem havia despertado sua desconfiança, mas também não podia dizer a Isabelle que estavam desconfiados do próprio pai dela! 

— Diga logo Simon! - Gritou Aline, para logo em seguida arregalar os olhos assustada, ela nunca gritava, sempre ficava na sua, mas ver sua mãe naquele estado estava mexendo e muito com seus nervos. Sentiu os braços de Helen em seus ombros lhe passando apoio e conforto. 

— Achamos que talvez possa ser Robert Lightwood. - Disse Simon e viu o momento em que os olhos de Isabelle se arregalaram e logo se enxeram de lagrimas. 

— M-meu pai? - Sussurrou. 

— Sinto muito Izzy, mas todas as pista levam a ele, foi ele quem tirou Alec da liderança do Instituto, foi ele quem organizou a reunião no dia em que Alec foi sequestrado, foi ele quem teve uma reunião com o povo das fadas, foi ele quem usou a espada mortal em Jace. 

— Não Simon! Meu pai não pode ter feito isso com seus próprios filhos! - Gritou Isabelle chorando. 

Helen e Aline pareciam petrificadas e olhavam assustadas para Isabelle que gritava e chorava ao mesmo tempo. A morena estava fora de si, sabia que seu pai era um ser cruel quando queria e que não aceitava o fato de seu primogênito ser gay e ainda por cima sair com um submundano, mas não conseguia imaginar que o homem que a criou, que foi seu herói quando criança pudesse fazer isso com seu irmão. 

— Não isso é mentira, isso não pode ser verdade. - Chorava a menina. 

Simon ficou penalizado, se aproximou da morena e a abraçou, não queria tê-la deixado nesse estado, porém não podia revelar o que se passava em sua mente agora. Além disso tanto Jace quanto Magnus acreditavam fielmente que Robert era culpado. 

— Sinto muito Izzy. - Disse Simon enquanto afagava os longos cabelos negros tentando acalma-la. 

— Simon, e-eu preciso ficar sozinha um pouco. - Fungou a menina se afastando dos braços do rapaz. 

— Tudo bem Izzy, mas você vai ficar bem? - Perguntou preocupado. 

— Sim, só preciso de tempo pra assimilar tudo isso. 

— Então eu já vou Izzy, preciso voltar para a academia, logo eles vão sentir minha falta por lá. 

Simon se aproximou de Isabelle e lhe deu um beijo, quando já estava na porta se virou para as outras duas e acenou com a cabeça, saindo da casa da Consuela e pedindo aos céus para que Isabelle ficasse em seu quarto deprimida, não que gostasse de ver a namorada sofrendo, mas se ela se trancasse em seu próprio quarto não arrumaria problemas. 

Estava andando acelerado até os limites de Idris quando lembrou que não fazia ideia de onde ficava a cabana de RagnorFell, no momento da raiva e preocupação com Isabelle ele havia se atirado no portal, agora não sabia como chegar a casa do feiticeiro. Avistou um tronco de árvore caído  e sentou-se nele, ficou um tempo com a culpa o corroendo, não queria fazer Isabelle sofrer, mas ela o agradeceria no fim, pois fizera isso por ela, para proteger aqueles que ela ama. 

Ficou alguns minutos absorto em seus próprios pensamentos quando ouviu um ruido atras de si, usando todo o seu auto-controle e treinamento de caçador se obrigou a ficar calmo e quieto no lugar, como se não houvesse ouvido nada. O silêncio do local o estava enervando, mais alguns minutos e ele já estava começando a achar que sua imaginação estava lhe pregando uma peça, porém nesse momento ouviu o suave som de uma lamina flecha sendo disparada e se esquivou no ultimo minuto olhando para atras assustado. 

— Bom reflexo para um mundano. 

— Não sou um mundano. - Rosnou Simon olhando para a figura conhecida, então sua dedução estava correta.

— Não parece surpreso em me ver. 

— Maldito seja Jace e Magnus, eles erraram feio, não era Robert, era você o tempo todo. 

— Sim e vocês são tão idiotas! Acharam que era Robert! Como se aquele molenga fosse capaz de fazer algo contra o próprio filho! 

— Por que? O que você ganha com isso? 

— O que eu ganho? Vingança, é isso o que eu ganho. 

Simon olhou chocado para a figura a sua frente, como eles não desconfiaram dela, ela tinha tudo o que era preciso, tinha a confiança da Consuela, tinha os motivos e tinha os meios para isso. Pela primeira vez olhou e realmente enxergou a figura a sua frente,  viu todo o ódio, amargura e sede de vingança nos olhos azul-esverdeados de Helen Blackthorn. 

O menino se preparou para correr no primeiro momento, afinal estava desarmado e Helen tinha um arco preparado para atirar outra flecha. 

— Diga-me onde estão Alec e Jace? 

— Por que o Alec? Ele não te fez nada! Se fosse o Jace eu podia entender, foi o pai dele que começou tudo isso, mas o Alec? Ele não te fez nada! 

— Por que o único jeito de ferir Magnus Bane e também Jace com uma só tacada é ferindo Alexander Lightwood. Jace o grande herói de guerra, o que ajudou a derrotar Sebastian, mas viu meu irmãozinho durante o trajeto para o reino demoníaco e nem ao menos pensou em traze-lo, não se importou com a gente, minha família foi separada, eu fui banida! Sem fazer nada, mas Jace, ele fez atrocidades e disse estar sobre um feitiço de ligação com Sebastian e ninguém o culpou por isso e o que eu e meus irmãos fizemos? O que fizemos de tão grave para sermos condenados? Nada! Não fizemos nada! Vou destruir tudo o que Jace Herondale ama, primeiro seu parabatai depois sua namorada. 

— E quanto a Magnus, o que ele lhe fez? 

— Ele nem ao menos se lembra, mas eu lhe pedi que me ajudasse a unir minha família outra outra vez e ele se negou, disse que não se colocaria entra a Clave, porque agora ele tinha um motivo para não irrita-la, pois ele amava um  caçador. Ele foi outro que não se importou, mas o melhor disso tudo é que ele fez muitos inimigos ao longo dos séculos, bastou eu dizer que destruiria Magnus Bane para um bocado de gente importante e influente me dessem o poder que eu precisava para acabar com ele. - Disse a menina cheia de ódio. 

— Você é doente! E Aline? Ela foi só uma diversão? 

— Não fale de Aline para mim! Eu a amo e isso nunca vai mudar, mas eu preciso dessa vingança para seguir com minha vida, só assim poderei me doar por inteira a ela. 

— Isso é loucura! 

— Me diga onde estão Alec e Jace, ande! 

— Não, se eu disser você vai me matar. 

— Não vou te matar, meus assuntos são com eles não com você. 

— Mentira, se tivesse a intensão de me deixar vivo não teria me dito tudo isso. 

— Você é esperto. - Disse Helen com um sorriso cruel enquanto atirava uma flecha em Simon. 

O rapaz sentiu uma dor aguda no ombro e soltou um grito de dor, vendo a flecha que a caçadora havia atirado atravessada em seu ombro. Tentou correr mas Helen foi mais rápida  e acertou outra flecha, porém em sua perna direita o fazendo ir ao chão. Aproximou-se de Simon e lhe desferiu um chute no estomago o fazendo ficar sem ar. 

— Se não vai me dizer onde eles estão, vai ter uma morte bem dolorosa. 

Helen então começou a espancar o rapaz caído, com chutes por todo seu corpo, Simon não tinha como se defender, estava machucado e completamente sem forças, sentiu sua consciência lhe deixando pouco a pouco, até que uma dor mais aguda em seu peito lhe chamou a atenção, logo sentiu o sangue lhe subir pela garganta e o ultimo pensamento que passou por sua cabeça foi Isabelle indefesa na mesma casa que aquela lunática. 

                                                   * * * 

Arredores de Idris- Cabana de RagnorFell.

Alec observava um Magnus adormecido, ele alisava o rosto do bruxo, que estava aninhado em seus braços, até que o rapaz sente uma coisa, há algo diferente nele. Ele se levanta e segue em direção ao espelho, analisando-o com cuidado.

Ele sente que mais um coração estivesse batendo em seu peito, então ele sai do quarto e encontra Jace no meio do corredor.

—O que está acontecendo? –Pergunta Alec, nervoso.

O rapaz sente uma empatia forte por Jace, como se eles estivessem presos, como se uma parte de um residisse no outro. É uma forte conexão, algo tão forte que Alec se sentia um tolo por repudiar alguém que era tão importante para ele.

—Nossa runa parabatai foi ativada. –Responde aproximando-se de Alec.

—Eu percebi. –Confessa suspirando.

Jace o analisa com cuidado e logo em seguida puxa Alec para um abraço, batendo nas suas costas e o sentiu soltar um suspiro.

—Estamos de volta. –Garante animado. –E o melhor, Magnus vai pirar com isso. –Brinca, afastando-se de Alec e o mesmo arregala os olhos.

—Não fale assim. –Pede negando com a cabeça, no segundo que ele sente que está sendo observado. –Ele está atrás de mim, não está? –Pergunta nervoso e Jace concorda com a cabeça. –Ele está prestes a pirar, não está? –Questiona, entrando em pânico.

—Está. –Responde, com os olhos arregalados.

—Jonathan. –Chama Magnus, irritado, no segundo que Alec se vira. –Eu vou lhe transformar em um cabide. –Ameaça entre os dentes e Alec se coloca na frente de Jace, seguindo em direção ao bruxo e o levando em direção ao quarto, trancando a porta.

—Tudo bem... Acalme-se. –Pede tranquilo.

—Eu não posso me acalmar... Se o Jace for capturado, o que sempre acaba acontecendo, porque ele é a pessoa mais imprudente que eu conheço, você vai ser um alvo fácil. –Afirma nervoso.

—Hei! Não pire, não exploda nada, não se exalte. –Pede calmamente. –Ele precisava me marcar, se ele não me marcasse poderíamos estar mortos. –Revela murmurando.

—Vocês não deveriam nem ter ido. Aquilo foi burrice. –Afirma nervoso.

—Tudo bem, eu concordo com você, mas veja pelo lado bom... Nós sabemos que o meu pai não tem nada haver com o meu sequestro. –Argumenta, alisando o rosto de Magnus.

—Isso é o lado bom? –Pergunta irritado.

—Você queria que o meu pai fosse o culpado? –Pergunta espantado.

—Não, eu não queria que ele fosse o culpado, mas se fosse Robert o responsável de tudo isso, seria uma situação mais fácil de lidar do que se fosse o meu pai, que por sinal é a explicação mais lógica e muito mais perigosa. –Responde nervoso. –O meu pai não vai parar, ele vai. . . –Alec o calou com os seus lábios, explorando cada misero canto da boca do bruxo, deixando-o confortável e bem mais calmo. –Isso foi  jogo sujo. –Acusa contra os lábios de Alec, que ri.

—Calma. Vamos dar um jeito, já disse isso para você. –Sussurra alisando os cabelos de Magnus, que solta um suspiro. –Estamos juntos e vamos enfrentar tudo juntos. –Garante, entrelaçando os seus dedos nos do namorado e beijando  sua mão logo em seguida. –Ok? –Pergunta, alisando o rosto de Magnus.

Alec sente a tensão nos olhos de Magnus, mas essa mesma tensão vai sendo dissipada pouco a pouco, até que os olhos de gato do bruxo brilharam e o mesmo solta um suspiro.

—Ok. –Sussurra, concordando com a cabeça.

—Bom... Agora por favor, não tente transformar o Jace num cabide. –Pede olhando nos olhos de Magnus.

—Posso pensar no caso daquela criatura infernal. –Resmunga revirando os olhos, fazendo Alec rir.

—Obrigado por pensar no assunto. –Pede abraçando-o e beijando o seu peito.

                        * * * 

Idris- Casa da consulesa.

Isabelle esperou que Aline saísse para visitar sua mãe  e logo pegou seu chicote, colocou sua bota e verificou se sua estela estava em seu cinto e saiu pela janela, tinha contas a certar com seu pai, não podia acreditar que ele pudesse ter feito isso, ela sabia que Simon havia hesitado quando disse que havia se encontrado com Jace, por um momento achou que ele houvesse mentido, mas no fim fora apenas hesitação me dizer que seu próprio pai era culpado por toda a desgraça que estava acontecendo com sua família.

Chegou a sala de seu pai e entrou sem nem ao menos bater, encontrou seu pai sentado em sua escrivaninha concentrado em alguma coisa, o observou por um tempo, não acreditava que esse homem que lhe criou, e que lhe deu amor a sua maneira fosse capaz de dar fim em seu próprio filho, só de pensar sentiu seus olhos se encherem de lagrimas. 

— Pai. 

Robert que estava concentrado não havia percebido a presença da garota se assustou por um momento mas logo se recompôs e abriu um sorriso ao ver sua filha bem, sabia que ela havia acordado, porém Maryse não havia deixado que ele se aproximasse da garota. A olhou com cuidado para saber se ela estava realmente bem e percebeu que a menina parecia angustiada e terrivelmente triste. 

— Izzy o que houve? O que você tem? - Perguntou se levantando e a abraçando, sentindo as lagrimas da menina molharem sua camisa.

— Por favor, me diga que não é verdade. - Implorou a menina.

— Do que está falando Izzy? 

— É verdade o que Jace e Magnus estão pensando? Que v-você é o culpado pelo sequestro de Alec? 

Robert franziu o senho, era a segunda vez que o acusavam disso, tudo bem que ele não aceitava o filho que tinha, mas tentar mata-lo? Isso era demais. 

— Isabelle Sophia Lightwood, olhe nos meus olhos e me diga se realmente acredita que eu teria coragem de fazer isso com meu próprio sangue? 

Isabelle olhou nos olhos do pai e foi relaxando a medida que percebia que seu pai era uma pessoa cheia de preconceitos e com uma visão ultrapassada da vida, mas não viu a crueldade que precisava para tentar matar o próprio filho. 

— Mas então por que estava tão obcecado em encontrar o Alec? Por que forçou o Jace aquilo tudo? - Perguntou confusa. 

— Porque ele é meu filho, Isabelle! Porque apesar de não aceitar o caso dele com o feiticeiro ou que ele goste de homens, ele é meu filho e eu precisava ver com meus próprios olhos que ele estava bem. Apesar de não parecer me preocupo com ele e com Jace também, não esperava que aquele idiota fosse mentir com a espada nas mãos! 

— E-então se não é você, quem é o traidor? 

— Como assim Isabelle? Sente-se e me conte tudo do começo. 

Isabelle se sentou em frente ao pai e contou o pouco que sabia, logo viu a ira tomar conta de seu pai, Robert podia ser duro e até cruel com os filhos, mas não aceitava que outra pessoa fizesse mal a seus filhos e muito menos armassem para ele como armaram. 

— Tudo bem, vamos encontrar esse traidor, ninguém mexe com os Lightwoods e fica por isso! 

Isabelle sorriu mesmo estando preocupada com seus irmãos, era bom ter Robert ao seu lado, nunca era uma boa ideia ter o Lightwood mais velho do lado contrario. 

                            * * * 

Arredores de Idris - Cabana de RagnorFell. 

— Até que enfim saíram! Não quero nem imagina o que estavam fazendo nesse quarto! Vocês ficaram ai por pelo menos umas três horas! - Disse Jace quando Alec e Magnus entraram na sala. 

— Jace! - Disse Alec extremamente vermelho. 

— O que Alexander e eu fazemos em quatro paredes é problema nosso e não seu! - Disse Magnus. 

— Tudo bem, mas poupem meus pobres ouvidos, além disso, acho que a Clary ficou traumatizada! - Disse Jace rindo, enquanto Alec ficava ainda mais vermelho. 

— Jace, deixe-os em paz! - Riu Clary, mas o bruxo pode ver uma pontada de preocupação em seus olhos. 

— O que aconteceu,Clary? Você não está normal. - Perguntou o bruxo. 

— E desde quando você sabe quando ela está bem ou não? Clary tenho que me preocupar com isso? - Perguntou Jace de braços cruzados e com uma sobrancelha arqueada. 

— Não seja idiota,Jace! - Disse a ruiva. - Estou preocupada com Simon, ele não voltou ainda. 

— Verdade havia me esquecido de Sheldon. - Disse Magnus pensativo. 

— Onde ele foi? Ele disse? - Perguntou Alec. 

— Ele disse que iria ver Isabelle, mas até agora não voltou. - Respondeu Clary preocupada. 

— Então está explicado, eles estão matando a saudade. - Disse o bruxo despreocupado. 

— Embora eu ache essa conversa nojenta, já que não quero saber o que Simon faz com minha irmã e que provavelmente eu mesmo vá acabar com ele se ele estiver realmente fazendo isso, acho melhor eu ir atrás daquele idiota. - Disse Jace desenhando uma runa de visão noturna já que havia escurecido consideravelmente. 

— Nem pense nisso! Você não vai sair daqui! Está maluco?! - Gritou Magnus assustando todos.

— E por que não? Alguém tem que ir atrás de Simon. - Piscou Jace confuso. 

— Porque seu garoto infernal, sua runa parabatai foi reativada, se te pegarem Alexander vira um alvo fácil! 

— Ninguém vai me pegar Magnus, relaxa! - Disse Jace confiante. 

— Magnus, Jace está certo, alguém precisa ir atrás do Simon e não tem mais ninguém. - Disse Alec. 

— Não, Alexander! Ele não vai! Sua vida corre risco! 

— Quer dizer que minha vida vale mais que a de Simon que foi arrastado para isso tudo por minha causa? - Perguntou Alec de braços cruzados. 

— Para mim sim! Nada e nem ninguém vale mais que você para mim Alexander! Jace não vai sair daqui! 

— Então eu vou e tudo fica resolvido! - Disse Clary. 

— Mas nem em sonhos! - Disse Jace irritado. 

— Chega! Alguém precisa ir atrás de Simon e qualquer um que for não está seguro, mas alguém tem que ir! E se vocês acham que a vida de um ou outro é mais importante que a vida de meu melhor amigo que mesmo sem ter ascendido fez de tudo para ajudar Alec, então eu vou, porque vocês não são melhores que as pessoas que estão nos caçando! - Disse Clary fazendo Magnus se encolher. 

— Ela tem razão Magnus, eu te amo, mas minha vida não vale mais que a de ninguém. - Disse Alec se aproximando do bruxo e encostando sua testa na do feiticeiro. 

— Alexander. - Sussurrou Magnus angustiado. 

— Olha vocês podem ficar ai a noite inteira discutindo, mas eu vou atrás do mundano e vou sozinho. E não Clary, você pode gritar o quanto quiser, mas eu vou sozinho! E você Magnus, não pense que me ameaçar vai fazer com que eu me intimide, sei que está preocupado com Alec, eu também me preocupo, você o ama, mas eu também, ele é meu irmão, mas Simon por mais que eu nunca vá admitir isso a ele, é meu amigo e entrou nessa sem ter a mínima culpa de nada, não vou deixa-lo sabe-se Deus onde. Ele não demoraria tanto assim se algo não tivesse saído errado. Então feiticeiro não me importa que você tenha todos os anos do mundo e que seja o Alto Feiticeiro do Brooklyn, eu sou Jace Herondale e tenho sangue de Anjo nas veias, não me ameasse mais. -Disse Jace firme olhando nos olhos do feiticeiro. 

Magnus devolveu o olhar e ficou surpreso por Jace conseguir sustentar seu olhar, não eram muitos que faziam isso, ele percebeu também que estava ficando paranoico e muito super protetor com Alec e que isso poderia acabar sufocando o rapaz. Mas depois de passar o inferno quando Alec foi sequestrado, não suportava a ideia dele ser ferido novamente. Porém entendeu que realmente fora injusto quando disse que não se importava com Simon, Jace tinha razão, tinha que se controlar ou ele e o loiro acabariam tendo uma briga feia e isso não seria bom para Alec. 

— Tudo bem, mas tome cuidado, se te pegarem, Alexander corre perigo. - Disse o bruxo encarando o loiro. 

Por um momento ficaram assim, olhos felinos contra olhos dourados, medindo força e se desculpando ao mesmo tempo. 

— Certo. Estarei de volta logo. - Disse Jace dando um abraço no parabatai que correspondeu confuso, pois não sabia mais o que pensar, numa hora seu namorado e parabatai estavam prontos para se matarem e no outro se olhavam com um olhar cúmplice e cheio de entendimentos.

Logo Jace deu um beijo em Clary que implorou para que ele tivesse cuidado e que trouxesse Simon, o loiro saiu da cabana deixando os três ansiosos e preocupados, cada um por seus próprios motivos. 

— Tenha cuidado Jace, acabei de ganhar meu parabatai de volta, não quero perde-lo de novo. - Sussurrou Alec olhando por onde o loiro havia saído.