Portas da Alma escrita por Cris Herondale Cipriano, Manuca Ximenes


Capítulo 24
Capitulo 25


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!!



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Phoenix- Apartamento de Alec.

Namorar Magnus fez Alec, de certa forma, abandonar a sua própria casa!

Tanto que ele tinha que, urgentemente, arrumar a sujeira do apartamento, sendo ajudado por uma Mary bastante atenciosa.

—A senhora deveria estar descansando. –Acusa, com os olhos semicerrados.

—E você estudando, ou namorando. –Acusa, rindo.

Alec suspirou, ela deveria falar, vigiando o seu namorado que está hospedando um rapaz loiro que deve ser no mínimo mil vezes mais atraente que você. Alec deveria dizer isso a senhora, mas se calou.

Mary poderia lhe dar conselhos, mas ele tinha medo do que ela poderia dizer a ele, talvez estragasse com o mínimo de esperança que ele tinha.

Foi então, que aconteceu, ele paralisou e o seu corpo enrijeceu.

Alec pode sentir o seu corpo ser rasgado, várias e várias vezes, até que caiu de joelhos. Ele poderia ouvir Mary o chamar, ele poderia sentir a sua mão em sua fase, mas tudo o que ele conseguia pensar era na dor que estava sendo afligido.

A sua mente começa a embaralhar e, então, por um segundo ele viu Magnus a sua frente em vez de Mary, ele tinha olhos de gato, não os seus costumeiros olhos âmbar, ele tinha aquele olhar felino, com um sorriso nos lábios, fazendo-o se concentrar em seu rosto.

O moreno sabia que era uma alucinação,que tudo o que estava acontecendo era fruto da sua mente, mas focalizar nos olhos de Magnus, fez com que ele voltasse a realidade, tanto que quando ele piscou os seus olhos, ele encontrou Mary em vez de Magnus.

—Alec, o que está acontecendo com você? –Pergunta, preocupada.

—Eu não sei. –Confessa, ofegante. –Eu não tenho ideia do que esteja acontecendo. –Murmura, negando com a cabeça.

—Isso já tinha acontecido outras vezes? –Pergunta, analisando-o com atenção.

—Não. –Responde, nervoso. –Por favor, não diga nada ao Magnus. –Implora, desesperado.

—Mas ele... Ok, eu me calo, mas nós vamos ao médico. –Revela, retirando a franja de Alec da frente dos seus olhos.

                                          * * * 

Idris - Casa da Consuela.

Jia andava de um lado pra outro inquieta, tinha muita coisa que resolver, a Clave estava um completo caos, o Consulado estava fazendo pressão, a Clave queria respostas e atitudes e ter o Inquisidor Robert Lightwood lhe fazendo pressão para que desse ordem de prisão aos seus dois filhos não ajudava. O homem a estava infernizando querendo que ela colocasse mais equipes de buscas atrás deles. 

Clarissa, Isabelle e Maryse estavam sobre vigilância constante, até mesmo o garoto Simon que ainda estava na academia estava sendo vigiado, se qualquer um deles tentasse entrar em contato com Jace ou Alec, eles saberiam e chegariam até eles. 

Porém uma coisa não saia de sua cabeça, Alexander Lightwood,  segundo Jace, fugira porque fora sequestrado e torturado por demônios, fora um ataque estranho já que o único intento fora atrair o jovem Lightwood até lá, mas como eles poderiam saber que o rapaz iria estar lá e sozinho?

 Outra coisa, uma reunião de ultima hora fora marcada para aquele dia, convocaram até mesmo Maryse. Todas as suas decisões pareciam chegar a ouvidos de terceiros, até mesmo o fato de ter convocado Jace Herondale até ali, já que fora dela a ideia de deixar o menino responsável pelo instituto de Nova York, até Alexander dar o ar da graça. Mas até mesmo o fato do jovem Herondale estar em Idris havia vazado, assim como seu interrogatório. 

Jia balançou a cabeça tentando afastar os pensamentos angustiantes que lhe passavam pela cabeça, será que realmente era possível ter um traidor entre a Clave?

Eram poucas as pessoas que sabiam de antemão as suas decisões. Ouviu uma batida na porta e logo em seguida Aline e Helen entram na sala. 

— Mamãe? Está tudo bem? - Perguntou Aline preocupada. 

— O de sempre, esse caso Lightwood/Herondale está me deixando louca, acabei de descobrir que . . . - A mulher pareceu hesitar em dizer. 

— O que você descobriu mamãe? Sabe que pode contar comigo e com Helen, não é? Estou aqui do seu lado. Mas se for algum assunto de sigilo eu respeito. - Disse Aline abraçando a mãe.

— Bobagem, se eu não puder confiar em minha filha e em minha nora vou confiar em quem? - Perguntou com um sorriso fraco. - Eu irei encontrar alguém no Brooklyn, essa pessoa me disse que tem noticias de Alexander Lightwood, vou até lá saber o que é, mas meninas, por favor, isso é sigilo, nem mesmo a Clave sabe ainda, preciso saber o que realmente aconteceu com esse menino, pois ele sempre foi tão correto e fiel às leis e ordens da Clave. 

— Quer que nós a acompanhemos, Jia? Pode ser perigoso. - Disse Helen preocupada. 

— Não querida, a pessoa que me mandou foi categórica, ela quer que eu vá sozinha, se eu levar alguém ela pode resolver fugir sem me dizer nada. 

— Mamãe não estou gostando disso, pode ser uma armadilha! 

Jia sorriu para a filha, era nítida a preocupação dela, porém antes que pudesse responder uma criada bate a porta e avisa que o Inquisidor queria vê-la. A Consuela solta um suspiro cansado, estava ficando cada vez mais estressada com Robert.

— Sinto muito meninas, mas preciso atendê-lo, Aline não me espere para o jantar, eu vou a esse compromisso. 

Aline a olhou preocupada, mas logo em seguida se retirou da sala ao lado de Helen, logo o Inquisidor entra e encara a Consuela. 

— Robert ,tenho algo muito importante para lhe contar. Recebi uma carta, alguém quer que eu vá ao Brooklyn, parece que finalmente vou saber o que aconteceu naquele dia em que levaram seu filho.  - Disse a mulher séria. 

Robert por um momento ficou sem palavras, apenas a olhava sem acreditar. 

— Eu vou com você, quero saber quem levou meu filho! 

— Não posso leva-lo Robert, entenda, esse assunto não pode sair daqui, ainda não avisei a Clave, mas algo me diz que para entendermos o que realmente está acontecendo, precisamos saber o que houve naquele dia. 

Robert a encarou por um momento, a mulher parecia nervosa e o cansaço era evidente em seu rosto, ela vinha sofrendo uma grande pressão desde que essa historia toda começou. 

— Tudo bem Jia, mas vou querer saber tudo sobre esse encontro, nem pense em me omitir nada! 

— Tudo bem, você é o pai dele, tem o direito de saber.

— Ótimo, só avisar que coloquei alguns caçadores para procurar pelo estado do Arizona, houve muita atividade demoníaca por lá, precisamos manter os mundanos protegidos. 

Jia o olhou pasma. 

— Você os mandou lá para proteger os mundanos? Achei que fosse para procurar por seus filhos. 

— Eu sou o Inquisidor Jia, sei das minhas responsabilidades, embora eu esteja querendo revirar o mundo atrás daqueles dois, eu ainda sou um caçador e como tal tenho responsabilidades, ao contrário dos meus filhos, eu não fujo delas. 

Dizendo isso o homem se retirou sem nem ao menos olhar para atrás, Jia ficou um bom tempo olhando por onde ele havia saído e se preguntando se fizera a coisa certa, foi preciso mentir, contar versões diferentes, precisava saber se as pessoas que mais confiava eram traidores, soltou um suspiro exausto e foi se preparar para a noite, precisava saber quem iria aparecer, a segurança e sigilo da Clave dependia disso. 

Phoenix- Apartamento de Magnus Bane.

Magnus andava de um lado para o outro, as noticias que Catarina lhe enviaram eram perturbadoras, tão perturbadoras que o bruxo, não tinha a mínima ideia do que fazer.

—Temos que tirar Maryse e os outros de lá. –Avisa Jace, nervoso.

—Eu sei disso. –Afirma, suspirando. –Mas eu não posso trazer todos para Phoenix, é perigoso demais. –Revela, olhando nos olhos de Jace. –Eu posso deixar um campo de proteção sobre você, mas a minha energia está totalmente em Alexander, eu não o deixo desprotegido um segundo sequer e mesmo assim ainda tenho problemas. –Confessa, derrotado.

—Magnus, você encontrou algum paliativo para o que os demônios fizeram? –Pergunta, preocupado.

—A única solução que encontrei, foi ele recuperar a memória aos poucos. Assim a sua própria mente encontra um meio de se recuperar totalmente. –Responde, suspirando.

—Tem certeza de que isso funcionaria? –Pergunta, com os olhos semicerrados.

—Não posso ter certeza de nada Jace. É só uma teoria e confesso, estou bastante relutante em coloca-la em pratica. –Confessa, olhando Jace nos olhos. –Eu não... Eu não conseguira vê-lo daquele estado novamente. –Revela, afastando-se de Jace.

Os olhos azuis sem vida, a confusão mental, tudo aquilo havia sido demais para Magnus e ele sabia que, de certa forma, havia sido demais para Jace também.

—Vai chegar num ponto que não vamos ter mais opção. –Revela Jace, aproximando-se de Magnus. –Alec pode não ser fisicamente mais forte, mas tem o coração mais verdadeiro dentre todas as pessoas que eu conheço, ele tem fé em todos, ele é uma das melhores pessoas que eu conheço e muito melhor do que eu poderei ser um dia. –Garante, suspirando.

—Como o deixou se envolver comigo? –Pergunta, confuso.

—Fiquei com medo que me transformasse em um cabide. –Responde, brincalhão.

 Idris - Casa de Luke e Jocelyn.

Isabelle entra no quarto e logo vê Clary que parecia desenhar algo com fúria em seu caderno, se aproximou cautelosamente da ruiva e a observou por um momento. 

— Clary? Tudo bem?

A ruiva ergueu os belos olhos verdes e a encarou, logo deu um sorriso doce em direção à morena.

— Sim Izzy.

— Hum . . . Clary, sabe que só para o caso de você ter achado um jeito . . . sabe de enganar o Inquisidor, e-eu to aqui, sabe que pode confiar em mim. 

Clary a olhou incerta, logo deu um sorriso e voltou sua atenção para o desenho, Isabelle soltou um suspiro frustrado, Clary não estava fingindo, ela realmente estava fora de seu juízo perfeito. 

— Clary, você sabe onde está o Jace? - Perguntou cautelosa.

— Eu seeei. - Cantarolou a garota.

Isabelle arquejou, talvez se tivesse tato e fizesse as perguntas corretas Clary respondesse.

— E você sabe se Jace está bem?

A ruiva a olhou confusa.

— Ora Izzy, ele está com Magnus! 

Isabelle arregalou os olhos, ela tinha razão, Clary não estava mentindo, apenas não dizia a verdade direta, se ela fizesse as perguntas corretas talvez chegasse aos irmãos.

— E Alec, ele está bem? - Perguntou como quem não quer nada.

— Não, Alec está dodói. - Respondeu com um bico, fazendo o coração de Isabelle saltar.

— Eles estão em Nova York? 

— Não. Mas eu estou com fome! 

— Certo, eu vou pedir alguma coisa pra sua mãe, mas antes me diga, onde eles estão? 

— Quero sorvete! E quero agora! Sorvete de abacaxi e caju com cobertura de chocolate. 

— Acho que isso não deve combinar não Clary. 

— Mas eu quero! 

— Tudo bem. - Bufou a morena. 

— Izzy? Quero o Jace, estou com saudades. - Disse a menina com os olhos cheios de lagrimas.

— Eu também Clary. 

— Vou dar um pato pra ele de presente! - Disse a menina sorrindo de repente. 

Isabelle arregalou os olhos. 

— Acho que ele não iria curtir muito não. - Respondeu rindo. 

Clary a olhou pensativa por um momento. 

— Izzy eu conheci o Alec, ele é bonito, mas o Jace é mais gato! 

— Eu sei Clary, eu estava lá quando você conheceu ele. - Disse gentilmente. 

— Não estava não, só tinha o Magnus e ele, você está mentindo! - Acusou a ruiva.

Isabelle a olhou confusa, as vezes Clary divaga muito, não dava para saber o que era realidade e o que era alucinação na cabeça da menina, por isso a Clave não pode fazer nada, não era que a menina mentia, ela simplesmente tinha a mente confusa e não sabia o que era alucinação e o que era verdade.

— Clary, olha . . . Não deixa pra lá, por que não me conta como conheceu meu irmão? 

Clary abriu um sorriso, que com certeza deixaria Jace extasiado, lembrar do irmão vez o coração de Isabelle doer. 

— Eu estava com o Magnus, a gente brigou. - Disse triste, para logo em seguida abrir um sorriso. - Mas ai o Alec chegou e ele estava liiiindo, gosto dos olhos dele, fiz um desenho, quer ver? 

— Claro. 

Clary entregou o caderno a Isabelle que arregalou os olhos, na folha encontrava-se Alec e Magnus, estavam em frente a uma porta do que parecia ser um apartamento, Alec vestia roupas mundanas e parecia bem e saudável, Magnus apesar de extravagante também vestia roupas mundanas, mas fora a paisagem dentro do apartamento que chamou a atenção da caçadora, o pouco que tinha aparecido pela porta entre-aberta, Clary havia desenhado o apartamento com perfeição, não seria possível ela ter inventado tudo isso. Talvez a ruiva realmente soubesse onde seus irmãos estavam.

— Obrigada Clary, você me deu esperanças. 

A morena se aproximou da ruiva que a olhava confusa, deu beijo em sua bochecha e se retirou do quarto, sua cabeça fervilhava, se Alec e Jace estavam em alguma cidade mundana, não fazia sentido ficar em Idris, sentiu um aperto no peito pelo que iria fazer, havia dito a mãe que ficaria longe de problemas, mas agora tinha uma pista por onde começar a procura-los, não ficaria parada, entre pedir permissão e pedir perdão, a morena preferia a segunda opção. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!!
Bjss até o próximo!!!



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