Oposto Complementar escrita por Tai Barreto


Capítulo 44
Capítulo 44


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridas.
Eu disse que ia responder segunda-feira da semana passada?
Disse.
Fiz?
Não.
Por que sou uma ingrata?
Não. Porque eu estava revisando uma história, pois, muito em breve, eu estarei nas livrarias.
Eu ouvi um amém? Ah, minha deusa. Se soubessem o quanto eu estou feliz com isso.
Eu ainda não tenho muita informação a respeito, mas prometo que, sempre que eu tiver, solto no grupo e aqui nos dias de atualização.
Não vim semana passada porque eu ainda não tinha concluído esse capítulo, além de ter ficado revisando.
Eu estou me sentindo péssima por não responder, mas como estamos na reta final, eu estou produzindo para não ficar devendo tanto.
Vou me organizar para responder o mais breve possível. Prometo.

Sem mais, boa leitura.



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Harry me prensa contra a porta do meu apartamento e eu solto um gemido contra os seus lábios, que me devoram com volúpia. O resultado disso? Ele está puto comigo porque eu dancei com o Cameron outra vez e ainda os apresentei. Eu não queria provocar. Eu não sou esse tipo de pessoa, mas só porque ele ficou com ciúme desnecessariamente, eu fiz. E não estou nem um pouco arrependida. Eu o afasto, querendo tomar um pouco de ar, só que ele logo se aproxima outra vez e apenas não volta a me roubar o fôlego porque eu o impeço.

— As meninas devem estar subindo. — Lembro.

— Não sei para que você as chamou.

Eu sorrio diabolicamente e me viro, abrindo a porta. Ouço o elevador chegar junto com a risada das três meninas. Eu as olho se aproximarem.

— O que houve? — Eu questiono e franzo o cenho.

— Mia escorregou e caiu, levando a Lottie junto. — Amelie responde.

— Machucaram? — Harry se preocupa.

— Como foi isso?

— Eu sei lá. — Mia dá de ombros e bufa. — Minha bunda está doendo um pouco.

— A minha também. — Charlotte faz uma careta. — Mas nada que uma boa noite de sono não resolva. — E boceja.

Antes de irmos para a casa noturna, as meninas vieram se arrumar aqui, então trouxeram suas roupas para passar a noite, a meu convite, claro.

— Então eu vejo vocês mais tarde. — Harry se despede de cada uma e elas entram.

— Eu vejo você depois. — Eu tento entrar, mas ele segura em meu braço, impedindo e fecha a porta comigo ao seu lado.

— Você está começando a provocar. — Seus olhos semicerrados me deixam sem fôlego, porém, ainda assim, eu ajo como se não e me aproximo dele, perigosamente.

— E o que você vai fazer com relação a isso? — Olho seus lábios e seus olhos, sorrindo imensamente. Seu silêncio me diverte. — Foi o que eu pensei. — Tiro sua mão da maçaneta e antes que eu abra, ele me puxa para junto de si.

— Eu sei jogar esse jogo, Laila. — Harry me olha de cima e se aproxima. — E posso pegar bem pesado.

— Conto com isso. — Eu lhe dou uma piscadela e entro, encontrando as meninas no sofá. Tranco a porta, largo o molho no aparador. — Vamos subir?

— Vamos lá. — Lottie se coloca de pé.

Subimos as quatro; Charlotte e Amelie vão dormir no quarto de hóspede e Mia e sua euforia, comigo.

— Conta tudo. — Ela quase saltita ao meu lado assim que eu fecho a porta.

— Só nos beijamos antes de vocês chegarem.

— Por isso eu segurei as meninas lá embaixo.

— Mia. — Eu balanço a cabeça em negativa. — Não precisava.

— Claro que sim. — Ela vai ao banheiro e eu vou logo atrás. — Eu vi como ele ficou com ciúmes do Cameron. — E abre sua nécessaire. — E o Cam é o maior gostoso que eu já vi na vida.

— Precisa o ver dançando. — Eu me abano e removo a maquiagem com ela.

Conversamos mais um pouco, trocamos nossas roupas e deitamos.

***

Veio à tona, fui à lona, foi K.O. Viciadíssima na Pabllo Vittar sim ou claro? A diferença é que, o que me pegou foi a preguiça e eu não estou nem um pouco envergonhada de ter perdido a luta para ela. É sábado de manhã e Amelie e Charlotte vieram para o meu quarto, e agora, estamos tendendo a conversa que não tivemos na madrugada. Não em quarteto, óbvio. As duas não pararam de soltar suspiro para o Cameron, por mais que ele não tenha demorado tanto conosco ontem à noite. O lado bom é que eu dancei horrores enquanto estive com ele. E quando se foi, com cada um dos meninos.

Era perto das quatro da manhã quando chegamos e agora, perto das dez. Ainda não comemos, por preguiça de sair da cama e preparar algo. A desvantagem de morar sozinha. Se bem que, mesmo quando eu morava no Brasil, eu cuidava das minhas refeições.

— Onde está a minha filha querida? — Ouço Eleanor questionar e salto da cama, descendo a escada para a abraçar.

— Bom dia, mãe.

— Bom dia, filha. — Ela beija a minha cabeça. — Podem entrar.

Eu me afasto dela a tempo de ver algumas pessoas entrarem.

— Mas... — Olho Eleanor e ela sorri.

— Manicures, massagistas, cabeleireiros. Hoje vocês terão um dia de princesas.

As meninas batem palminhas e descem a escada rapidamente.

— Vão começando aí. Eu vou fazer algo para comermos.

— Eu passei na cafeteria e peguei uns lanchinhos. Hoje, você só relaxa. — Mamãe me guia até a maca do massagista e eu dou um pequeno sorriso. — Comprei muffins, chocolate quente, café e cookies. Eu sei que não é muita coisa, todavia, vamos, vamos, eu quero saber como foi a noite.

Depois de me preparar para deitar à maca e receber uma massagem. Eu não quero falar absolutamente nada, então deixo que as meninas contem. Sei lá. Eu só quero relaxar. Eu fecho os olhos, quase gemendo.

— A festa está boa, hein?! — Eu ouço a voz do Harry, mas nem me dou ao trabalho de abrir os olhos. — Meu doce, comeu algo?

— Não consigo lembrar — murmuro.

— Como assim? De que horas acordou? Prepararam café da manhã?

— Ela comeu um muffim, filho.

— Oi, mãe. Meninas. Pessoal.

Eu os ouço responder.

— Acordamos era nove e meia, mas ficamos na cama da Laila, conversando sobre a noite — diz Lottie.

— Esse homem nunca mais vai embora, mãe. — Comento e Eleanor ri.

— Vai aprisioná-lo?

— Nada. Ele vai escolher ficar comigo sem sombra de dúvidas.

— Você está uma graça hoje. — O tom de voz ácido do Harry me faz querer o olhar e eu faço.

— Só hoje? — Eu lhe dou uma piscadela.

— Dois a zero. — Ele devolve.

— O que está havendo? — Mamãe se preocupa.

— Apenas um placar, mãe. — Eu tento acalmá-la. — Não tem com o que se preocupar.

— Acho bom.

Eu fecho os olhos e volto a relaxar.

***

Para fazer um almoço para tantas pessoas, mamãe chamou seus funcionários, mas antes de virem, eles passaram no supermercado e fizeram compras, pois mamãe não queria que houvessem gastos para mim. Como se eu me importasse. Eu não gasto tanto nas compras mensais e ainda divido com Harry, já que ele come mais aqui do que no seu apartamento. Foram poucas as vezes em que eu comi lá e quando fiz, ele também comprou por fora, dizendo que queria preparar algo mais especial. E ele até preparou.

Eu agora estou recebendo limpeza facial, já que as unhas das mãos e pés estão prontas. O jogo é rápido e são mais de quatro e meia.

— Vamos sair hoje de novo? — Sugiro e as meninas batem palminhas. — E nos vestir, e dormir aqui?

— Iremos em casa pegar as roupas — diz Mia.

— Eu topo demais. — O tom de voz da Charlotte é extremamente empolgado.

— Quem avisa aos meninos? — Amelie questiona.

— Eu cuido disso — diz Harry.

— Vamos aproveitar enquanto temos vida social e estamos no início da graduação, Lottie e Mel. Porque, muito em breve, isso vai se acabar.

— Vai pensando que vida de graduando e trabalhador não é nada fácil. — Comenta Mia. — No início, foi muito complicado.

— Ainda é — diz Harry, mexendo no smartphone.

— A Laila tem sorte de ter você tão perto e como vizinho. — Lottie faz beicinho. — Eu sei que vai dar o suporte que ela precisar.

— Isso não significa que vocês duas não poderão vir aqui para estudar comigo.

— Então terão o meu suporte também. — Harry emenda.

— Sabem que vão ser meus pacientes, não é? — Amelie nos olha e eu rio.

— Corajosa. — Brinco.

— Eu vou estudar esse seu comportamento aluado.

— Corajosa. — Repito. — Eu não consigo não me perder em devaneios nem que seja uma vez no dia.

— Mas você fica com uma carinha tão linda quando se perde. — Mamãe sorri e eu retribuo.

— Só você acha, mãe.

— Eu também acho. — Amelie diz. — Uma carinha de boba.

— Vamos parar? — Eu sinto minhas maçãs pinicarem e elas riem de mim.

Ao fim da limpeza e do trabalho da manicura, eu decido procurar o que vestir. Subo a escada e entro no meu quarto. Eu sei que vou gastar um bom tempo conversando com a as meninas. Sigo ao closet e eu poderia ser surpreendida pelo Harry, se já não soubesse que ele viria atrás de mim.

— Laila...

Eu me viro e ele se aproxima, me fazendo recuar até ser prensada contra minhas roupas e roça o nariz na curva do meu pescoço. Eu fecho os olhos e praguejo baixo quando sinto meus pelos eriçarem. Infame.

— Adoro quando faz isso. — Provoco.

— Você não vai chamar aquele cara, vai?

— Por quê?

Harry roça os lábios contra os meus e eu tento não enlouquecer.

— Eu não o quero perto de você.

— E quem você pensa que é para me dizer o que quer ou deixa de querer e eu acatar? — Toco a ponta do seu nariz.

— Você sabe ser bem infame quando quer.

Eu dou de ombros e um beijinho no seu queixo.

— Agora, você pode me dar licença? Seu pedido foi ouvido, mas jamais será atendido. — A piscadela que eu dou o faz inspirar fundo e Harry passa a mão pelos cabelos.

— O que vai usar? — Harry se afasta e eu começo a vasculhar.

Eu pego um body preto, sideboob e costas nuas, alças finas, uma saia cor de rosa com paetês levemente armada e sandálias pretas. Deixo sobre a cama e Harry me segue.

— Estarei poderosíssima naquela pista hoje, querido.

— Eu estou notando.

— Laila, Harry, venham aqui. — Chama mamãe e eu e ele saímos do quarto.

— Oi, mãezinha.

— Estamos indo — diz.

— Obrigada pelo dia maravilhoso, tia. — Mia vai até Eleanor e a abraça.

— Muito obrigada mesmo, mãe. Eu nunca me senti tão bem depois de uma massagem. — Eu a abraço. — Depois eu quero o cartão do massagista, porque muito em breve, vou querer outra. — Eu o olho.

— Aqui, senhorita. — Ele me oferece.

— Muitíssimo obrigada. — Eu pego e vejo seus dados. — Vemo-nos muito em breve.

— Certo. — Ele sorri.

Despedimo-nos do pessoal e por fim, ficamos sozinhas com Harry.

— Vamos lá em casa? — Lottie me chama. — Você precisa me ajudar a escolher o que vestir.

— A mim também. — Mel junta as palmas das mãos.

— Deixa só eu vestir algo que preste.

— Também vamos nos trocar.

Eu volto ao primeiro andar, deixo o cartão do massagista na gaveta do criado-mudo e entro no banheiro. Tomo uma ducha, agoniada por não ter feito quando acordei e tendo o devido cuidado com os fios. Ao fim, eu me seco rapidamente e saio, indo ao closet. Pego uma calcinha, visto e um vestido ice cream, de listras pretas e brancas, e mangas acima dos cotovelos, de comprimento abaixo da metade das coxas. Felizmente não é tão justo nas minhas curvas. Calço tênis brancos, arrumo uma bolsa de alça tiracolo preta e pego meus óculos escuros e uma jaqueta jeans.

Saio do quarto e encontro Harry sentado no sofá.

— Vem cá, vamos atualizar nossas fotos nas redes sociais. — Ele levanta e eu desço a escada, mas não sem antes ouvir as meninas conversando. Solto os cabelos e arrumo os fios e para a minha surpresa, Harry me puxa até a cozinha. — Eu esperava ter um fim de semana com você. — Ele coloca uma mecha dos meus cabelos atrás da orelha.

— Não imaginei, por isso sugeri a saída dessa noite.

Depois de algumas dezenas de fotos, as meninas descem, vestidas e com suas bolsas.

— Vamos fazer a troca de roupas. — Mia coloca sua mochila nas costas.

— Eu posso levar vocês, se quiserem — diz Harry, como quem não quer nada.

— Perfeito. — Lottie sorri. — Vamos?

Saímos os cinco do meu apartamento.

***

— Nunca gostei dessa ideia de dividir qualquer coisa na minha vida. De dividir absolutamente nada. — Comento, me concentrando agora em aplicar o batom vermelho.

— Pois é. Dividir também nunca foi meu forte. — Charlotte comenta. — Namorado, maquiagem, roupa.

— Ah, não, namorado que vier com essa palhaçada de dividir, eu o mando para a casa do caralho. — Mia se revolta e eu rio, parando de aplicar o batom.

— Arrasou. — Amelie bate palmas.

Estamos as quatro no meu quarto, todas de robe, com as roupas sobre a cama, somente nos maquiando e trocando experiência. Já falei um pouco como foi a minha vida no Rio de Janeiro, com minha família. Na casa da Lottie, tive que aguentar seu irmão mais novo me paquerando, tentando me convencer a lhe dar uma chance e dizer a que casa noturna iremos. Somente depois de obter essa informação foi que o bonito me deixou em paz. E na casa da Mel não foi tão diferente; seu irmão era mais novo e, felizmente, não tem idade para se juntar a nós. Claro que as meninas entraram no carro comentando sobre e isso deixou Harry enciumado. Como se houvesse necessidade.

— Eu vou me vestir. — Saio da penteadeira, depois de verificar algumas centenas de vezes se o batom está em perfeito estado, pego meu body e entro no banheiro. Retiro o robe e visto a peça.

Saio somente com ele e visto a saia, calçando as sandálias, enquanto Mia fecha o zíper. Lottie entra, usando um vestido azul escuro, de decote em V, estilo ciganinha, justo em suas curvas. Ela tem um corpo maravilhoso, além de ser muito simpática.

Ao fim, saímos do quarto e Harry já está nos esperando no sofá, mexendo no seu aparelho.

— Vamos, querido? — Mia questiona e ele nos olha.

— Vocês estão reservando o fim de semana para me deixar sem palavras para as elogiar? — Ele levanta e cumprimenta cada uma das meninas e a mim, por fim.

— Na verdade, reservamos para dar adeus às nossas vidas sociais, mas se estamos conseguindo o deixar sem palavras, é lucro, acredite. — Mel brinca.

— Vamos logo. — Lottie chama. — Eu quero rebolar a raba horrores hoje.

Eu rio por ela ter usado o termo brasileiro para bunda e saímos do apartamento outra vez.


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Notas finais do capítulo

Perdoem-me. Eu fiquei com tanta dor na mão por causa da correria que vocês não têm ideia.
Agora mesmo, estou com os dedos cheios de remendo porque machuquei, mas ainda estou aqui.
Eu já adiantei o próximo e vou começar o 46 em breve.
Bom fim de semana.



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