Capítulo 1:

She said, I was seven and you were nine
I looked at you like the stars that shined
In the sky, the pretty lights
And our daddies used to joke about the two of us
Growing up and falling in love and our mamas smiled
And rolled their eyes and said oh my my my

Eu tinha sete anos. Estava brincando sozinha no parquinho perto da minha casa. Minha mãe, Renée, estava sentada ao lado de uma outra mulher em um banco um pouco longe de mim.

Enquanto eu brincava no balanço tentando ir o mais alto que conseguia sem ter ninguem me empurrando, esbarrei em um garoto que passava na frente. Com minha incrível cordenação motora, não consegui me segurar a tempo e acabei por cair em cima do menino.

Senti meus olhos encherem d’água assim que senti meu joelho esquerdo bater no chão, cortando a pele. Funguei.

Sai de cima dele, sentando-me no chão. Ao olhar meu joelho, as lágrimas escorreram. Droga, olhar o sangue fez doer mais. O garoto sentou-se ao meu lado.

Levantei o olhar e encarei seus olhos verdes como esmeralda. Ele sorriu pra mim quando disse:

- Você tá... Ei, não chora. – meu lábio tremeu um pouco quando ouvi sua voz melodiosa. Ele viu o estrago no meu joelho e fez uma careta. – Vem, vou te ajudar a ficar em pé.

Ele levantou e estendeu a mão pra mim. Foi quando reparei nele de verdade. Seus cabelos eram cor de bronze diferente e sua pele tão branca quando a minha. Seus olhos verdes brilhavam como as estrelas e seu sorriso torto era lindo. Ele com certeza era um menino lindo. Ele com certeza era um dos meninos mais bonitos que já havia visto. Apesar de não ter visto muitos.

Pequei sua mão e ele me puxou. Não consegui sustentar meu pequeno corpo porque, ao dobrar o joelho, o corte abriu mais. Passando a mão pela minha cintura, ele ajudou-me a andar.

Foi quando percebi que ele deveria ser mais velho que eu. Era mais alto também.

- Onde está sua mãe?

- Ali. – apontei para o banco onde minha mãe estava ainda conversando com a mulher.

Ele olhou na direção que apontei e sorriu.

- Acho que a sua mãe conheceu a minha mãe.

Eu fui responder algo, mas meu joelho latejou e eu choraminguei. Ele andou mais rápido.

- Ah, - ele começou. – Meu nome é Edward.

- Isabella. Mas prefiro Bella. – dei um pequeno sorriso corando.

Continuamos andando em silêncio. Meu joelho estava latejando quando cheguei até minha mãe, mas ela ainda não tinha reparado em nós dois.

- Hum... mãe?

- Sim, filha? – ela olhou para mim, franzindo a testa quando viu que Edward me segurando.

- Me machuquei. – cocei a cabeça e corei. A mulher ao lado dela olhou para Edward.

- Filho? O que aconteceu?

- A Bella estava no balanço e ela acabou caindo em cima de mim, machucando o joelho. – Edward explicou enquanto me soltava para eu sentar ao lado da minha mãe.

- Ai meu Deus, Bella! – minha mãe exclamou ao ver o corte. Sorri envergonhada. – Vamos para casa limpar isso.

Nos despedimos de Edward e sua mãe, que descobri ser Esme, e fomos para casa cuidar do meu machucado.

Em casa, minha mãe me contou que conhecia Esme desde a época de escola. Elas estudaram juntas, bem como meu pai e o marido de Esme, Carlisle. Elas eram madrinhas de casamento uma da outra.

Assim que se casou, Esme foi para Chicago com o marido, pois ele recebeu uma proposta de emprego em um hospital da cidade. Mas agora ela estava de volta com os três filhos. E o melhor, eles eram nossos vizinhos!

Algum tempo depois, Edward e eu já estávamos grudados um no outro. Conheci seus dois irmãos: Alice, da mesma idade que eu e Emmett, o mais velho. Mesmo Alice sendo da minha idade, eu ainda era mais amiga de Edward, apesar dele ser dois anos mais velho que eu.

Vez ou outra, quando estavamos juntos fazendo alguma coisa, ouviámos nossos pais brincarem, dizendo que iamos casar um dia. Nossas mães apenas riam.

Estar perto de Edward me fazia bem, meu coração sempre disparava quando ele me abraçava, beijava minha bochecha. Naquela época eu não sabia, mas estava me apaixonando por ele.

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Take me back to the house in the backyard tree
Said you'd beat me up, you were bigger than me
You never did, you never did
Take me back when our world was one block wide
I dared you to kiss me and ran when you tried
Just two kids, you and I...
Oh my my my my

4 anos depois:

- Edward, será que você pode me contar aonde está me levando?

- Já disse que não, Bells! Espere só mais um pouco.

Revirei os olhos internamente. Era meu aniversário de 11 anos e Edward estava me levando a algum lugar desconhecido, meus olhos vendados. Suspirei irritada.

O som familar do portão dos fundos da casa de Edward me chamou atenção. Estávamos na casa dele? Ele me conduziu por mais alguns segundos e então parou. Abri a boca para perguntar o que estávamos fazendo na casa dele, quando fui interrompida.

- Chegamos.

Ele retirou a minha venda. A principio, eu não sabia para onde olhar. Estávamos no jardim nos fundos da casa dos Cullen e eu não sabia o que tinha de especial ali, até que eu reparei na maior arvore dali.

Entre os galhos, havia uma casa toda de madeira e no tronco, tiras de madeira formando uma escada. Minha boca se escancarou.

- Você... você lembrou? – perguntei, meus olhos enchendo de água.

- Claro que sim. – ele me abraçou pelos ombros. – Que tipo de amigo eu seria se não lembrasse?

- Edward, eu te contei isso há quatro anos. – eu ri. – Não pensei que fosse lembrar.

- É, mas eu lembrei. Então, vamos subir?

Acenei começando a ficar animada. Edward fez uma casa na árvore pra mim! Tá, provavelmente não foi ele quem fez, mas mesmo assim. Foi o melhor presente que ganhei nesse aniversário. Sempre tive vontade de ter uma casa na árvore e contei isso a Edward quando ficamos amigos. Eu realmente não imaginava que ele fosse se lembrar, muito menos que ele ia me dar uma.

A felicidade que eu sentia quando Edward fazia coisas assim não era a mesma que eu sentia quando algum outro amigo me dava um presente. Era um dos sinais de que eu estava apaixonada por ele, mas eu era nova demais para perceber.

****

- U-A-U! É linda, Ed! – sorri, observando tudo.

Era apenas um cômodo pequeno, afinal é uma casa na árvore, mas mesmo assim, era perfeita. Tinha um sofá meio surrado de três lugares da minha cor preferida, verde, uma mesinha redonda e uma poltrona também surrada. Havia também umas cadeiras espalhadas por lá e uma janela bem grande atrás do sofá.

- Gostou mesmo? – ele estava receoso.

- Sim, Edward, é perfeita! Obrigada, obrigada! – dei um abraço apertado nele. – Mas você não fez isso tudo sozinho.

- Nossa, Bella, que confiança em mim! – ele se fez de desentendido e eu ergui uma sobrancelha. – Ok, ok, eu confesso. Meu pai e o seu me ajudaram.

- Sabia! Você não iria fazer algo tão grande assim sozinho. – pisquei pra ele.

Foi ele quem ergueu a sobrancelha dessa vez.

- Você sabe que posso te bater, se eu quiser né?! – foi se aproximando devagar. Eu arregalei os olhos e andei pra trás. – Eu sou maior.

- Você não faria isso. – continuei me afastando.

Ele riu e depois tudo aconteceu muito rápido. Em um momento eu estava parada no meio da casa. No outro estava caida no sofá com Edward por cima de mim, me fazendo cosquinha.

Eu estava rindo enlouquecidamente.

- Edward! Para com isso! – mais risadas. – Para!

Quando ele finalmente parou, eu estava ofegante e risonha esparramada no sofá. Edward sentou-se no braço do sofá, rindo de mim.

- Você... é um... filho da-

- Olha a boca! – ele me interrompeu, rindo mais ainda. – Você não vai querer xingar Esme.

- É, tem razão. Eu quero xingar você, seu idiota. – tentei ficar séria, mas não consegui.

Ficamos mais alguns minutos lá, conversando. Como Edward era mais velho que eu, as coisas no 8º ano eram mais emocionantes. Sem falar nas meninas que davam em cima dele. Sem saber por que, me senti incomodada com isso.

- É melhor descermos. Daqui a pouco, vai ser a sua festa.

- Ugh. Festa. Por que eu deixei Alice e minha mãe me convencerem disso? – suspirei frustrada afundando meu rosto no sofá.

- Talvez porque você sabia que elas iriam fazer do mesmo jeito. Ou que iriam te perturbar até te convencerem.

- É, você está certo. – revirei os olhos. – Vamos logo.

Descemos e fomos caminhando pelo jardim, quando uma idéia surgiu na minha cabeça. Certo, era brincadeira, mas eu queria implicar. Então eu ri e falei:

- Sabe, tem uma coisa que você não faria.

- Ah, é?! E o que seria essa coisa? – ele ergueu uma sobrancelha pra mim, rindo.

Sorri.

- Me beijar. – falei e continuei andando normalmente até que notei que Edward não estava me acompanhando.

Parei e olhei para trás. Ele estava me encarando parecendo meio chocado. Gargalhei.

- Edward? Será que você pode andar?

Ele continuou me encarando, mas andou em minha direção. No meio do caminho ele deu um sorrisinho maroto. Percebi tarde demais o que ele pretendia fazer.

Quando parou na minha frente, Edward se abaixou lentamente. Meus olhos se arregalaram e eu tentei dar um passo para trás, mas ele me impediu colocando as mãos na minha cintura.

Ele se aproximou mais ainda e parou a uma pouca distância da minha boca. Meus olhos se arregalaram mais ainda. Seria meu primeiro beijo, droga. E eu estava apenas brincando quando falei aquilo. Mas quem disse que eu conseguia me afastar?

Edward se aproximou um pouco mais, porém senti um pingo d’água no meu nariz. Não liguei muito, mas, do nada, começou a cair uma chuva torrencial. Nos afastamos assustados e começamos a rir, esquecendo momentaneamente do quase-beijo. Corremos até a varanda nos fundos da casa dele, respirando pesadamente quando chegamos lá.

- Ok, sua mãe vai surtar quando te ver assim.

- Eu sei! – ri mais ainda.

Minha mãe ia brigar comigo e Alice ia surtar pois eu teria que lavar o cabelo novamente. Mas eu não me importava. Aquele tinha sido um dos melhores dias da minha vida.