Unforgiven escrita por Asthera


Capítulo 1
Oneshot


Notas iniciais do capítulo

Deixando claro: Se você gosta do Rhaegar, sem problemas, seja feliz. EU não gosto. Eu não te julgo, e você não me julga, entendeu?
Não sabemos o ponto de vista de ninguém do triângulo, portanto há espaço para um monte de pontos de vista diferentes, esse é o MEU. Não estou impedindo em nada de você manifestar o seu ou escrever sobre ele.
Mas enquanto o Martin não explicar nada relacionado a isso, continuarei achando que o Rhaegar era um fanático à la High Sparrow cujas ações ajudaram a matar a própria família. E a Lyanna, uma azarada que ativa ou passivamente serviu para ajudar a trazer mais treta pro reino.



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E a força do golpe fez seu coração parar, assim como o tempo.

Seus irmãos de batalha se entreolharam, o silêncio parecera unânime entre todos que o haviam seguido. Não somente os dragões, mas também seus simpatizantes.

Foi como se instantaneamente o sol tivesse se apagado e as flores lentamente começassem a murchar. Tornando inútil qualquer motivação que os targaryens e seus aliados tivessem de continuar lutando.

Aquele era o fardo de ser um líder. Carregar o reinado nas costas somente por sua capacidade de liderança, mas que com somente um golpe, fosse destruída qualquer esperança de continuidade da linhagem do dragão.

Os rubis se despreenderam de sua armadura, brotando como um novo braço do Tridente assim como sua respiração começara a falhar conforme caía.

Por instantes fora quase impossível raciocinar, principalmente quando percebia o quanto deixava para trás: dois filhos, a esposa, o reino, a falsa esperança de um futuro melhor para Westeros.

Tudo por conta de uma profecia idiota que quisera cumprir.

Sua esposa só fora capaz de lhe dar dois filhos, levado pelo misticismo imbecil de quem lia demais, Rhaegar quisera a terceira cabeça do dragão. Nunca a culparia por sua condição, Elia cumprira com sua obrigação de esposa, inclusive não o impedindo quando seguira adiante com aquela ideia idiota, pois sabia que Rhaegar não desistiria, mesmo se tentasse convencê-lo do contrário.

Elia de Dorne trouxera para os Sete Reinos um povo que detinha valores curiosos e tirara proveito disso. A liberdade sexual dornesa fora suficiente para achar que ela aceitaria que Rhaegar escolhesse Lyanna.

Mas ninguém havia contado a Elia sobre a Coroa da Rainha do Amor e da Beleza com a qual ele resolvera coroar Lyanna Stark, sem ao menos se importar com a cultura nortenha ou com o noivado de Robert Baratheon.

Ninguém havia contado para Elia que Rhaegar a humilharia publicamente diante daquela atitude imbecil. Ninguém lhe contara que o que ele tinha de bom para ser rei, a paranoia da profecia aos poucos corrompera, transformando-o do marido respeitoso que fora um dia, em um mero fanático.

Muito menos ele havia contado a Elia sobre a terceira cabeça do dragão, mas ela era muito mais do que aparentava. Sua saúde frágil escondia uma mente afiada, calculista e seus sorrisos disfarçavam seus reais objetivos. Não fora a toa que a esposa descobrira os planos dele por si só. Sempre achara que mulheres eram uma caixinha de surpresas, mas as dornesas o surpreendiam ainda mais.

Mesmo que estivesse muito mais atração pela rebeldia e jovialidade misteriosa de uma nortenha, sua esposa não deixava de ter seu fascínio. Radiante como o sol, mas forte o suficiente para queimar quem se aproximasse demais de seus raios. Uma vez, lera sobre lendas dothraki que diziam que os dragões haviam nascido do sol.

Se aquilo fosse verdade, não havia representação melhor do que Elia Martell. Capaz de infligir a ele as mais letais queimaduras, mas que sempre se reservara a mantê-lo aquecido. Apesar de tudo, ela escolhera não queimá-lo com a intensidade do sol dornês.

Elia era boa demais para alguém como ele.

Ela fora seus pés no chão quando sua paranoia o fizera voar alto demais. Ela fora sua confidente sobre aqueles planos arriscados. Ela fora o pontapé que precisara para decidir que voltariam para Dragonstone. Ela fora a rainha silenciosa que, como uma serpente, captara todos os resquícios de calor desenfreado vindos das presas de Rhaegar na Corte, mostrando-o contra quem ter cautela.

Perdoe-me...

E mesmo assim, Rhaegar Targaryen não havia sido capaz de salvá-la.

Perdoe-me...

E mesmo assim, Rhaegar Targaryen havia escolhido mandar quase metade da Guarda Real para proteger Lyanna na Torre da Alegria.

Perdoe-me...

E mesmo assim, Rhaegar Targaryen e sua inércia obsessiva haviam matado sua própria família, por culpa de uma mera profecia. Assassino.

Perdoe-me...

E mesmo assim, por conta de somente uma cabeça (bastarda) do dragão Rhaegar Targaryen sacrificara as outras duas. Sua beleza natural e sua maestria na espada nunca foram prova de absolutamente nada sem a frieza estratégica de alguém para apontar-lhe uma direção.

Assassino.

E agora o raio de sol que o aquecera, lhe iluminara o caminho e que ele tão estupidamente não valorizara da forma que devia, seria apagado. A Longa Noite retornaria, sem Elia para iluminar o futuro de Westeros e sem ele, o dragão, para lutar por isso.

A única esperança que lhe restava era que o norte inóspito fosse capaz de lhe conceber uma menina. Porque o sol, este ele já havia perdido.

Rhaegar não era e nunca seria o Príncipe que foi prometido, sua linhagem não teria continuidade para ver aquela estupida profecia se tornar real.

Ela enlouqueceu sua mente fraca.

Rhaegar NUNCA seria melhor do que aquele decrépito que gritava "Queimem todos eles" em King's Landing.

Rhaegar não era diferente de seu pai.

Fogo...

A ambição sacrificava suas mentes e arrastava com eles toda Westeros. Se por algum momento de sua vida ele havia conspirado contra Aerys para trazer um futuro melhor para o reino, ali era onde acabava sua ilusão.

Derrotado por sua própria loucura e fanatismo.

Perdoe-me...

— ...lia...

A falta de ar o impediu de falar corretamente, o que deixou Robert ainda mais irado, ao considerar as três últimas letras do nome de Elia como sendo as três primeiras do nome de Lyanna. Num rompante de fúria, o acertou mais ainda com o martelo, arrancando mais rubis da armadura de Rhaegar e mais sangue.

Sangue...

No futuro aquele trecho do rio seria chamado de Vau Rubi, por conta das pedras que caíram da armadura do príncipe.

Mas ninguém nunca parou para pensar se aquela coloração vermelha tinha mais a ver com o sangue de Rhaegar do que com os rubis.

Assassino.


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Notas finais do capítulo

Não adianta, Rhaegar. Você nunca consegue enganar uma mulher que descende de Nymeria, da linhagem que matou Rhaenys, que repeliu Aegon por anos e que fez a Casa Targaryen perceber que não são tão OP'S assim.