Malfeito feito escrita por msnakegawa


Capítulo 24
McKinnon


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, eu queria pedir desculpas pelo atraso. Eu tive um bloqueio criativo depois de ficar esses tempos sem escrever e estou tentando voltar ao ritmo. Fiz esse capítulo um pouco maior para compensar, espero que gostem!



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O Grande Salão brilhava com suas velas e seu teto magicamente estrelado, o tilintar dos pratos e talheres soavam pelo salão e disputavam com as conversas empolgadas dos alunos. Em cada uma das mesas, um assunto diferente, que ia desde os frequentes ataques a famílias de nascidos trouxas até a melhor maneira de retirar o pus de Mimbulus Mimbletonia, uma planta rara que encantava os amantes de Herbologia. Na mesa da Grifinória, o foco principal era, como sempre, dos marotos.

James deve ter percebido que Lily estava falando sério quando disse que não queria mais ser amiga dele, mas se percebeu, não deu a mínima. O garoto, com a companhia dos três amigos, sentou-se ao lado de Evans e tentou puxar conversa.

— Ei Lily, como foi seu dia? — James levantou as sobrancelhas e deu uma risadinha ao perceber que sua tentativa de irritá-la deu certo.

— O que você quer, Potter? — Lily revirou os olhos. Para ela, James estava se comportando como um garoto mimado que nunca teve nada tirado dele e que não sabia a hora de parar de brincar.

— Nossa Lily, não precisa falar desse jeito... Nós estamos tentando ser simpáticos! — Sirius entrou na onda.

— Sirius, por que você não vai dar uma volta? —  Era difícil ouvir Lily Evans, sempre educada e meiga, falando dessa forma e, por esse motivo, a cena atraiu mais atenção. — Já não basta o Potter me irritando? — Lily reclamou, apoiando o queixo numa das mãos.

— Calma ruiva... — James percebeu que estavam atraindo a atenção de outros alunos e piscou para ela, deixando-a ainda mais irritada. James não queria que fosse daquela forma, ele gostava de ser amigo da Evans, mas provocá-la foi a única solução que ele encontrou para não a deixar apagar James Potter da sua vida. Mesmo que de uma forma negativa, ele ainda poderia estar presente na vida daquela linda e explosiva garota sempre que lhe desse vontade.

— Não me chama de ruiva! — Um pouco exaltada, Lily levantou bruscamente. Marlene, Dorcas e Mary perceberam que ela precisaria de alguém para acalmá-la então foram atrás dela. Lily se perguntava como James podia ser cara de pau, ele pregou uma peça nas próprias amigas e nem sequer pediu desculpas. Para piorar, resolveu que iria começar a provocá-la em todas as chances possíveis.

— Ei Lily, podia ter esperado a gente né? — Marlene e as outras a alcançaram ainda no corredor. Marlene passou um dos braços por cima dos ombros de Lily. — Relaxa, você sabe que ele faz isso porque você ficou brava com ele.

— É, Lily... Como se a gente não soubesse que eles são assim né? Até mesmo o Remus tem esses momentos de maroto. — Dorcas riu.

 — O Sirius está com aquela tal de Fletcher de novo? — Marlene perguntou, quando olhou para trás e viu ele saindo do Grande Salão com uma garota.

— Eu acho que era a Megan Clarke, aquela "nariz empinado" da Sonserina... — Mary contou, fazendo a McKinnon revirar os olhos.

— Parece que temos alguém com ciúmes aqui. O que acham, meninas? — Lily zombou de Marlene, já parecendo menos irritada. Dorcas e Mary concordaram, rindo da reação da morena.

— Eu nunca teria ciúmes dele, afinal, é o Sirius não é mesmo? — Lenny levantou uma das sobrancelhas e sorriu confiante. — Eu só estava afim de matar a aula amanhã e imaginei que vocês não fossem querer me acompanhar...

— O ano está quase acabando e você quer matar aula? — Lily exclamou, talvez um pouco alto demais.

— Lily, não precisa anunciar isso né! — As meninas falaram em uníssono quando passavam pelo retrato da Mulher Gorda.

Enquanto as garotas se arrumavam para dormir, Sirius estava tendo uma noite muito mais interessante em um dos corredores vazios de Hogwarts. Encostada sob a parede estava Megan Clarke: loira, olhos verdes, corpo definido, quintanista da Sonserina. Era difícil Sirius sair com meninas dessa casa, mas algumas vezes valia a pena. Ele estava aproveitando muito os atributos que essa garota tinha para oferecer, empurrando-a contra a parede enquanto a beijava intensamente.

— Ahhh Sirius... — Megan arfou.

— O que foi, gata? — Sirius passou a beijar o pescoço dela, de leve.

— O que você tem com a McKinnon? — Essa pergunta o fez parar de beijá-la e lançar um olhar confuso.

— Nós somos melhores amigos, sei lá, desde antes de Hogwarts. — Ele deu de ombros. Não conseguia entender o motivo daquele questionamento e, achando que sua resposta já havia sanado as dúvidas de Megan, ele voltou acariciá-la.

— Mas vocês não ficam, ou coisa assim? — Sirius estava começando a se irritar com a garota, na próxima vez que fosse sair com alguém, procuraria uma menina menos falante. Ele queria se divertir um pouco, já tinha que responder perguntas demais nos testes dos professores.

— Meg, linda... — Ele se afastou um pouco, sorriu e jogou os cabelos para trás, depois aproximou novamente, fazendo cara de sedutor. — Vamos nos concentrar no que está acontecendo aqui, que tal? — E a beijou novamente. Por alguns minutos, Sirius conseguiu manter a boca da garota ocupada, mas logo ela voltou a falar sobre Marlene.

— Sabe, eu não gosto de ter que dividir você com a McKinnon... — Ela falou, surpreendendo Sirius. Ele saia com diversas garotas e todas sabiam disso, porque Megan estava se importando tanto com a Marlene?

— Para com isso, Meg... Eu sou de todo mundo, tem Sirius Black para todas! — Sirius tentava relevar a chatice de Clarke.

— Eu acho que você devia parar de sair com ela. — Essa frase tirou o resto de paciência que Sirius tentava manter. — Ela pode ser puro sangue, mas a família dela não é como a sua! Eles são traidores e vão pagar por isso.

— Olha Clarke, acho melhor você ir para o seu dormitório... — Sirius não acreditava que estava ouvindo coisas como aquelas. Era isso o que ele ganhava por tentar sair com alguém da Sonserina.

Ele voltou chateado para o dormitório, perdera uma noite de amassos e ainda teve que ouvir essas coisas horríveis sobre a Marlene. Ela sempre foi a melhor amiga dele, alguém que entendia os problemas de ser um puro sangue de família tradicional. E o que Clarke havia dito sobre a família dela? O que ela quis dizer com "eles vão pagar por isso"?, Sirius tinha o olhar perdido nas cortinas de sua cama, ele dormiu tão pouco que nem percebeu quando pegou no sono.

Na manhã seguinte, todos desceram para o café da manhã. Apesar de Lily ainda estar de mal com os Marotos, ela os seguiu até a mesa da Grifinória acompanhada de Marlene, Dorcas e Mary. Sirius demonstrava, com sua desanimação incomum, que não tivera uma boa noite. Resmungando toda vez que James cantarolava ou assobiava para alguma garota, quando Marlene e Lily riam de alguma piada e até mesmo quando as corujas irromperam pelo salão trazendo as notícias diárias. Ele se arrependeria logo por ter reclamado de ouvir a risada de Marlene.

Tudo aconteceu rápido demais, assim que o Profeta Diário caiu sobre a mesa, todos sentiram que havia algo de errado. Estampado na primeira página estava o título: "Ataque a família McKinnon deixa dois mortos". Todos os olhares se direcionaram para Marlene, que acabara de descobrir que dois de seus primos estavam mortos. Ela saiu tão rápido do Salão Principal que ninguém poderia determinar para que lado do castelo ela havia ido.

— Eu vou atrás dela. — Lily levantou, com os olhos margeados.

— Não, eu vou. — E antes que qualquer um pudesse se manifestar, Sirius correu pela porta do grande salão e partiu em busca de sua amiga. Nem ele sabia de onde havia vindo tanta força para correr, subir e descer as escadarias do castelo.

Ao passar por um dos corredores do primeiro andar, Sirius ouviu a Murta que geme falando sobre os McKinnon e resolveu entrar no banheiro feminino. Não é como se ele nunca tivesse ficado com alguma garota num dos banheiros, mas ele nunca estivera lá com intenções muito apropriadas.

— Marlene? — Sirius entrou correndo, sem se importar se incomodaria alguém.

— Sua amiguinha está ocupada chorando ali no canto, mas eu estou aqui se quiser conversar... — Murta se enfiou na frente dele, fazendo-o sentir um leve frio ao atravessá-la.

— Lenny! — Ele a encontrou sentada no chão encostada numa das divisórias do banheiro.

Era incrivelmente difícil ver a Marlene com o semblante sério, ela era a mais brincalhona das garotas, estava sempre zoando alguém ou contando uma piada. Vê-la com os olhos, sempre bem delineados, borrados e vermelhos, era de partir o coração. Sirius se sentou ao lado dela e a abraçou forte, fazendo com que finalmente as lágrimas que ela estava tentando segurar caíssem novamente.

— Você sabe que não devia estar no banheiro feminino não é? E vocês estão perdendo aula... — A Murta apareceu pela parede.

— Se você não deixar a gente em paz, eu vou chamar o Pirraça aqui! — Marlene levantou bruscamente dos braços do Black e gritou para a Murta, que foi embora chorando. — Desculpa por isso... Eu estou com tanta raiva! — Marlene se desculpava com ninguém especificamente.

— Lenny, vai ficar tudo bem. — Sirius a fez deitar em seu peito e afagou seus cabelos negros enquanto pensava se isso tinha alguma coisa a ver com o que Megan havia dito na noite anterior.

— Eu queria poder matar todos eles, e Voldemort! Aquele idiota! — Marlene desabafava.

— Quando sairmos de Hogwarts, eu e você vamos lutar contra esses caras e acabar com todos eles. — Sirius brincava com a mão dela. — Eu prometo. — Ele entrelaçou seus dedos e beijou-lhe a mão. De todos os inúmeros lugares que os lábios de Sirius já haviam tocado, os locais mais carinhosos eram reservados para ela.

Marlene era uma das pessoas mais importantes para Sirius e ele faria qualquer coisa para evitar que qualquer mal acontecesse com ela, mesmo que isso significasse lutar contra um grande bruxo das trevas. Ele já era odiado por sua família de qualquer forma, não deveriam ligar por ter um filho lutando contra os ideais deles.

Os dois não se importaram de faltar nas aulas daquele dia, ficaram quase a manhã toda sentados no chão do banheiro, conversando sobre a vida, Sirius tentando animar a garota e ela, com o tempo, foi voltando a ser a Marlene de sempre.

No fim da tarde, a notícia sobre a família McKinnon já tinha se espalhado por toda a escola e, no salão comunal da Sonserina era o assunto mais discutido do dia. A atmosfera escura e fria das masmorras era transmitida para cada aluno que estava no ambiente.

— Aquela Marlene rouba toda a atenção do Black, ela merece um fim igual ao dos priminhos dela... — Megan reclamava, lixando a unha numa das poltronas verde escuras. — Eu disse para ele que ela ia pagar por ser daquela família.

— Você falou do boato? — Regulus saiu de sua roda de amigos ao ouvir Clarke, indo em sua direção com as mãos nos bolsos e com o típico ar de superioridade.

— Eu só... Eu disse que ela tinha que pagar por ser de uma família que envergonha os puro sangues. — Megan tentou consertar.

Regulus tinha a pele clara que contrastava com os cabelos negros típicos da família Black, assim como o semblante sério que acompanhava a maioria dos familiares. Ele olhou feio para Megan, depois revirou os olhos e disse:

— Se vocês falarem tudo o que ouvirem aqui, não só prejudicam a vocês mesmos, mas também podem prejudicar o Lorde das Trevas. — Ele falou alto para que todos ao seu redor ouvissem, depois voltou para perto de seus amigos. — Isso também vale para você, Severus. Você está sempre com aquela ruiva, a Evans. — Ele deu uma piscadela, o que quase lembrou seu irmão mais velho, mas logo se endireitou e acabou com o assunto. — Não queremos nenhum boato correndo pelo castelo, estou claro?

Ele talvez não fosse o mais velho, mas era sem dúvida, um dos alunos mais influentes da turma. Sempre visto como grande exemplo a ser seguido e com sua descendência de uma das mais famosas e antigas famílias do mundo bruxo, qualquer coisa que Regulus dissesse teria impacto no grupo de sonserinos presentes.

Justamente por ser de uma família tão influente como a dele e se relacionar bem com ela, ao contrario de Sirius, ele tinha acesso a várias novidades sobre o que acontecia no mundo bruxo do lado de fora do castelo de Hogwarts. Sua mãe o incentivava a mostrar para outros alunos como os ideais de Voldemort eram bons para os puro sangues e esse hábito começou a induzir  brincadeiras preconceituosas com alunos de sangue ruim. É de grande importância dizer que Regulus era tão bom quanto Sirius quando o assunto era pregar peças.


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Notas finais do capítulo

O que acharam da justificativa do James para implicar com a Lily? E o que aconteceu com a família da Lenny, coitadinha :( Acho que algumas pessoas mais viciadas nos marotos podem imaginar o que eu estou planejando com essa ideia do Regulus e os amigos pregando peças nos alunos por ai não é? Comentem alguma coisa, preciso saber se vocês ainda estão aqui mesmo com a minha demora! Amo vocês, até logo (de verdade, vou tentar posta logo)