Nasce Um Vampiro escrita por tami_fanfics


Capítulo 9
Capítulo 8 - Bianco's


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem sem moderação!



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Nasce um vampiro

Capítulo 8 --- Bianco’s

 

A cabeça pesou junto ao corpo, me fazendo entortar um pouco e curvar os joelhos. Levei a mão até a cabeça, como se pudesse fazer a tontura passar.

 

- Edward – Ouvi Esme dizer – gritar – ao se aproximar.

 

Ergui-me rapidamente, antes que ela me obrigasse a cancelar o jantar. O que seria muito perigoso já que Rosalie estava com fome...

 

- Estou bem. – Minha voz destruiu a encenação, por estar falha e rouca.

 

- Edward, vamos... – Segurou meu braço, tentando tirar para si, uma parte do meu peso.

 

- Não, eu estou bem mãe. – Olhei fundo em seus olhos azuis.

 

Ela, lentamente, retirou suas mãos do meu braço.

 

- Vou confiar em você Edward. Mais uma dessas e eu irei te mandar para uma conversa com seu pai. Estamos entendidos?

 

Apenas confirmei. Não confiei em minha voz novamente.

 

Olhamos para a rua. Ninguém pareceu ter percebido meu momento de fraqueza.

 

Jasper abaixou o vidro do carro e gritou:

 

- Vamos Edward! A ruivinha já deve estar te esperando. – Lancei-lhe um olhar raivoso.

 

Ele nunca largara de chamar Bella de ruivinha. Até mesmo na presença dela.

 

Olhei de volta para Esme. Ela se afastou, indo em direção ao carro. Segui-a. Entramos no carro já ligado e com todos os outros dentro. Carlisle dirigiu até a casa dos Swan. Eu mesmo saí do carro para buscá-la.

 

Toquei a campainha e esperei que alguém atendesse. Charlie abriu a porta.

 

- Olá Edward! Ela já vai descer. – Disse antes que pudesse falar algo.

 

- Olá Charlie. – Cumprimentei-o.

 

Charlie deu alguns passos e depois retornou. Ficou a poucos metros e sussurrou:

 

- Podemos conversar?

 

Já que ele estava sussurrando, não respondi oralmente, apenas um leve aceno de cabeça.

 

Ele foi andando mais em direção à cozinha e eu o segui. Estava achando tudo muito estranho. Mas imaginei que o assunto tivesse haver com a Bella.

 

E eu acertei.

 

- Sabe, Edward, acho que não tem como você saber pelo pouco tempo que vocês estão juntos, mas eu posso te dizer que desde que você apareceu, Bella está mais feliz.

 

Sorri com o relato dele. Era bom saber que eu não fui o único a ter a vida transformada.

 

- É mesmo? – Perguntei para incentivá-lo a continuar.

 

Esperei que ele terminasse de tirar a tampa da cerveja que acabara de pegar na geladeira. Ele tomou um gole e voltou a falar comigo:

 

- Sim. – Charlie puxou uma cadeira das quatro que faziam parte do jogo de mesa. E fez um gesto com a mão para que eu me sentasse também. Sentei; não estava desconfortável. Já passara várias noites vendo Bella jantar na mesma mesa.

 

Ele se esticou para olhar pra trás da minha cadeira, vigiando para saber se Bella apareceria naquele instante.

 

- Foi muito difícil para mim, como pai, tê-la visto chorando todos os dias após a morte da mãe. Mudamos da Califórnia para o Arizona. Eu sabia que permanecer na casa em que tudo nos lembrava Renée não iria ajudar em nada na sua recuperação emocional.

 

Eu só podia confirmar para tudo o que ele dizia. Imaginar todo o sofrimento que a Bella passou ainda criança, estava me ferindo seriamente. Mas eu tinha que aguentar para poder ajudá-la. Ouviria por ela.

 

- Foi... Difícil. Ela demorou pra se enturmar. Fez poucos amigos lá. Ela é sempre teve facilidade nesses assuntos. E lá ela quis se isolar. E eu senti que por muito tempo ela realmente não conseguiria ser ela mesma. Sempre geniosa. Não gosta de demonstrar fraqueza ou seus reais sentimentos. Depois de muito tempo, ela quase parecia normal. Falava com todos e participava ativamente na escola. E então tivemos que mudar para cá. Transferência Policial. – Explicou dando de ombros.

 

Era fascinante conhecê-la melhor. Só não esperava que seu passado tivesse sido tão marcado pela morte da mãe.

 

- Eu tive medo de que ela se fechasse novamente. Não queria vê-la em mais um momento depressivo.

 

Apesar da aparência dura com a filha, ele nutria um carinho imensurável por Bella.

 

- E então, você apareceu. – Sorriu para mim antes de tomar mais um gole de sua cerveja. – Desculpe ter parecido muito frio no dia em que nos conhecemos, mas tudo o que Bella não precisava era de mais um garoto babando por ela. Fui acostumado a tratar os garotos que batiam na minha porta dessa forma enquanto morávamos no Arizona. Todo mês alguns batiam na porta procurando por ela.

 

Não preciso nem dizer que fiquei enciumado com as últimas frases. E Charlie pareceu perceber o que seu relato causara em mim. Ele sorriu descaradamente. Mas não alto demais, não queria alarmar Bella.

 

Tive que acompanhá-lo. Era idiota o fato de me sentir enciumado por Bella ter tido outros pretendentes.

 

- Não se preocupe. Ela nunca deu bola para nenhum deles. – Confortou-me ele.

 

Novamente, assenti.

 

- Ela se sente segura ao seu lado e isso me deixa feliz. Ela não sorria tanto assim desde a morte da mãe. Até voltou a dançar. Ele dançava antes de tudo isso acontecer. – Eu não conhecia este passa-tempo dela. – Sim, aposto que não sabia disso. Mas, ela só dança quando está muito feliz. – Pausa para mais um gole de cerveja.

 

- Eu só tenho que agradecer a você. E a toda a sua família também. Ela tem em Esme um referencial de mãe. Mas...

 

Ele não continuou.

 

- Mas? - Incentivei-o. Queria saber o que o estava afligindo.

 

- Mas... Temo que você se afaste ou... Magoe-a! Sei que a causa de toda felicidade é você.

 

- Eu...

 

- Não estou querendo dizer que você deve casar-se com ela ou não sair de perto dela por um minuto. – Cortou-me. – Não me interprete mal. Só não quero que você a magoe. – Ele olhava em meus olhos ao pedir isso.

 

Não era o pedido de um homem. Era o pedido de um pai. O pai que perdeu muitas coisas e só tinha a filha.

 

- Eu compreendo Charlie. Não se preocupe quanto a isso. Não pretendo me afastar e muito menos magoá-la. – Sorri para enfatizar minha promessa. Ele me acompanhou.

 

“E casar-me com ela não me incomodaria nem um pouco”, completei mentalmente.

 

Escutamos ruídos vindos da escada.

 

- Vamos – Disse enquanto se levantava. – Ela está vindo.

  

Dessa vez, andei na frente dele. Paramos na beira da escada. A tempo de apreciar a beleza incontestável que caminhava por ela.          

 

Ela desceu as escadas fitando-me. Aposto como eu estava parecendo um idiota.

 

Acredite ou não... Ela estava mais linda do que nunca!

 

Roupa da Bella

 

Os cachos firmes e grossos brilhavam mais ruivos do que o normal. A calça justa detalhava suas lindas pernas, fazendo um contraste perfeito com a blusa clara que ela escolheu.

 

Simplesmente... Bella.

 

- Oi!

 

Deixei a cara de idiota de lado para responder:

 

- Oi!

 

- Vamos? – Perguntou rapidamente.

 

- Sim.  – Dei-lhe o braço. Ela cruzou com o meu.

 

- Tchau pai. Boa noite!

 

- Tchau para os dois. Feliz Aniversário Edward.

 

- Obrigado Sr. Swan.

 

Ele nos acompanhou até a porta para fechá-la.

 

Abri a porta dianteira do carro para que ela entrasse. Ela agradeceu com um aceno de cabeça e entrou. Carlisle dirigindo, Esme no banco do passageiro e atrás, Jasper, Rosalie, Bella e eu. Assim fomos até o restaurante.

 

Todos conversaram durante o caminho. Fosse para rir das coisas que Jasper falava ou da fome de Rosalie. Até mesmo quando decidíamos cantar alguma música que tocava no rádio. Bella tinha uma linda voz.

 

Em nenhum momento Bella pareceu se sentir acanhada. Nem mesmo quando Jasper a chamava de ruivinha.

 

Rosalie já havia superado seus problemas com ela após nossa conversa. Ela entendeu que Bella nada tinha a ver com o fato do Chad ser um canalha.

 

O clima no carro fora muito agradável. Tanto que não percebemos quando ultrapassamos os limites de Forks e adentramos em Seattle.

 

Chegamos ao Bianco’s. O dono, Matteo Bianco, era um velho amigo de Carlisle. Eles se conheceram durante uma viagem de meu pai pela Itália. Anos depois Matteo veio para Forks – Deus sabe o que leva uma pessoa em sã consciência abandonar a Itália para ir morar em uma cidade como essa –, e eles se reencontraram.

 

Matteo tinha um filho, Joseph Bianco, acho que de 16 anos, que morava na Itália ainda, estudando.

 

O restaurante era bem sucedido. Um dos mais caros de Seattle.

 

Abri a porta e esperei que Bella saísse para fechá-la. Ela passou tão perto que pude sentir seu cheiro doce em meu rosto. Fechei os olhos para apreciar o perfume.

 

Quando os abri novamente ela me olhava com um sorriso torto. Dei-lhe a mão desta vez. Que ela pegou devagar. Não hesitante, apenas devagar.

 

Andamos até a entrada do restaurante. Paramos na recepção. Todos cumprimentaram Claire, a hostess. Esme havia reservado nossa mesa há algum tempo atrás, então não foi preciso esperar no bar.

 

Caminhamos até a nossa mesa. Puxei a cadeira para que Bella sentasse. Ensinamentos de Carlisle. Ele puxou a cadeira para Esme. Somente a cadeira de Rosalie foi puxada pelo garçom. Jasper não prestava muita atenção nas recomendações de nosso pai.

 

- Olá Cullens! – Disse Claire para nós. Ela foi abraçar Esme e neste ângulo pudemos ver o tamanho de sua barriga. Ela estava grávida. Da última vez que fomos ao restaurante, ela estava com três meses, era quase imperceptível.

 

- Olá Claire. – Minha mãe abraçou-a e quando se afastou passou as mãos pela barriga dela. – Deus, quando você dará à luz garota? – Elas riram.

 

- Em pouco tempo Esme, pouco tempo. – Ela sorriu, também passando uma das mãos pela barriga. O brilho em seus olhos denunciava toda a alegria com a chegada do filho. – Mas diga, qual ocasião os trouxe aqui? – Ela sabia que nossas visitas significavam algum aniversário.

 

- Edward. – Respondeu simplesmente.

 

- Oh Edward! Feliz Aniversário, querido. – Contornou a mesa e veio me abraçar, também retribuí, mas a barriga nos distanciou um pouco.

 

- Obrigado, Claire. – Disse quando nos afastamos.

 

Ela se retirou para que os garçons pudessem nos atender.

 

- Está gostando? – Me aproximei de Bella para que pudesse perguntar.

 

Virou apenas o rosto para mim, também se aproximando, e disse:

 

- Muito.

 

Ficamos no olhando por um tempo. Os rostos próximos o suficiente para que se pudesse sentir a respiração do outro.

 

- Então... – A voz de Carlisle nos despertou do nosso mundinho particular. – O que preferem: Frango ou filé?

 

Eu olhei para Bella e me deparei com seus olhos me avaliando. Sabia exatamente à que lembrança as opções de Carlisle nos remetiam.

 

- Filé. – Dissemos os dois ao mesmo tempo.

 

Começamos a rir. Mais ninguém pareceu perceber nossa piada particular.

 

(...)

 

- Obrigado por tudo, Claire. – Disse Carlisle enquanto passávamos pela porta da recepção.

 

- De nada, querido. Voltem sempre. Beijos para todos. Feliz Aniversário, Edward. – Retribuiu antes que todos nós saíssemos do restaurante.

 

Abri novamente a porta do carro para Bella. Todos estávamos mais calados na volta. Satisfeitos, não se falava tanta besteira.

 

- Comi muito. – Chiou Rosalie jogando a cabeça no banco.

 

- Percebe-se. – Disse Jasper, olhando diretamente para a barriga dela.

 

Rosalie, indignada, arfou quando se endireitou no banco.

 

- Está dizendo que estou gorda, Jazz? – Os olhos estreitos expressando a raiva no momento.

 

- Se a carapuça serviu. – Disse ele, somente.

 

- Eu não acredito que você disse isso Jasper Cullen! – Se exaltou. Chamem Rosalie do que quiserem... Mas nunca diga que ela está gorda. É uma sentença de morte.

 

Desliguei-me da confusão deles para pensar no jantar.

 

Foi ótimo, resumindo tudo. Bebemos vinho, comemos filé... Fora maravilhoso. Não discutimos – cheguei a pensar que os anjos desceriam do céu para cantar “Aleluia, aleluia” em coro.

 

E o mais importante: Bella estava lá. Não se sentiu envergonhada. Divertiu-se conosco. Senti-me feliz por saber que estava proporcionando-lhe momentos agradáveis.

 

Os únicos momentos desagradáveis foram os em que, a tontura retornava, fazendo com que me sentisse prestes a cair. Mas para a minha sorte, eram passageiras. E, claro, quando o garçom tentou flertar com Bella.

 

Ela não viu. Mas ele fez de tudo para que ela o notasse. Acho que estava a um passo de dançar hip-hop em sua frente, para ter um pouco de atenção.

 

Quando nossos olhares se cruzaram tive a impressão de que um rugido iria ultrapassar minha garganta, o que me deixou levemente surpreso. O jovem garçom percebeu que estava em um campo minado e parou de importunar. Serviu a comida sem o mesmo ânimo que demonstrou no começo.

 

Senti uma mão sobrepor-se sobre a minha. Levantei o meu rosto para descobrir que a mão pertencia à Bella... Ela parecia um pouco cansada. Ou talvez só estivesse com a mesma vontade de chegar em casa que nós.

 

- Você está quente Edward. – Comentou após entrelaçar sua mão na minha.

 

Era a mais pura verdade. Estava com febre, sentia-me arder. Nada que o toque de Bella não resolvesse.

 

Recostou sua cabeça em meu ombro. Assim fomos até chegarmos a minha casa.

 

Descemos do carro, enquanto Carlisle foi guardar a Mercedes na garagem.

 

- Obrigado pela noite Esme. – Disse Bella, despedindo-se de minha mãe com um abraço.

 

- Foi um prazer tê-la conosco querida.

 

Elas se afastaram com um sorriso no rosto.

 

- Eu vou deixá-la em casa – disse para Bella. – Até mais mãe.

 

- Volte logo! – Exclamou minha mãe antes de entrar em nossa casa.

 

Ela me esperou na calçada. Parei de frente para ela e deixei meus olhos em minha calça jeans.

 

- Vamos Srta. Swan? – Coloquei um braço nas costas e curvei-me para ela, em reverência a uma dama.

 

Cruzou as penas, pegou no ar como se segurasse os babados de um longo vestido e curvou-se como uma autêntica dama entrando na brincadeira. E depois respondeu:

 

- Sim Sr. Cullen. – Dei-lhe novamente o braço direito.

 

Ela aceitou e começamos a caminhar em direção ao final da rua, até sua casa.

 

Já estava satisfeito. Mas ainda esperava por mais surpresas. Ou pelo menos uma noite sem ferver. Meu novo companheiro além da maldita Insônia.

 

Algo me dizia que a noite ainda nos traria surpresas.

 

--- Fim do cap. 8 ---


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Notas finais do capítulo

OFICIAL: Teremos um VAMP no próximo capítulo.

Capítulo 9 - Arder (Sugestivo, não?)

NÃO SURTEM!

Ah, se alguém se interessar... Eu lancei uma nova história: Amores Secretos.

Amaria vê-las lá!

Obrigado por tudo, anjos.

Beijos,

Tamii Santos.