Love Story escrita por Fofura


Capítulo 187
Abby Fisher II


Notas iniciais do capítulo

Hey pandinhas!
Eis aqui o episódio em que a Abby de fato aparece em CSI pela primeira vez e a gente conhece a história dela. Eu ainda acho que eles deviam ter tido essa ideia antes, levando em conta que na quinta temporada o passado da Sara tava mais em alta e encaixaria bem eles fazerem da forma que eu fiz aqui. Seria interessante ter visto a Abby crescer :') mas né, fazer oq kkkk
Espero que gostem de relembrar esse episódio, eu tentei resumir algumas partes enquanto acrescentava outras, espero que não tenha ficado ruim já que a gente já conhecia esse caso no cap 69 Abby Fisher I, mais de 100 caps antes desse kkkk
Boa leitura :)



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O tempo estava passando rápido para Sara. Já tinha mais de dois anos que estava divorciada, pouco mais de um ano que tinha reencontrado sua melhor amiga, Abby já ia fazer 16...!

Por falar nela, “se meteu em problemas” no domingo, dois dias depois do natal. Sara estava no laboratório fazendo hora extra como de costume, e recebeu uma ligação de Akers. Achou estranho, mas atendeu.

Ele disse que encontrou Abby ajoelhada ao lado do corpo de um homem que tinha sido baleado e que a única coisa que ela disse foi que precisava falar com Sara Sidle.

Sara foi correndo até o local completamente confusa e preocupada. Perguntou ao policial o que tinha acontecido e passou pela fita que ele levantou pra ela.

— Não sei. Ela não está falando. Devo ligar pros pais dela?

— Ela é adotada.

— Como a conhece?- eles conversavam enquanto caminhavam até Abby.

— De um caso antigo. Com cinco anos, o pai dela baleou a família e depois se suicidou. Ela foi a única que sobreviveu.

— Meu Deus, que horrível.- ele então ficou pra trás.

Sara chegou perto dela e só então Abby percebeu sua presença.

— Hey… Você está bem?- perguntou tocando os braços dela e a olhando bem pra ter certeza. Abby assentiu. — Tem certeza?- novamente Abby disse que sim, então Sara foi direto ao ponto. — Tá, então… O que estava fazendo aqui, no meio do beco da Alphabets, ao lado do corpo de um homem morto?

— Ele apontou uma arma para nós.

— “Nós”?- Abby nem precisou explicar nada, sua cara de culpada denunciava quem estava com ela. — Slade??- Sara ficou pistola e deu um ataque como se fosse mãe dela. — Você veio até aqui com o Slade?? Abby, eu já disse que esse garoto é problema!!

— Sara, por favor, eu…- Sara não deixava ela se explicar.

— Foi ele que baleou esse cara??

— Me escuta!- falou um pouco mais alto. Sara parou, preocupada. — Eu finalmente lembrei de algo! De dez anos atrás!- Sara continuou estática. — Meu pai não fez aquilo.

E estática Sara continuou.

— Como assim? Como assim seu pai não fez aquilo, Abby? O caso foi fechado.

— Eu lembrei, Sara, eu juro que estou dizendo a verdade.

— Olha, calma. Respira, tá? Eu preciso te levar pra delegacia e você tem que dar seu depoimento, ok? Uma coisa de cada vez.- Abby tentou respirar fundo e se acalmar do choque. — Foi o Slade que matou esse cara?

— Sim, mas… o cara que veio pra cima da gente querendo roubar meu celular. Slade foi pra cima dele e acabou atirando sem querer.

— Aham, sem querer.- Sara não se convenceu. — E por que ele fugiu?

— Ele estava assustado e eu… eu fiquei paralizada.

— Por que ele te trouxe pra cá, afinal? Esse lugar é perigoso, sabe disso.

— Ele…- Abby não queria mentir. — Estávamos na casa dele, saímos pra dar uma volta, mas ele disse que precisava pegar um pacote.

— Um pacote?- Sara já sabia que tipo de “pacote” era aquele. — Sabe quem podia ter sido a baleada aqui, não sabe?

— Eu não sabia que a gente ia vir pra cá, Sara, eu juro…

— Tudo bem, vem…

Sara a pegou pelo braço delicadamente e a conduziu até o carro. No caminho, ligou pra mãe adotiva dela.

— Ah, não, Sara!- Abby reclamou. — Não precisa ligar pra Joanna, eu estou bem.

— Preciso sim, mocinha.

Abby bufou e cruzou os braços. Sara sorriu com a birra, parecia que tinha voltado a ter cinco anos.

~ ♥ ~

Já na delegacia, Abby esperava na recepção enquanto Sara ligava para sua mãe adotiva, e não demorou para a morena voltar a seu encontro.

— Joanna está vindo, assim que der seu depoimento poderá ir pra casa.

— Mas... nós temos que falar sobre o meu pai. Eu te disse, acho que ele é inocente!

— Abby, você sempre me disse que não se lembrava de nada que aconteceu naquela noite.

— E não lembrava.- ela estava meio desesperada pra ser ouvida. — Mas quando Slade baleou aquele cara, senti o cheiro de alguma coisa. Químico, um tipo de querosene, mas não era. Cheirava exatamente a mesma coisa na noite em que minha família morreu.

— Está dizendo… dentro da barraca?

— Quando eu senti o cheiro… foi como se tivesse voltado lá. Tinha acabado de ser baleada, minha cabeça sangrava. Ele me levantou. Foi quando eu senti o cheiro, quando ele me colocou no meu saco de dormir.

— Seu pai.

— Não! Esse homem tinha barba, não era o meu pai!- Abby estava desesperada para que Sara acreditasse nela. Finalmente alguma coisa apareceu em sua mente naquele dia. Tinha mais alguém na barraca! — Estou lhe dizendo… mais alguém estava lá naquela noite. Ele matou a minha família, e tentou em matar. Meu pai não fez aquilo!

— Ok, está bem… ouça... eu sei que você quer acreditar que seu pai é inocente...- ela assentiu com cara de choro. — Mas as evidências...- Abby interrompeu nervosa.

— Eu sei o que eu vi!!

— Abby, você tinha cinco anos de idade... foi baleada, viu sua mãe e sua irmã serem mortas...- Abby a olhava com indignação. — Esse tipo de trauma... pode pregar peças na sua mente.

— Eu não estou fazendo isso!- ela falou num tom mais acima.

— Abby, eu…

Uma policial chegou perto percebendo a discussão. Abby se recompôs, mas fitou Sara com decepção e raiva no olhar.

— Pensei que você, entre todas as pessoas, acreditaria em mim.- dito isso, simplesmente saiu da sala.

Sara suspirou pesadamente.

No corredor, Crawford a encontrou, perguntou o nome dela e ao perceber que era ela quem ele estava procurando, a levou para a sala de interrogatório.

Joanna chegou e aguardou na recepção. Sara estava assistindo o "interrogatório" e quando soube que Joanna tinha chegado foi até ela, mas não sem antes pegar um café. Ela estava de costas pra porta.

— Joanna.- a mulher rapidamente se virou e sorriu ao ver Sara. — Creme e açúcar.- a morena lhe entregou o café.

— Ah, obrigada.

— Abby está dando o depoimento.

— Estou realmente feliz que ela se aproximou de você.

— Bom, ela tem 15 anos, você é a mãe dela. É um relacionamento complicado.- sorriu.

Joanna parecia triste.

— Eu… não acho que ela realmente pensa em mim como a mãe dela…- sua voz deu uma embargada de leve. — Desde que começamos o processo de adoção, ela tem ficado de fora. Quebrando o toque de recolher, faltando à escola…

— Ela ama você e o Brian.- tentou fazê-la não pensar nessas coisas. Abby só precisava se acostumar com o novo ambiente. — Ela passou por um bocado, né?- a mulher assentiu. — Às vezes fico espantada por ela estar tão bem como está.

— Acho que isso é por sua causa.- Sara ficou sem reação. — Vocês duas tem uma relação muito especial. Fico feliz que faça parte da vida dela.

Sara sentiu-se tocada, pois Joana nunca lhe disso isso diretamente e não sentia ciúmes também.

— Obrigada. Eu também.

As duas trocaram um sorriso meigo e de repente, atrás de Joana no corredor, Sara viu Akers conduzindo Slade algemado. A raiva lhe subiu dos pés a cabeça e a CSI avisou a moça que logo estaria de volta.

Foi atrás deles o chamando antes que o policial Akers o fizesse entrar na sala.

— Hey! Slade!- os dois se viraram. — O que diabos deu em você para levar Abby até aquela parte da cidade??- Sara avançou nele o prensando na porta.

— Hey! Você viu isso?- o garoto reclamou para o policial que respondeu “eu não vi nada” claramente defendendo a ação de Sara em “agredir” o moleque.

A fúria na voz de Sara e em seu rosto fez o garoto tremer na base e acumular lágrimas nos olhos.

— Ela não é mais sua namorada! Se chegar perto dela de novo, a minha cara vai ser a última coisa que você vai ver!!

Ainda furiosa, Sara deu uma última olhada pra ele e voltou para onde Joanna estava.

Ao terminar de dar seu depoimento, Abby saiu da delegacia com sua mãe, magoada. Finalmente tinha lembrado de alguma coisa e Sara simplesmente não acreditara nela.

Claro que não foi a intenção, Sara estava certa, mas tinha a possibilidade de ela também estar.

Largando tudo de importante que tinha pra fazer, Sara pegou todas as evidências do caso Fisher e levou pra sala de análises pra dar uma olhada, sem avisar Russell antes. Ao olhar as fotos foi como se Sara voltasse no tempo. Conseguiu ver a cena toda de novo, toda a bagunça, todo o sangue, os corpos… Lembrou de Abby também, no hospital, com cinco aninhos aninhada em seus braços chorando e querendo a mãe.

Os pensamentos de Sara foram interrompidos pela voz de Greg atrás de si.

— Sara? Estou com os resultados do nosso Cyranose 320. Seu assaltante era um cara fedido. Mais de 20 cheiros diferentes nele. A maioria deles era bastante comum.- entregou o relatório a ela. — Álcool, fumaça e urina.

— Abby disse que era algo que não cheirava há dez anos, como querosene ou algo parecido.

— Poderia ter sido um limpador de armas. Achamos traços dele.

— Eu não senti o cheiro de nada disso na cena do crime há dez anos. Nem na arma, nem no pai.

— Houve evidência de outra arma usada?

— Não. A balística confirmou que todos os tiros saíram da arma do pai.

— Bem, alguém pode ter trazido o cheiro com ele na barraca. Coisas fedidas ficam grudadas nas mãos, nas roupas…

— Então é possível que alguém que cheirava a limpador de armas entrou na barraca e usou a arma do pai, e baleou a família inteira. Abby... pode estar certa. Talvez o pai dela não fez isso.

— Olha, eu sei que você é muito apegada com a Abby, sei que manteve contato todos esses anos.

— Ela precisava de alguém que cuidasse dela.

— Trabalhamos em muitos casos onde crianças perderam os pais.

— Sim, mas… um pai mata o outro e você acaba sendo levada para o um orfanato… é algo que eu entendo um pouco mais.

— Em todos esses anos sendo melhores amigos, nós nunca realmente conversamos sobre o que aconteceu com o seu pai. E não quero me intrometer, mas…- ela o interrompeu.

— Você sabe o que aconteceu. Eles tinham uma relação volátil, e…- Sara também interrompida pelo seu celular. Sorriu sem graça. — É o Russell.

Greg assentiu e Sara saiu pra ir até a sala de Russell.

Já sentada de frente pro chefe pronta pra receber a bronca, Sara ouviu:

— De acordo com a minha folha de caso, você tem doze casos abertos. Isso está correto?

— Mais ou menos.- ela fingiu demência, sem se importar com o puxão de orelha, mas com medo dele não deixar ela investigar.

— “Mais ou menos”. Tá, então, por que requisitou as provas antigas no arquivo para um caso que foi fechado dez anos atrás?

— Uma nova evidência me chamou a atenção e queria dar uma nova olhada no caso.

— Então você devia ter vindo até mim primeiro.

— Só queria ver se o que foi dito teria algum mérito.

— Está bem. De onde veio essa nova informação?

— Abby Fisher.

— A garota que sobreviveu?

— Sim. Ela sentiu o cheiro de um limpador de armas e trouxe-lhe memórias daquela noite que a família dela foi assassinada. Ela acha que havia mais alguém lá.

Sara estava pronta pra mais uma bronca depois disso.

— Relatos de testemunhas, especialmente depois dos fatos, não são confiáveis e você sabe disso.

— Tem mais. Olhei o relatório de toxicologia do pai e havia uma quantidade substancial de álcool encontrada no sistema dele, mas há outros no gene que nunca foram analisados.

— Doc relatou isso como suicídio. Então, sabe o que está me pedindo reabrindo esse caso? Está pedindo que Doc Robbins altere a causa da morte. E eu não vejo ele fazendo isso, não com o que você me deu.

Sara apelou.

— Russell, a Abby acreditou que seu pai era o assassino a sua vinda inteira. Se há uma chance de que ele não foi, devemos isso a ela, pra descobrir. Essa garota perdeu a família dela inteira, ela não tem ninguém pra lutar por ela. Por favor… só me deixa dar uma olhada.

E ele não soube dizer não.

 — Está bem, dê uma olhada.- Sara já ia levantar, mas ele a deteve. — Mas espere aí. Olha, isso vai irritar um monte de gente. Não só o Doc, mas Ecklie também. Então pelo meu bem, é melhor que esteja certa.

Sara deu uma gelada, mas assentiu.

— Eu sei.

~ ♥ ~

Quando soube que Sara queria reabrir o caso, Dr. Robbins ficou p da vida, pois pareceu que ela estava lhe acusando de ter errado a causa da morte. Por conta disso, Russell mesmo que foi falar com ele pra não ter discussão.

— Deixe-me ver se entendi. Sara está me acusando de transgredir o meu exame do Sr. Fisher?

— Não, Doc. Com base em novas informações, Sara só quer dar uma olhada no caso num diferente contexto.

Foi uma boa amenizada.

— Ok, o Sr. Fisher morreu com um ferimento à bala na têmpora direita. Havia resíduos de pólvora na mão direita dele, a arma foi encontrada ao lado dele, e tinha um nível toxicológico de 0,23. Diga-me, em nome de Deus, se tudo isso não indica suicídio??

— No relatório da toxicologia, Sara achou um pico no gene que nunca foi analisado.

— Estou com o relatório bem aqui.

Papo vai, papo vem, a única forma de provar que estava certa, era analisando a amostra, mas ela tinha sido destruída então a única alternativa era exumar o corpo para coletar uma nova amostra.

Quando soube disso, Sara ligou para Abby avisando.

A menina não lhe atendeu, então Sara enviou uma mensagem:

“Hey estressadinha rs…

Estou tentando reabrir o caso. Tinha algo de estranho na causa da morte do seu pai e eu vou tentar investigar de novo. Você pode estar certa e eu vou até o fundo disso pra saber.

Não fiz isso antes porque todas as evidências apontavam pro seu pai, não havia por que continuar. Mas se eu estiver certa sobre essa nova prova ser relevante, vamos descobrir a verdade, eu prometo.”.

Abby rapidamente foi pro laboratório encontrar Sara. Se iam reabrir o caso de sua família, queria participar e ajudar.

— Vão desenterrar meu pai?

— Precisamos fazer alguns testes adicionais.

— E depois o que acontecerá com ele?

— Ele será enterrado novamente.

— Como um segundo funeral?

— Não haverá um serviço ou algo assim. Será apenas enterrado no túmulo dele.

Abby assentiu e ficou um pouco pensativa.

— Eu não cheguei a ir ao enterro dele… ou o da mamãe… ou o da Hannah…

— Você ainda estava no hospital.- Sara recordou-se.

— E você?- Sara ficou confusa com a pergunta. Abby esclareceu. — Foi ao funeral do seu pai?

— Não…- Sara balançou a cabeça sendo pega se supresa com a pergunta.

— Por que não?

— Eu não tinha permissão…- Sara gostaria de ter ido, mas com toda a confusão de sua mãe sendo internada e ela sendo levada praquele orfanato, nem deixaram.

— Você sente falta dele?

Nunca tinham tido aquele papo, estava sendo estranho falar do passado da morena em vez do dela.

Sara foi sincera.

— Sim… sinto…

Trocaram um sorriso acolhedor. Pelo menos tinham uma à outra.

Sara ficou na sala com Abby por um tempo, e depois Nick foi até ela com o novo resultado da toxicologia. Deixou Abby com ele e foi falar com o chefe.

— Doc mudou a causa da morte de “suicídio” para “indeterminado”.- informou Russell. — Você estava certa.

Sara sorriu aliviada. Não ia tomar um esporro.

O pai de Abby tinha sido drogado e incriminado, e Russell deu o aval para Sara reabrir o caso pra valer.

Sara voltou para contar para Abby que ficou contente em saber que descobririam a verdade. Mas disse que ela precisava ir pra casa e que qualquer coisa, a chamaria.

Depois de Morgan e Finn analisarem a barraca e Nick falar com o verdadeiro pai de Hannah pra saber se foi ele quem matou todo mundo, Greg teve uma ideia pra ajudar ainda mais a memória de Abby. Claro que Sara teve que contar a ela. Ligou, e quando Abby chegou ao laboratório, Sara contou.

— Greg teve uma ideia de recriar a cena do crime, mas eu não pude ir ajudar.

— Por quê?

— Consegui reabrir o caso, mas não posso estar à frente dele pelo conflito de interesses. Não posso mexer com nenhuma prova.

— Conflito de interesses? Porque você e eu somos próximas?

— Exato. Então Greg, Morgan, Nick e Julie estão investigando e me passando tudo. Disse que ia deixar você participar, te deixar ciente de tudo.

Abby sorriu e chegaram na sala de descanso. Sara foi pegar café pra elas.

— Então só tem que esperar o Greg ligar?- ambas se sentaram.

— É.

Não demorou muito pra isso acontecer. Sara então pegou a estrada com Abby para irem até a montanha, no exato local do acampamento dos Fisher.

Quando desceram do carro, Abby olhou pra parte de fora da barraca. A fogueira, os troncos, as cadeiras…

Sara se preocupou.

— Você está bem?

— Sim. Só é estranho… estar de volta.

— Abby, não tem que fazer isso.- ao ver como ela fico já não achou ser uma boa ideia.

— Eu quero fazer.

Sem outra alternativa, Sara assentiu e ambas começaram a andar até onde Greg estava.

— Então… como iremos fazer isso? Vão me hipnotizar ou coisa assim?- brincou e riu pra quebrar o gelo.

Sara também riu.

— Não. Esperamos que você estando aqui poderá refrescar a sua memória. Sabe, as paisagens, os cheiros? Deixar sua mente voltar…- Abby olhou pra ela. — Vale a pena tentar.

Como já tinha acontecido, Abby não duvidou de dar certo, e começou a olhar com atenção. Mas antes sorriu para Greg que passou por ela pra ficar ao lado de Sara.

— Você fez um ótimo trabalho. Parece exatamente como há dez anos.

— Valeu. Eu mesmo coloquei o limpador na barraca pra ver se ajuda. E trouxe isto.- mostrou uma filmadora. — Podemos precisar registrar para o tribunal.

— Bom plano.

Passaram então a observar Abby que andava devagar ao redor da fogueira concentrada. Ela perecia estar lembrando de alguma coisa. Ela então começou a andar pra entrada da barraca. Abriu e entrou. Greg e Sara foram correndo atrás, sem fazer barulho pra não desconcentrá-la. Entraram junto e observaram no cantinho da barraca.

A viram olhar pra um ponto à frente dela e sorrir, pra logo em seguida virar o rosto assustada pro lado. Puxou o ar e rapidamente passou por Sara e Greg e ficou atrás de uma das divisórias da barraca, e olhando pro mesmo lugar ela se agachou, como se fizesse aquilo pra ficar da altura que tinha na época.

Do nada ela levou um susto e sua respiração ficou acelerada. Ela voltou em si e olhou para suas mãos, com os olhos ardendo.

Sara se agachou pra ficar de frente pra ela, sem nada dizer. Ela claramente tinha conseguido reviver aquele dia, se não totalmente, parte dele.

— Mamãe e Hannah… e as vi.- sua voz embargou. — Estavam mortas...

— Eu sinto muito...

Abby ainda estava chorosa e assustada.

— O que mais você se lembra?- perguntou Greg, ainda filmando.

Abby se concentrou e fechou os olhos.

— O homem, ele… ele tinha uma etiqueta. Na jaqueta dele, tinha chifres. Como um cervo…

— Você viu o rosto dele?

Abby balançou a cabeça querendo chorar: — Eu não pude olhar. Ele simplesmente atirou nelas…!

— Está tudo bem, tudo bem... Você foi ótima.- Sara tentou acalmá-la segurando sua mão. — Tudo bem...

Abby olhou em volta mais uma vez e apertou a mão de Sara.

— Eu consigo ouvir os gritos da Hannah…- Abby não aguentou e caiu no choro.

Sara sentiu seu coração doer e, ainda ajoelhadas, Sara a trouxe para seus braços.

— Hey… Calma…

Abby soluçava e Greg ficou com muita dó, mas admirado novamente pelo carinho que Sara tinha com ela.

— Tudo bem, meu amor…- Abby soluçava. — Vamos conseguir alguma coisa com isso, tá? Vai dar certo, fica calma…

Greg deixou Sara tentar acalmá-la e passou as informações para Morgan pesquisar.

O cara era um caçador que pertencia a algum clube de caça que tinha um alce na logo. Foi fácil chegar nesse clube. Sara foi pegar a lista de caçadores com Morgan e levou o album com as fotos dos cidadãos pra Abby olhar e tentar identificar.

— Não tenha pressa, tá?

Abby assentiu e continuou olhando. Sara esperava paciente. Até que… bingo!

— É ele.

— Tem certeza?

— Absoluta.

Sara logo pegou o telefone e passou as informações a Nick. Donald Wraith era o cara. Mas quando Nick foi prendê-lo, pimba! Ele estava morto! Alguém tinha chegado antes para mantê-lo calado, então, tinha mais um responsável que provavelmente era o verdadeiro culpado pelos assassinatos. Donald foi apenas o cara que se sentiu mal pelo que fizeram e colocou as meninas de volta no saco de dormir. Sara descobriu isso quando a taxidermia deu o culpado praticamente de mão beijada, e ele nem tinha como negar.

Sara mesma fez o interrogatório e o cara abriu o bico, porém, colocou a culpa toda no amigo. Disse que os pais de Abby foram pedir informações no clube de caça porque estavam perdidos, e Donald apenas queria se divertir com a mãe de Abby drogando o pai. Mas como eles não sabiam que eles tinham filhas, tudo saiu do controle e Donald atirou em todos eles. Disse com toda uma encenação digna de novela mexicana, que ele quem colocou as meninas no saco de dormir enquanto Donald ia cuidar do pai de Abby e armar pra ele.

— Há um problema com a sua história, Randy. A filha caçula sobreviveu e ela identificou Donald Wraith como a pessoa que a colocou de volta no saco de dormir, não você. Ele foi o único que se sentiu mal. E estou disposta a apostar… que você foi o único que puxou o gatilho naquela noite.- o cara não disse nada, pois tinha sido encurralado. — De qualquer forma seus dias de caça acabaram.- Sara olhou para o policial na sala e o mesmo levou o cara embora.

Depois que fechou o caso, de verdade dessa vez, Sara foi falar com a menina. Pediu para encontrá-la no laboratório de novo.

— Oi!- disse ela.

— Oi… Eu… descobri o que realmente aconteceu.

— Sério?- Abby gelou, curiosa e ansiosa.

— É melhor você se sentar.

Ambas se acomodaram em um banco no corredor do laboratório e Sara relatou tudinho para Abby. Cada detalhe.

— Então…- Abby não sabia se ficava aliviada ou mais triste. — Eles nem nos conheciam?

— Eram apenas pessoas más. Você e sua família foram ao lugar errado, na hora errada.

Abby suspirou.

— Está tudo errado...

— Seu pai era inocente.

A voz de Abby embargou e seus olhos acumularam lágrimas. Ela balançou a cabeça.

— Todos esses anos, eu o culpava. Odiei ele…- Sara também sentiu os olhos arderem. — Pensei que ele tinha matado a mamãe e a Hannah… tentado me matar…- Sara a confortou passageando seu ombro.

— Você pode deixar todos irem agora…- Abby assentiu. — Seu pai era um bom homem.- Sara tentou não fazê-la chorar. — E ele te amava muito.

Abby sorriu e Joanna chegou bem na hora. Sara sorriu pra ela acenando.

— Pronta pra ir pra casa?- a simpática moça perguntou a filha adotiva.

— Sim.- Abby respondeu e sorriu, finalmente baixando a guarda. Tinha sido rebelde demais.

As duas levantaram e antes de Abby acompanhar Joana pra casa, deu um abraço apertado em Sara, pegando-a um pouco de surpresa.

— Obrigada.- agradeceu de olhos fechados.

Sara sorriu: — Disponha.

Desfizeram o abraço, sorriram uma pra outra e, mãe e filha saíram andando.

— Ah!- Sara disse fazendo-as se virarem. — 1D vai tocar no Hard Rock sábado à noite. Topa?

Abby fez careta: — One Direction? Sério?

Sara riu: — Não, estou brincando. É a Lorde. Pego você às sete.

— Legal!

Joana sorriu com a interação das duas e depois saiu com Abby. Sara ficou parada vendo as duas se afastarem.

Finalmente, depois de dez anos, sua garotinha viveria com a consciência tranquila e o coração curado da raiva. Abby não era mais como ela. Não tinha perdido um parente na mão do outro. Foi só uma tragédia cometida por pessoas ruins que agora pagaram pelo que fizeram.

Foi até o locker e vasculhou seu armário. Lá tinha uma foto dela com seu pai. Resolveu mostrar a Greg, já que ele queria saber mais sobre sua família.

Ele estava na sala de descanso sentado sem fazer nada.

— Oi…

— Oi. E aí? Falou com ela?

— Falei.- suspirou e sentou ao lado dele. — Eu acho que… não, eu tenho certeza… que se eu não tivesse arquivado o caso, seria muito mais fácil pra ela aceitar o que aconteceu. Ela não teria odiado o pai a vida inteira.

— Sara, você sabe que a culpa não é sua, né?- a viu suspirar e só então notou algo em sua mão. — O que é isso?

— Ah.- sorriu. — É uma foto do meu pai.

— Caramba! Você se parece com ele!

Na foto, Sara estava sentada em uma poltrona na sala de casa com o pai agachado ao seu lado. Seu sorriso sapeca era a coisa mais fofa, devia ter uns 10/11 anos na foto.

Sara sorriu.

— Ele costumava ler pra mim quando eu era criança. ‘A Menina e o Porquinho’ era o meu favorito. Deve ter lido centenas de vezes.

— É uma boa memória.

— Tenho várias memórias boas dele. Da minha mãe também.- suspirou. — Eles eram tóxicos quando estavam juntos.

— Sua mãe disse que seu pai era abusivo? Que ela o matou em legítima defesa?

— Foi o que ela disse.

Greg se surpreendeu com a resposta.

— Não acredita nela?

Sara suspirou de novo.

— Olha, eu sei que meu pai não era nenhum santo, mas minha mãe era... uma alcoólatra que sofria de doença mental.- fez uma pequena pausa. — Só não tenho certeza de que as coisas eram pretas e brancas como ela fez aparentar.

— Você disse que eles tinham uma relação volátil.

— O fato é… Eu nunca vou saber o que de fato aconteceu naquela noite.- fez mais uma pausa e prosseguiu. — Isso vai soar horrível, mas… tenho inveja da Abby.- sorriu de nervoso. — Ela conseguiu reescrever a história inteira da família dela.- sentiu uma pontada no coração ao dizer a próxima frase. — Nada vai mudar o que a minha mãe fez.

— Bem…- Greg chegou mais perto dela. Devia ser péssimo pra ela pensar nisso todos os dias, mas não era tarde. — Você não pode mudar o passado, mas você sempre terá um futuro.- Sanders, Greg  2014. — Sua mãe ainda está viva. Nunca é tarde pra você recomeçar.

Sara balançou a cabeça desacreditada e olhou com sinceridade pro amigo.

— Eu não sei se conseguiria.


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Notas finais do capítulo

Complicado essa coisa toda da Laura. Vocês acham que de fato a Sara não conseguiria recomeçar com a mãe dela ou ainda tem jeito?
Feliz que a Abby enfim pode deixar esse passado pra trás e sem o Slade no pé dela PQ MAMÃE SARA BOTOU ELE NO LUGAR DELE KKKKK gente, eu amo tanto a cena que a Sara parte pra cima do moleque ameaçando ele sauihsajs perdoa Deus
Bom, estejam preparados para o próximo capítulo porque tá triste pacaralho (novidade né Sariinha saushajsh). Vai ser o último antes de Immortality. A fic tá quase chegando no hiatus (ಥ﹏ಥ)
Abraço de urso e até o próximo :')
Ah e obrigada a quem leu minhas ones novas (✿◠‿◠) postei uma GSR e uma CSR caso alguém esteja interessado em ler, aqui os links:
https://fanfiction.com.br/historia/801722/Bed/
https://fanfiction.com.br/historia/801525/Nada_Demais/



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