Nico estava visitando o Acampamento Júpiter. Hazel notara que ele parecia muito ansioso, por isso não se surpreendeu quando ele anunciou solenemente que tinha algo para lhe contar. Agora, sentado seu ao lado no telhado do templo de Plutão, seu irmão mexia compulsivamente no anel de caveira há algum tempo e ela ainda não ficara sabendo o que ele queria dizer.

— Eu preciso contar porque afinal você é a única família que me resta... Eu não gostaria que ficasse sabendo por outras pessoas... Isso não seria certo. Vou entender se achar errado... Eu totalmente vou entender. Eu mesmo demorei um tempo para aceitar...

Hazel pôs uma mão sobre as mãos dele.

— Nico, você está me deixando realmente nervosa. Por todos os deuses, afinal qual é o problema?

— Você lembra de Will Solace, do Acampamento Meio-Sangue? – Nico perguntou cautelosamente depois de uns segundos.

Hazel não entendeu o objetivo da pergunta, mas consultou a memória.

— O curandeiro, não é? Filho de Apolo?

— Sim...

Hazel esperou.

— Will e eu... Nós meio que... Nós meio que estamos tendo uma coisa...

— Uma... coisa? – Hazel franziu a testa.

Nico suspirou, depois tomou ar e disparou:

— Will e eu estamos namorando – Como se quanto mais rápido dissesse as palavras, menos causariam dano.

Hazel ficou em silêncio. Nico criou coragem para olhar para ela e viu os olhos dourados ficando cada vez mais brilhantes no escuro da noite enquanto um sorriso se formava nos lábios da irmã.

— Ah, Nico... – Ela estendeu os braços para envolvê-lo. Nico ficou parado, atônito com a reação.

— V-você não tem nada a dizer? Digo... Eu sei que no nosso tempo...

— Nico – Hazel se afastou para encará-lo. – O nosso tempo é agora. Ainda que não fosse assim... Tudo bem, ainda estou tentando me acostumar com o tanto que o mundo mudou, mas eu jamais conseguiria ser contra algo que o deixa feliz... E eu percebi que você tem estado tão mais feliz depois que decidiu ficar no Acampamento Meio-Sangue!... Se Will Solace tem parte nisso, eu só gostaria de agradecer a ele.

Tanta compreensão e carinho que viu nos olhos de Hazel tiraram um peso do coração de Nico. Ele tinha estado realmente receoso da reação dela. Agora sentia que tendo seu apoio, nada mais precisava temer. Tudo daria certo.

— Ah, não faça isso... Ele já é bem cheio de si. Ficaria insuportável.

Hazel deu uma risadinha. Nico também sorria. Por fim, ele disse com muita sinceridade, procurando sustentar o olhar dela e manter a voz firme:

— Obrigado, Hazel.

Hazel voltou a abraçá-lo e dessa vez Nico devolveu o gesto.

— Não há de quê, irmão.