Ghosts escrita por Jones


Capítulo 1
Everlasting love.


Notas iniciais do capítulo

Música da história é Ghosts da Laura Marling!
https://www.youtube.com/watch?v=I-vbyIkkHiQ escutem ♥

Primeira do desafio de 7 song fics com a Lu o (eu escrevi essa antes da primeira dela, mas tenho preguiça de fazer capas ♥)



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He says I'm so lost,

Not at all well…

Do as done and there is nothing left to be

Turned out I'd been following him and he'd been following me

Era a primeira vez que beijava um cara.

Não que o outro soubesse disso, na verdade, não era algo que planejava contar para alguém. Até os quinze anos tinha namorado exclusivamente meninas e alguns rapazes na sua imaginação. Ethan era um deles e não porque ele sabia que Ethan estava sempre disponível e indisponível ao mesmo tempo, estava sempre com alguém novo e talvez um outro alguém também.

Dessa vez Louis era um dos alguéns.

Pensou duas vezes antes de se dar esse título. O outro rapaz sabia o que queria, do que gostava e não escondia de ninguém. Louis ainda olhava para os lados quando estava sozinho com o amigo – eram amigos antes de tudo e falavam sobre coisas idiotas como matérias de escola e como o primo James era um babaca.

Isso tudo era ideia de Ethan. Respirou fundo e olhou para os olhos bem abertos e brilhantes de Ethan, ele tinha aqueles olhos bonitos que sempre pareciam focos de luz não importa para onde olhasse. O rapaz era bonito e não havia como negar, tinha um corpo atlético e um ar intelectual que provavelmente ajudavam na hora de fazer todos os garotos de todos os anos quererem beijá-lo.

E o fazia beijar todos.

— Eu disse para ele não cair de joelhos de amores por mim. – Sorriu em outra ocasião alguns meses antes, comentando sobre Leo Hayes, sua última conquista, com Louis. – Não é como se eu acreditasse em amor eterno ou felizes para sempre.

— Talvez seu problema seja que você é bem convencido. – Fora a resposta de Louis com o sorriso mais falso do mundo no rosto.

Não queria dizer algo piegas e ridículo como: eu espero que você mude de ideia porque eu caí no cliché de “estou apaixonado pelo meu melhor amigo e nunca beijei um garoto”. Ele imaginava que isso fosse um cliché, pelo menos. Era, não era?

Tinha perdido a autoestima quando beijara alguns dos fantasmas que partiram seu coração, sabia que Ethan seria mais um deles, mais um fantasma dos quais ele guardaria um souvenir e colocaria na caixa sobre seu armário e negaria para o mundo inteiro que era uma dessas pessoas. Mas ele tinha essa caixa, era de madeira, tinha um formato de caixa, simples, com tampa. Era marrom e não tinha nada de especial além das letras garrafais em vermelho com uma ordem excessivamente rude de não abri-la, dentro dela existiam diversas tralhas que já deveriam ter encontrado o caminho da lixeira ou talvez lareira.

Como fotos beijando a atual melhor amiga Isobel Dawson, que infelizmente só se apaixonava exclusivamente por gays, ou entradas para o cinema com Beatrice Parker de dois anos atrás, quando ainda achava que deveria levar uma namorada em casa. A coitada nunca chegou na porta, porque até dor de barriga ele já inventou para não ter que se obrigar a encenar uma novela de como estava apaixonado por uma garota.

Na verdade achava o irmão dela um motivo melhor para jantar com frequência na casa dos Parker, era uma visão que o fazia se desconcentrar da comida por vezes. Obviamente o relacionamento não foi para frente, talvez fosse porque Louis gostava de rapazes ainda que nem ele ou ela não soubessem disso, porém, o maior motivo talvez tenha sido o dia que Louis a pegara aos beijos com Jonas Gardner, um rapaz bem bonito.

E o que Ethan veria nele? Tinha seu sangue veela e olhos bonitos, mas se visse as irmãs dele saberiam onde a beleza da família se concentrava.   

Voltando ao tal beijo.

Hesitou antes de fechar os olhos e não conseguiu ver o sorriso de Ethan. Se tivesse visto, talvez não tivesse hesitado.

Não queria que Ethan não gostasse do beijo, por mais idiota que isso fosse parecer. Isso o teria feito desistir se ele não o quisesse tanto e fora ideia de Ethan. Talvez ele quisesse também, ou talvez apenas estivesse entediado.

Não sabia onde colocar as mãos ou se deveria colocar as mãos em algum lugar, sabia que deveria parar de pensar no que fazer, porque sentia que ele estava cada vez mais perto e o hálito fresco de hortelã estava confundindo seus sentidos, assim como o calor de sua respiração em seu rosto. Ethan passou os dedos por entre os cabelos castanho claro de Louis e encostou os lábios aos dele finalmente.

Mal acreditava que estava beijando Ethan, que ele estava com os dedos no seu cabelo. Não gostava de parecer um rapaz cheio de hormônios na maioria das vezes, mas não era como se conseguisse segurar a onda, não quando ele invadia sua boca com a língua. Não era algo mágico como dizem que é quando você beija o cara que você tem uma queda enorme, na verdade é bem esquisito até o momento que você para de pensar no quão esquisito é. Ele tinha parado de pensar quando Ethan puxou seu corpo para mais perto.  

— Hmmm. – Ethan disse com os olhos concentrados nos lábios cheios de Louis. – Acho que deveríamos tentar mais uma vez.

— Não foi...

Quase perguntou se não tinha sido bom para Ethan, porque tinha sido incrível para ele. Mas aquele não era o momento de parecer um rapaz cheio de hormônios, era o momento de parecer o rapaz seguro de si que resolveu beijar um rapaz que diz que não acredita em amor eterno e que tinha gostado. Muito.

Ethan gostava de sorrir e Louis era uma das únicas pessoas que o fazia sorrir, mesmo que por embaraço ou pelo rosto corado.

— Isso sou eu dizendo que quero de novo. – Falou, com as mãos nas maçãs do rosto de Louis.

Louis concordou com a cabeça. E aquele fora o segundo beijo dos milhares que se seguiriam, todas as noites, todos os lugares escondidos que encontravam na escola, em todas as oportunidades. E um dia Louis soube que ele era o único alguém de Ethan desde antes de o primeiro dia.

— Eu estava perdido nas minhas convicções até te conhecer. Até sugerir o beijo que eu queria há um tempo. – Encolheu os ombros e beijou a ponta do nariz de Louis. – Descobri que eu não estava tão bem assim, você me deixa bem.

— Então estamos bem. – Louis sorriu antes de beijar o namorado mais uma vez.


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