I love you

Manhãs tranquilas n'A Toca eram atípicas, mas Harry gostava delas. Elas lhe lembravam um pouco da normalidade do mundo, um mundo onde não havia mais Voldemort, guerras para lutar e sacrifícios a serem feitos: apenas ele e Ginny, deitados no parapeito de uma janela, os dedos dele brincando com os cabelos dela com cheiro de flores, suas mãos entrelaçadas, os olhos dela fechados e o silêncio confortável entre os dois.

Ele já tinha percebido que a amava há algum tempo, mas ali, contando as sardas no rosto da ruiva, sentindo a respiração dela contra a sua, sentindo-se tão em casa, ele não conseguiu se conter.

— Ei, Gin... — Ele a chamou, baixinho, acariciando seu cabelo.

— Hm? — Ela o respondeu, distraída pelo cafuné.

— Eu te amo. — Harry sentiu suas bochechas esquentarem, uma reação que apenas Ginny causava nele.

A garota abriu os olhos e levantou a cabeça para encarar o namorado com seus olhos arregalados, deixando-o apreensivo. Ele tinha dito cedo demais? Ela só gostava dele muito, não o amava de volta? Ele estava exagerando?

Então Ginny o beijou. Como se aquele beijo estivesse prendendo ela ao chão em vez da gravidade, e Harry soube que tinha dito a coisa certa.

— Eu te amo — Ela murmurava, seus lábios grudados aos do garoto, e ele tentava dizer de volta, mas ela puxava o ar de seus pulmões com mais beijos e com os braços ao redor do corpo dele, e Harry sentiu-se verdadeiramente feliz naquele momento, de uma maneira que ele só se sentia na companhia de Ginny.

E ali, ao lado dela, estava a sensação que ele havia buscado durante a vida inteira: paz.