Malandramente escrita por giovanacanedo


Capítulo 5
O compre um leve dois de Ashley


Notas iniciais do capítulo

Eu preciso agradecer vocês! Gente, esses três comentários me deixaram tão feliz, de verdade. Temos mais 5 pessoas acompanhando, muito obrigada mesmo!
♥ Grazi KHolic (Primeira a comentar)
♥ Summer
♥ Tamiresdr
♥ LittheStar



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(...) Casa dos Longbotton, 15:30

 

    Rose estava tentando cozinhar alguma coisa na cozinha vegetariana dos Patil, o que era realmente algo quase impossível. Nataly estava em um monólogo sobre como havia acabado com um banheiro particular de uma escola renomada que tem uma diretora que carrega uma vassoura voadora, ou melhor, um pulso de ferro por aí. Ela contou como foi quando viu o melhor aluno de seu pai se tornar o melhor amigo do mesmo. De como se ele fosse mulher seu pai teria traído sua mãe e se apaixonado por ele. Contou sobre como foi olhar nos olhos do cara e perder a direção, de como foi não conseguir dormir por ter a cabeça ocupada com pensamentos alheios sobre o cara. Contou de como o primeiro beijo logo se transformou em primeira noite, de como era divertido fugir com ele e de como quis morrer quando ele apareceu com uma loira no jantar de família, de como a ignorou na frente de todos e depois de como ela atendeu a ligação dele na madrugada e foi para o carro dele, para um motel. Contou que toda vez que ele brigava com a esposa perfeita a traia com ela, de como estava presa nisso, de como engravidou e de como queria abortar.

— Uau. - Blair falou surpresa. - Se dormir com ele de novo, a gente vai matar você. - Apontou uma faca grande para ela. - Seus pais não confiam em você para ter facas afiadas em casa?

— Eles leram em algum site que são responsáveis por 19% dos acidentes domésticos. - Ashley explicou, pegando a faca da mão da amiga e guardando na gaveta.

— Eles sabem que os acidentes são por conta de pessoas... 

— Que pegam facas da gaveta dos outros? Acho que sim, Blair. - Disse ela arrastando a amiga até longe da gaveta. Nataly sorriu, cabisbaixa. Aquele grupo de meninas era realmente de pura amizade, diferente, eram amigas de verdade, sem falsidade nem nada. Tudo tão diferente do seu mundo.

— Como vocês conseguem? - Todas as garotas pararam e encararam a morena com as sobrancelhas arqueadas e com as melhores caretas que tinham. - Quer dizer... - Nataly fechou os olhos, procurando as palavras certas. As garotas tinham aceitado e a ajudado tanto, não queria dizer nada de errado. - Vocês são tão diferentes! Não dá nem pra definir quem é o que.

Elas se entreolharam, felizes. A garota mais popular do colégio as estava elogiando.

— Sei lá. - Lily falou, rindo. - Tudo o que eu sei é que você quer abortar e não tem uma clínica pra fazer isso. E nem alguém pra ir. 

— Não me lembra desse detalhe... 

— Podemos ir com você, sabe? - Sugeriu Ashley, colocando uma colher de madeira no molho vermelho e a levando até a boca. Rose bateu na amiga com uma toalha verde de secar louça. - Pra dar um apoio molal e tal.

— Não fala de boca fechada. - Rose murmurou, empurrando a menina pra longe do fogão. - Céus, esse fogão é tão velho. Tem certeza que seu abrir o forno não vai sair uma bruxa queimada da era medieval?

   Blair fechou a cara.

— E eu acho uma boa ideia. - Continuou Rose, tirando o molho do fogão e colocando no macarrão. Todas estavam em silêncio. Rose se virou e apoiou suas mãos no balcão, ficando de frente para as meninas. - Quer dizer, irmos com você. 

*****

(...) Casa dos Potters, 20:30.

 

      

     Alvo estava mexendo no celular de forma compulsiva. Estava deixando Fred II e Scorpius irritados com tanta insistência. Na semana anterior, na festa das Nott ele havia levado um fora e isso o deixou perplexo. Ele nunca havia levado ninguém a sério, até ela aparecer e mandar ele passear. Era isso o amor que tanto falam? Ele decidiu que não queria fazer parte disso. Estava mais feliz antes de investir tempo e atenção em uma pessoa e ela o descartar como um lixo. É patético. 

— Você está quase igual minha irmã quando leva um pé na bunda.  - Falou Fred II. Scorpius deu um riso pelo nariz. Estava ali há uma semana e já vira Audrey levar um fora. A menina ficava em posição fetal sem se mover por dois dias, depois passava dois dias vendo filmes românticos e comendo tudo o que vê, e ai ela se levanta e stalkeia o cara por um dia e meio, chora tudo o que tem que chorar e vai atrás de outro cara. Alvo estava em uma fossa parecida, só que não tão agravante. Ele simplesmente não queria falar com ninguém e era grosseiro com qualquer um que chegasse perto. 

— Você realmente gostava dela, não é? - Perguntou Scorpius, em meio a um suspiro. Alvo se deu o trabalho apenas de encara-lo por alguns segundos antes de desviar sua atenção para o celular.

— Alvo, você pegou o meu livro de história? - Perguntou Lily, entrando no quarto sem bater. Alvo, surpreendentemente não fez nada. Lily semicerrou os olhos para o irmão. - Ele tá doente? - A ruiva começou a estalar os dedos na frente do garoto, quando se abaixou para ver a tela do celular. Claro. - Saiam.

— Não sei se é uma boa ideia, priminha. - Falou Fed II. - Vocês não se suportam e ele prec...

— Eu falei pra se mandar cabeçudo, cai fora! - A garota empurrou os dois garotos para fora do quarto com o máximo de forma que tinha. Quando trancou a porta se virou para o irmão e cruzou os braços. Com um suspiro, observou Alvo se virar para ela. E em alguns segundos eles tinham seis e sete anos de novo. Nada de brigas, xingamentos e pontapés. Só dois irmãos.

*****

 

 

    Scorpius desceu as escadas com Fred, que ainda estava em choque com a grosseria de Lily. Eles se sentaram junto com os outros primos de Alvo. Molly II, que estava aconselhando Audrey a se manter longe de outro cara qualquer se levantou instintivamente ao ver o loiro. Com um sorriso enorme, a garota ofereceu algo para o rapaz beber, mas ele não queria. Ela se sentou ao lado dele e todos da rodinha conversaram por algumas horas. A família Potter e Weasley era muito unida, então todos os dias tinham jantares familiares, bem diferente da família de Scorpius, que não se viam há dois dias. Então ele acampava ali para comer, já que não sabia cozinhar nem ovo.

— Fiquei sabendo que um cara e uma menina virgem foram parar no quarto da Nataly. - Falou Audrey. - E tem mais, essa menina, dizem que é Rose.

    Ao ouvir a palavra Rose seus ouvidos despertaram automaticamente. Algo em Rose Weasley deixava Scorpius confortável, fascinado e curioso. Ela era bem diferente de todas as pessoas que conhecia, mas um diferente diferente. Não conseguia explicar, mas era atraído por ela mesmo não sendo a menina mais linda e gostosa do mundo. Não que Rose fosse feia, mas ela o atraía de um jeito que nem Molly II com seu corpo escultural e suas roupas coladas conseguiam.

— Desculpa, a Rose o que? - Perguntou ele. Molly II arqueou as sobrancelhas.

— Ah, você conhece a Rose? - Ela o encarou de uma forma inocente, mas por dentro se sentia ameaçada. A verdade era que Molly II era a menina mais bonita da família, mas também era a mais insegura. 

— Conheço faz algum tempo. - Disse. - Alvo e Lily brigaram e tivemos que conversar. 

— Ah. - Disse ela simplesmente. Talvez não fosse nada, era só a Rose. - Tem uns boatos que ela transou com um cara na festa. 

— Na verdade são vários boatos. - Informou Audrey com o celular em mãos.

— Não acho legal falar da vida da nossa prima. - Fred falou e James assentiu. Mas ninguém saiu da roda. Rose, que havia ouvido seu nome, saiu da cozinha e ficou ouvindo por trás da parede, onde conseguia ouvir tudo perfeitamente bem.

— Dizem que ela tem HIV. - Falou Lucy, irmã mais nova de Audrey. Rose ficou boquiaberta. Como ter HIV sendo virgem? Ai meu Deus!

— Falam que Lily vomitou em cima dela e do cara na hora H, ela tava doidona, a Lils. - Fofocou Molly. Rose não se aguentou e saiu de trás da parede e encarou a rodinha, que um a um, foi se calando. O clima da sala começou a pesar quando todos encaravam a ruiva de braços cruzados e cara fechada. Rose havia mudado um pouco depois da festa, mas uma coisa não mudava - Ela ainda era verdadeira. E mesmo sendo um erro, se sentia obrigada à exigir isso das outras pessoas também.

— Meu Deus, na minha família só tem víbora! - E saiu. 

*****

 

   - Me conta. - Pediu Lily. Alvo suspirou, cansado. Ele queria falar para Lily, mas não sabia que palavras usar sem parecer ridículo. Por alguns minutos ele abrira a boca e sibilava algumas palavras, sons, mas nada de concreto. Talvez fosse orgulhoso demais para admitir. Desistindo, se jogou na cama com o braço pra cima dos olhos. - Dói né? 

    Sua irmã havia feito a mesma coisa. A luz do seu quarto era muito forte, então tudo era muito instável daquele ângulo. Ao se virar e olhar a irmã percebeu o quanto ela crescera, agora se tornando a mulher com quem ele estava desabafando. Ou melhor, tentando desabafar.

— Você não sabe o quanto, Lils. - Murmurou ele, como um segredo. Depois de vários minutos de silêncio interrompidos apenas por suspiros de um dos dois, Alvo finalmente disse: - Eu sabia que gostava dela o bastante para querer algo, mas não sabia que se não fosse recíproco doeria tanto. 

— A gente nunca acha que ser abandonado vai doer tanto até a acontecer e a gente estar tão machucado que não consegue saber aonde e como colocar um curativo. - Concluiu a menina.

— Não sei se devo lutar por ela. 

— Ah, isso não. - Lily levantou-se e foi até a porta. - O amor não precisa disso pra acontecer. Ele simplesmente vêm e aí, é com a gente cuidar dele. 

— E o que eu faço, então? 

— Fique onde o amor possa te encontrar. E te garanto que não é no seu quarto, com um celular no perfil da ex. - A garota estendeu a mão para o irmão, que aceitou, e então desceram as escadas, onde se separaram e foram cada um pra um canto.

****

  (...) Casa dos Patil, 23:30.

 

      Ashley estava parada na varanda, pensando um pouco em tudo o que estava acontecendo recentemente. Ela sempre foi de fazer tudo tão certo, e agora sentia que tinha sido tirado um peso de suas costas. Só não sabia como seus pais reagiriam a isso, já que eles eram conservadores e extremistas em tudo. Ela se sentou na rede e começou a se balançar quando ouviu uma voz.

— Oi. - Ela virou para o lado, assustada. Acontece que sua varanda era de frente com a varanda do vizinho. Que agora que ela reparara tinha um filho novo e muito bonito. - Sou Scan Lovegood. Novo aqui e tal. 

— Ah, desculpa. Eu sou a Ash. -E se cumprimentaram com um breve aperto de mão. Ashley deu uma espiada de leve no quarto do garoto. Gostava de organização, tinha jeito de inteligente, tocava violão, sem posters de mulheres  nuas o que demonstrava um singelo grau de respeito as mulheres e... olha, só! Ele lia jornais importantes, como ela, não os virtuais, mas o reais. Ele era bom demais para existir. 

— Scan, dá pra você me ajudar a concertar iss... Ah, oi. - Ash saltou ao ver o gêmeo tão lindo quanto porém mais dark das trevas. Ele nem se importou em olha-la nos olhos ou coisa do tipo, simplesmente falou pro irmão tirar os livros de cima da cama dele e depois ajudar ele a concertar a bike quebrada dos dois. O irmão educado se despediu, o outro, bom, revirou os olhos e murmurou um "falou". Ashley colocou a mão na testa. Seu ano mal começara e já estava prestes a se jogar de uma montanha. Pegou o celular e mandou um torpedo para as amigas que dizia.

Ash: S.o.S, estou c dois meninos gatos na frente de casa. E pior, gêmeos. E, pior ainda. Um é a personificação do príncipe encantado e o outro é a mistura de todas as bruxas más do oeste.

Rose: Uau! Você está realmente ferrada.

Rose:Estou uma fera com os meus primos duas caras e os amiguinhos hipócritas deles. E isso  incluí o aluno novo e bonitinho.

Lily: Ash está no famoso: Compre um e ganhe 2 da vida. Depois falamos sobre nossos primos, boa noite.

Blair: Ash, por favor não seja a próxima Elena Gilbert.

    E, desligando o celular, Ashley torceu para no fim serem apenas dois vizinhos se mudando e não o conto de fadas que ela já havia idealizado. Sonhar sempre fora o seu forte, afinal.

ASHLEY PATIL


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