—Yaaaaa! –João sobe no palco dando um salto ninja girando no ar brandindo uma espada e cai sobre as duas pernas em perfeito equilíbrio – Bankai provisório!!! – Sua espada se alongou assumindo a forma de seu já conhecido chicote. Ele sorrir e faz uma reverência para plateia que o aplaude –Gostaram da minha performance?

—Achei muito exagerada –Disse o diretor subindo ao palco comendo batatinhas fritas.

—Hoje estou tão bem humorado que não vou nem discutir com você –Ele faz uma pausa –Mentira! –João gira nos calcanhares e prende o diretor com seu chicote o atirando na plateia que grita ao ser esmagada. João agarra o pacote de batatinhas fritas antes de cair no chão e se senta na poltrona as comendo –Fiz essa performance por que os @*%$@ dos escritores finalmente colocaram cenas de ação nesse capítulo.

A plateia ouve o som de calorosos aplausos e se olham confusos já que não tinha ninguém aplaudindo. João aperta um botão e o som para, em seguida esconde discretamente um controle entre as almofadas.

—Uma história que une digimons e shinigamis deve ser no mínimo fantástica! Então sem mais enrolação vamos ao capítulo... Deus que batata gostosa.

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Na casa de Bucky, seus pais conversavam sobre o atraso de seus filhos para voltarem da escola...

—Espero que o Bucky não tenha arremessado ninguém da janela novamente –Disse Pedro preocupado.

—Você tem que confiar mais em seu filho, querido –Disse Ster colocando os pratos e talheres sobre a mesa –Tenho certeza de que chegaram à qualquer minuto. Ela pôs um jarra de suco e parou observando a superfície do líquido se mover –Droga um tremor! –Logo a jarra tremeu tanto que o suco estava derramando –Um terremoto!

—Querida! –A casa inteira tremia, quadros caíam das paredes, as janelas batiam, pratos se despedaçavam no chão –Temos que sair daqui!

Juntos correram para o quintal e descobriram que aquilo não era um terremoto e sim um tornado.

—Meu Deus! – Gritou Ster abraçada ao marido vendo um tornado negro destruindo toda sua vizinhança. Pessoas e digimons corriam desesperadas enquanto suas casas e veículos eram arremessadas para longe.

Tão repentinamente quanto começou, o tornado se desfez e um duende humanoide saltou caindo no chão abrindo uma enorme cratera.

—Em nome de Slash eu trago o caos para suas terras!
—Zamielmon! –Disse Pedro em alerta e espanto –Temos que fazer alguma coisa!!!

—A Floramon foi ao mercado! Nossa despensa estava ficando precária!

—E o Wizardmon vive sumindo!

—Hora se não são os antigos digiescolhidos. O mestre Slash vai me promover se eu levar as cabeças daqueles que o derrotaram –Zamielmon pegou seu arco e disparou uma saraivada de flechas. O casal se jogou atrás de um carro para se proteger.

—WIZADMON! –Gritou Pedro.

Ali perto numa mansão, o velho João explicava para seus netos Bucky e Pink e para Kitsu a existência da Sociedade das Almas e dos Shinigamis. Quando Wizardmon deu um sobressalto alerta.

—O Pedro esta com problemas!

—O que aconteceu com o papai?! –Gritou Pink assustada.

— OH GOD!!! Será que meu filho não consegue se virar? Pois bemm... Para o carro agora! –Gritou o velho. Todos se dirigiram ao veículo, Wizardmon pisou na tabua e partiu em alta velocidade em direção à sua casa.

Pink e Bucky estavam aflitos preocupados com seus pais, Kitsu não conseguia tirar os olhos de Haruma, aquele homem era um shinigami como seu pai, o que atraía sua atenção como se olhasse através dele em busca das verdades que foram escondidas dela em toda sua vida.
Quando se aproximaram viram o verdadeiro caos, pessoas e digimons fugindo gritando enquanto um tornado negro destruía tudo naquela área.

—Ma-ma-mas como é possível um furacão assim do nada? –Perguntou Kitsu desesperada –Meu pai... Será que ele tá bem? –Deixou escapar o que sentia em seu coração.

Bucky viu sua casa, ou o que sobrou dela, ali perto estavam seus pais fugindo do tornado que parecia persegui-los.

—Pai! Mãe! – Ele abriu a porta do carro e correu em sua direção. Pink quando viu saiu e seguiu seu irmão.

—Vocês estão malucos?! –Gritou Kitsu também os seguindo –Vamos morrer aqui fora!

— A casa que eu levei tanto tempo pra construir!!! - choramingou o velhinho.

Pedro e Ster viram de longe seus filhos correndo em sua direção.

—Não venham! –Gritou a mulher.

—Zamielmon olhe pra gente! –Gritou o homem tentando chamar sua atenção, mas era tarde o digimon duende tinha avistado as crianças correndo em sua direção.

—Que interessante.

Dentro do carro, Wizardmon pegou seu bastão mágico e já ia sair quando o velho aperta fortemente seu pulso.

—Preciso ajuda-los!

—Seu tempo e do meu filho já passaram. Essa batalha não é de vocês e sim dos novos digiescolhidos! –A voz do velho era tão autoritária que o digimon bruxo não ousou se mover, só observou apreensivo seu parceiro humano impotente diante do digimon duende que ameaçava seus filhos.

Zamielmon desfez o tornado e pousou diante das crianças com um sorriso maligno no rosto.

—Olhe aqui seu duende maldito! –Gritou Bucky –Quem você pensa que é para destruir meu bairro?!

—Você é muito corajoso garoto, ou será muito burro?! Eu sou o arauto de Slash, vim trazer caos e destruição para seu mundo.

—Pra mim, não passa de um duende super desenvolvido!

—Vamos ver se vão continuar com essa atitude por muito tempo. Furación! –Aquela ataque tirou as três crianças do chão as fazendo levitar como balões.

—Essa é sua ideia de caos? –Perguntou Bucky debochando –Diga pro seu mestre de merda que se alguém vai dominar o mundo, esse alguém sou eu! –Bucky pegou impulso no ar e partiu pra cima do digimon.

Zamielmon ficou tão espantado com a atitude daquele humano que ficou sem reação e levou um chute no meio da cara.

—Esse meu irmão metido a vilão! –Gritou Pink –Você esta louco?!

—Como ousa?! –Perguntou o digimon furioso.

—Esse é o meu neto! –João gritou do carro.

—Vê se chuta isso: Fera Furación! –Uma rajada de vento assumiu a forma de um enorme tigre que partiu pra cima das crianças.

Bucky saltou desviando da investida da fera de vento, Kitsu mais caiu do que desviou, mas antes cair de cara na grama que ser devorada por um tigre gigante. Pink não teve tanta sorte, o tigre a abocanhou.

—Pink! –Gritaram Pedro e Ster.

Bucky arregalou os olhos e sentiu um frio percorrer sua espinha, sua pequena irmã dos cabelos cor-de-rosa estava na boca de uma fera de vento, ela morreria à qualquer segundo. Mesmo eles brigando muito, obviamente ele a amava e pela primeira vez naquele dia ele sentiu medo. Não temeu quando desafiou o digimon duende, tão pouco quando partiu pra cima dele lhe dando um chute na cara. O garoto era o tipo de pessoa inconsequente que se jogaria de um abismo sem medo, ele não teme morrer, não tem tanto apreço pela própria vida. No entanto quando diz respeito as pessoas que ama, as coisas são bem diferentes.

—Pink! –Ele agarrou seu pingente em formato de nota musical preparando-se para usar seus poderes secretos relacionados a potência de sua voz, mas nesse instante uma luz brilhou dentro dele, uma energia completamente nova. Era a luz que o atingira na biblioteca, a luz sagrada do Digimundo agindo naquele pequeno delinquente.

Houve um lampejo de luz e assim deu-se início a lenda de um novo digiescolhido.

Continua...

De volta ao show de televisão, o apresentador e o diretor estavam sentados de boca aberta olhando para o telão que exibia o episódio.

—Estou chocado com esse capítulo! –Disse João boquiaberto

—Não acredito que a pequena Pink vai morrer! –Choramingou o diretor.

—E eu não acredito que os escritores ousam acabar o capítulo numa parte assim! –Gritou João revoltado –Eles não tem coração?! Acabar assim numa parte tão crucial e nos fazer esperar uma semana para saber o que vai acontecer?! Vou pessoalmente reclamar com a administração do Nyah Fanfiction!

—Você esta doido?! Quer ser demitido? Pare com essa história e entreviste o convidado!

—Temos um convidado hoje? Por que ninguém me avisou?

—Você nunca lê o roteiro!

—Eu gosto de improvisar. Que entre o convidado especial de hoje!

Um garoto magricela de óculos fundo de garrafa entrou todo sorridente junto de seu parceiro digimon, um Numemon, uma gosma verde similar à uma caracol com os olhos esticados como se fossem antenas.

—Estamos muito felizes de estar aqui –Dizia o garoto feliz e o apresentador o observava com a boca aberta.

—Quem diabos são esses?

—Eles estavam fugindo do ataque tornado do Zamielmon –Respondeu o diretor orgulhoso.

—Você quer dizer que são figurantes? Com tantos personagens legais você me trás figurantes? Chega! Eu sou uma estrela e me recuso a me rebaixar a isso! Todos fora do meu programa! – Bankai! – João invocou seu chicote e saiu golpeando todo mundo até a plateia.

Todos corriam desesperado.

—Magoou! – Reclamou o Numemon que usa seu nojento ataque lançando um rajada de excrementos para todos os lados.

João gritou de nojo e revolta quando um enorme cocô caiu em seu rosto. Até mesmo os cameramans. fugiram derrubando as câmeras que agora filmavam apenas os pés das pessoas em fuga naquela confusão.

Fim da transmissão.