Recomeço escrita por GweKevB10


Capítulo 9
Capítulo IX - Osmozian, meu planeta nem tão natal




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 (PDV Kevin)

Eu não conseguia entender tudo isso, digo, não conseguia engolir toda essa porcaria de uma vez só. Era muita informação pra minha cabeça de uma só vez e não conseguia aguentar.

 Eu estava em uma nave usando traje de Encanador sendo respeitado e chamado de Grão-Mestre Kevin... Mas isso não estava mexendo comigo, desde pequeno eu sempre quis que esse momento acontecesse, eu sempre quis estar no mesmo lugar em que o meu pai esteve, eu sempre quis viver as mesmas aventuras dele. Foi ai que eu vi o que eu estava sentido mesmo:

 Medo.

 Falei para mim mesmo que não era isso, falei que era nervosismo por ser a minha primeira missão oficial como Encanador, mas não era.

 Minha missão, junto com meus parceiros de equipe era fácil: derrotar Agregor, um Osmosiano que havia absorvido o poder de vários alienígenas poderosos com o passar dos anos. Seu destino era encontrá-lo e tentar impedi-lo de pegar o Mapa do Infinito, um mapa – é claro – que tinha como principal característica refazer a forma de um planeta por vez, e para refazer um planeta era preciso destruir alguma coisa antes... Aí é que a coisa se complica.

 Haviam relatos de que esse infeliz já tinha conseguido adquirir o mapa, então o único jeito era se esconder em um dos pontos mais escuros, perigosos, traiçoeiros e destruidores do Universo para entender como o troço funciona, e era fácil resumir tudo isso em um só nome: Osmozian. O planeta, de digamos... meus tataravós por parte de pai. Eu nunca tinha ido até lá, porque era muito difícil. Primeiro porque os Osmozianos estão “acostumados” a sugar energia para sobreviver, então eles estariam em um ponto que tivesse o maior nível de absorção possível o que significa... Um buraco negro. Sempre me perguntei como um planeta pode ficar perto de um lugar como esses, ninguém sabe explicar; a questão é que esse planeta é o único que consegue ficar em um ponto crítico como esse, digo, perto de um buraco negro. Em geral os habitantes de lá se acostumaram com a grande passagem de matéria e energia por causa do buraco negro e começaram a ficar dependentes disso.

 Por isso esse lugar era de difícil alcance, apenas os Encanadores e os Osmozianos tinham a técnologia necessária para chegar perto de um buraco negro – pelo menos até certo ponto – sem ser sugada por ele. Primus me informou que quando chegássemos ao planeta não precisariamos ter medo de sermos “sugados” já que, uma vez que alcansássemos a gravidade do planeta, estariamos seguros. É, seguros... em Osmozian.

 Olhei para Gwen e Ben que estavam quietos durante a viagem inteira.

 Se eles soubessem o que eu estava sentindo, era uma ânsia. Dessa vez não por estar com medo, mas por sentir muito poder... Era incrível. Só de estar perto daquela porcaria de buraco negro eu sentia como se minhas forças voltassem mais do que cem por cento, muito mais que isso.

 Mas o problema não era só esse... toda vez que eu me aproximava mais desse lugar, eu sentia um tipo de energia, fora de mim, algo que eu queria levar para mim. Eu só não sabia o que era.

 Apertei um botão na nave para camuflá-la. Esse era um outro problema em Osmozianos... antipatia, por isso tinhamos que ser o mais discretos possíveis.

 - Certo... – Ben suspirou – E agora?

 - Usamos isso – Gwen pegou duas máscaras ID e deu uma para Ben. – Primus disse que vai nos dar a aparência de Osmozianos para não chamar muita atenção.

 - Sei. E porque acho que isso não vai ajudar?

 - Só fica quieto e põe isso. – Gwen disse, colocando a máscara, junto com Ben.

 Olhei para a aparência deles.

 A mundaça foi muito grande... Pelo que eu entendia, Osmozianos eram altos, mais do que o normal, tinham cabelos negros, pele branca e olheiras grandes envolta dos olhos, de certa forma tinham a aparência humana. Mas o que mais chamava a atenção eram os olhos... eram castanhos, mas com uma cor avermelhada, e cansada. Também tinham várias elevações, como se fossem escamas envolta dos olhos e na testa. Ben, por conta do disfarce estava mais alto que eu, seus cabelos estavam compridos e pretos, sua pele esbranquiçada e muito menos magro...

 - Olha, Kevin. Fiquei mais alto que você. – Ben disse olhando pelo reflexo do vidro. Ele levantou os braços para ver a enorme quantidade de músculos que ganhara. Revirei os olhos, nada interessado.

 Virei-me para olhar para Gwen e tive... um tipo de surpresa. Era exatamente ela... Mas ao mesmo tempo não era. Ela ainda estava com o mesmo formato de rosto, mas tinha perdido a cor ruiva de seus cabelos e os olhos verdes também foram para a cor castanha.

 Tudo isso era muito esquisito... Sério. Eu nunca admitiria isso para nenhum dos dois, tanto para Ben quanto para Gwen, mas a verdade era que:

 Eu me sentia em casa, e sabia que, de certa forma, eu era muito mais parecido com eles do que pensava ser...

 Quando  saímos, no maior silêncio possível, da nave olhei ao redor... O céu era de um azul bem mais escuro que o da Terra e era possível ver a trilha dos anéis que envolviam o planeta (ele se assemelhava  com o planeta Saturno, a diferença era que Osmosian era azul e menor) junto com as estrelas. A atmosfera era fria, tanto que , por incrível que pareça, grãos brancos caíam do céu como se fossem neve.

 Envolvi meu corpo (agora com roupas comuns entre Osmosianos: uma calça cinza, e sobretudo vermelho) com uma capa que chegava até meus pés para me esquentar. Olhei para Ben e Gwen que fizeram os mesmo, envolvendo-se com suas capas; coloquei o capuz que vinha com a capa marrom sobre minha cabeça e, depois de pegar um pequeno cabo de ferro que coloquei no bolso de cima da nave, saí em busca de Agregor, junto com Gwen e Ben.

 Isso seria mais difícil do que eu pensava, disse para mim mesmo depois de ver vários edifícios todos pareciam ser feitos de algo que se assemelhava a ferro um pouco mais à frente. Antes disso, havia uma trilha fechada com várias "árvores" que pareciam ser bem comuns aqui. O tronco delas eram muito largos e tinham uma cor quase preta, suas copas eram altas e suas folhagens tinham uma cor prateada... Nem queria saber o que ia ter pela frente.

 - Certo, Primus disse que o que temos que fazer é procurar algo que Agregor tocou por que fica mais fácil de encontrá-lo. - Gwen comentou por debaixo do capuz, seu rosto escondido pela grande sombra. - E tentem manter a descrição.

 - Certo. - murmurou Ben.

 Quando chegamos à cidade, vimos que era muito mais assustadora do que imaginávamos: era uma mistura de máquinas com o tempo antigo... por assim dizer.

 Os edifícios eram feitos de metal - que mais parecia enferrujado e antigo, como se estivessem lá há muito tempo. Os Osmosianos eram todos encapuzados e andavam com o rosto baixo, mas se olhassem para outra pessoa, nunca era um olhar amistoso muito menos simpático.

(P.D.V. - Gwen)

Eu me assutei ao ver minha aparência no reflexo de um dos prédios... Queria que tudo isso acabasse, e logo. Eu me sentia mal aqui... Não conseguia muito menos andar direito, claro que não contei isso para Kevin e Ben, não queria acabar com a missão por causa disso. Nós três ficamos quietos enquanto andávamos pelo lugar. Era tudo meio sombrio e tinha um ar de Idade Média misturado com o Contemporâneo - os prédios eram enormes, até mais do que o da Terra -, só que ao invés de as construções serem feitas de pedras e tijolos eram todos feitos de metal e ferro enferrujados como se já estivessem lá há centenas de anos...

 Os habitantes andavam quase todos encapuzados escondendo o rosto sobre o capuz de várias capas - tudo com aparência velha e desgastada - , mas, quando eu me encontrava com o olhar de um deles, um grande cala-frio percorria toda a minha espinha e o que eu mais sentia era medo. Eles me encaravam com um olhar sombrio, fechado e cheio de ódio. Todos eles pareciam cansados por haver uma marca roxa em volta dos olhos como se fossem olheiras. O que piorava a situação era a temperatura do lugar... era tudo muito gelado e não parava de cair algo que parecia muito com neve.

 Tentei ignorar meu medo e continuei a andar.

 Mas... Por onde começar? Agora que pensei direito, percebi que Primus não tinha nos deixado nenhum tipo de informação específica... Ele só nos chutou para um Planeta dizendo que tinhamos que encontrar um maníaco Osmosiano em um lugar cheio de... Osmosianos.

 Porque ele não chamou um Osmosiano Encanador então - sei que Kevin é descendente de um, mas pelo que eu saiba é a primeira vez que ele vem aqui - ?

 Porque justamente eu? Não me sentia bem nesse lugar, e pouco me importava agora procurar por Agregor, o que eu mais queria era sair de lá... Viva, se eu não estiver pedindo demais!

 Nós não podiamos dar muita bandeira, o que significa que usar um comunicador de Encanador era uma das piores opções.

 Viramos em um lugar parecido com um beco quando ninguém parecia nos olhar, e tirando o capuz encontramos nossos olhares, eu e Kevin... para ser mais específica.

  Eu o fitei durante um bom tempo, e ele me olhava com mais intensidade ainda, como se estivesse procurando alguma coisa em meu rosto... e no meu corpo.

 Fiquei vermelha e cobri a pequena parte dele que estava exposta com a capa marrom. Depois olhei para Ben, que tentava esconder sua diversão. Como ele estava diferente... Muito diferente.

 - Certo... Alguém sabe por onde começar? - Ben pergutnou.

 - Nem pergunte pra mim... - levantei minhas mãos em defensiva, expondo parte do meu corpo. - Se vocês pensarem bem, Primus só nos disse pra procurar um Osmosiano... É como se ele estivesse pedindo pra procurar uma agulha num agulheiro.

 - Bom... Ele disse que não podemos usar os comunicadores. Só em um caso extremamente urgente, quando alguém estiver em perigo. O que podemos fazer é nos separar e nos encontrar em um lugar daqui à uma ou duas horas. - respondeu Ben.

 - Mas nós nem conhecemos o lugar direito. - contrariei.

 Eu não ia ficar sozinha em um lugar desses...

 - É o único jeito, vamos ter que memorizar o lugar... - Ben disse.

 Suspirei, ainda discordando do que ele dizia.

 - Tudo bem então. Faz o que você quiser. - virei-me nervosa com a conclusão de Ben, cruzando os braços por debaixo da capa. - Onde e quando?

 - Nesse mesmo lugar, daqui à uma hora... Duas, no máximo. Se qualquer um de nós não chegar aqui no tempo combinado, vamos ser obrigados a usar os rastreadores pra procurar o outro. Certo?

 - Certo - respondi de mau-humor.

 Sai andando de lá com os dois, Kevin foi para a esquerda, eu para a direita e Ben seguiu em frente.

 Fiquei com medo do que poderia acontecer... Não só comigo, mas com eles... E se um de nós chegar seriamente machucados? E se um de nós nem chegar?

 - Com licença? - perguntei, abrindo uma porta enferrujada que fez um rangido enorme.

 Dei pequenos passos na sala minúscula, cheia de estantes de metal empoeiradas.

 Por que eu vim bem aqui?

 Por alguma razão, me senti melhor naquele lugar.

 Fui até algo que se assemelhava a um balcão e novamente disse:

 - Com licença? - uma sombra se levantou do banquinho.

 Como sempre, a figura estava encapuzada... Olhei para seu rosto e vi que era um  Osmosiano com o rosto enrugado por de baixo da sombra, ele me deu um sorriso que ia até as bochechas e me disse:

 - Pois não... O que deseja?

 - Hm... - suei frio. Pensei que ia ter uma ótima estratégia para enrolar ele, mas não tive. Olhei em volta da sala, tentando entender o que essa loja - ou qualquer coisa que seja esse lugar - vendia.

 Era tudo tão decadente e sombrio, que caia aos pedaços. Vários livros velhos ficavam nas estantes...

 Espera, livros?

 - Quais os assuntos que você vende, dos livros, digo?

 Ele juntou as duas mãos e saiu de trás do balcão.

 - Você entende de livros? - ele perguntou entusiasmado. - Fico até pasmo de saber que alguém ainda conhece isso.

 - Sim - foi a única coisa que me veio a cabeça.

 - Ótimo... Temos histórias como "M'legnor", "Mov'tolegg" e "Osgriax". Você deve conhecê-los por gostar de livros, certo?

 - Sinto muito, mas não. - respondi sem conseguir mentir; era melhor dizer a verdade do que ele começar a me perguntar várias coisas sobre esses caras, e eu não saberia nem o que falar.

 Ele pigarreou e continuou a citar vários outros assuntos:

 - Temos também "Es' Cnoveki, O Fundador de Mundos", "Lutas de Akoida'k", "Magia de Anodine", "Ômega 132, planetas sem poder"...

 - Como? - dei um pulo.

 - "Ômega 132, planetas sem poder".

 - Não! Antes desse! Você disse "Magia de Anodine"?

 - Sim. - ele pegou um livro pequeno, grosso e encardido da estante que quase ameaçou cair.

 - Sobre o que ele fala exatamente?

 - Fala sobre a guerra de Anodine e Osmosian...

 - Guerra?

 Ele me olhou desconfiado.

 - Sim, a guerra que aconteceu há centenas de anos. Mas também é misturada com contos, pegos de documentos antigos e até proibidos aqui, mas vou confiar em você. Acho que não é de sair contando para qualquer um.

 Não respondi.

 - Vai levar? - ele me perguntou.

 Pensei comigo mesma se isso valia à pena.

 Primeiro que eu não estava lá para saber isso, segundo que o "dinheiro" que recebi da base dos encanadores era muito limitado e servia para ajudar a procurar Agregor, não para comprar livros.

 Mesmo assim, eu queria muito levar aquilo.

 - Vou - respondi.

 - Certo - ele estendeu a mão para pegar o dinheiro.

 Peguei uma pequena pedra acizentada que se chamava Argon e entreguei à ele. Ele colocou aquela pedra entre os dentes, como se estivesse checando se era ou não verdadeira. Depois me entregou o livro empoeirado e foi até o balcão guardar a pedra.

 Andei para a saída, mas antes que eu pudesse, ele me chamou:

 - À propósito, meu nome é Gal'eigor.

 Sorri e respondi:

 - Sou Gwen.

 - Volte sempre.

 Saí de lá e fiquei escondida em um canto apenas lendo.

 Já no começo, vi que o livro mostrava imagens de Anoditas e Osmosianos.

 Depois li o começo do texto, que estava escrito em um dialeto que eu havia estudado em meus livros de encatamentos. O primeiro texto era sobre um grande conto:

" A GRANDE GUERRA DE LIL' I VATON

Conto -

Os Irmãos Le' Vinn

Há centenas de anos, antes da grande guerra de Vil'gontron, existiam Osmosianos que  estavam finalmente achando uma forma de escapar de seu planeta sem serem engolidos por nosso Buraco Negro. Entre esses cinco valentes estavam: Angreo'r Vlon, Nif Vingeex, Sknovetin' k Neggor e os irmãos Est'ver Le' Vinn e Gnax Le'Vinn.

 Eles construiram uma grande nave que os levava para fora de seu planeta, já frágil por conta de grandes guerras internas ocorridas naquela Época de escuridão.

 Vagando pela vastidão do Universo, por dois anos não conseguiram achar planeta algum, muito menos algum com vida.

 Os tripulantes da nave se perguntavam se algum dia chegariam vivos em qualquer planeta habitado. Perdendo suas esperanças; e seus suprimentos esgotando sendo capaz de suportar apenas para a volta até Osmosian, os cinco tripulantes resolveram voltar.

 Porém, antes que pudessem se preparar para a volta, encontraram um  planeta que os deixaram curiosos para visitar, antes de retornarem.

 De longe era belo e com dois anéis que formavam um grande "X" quando se encontravam ao envolver a atmosfera do planeta.

 Quando pousaram sua nave no misterioso planeta, tiveram a surpresa de descobrir que ele era habitado por seres que pareciam, de diversas formas, o oposto dos Osmosianos. Pareciam leves e seus pés muito menos tocavam o chão. Os cabelos tinham um brilho tão grande que quase os cegava por estarem acostumados com um ambiente gelado e sombrio. Seus corpos eram de diversas cores.

 Se chamavam Anoditos.

 Todos receberam os navegantes com hostilidade. Porém, como os Osmosianos estavam cansados pela grande viagem, foram convidados de má-vontade pelos reis de Anodine a ficar lá durante alguns dias.

 Os irmãos Le'Vinn, dizem alguns, foram os mais interessados em saber a história sobre essa grande civilização, e como ela funcionava, porém Neggor teve a vontade de roubar toda aquela energia que Anoditos possuiam para si e o resto de seu planeta que estava morrendo.

 Por causa disto, uma rixa iniciou-se entre todos os habitantes do planeta contra os cinco viajantes.

 Começaram a expulsar todos os Osmosianos sem piedade alguma, antes que causassem sérios danos ao planeta.

 Passaram-se alguns anos e os tripulantes voltaram para seu Planeta Natal, aplaudidos e aclamados por todos.

 Infelizmente, o coração de Neggor escureceu-se e uma ira começou a nascer contra os habitantes de Anodine. Então, aproveitando seu conhecimento pela grande energia exercida pelos Anoditos disse que estes se negavam a ajudar os Osmosianos em tempos de crise.

 O grande líder de Osmosian, Volm' Antrox Le'Vinn - pai dos irmãos Est'ver e Gnax Le'Vinn - iniciou uma grande caçada e guerra contra Anodine e seus habitantes.

 Os Osmosianos começaram, então, a formar seus exércitos e preparam naves mais rápidas com armamentos poderosos e destrutivos.

 Nunca se ouviu falar de Guerra tão longa e sangrenta como esta.

 Logo ao chegar no Planeta, os Osmosianos destruiram tudo o que viam pela frente, sugando a energia de todos os seus habitantes. Quando achavam que tinham ganhado o Planeta, tiveram uma surpresa ao verem que Anodine possuia um poder muito maior do que o esperado; os habitantes que sobreviveram se rebelaram, e os que conseguiram ser avisados da grande devastação se uniram para destruir naves inimigas.

 Foi nessa época que Osmosianos retornaram para se recuperar do grande ataque e voltaram anos depois para tentar domar Anodine.

 O planeta porém já estava preparado por saberem que o fim da Guerra estava longe.

 Muitos Osmosianos e Anoditos morreram naquela época.

 Também nesta época, Volm' Antrox conseguira capturar as duas princesas do planeta Anodine - Lyyn e Lyree - como forma de enfraquecer o poder dos reis. Pouco se sabia que os irmãos Le'Vinn não tinham sentimentos de lutar, eles foram os únicos a quem os Anoditos bem-receberam por sentirem que tinham um "bom coração".

 Por isso, trairam seu próprio pai e resgataram as princesas levando-as para Anodine em segurança.

 Os pais das princesas souberam que podiam confiar nos irmãos, e imploraram para levar as duas filhas para um planeta seguro, longe da guerra. Os irmãos seguiram as ordens dos reis  e, o mais rápido possível levaram elas e váiros habitantes de Anodine para longe.

 Aos poucos paravam em Planetas e deixavam alguns Anoditos lá.

 Est'ver e Gnax, porém, queriam ter certeza de que as princesas ficassem sãs e salvas e continuaram a viagem duarante vários meses. Mal sabiam que Neggor havia suspeitado da traição, e os seguiu, atacando-os no momento em que menos esperavam. Os irmãos não tiveram opção, se não lutar contra seu antigo companheiro em defesa das princesas.

 Nesta batalha, Neggor foi derrotado, mas a princesa Lyyn foi morta durante a luta.

 Gnax e Est'ver sentiram-se culpados e prometeram proteger Lyree com todas as suas forças.

 Durante anos, os três se refugiaram em um Planeta Azul, muito longe de Osmosian e Anodine.

 Quando sentiram falta de seus Planetas Natáis, mesmo em plena Guerra, resolveram retornar, mas um dos irmãos, Est'ver, queria ficar. Gnax e Lyree decidiram então ficar junto com Est'ver no Planeta Azul, junto com seus habitantes atrasados. Aprenderam a se adaptar naquele pequeno Planeta, escondendo suas características, entendendo suas línguas e costumes...

 Gnax e Lyree se casaram, enquanto Est'ver apaixonou-se por uma habitante do planeta Azul, chamada Lia e, com ela, se casou também.

 Eles  tiveram vários filhos e netos, que se misturaram com os demais habitantes daquele planeta, criando descendentes mestiços.

 Ficaram lá pelo resto de seus dias.

 Anos depois a Guerra acabou, não por um planeta ter ganhado do outro, mas por ambos terem ficados tão fracos, que não conseguiram dar continuidade à batalha. Mesmo assim,

Osmosianos e Anoditos sempre guardam entre si laços de ódio e rivalidade; só não retornaram à ter mais Guerra, pois os Encandores se colocaram no caminho, cansados das batalhas sem fim dos dois planetas.

 Nunca soube se os Irmãos Le'Vinn existiram ou não. Existem vários fatos que negam suas existências, como as de que o grande lider Volm' Antrox Le'Vinn nunca teve filhos e nunca capturou as duas princesas, e que estas foram mortas durante a Guerra ao lado de seus pais. Mas outros dizem que o líder, por vergonha do que seus dois filhos fizeram contra seu Planeta, tentou apagar de qualquer Osmosiano e Anodito a lembrança dos irmãos Le'Vinn; assim como os Anoditos que, por terem tanto ódio de Osmosianos, nunca iriam adimitir a existência de tais irmãos que, mesmo tendo sangue inimigo, os ajudaram.

 O que podemos confirmar: é que apenas devemos questionar... Nunca afirmar."

 Depois de ler a história fiquei sem fôlego... E isso era só o começo do livro. Havia ainda várias informações sobre Anoditas, que diziam, de forma mais detalhada, como eram seus poderes, suas aparências... Também tinha várias datas e documentações das diversas Batalhas, todas essas informações envolvendo Anoditos e Osmosianos.

 O que mais me deixou curiosa foi a história dos irmãos Le'Vinn.

 Os dois foram os únicos com coração o suficiente para ajudar Anoditos e Anoditas mesmo sendo seus inimigos.


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