Uma questão que sempre me intrigou sobre a morte dos 6 milhões de judeus nos campos de concentração nazista, e que  me deixou sem resposta por anos a fio, é a questão de como é que sobreviveram algumas pessoas? Como é possível que homens e mulheres que comiam uma sopa de batatas, ou de cascas de batatas, resistissem? O que é que as manteve vivas? Por que motivo eles não caíram ao chão de fraquezas, de doenças, e estavam vivos no dia em que os campos abriram, e mostraram os mortos-vivos? Existem registros de prisioneiros que se alimentavam dos piolhos, das baratas, pois a dieta era projetada por nutricionistas para que vivessem por pouco tempo. Principalmente os presos que trabalhavam nas construções das armas secretas. Não podiam sobreviver, pois deviam levar os segredos das armas para a tumba como faziam os faraós. Quem construía as pirâmides era enterrado vivo dentro delas.

Hoje, eu acredito, que foi um “espírito forte” que os manteve em pé.

A ciência, por sua vez, ensina-nos que nosso organismo é comandado pelo cérebro, e que tudo funciona como um relógio dentro dele.  O corpo então, conforme a ciência, seria uma máquina perfeita composta de ossos, músculos, sangue e, um motor chamado coração, que trabalha em sintonia com a cabeça. Quando o coração e cérebro param, acontece o óbito.

Mas eu acredito na existência da alma!  E minha teoria é que essas duas partes, corpo e espírito se unem durante o acasalamento ou do coito feminino e masculino. Durante a corrida enlouquecida de milhões de espermatozoides dentro do útero da mulher. E vou mais longe ainda, eu penso que o espírito de alguém já está adormecido dentro do útero, para atrair os espermas como aspirador de pó.  Ele encolher-se-ia dentro desse útero, antes da inseminação, na espera da junção feminina e masculina. E que mais tarde, quando o embrião se solta das paredes uterinas e fica flutuando dentro da bolsa amniótica, o espírito entraria pouco a pouco nesse embrião, para dar início ao desenvolvimento dos membros. Primeiro ele entraria a cabeça. Na medida em que o feto vai crescendo, entrariam a coluna, os braços, as pernas etc. E o espírito iria se adaptando cada vez mais a esse corpo minúsculo. Acho que antes de 30 dias estaria totalmente dentro, dando a esse novo ser humano todas as características do espírito.  

Mas, se for assim, quem seria mais forte? O corpo? Ou a alma?

Durante o longo período da infância, o espírito se mostra mais fraco que o corpo. A criança chora de solidão, abandono, falta de colo, falta de beijos, aconchego etc., pois essa alma chega ao mundo com sofrimentos de outras encarnações. Esse espírito é tão fraco, que muitos meninos falecem, embora nasçam fortes, sejam bem alimentados, muito amados, cheios de mimos, enfim.

Eu diria que o espírito começa a se fortalecer durante a adolescência e que é nesse período de nossa vida quando acontece um empate meio a meio, corpo e alma, de igual para igual. Durante toda uma vida, existirão vezes em que o corpo sustentará o indivíduo, e terá ocasiões em que ele sobreviverá com a força espiritual. Como os sobreviventes da chacina judaica. Haverá pessoas que melhorarão de uma doença grave indo para a igreja rezar, porque o espírito levantará seu corpo com sua força, sua energia e sua vitalidade. No caso  contrário estarão as pessoas que se salvarão milagrosamente de uma cirurgia, porque o corpo forte sustentou-os a ambos. E por ali irão. E quando a velhice chegar, se chegar, se conseguir chegar lá, quem sustentará esse corpo envelhecido, desgastado, doentio, será o espírito. Se o espírito for forte, o corpo, embora doente, morrerá em pé. Como uma árvore frondosa, que um dia cairá ao chão durante uma caminhada, uma conversa, durante uma soneca ao meio-dia, mas morrerá em pé. Se o espírito for muito sensível, o corpo ficará longo tempo deitado num leito à espera do suspiro final.