Trágico destino escrita por Midichan


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Querido Jack White,
Confesso que fiquei desesperada. Não conhecia nenhuma das obras que você colocou como preferência e, para completar, sou péssima com aventuras! Não consegui desenvolver uma história original. O jeito foi optar por algum dos seus fandoms.
Como eu trabalho e estudo, não tive muito tempo para ver as séries ou ler algum dos livros que você recomendou (na verdade, eu queria mesmo ter escrito sobre The 100  ). Por isso, hoje te dou de presente uma fanfic de Ink Heart, baseada no filme e nos wikia’s da vida. Espero que não tenha escrito nada muito incoerente e com certeza vou procurar a trilogia quando estiver mais folgada, pois amei a ideia do filme.
Espero que goste, me esforcei bastante! Com carinho
Midichan.



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"Era muito mais agradável lá em casa", pensou a pobre Alice, "lá não se ficava sempre crescendo e diminuindo, e recebendo ordens aqui e acolá de camundongos e coelhos. Chego quase a desejar não ter descido por aquela toca de coelho... No entanto... É bastante interessante esse tipo de vida! Realmente me pergunto o que pode ter acontecido comigo! Quando lia contos de fadas, eu imaginava que aquelas coisas nunca aconteciam, e agora cá estou no meio de uma! Deveria haver um livro escrito sobre mim, ah isso deveria! E quando eu for grande, vou escrever um... "

Meggie fechou o livro, pois o trecho de Alice no País das Maravilhas havia lhe dado uma ideia.

— Nós podíamos visitar alguns países para vocês conhecerem – Meggie disse, dirigindo suas palavras à sua mãe, seu pai e Farid. Os quatro encontravam-se na velha perua de Mo, indo para uma feira orgânica próxima à casa de Eleonor. – Sabe, a Europa é bem bonita e a gente consegue conhecer vários lugares legais sem ter que viajar distâncias muito longas. Papai e eu vivíamos de um país para o outro, em parte por conta do seu trabalho como restaurador de livros e em parte porque... vocês sabem, ele estava procurando o livro.

— Eu acho uma ótima ideia – Teresa comentou, evitando a parte em que Meggie mencionava Coração de Tinta — Além de conhecermos novos lugares, também damos uma folga para sua tia. Estamos vivendo há mais de um ano na casa dela e aposto que a velha resmungona não aguenta mais nos ver. – sorriu.

— Tudo bem, gente, chegamos. Vou deixar a perua estacionada aqui, na frente deste açougue. A feira começa ali na rua de trás e estende-se por quase todo o bairro; portanto, crianças, cuidado para não se perderem. Encontro vocês aqui na perua daqui a uma hora.

— Até mais tarde, pai! – Meggie se despediu, já virando as costas e agarrando Farid pelo braço.

— Ok, Meg, o que faremos agora? – O rapaz questionou, enquanto amarrava seu cabelo negro em um curto e frouxo rabo de cavalo. – Não é como se eu tivesse realmente muita coisa para fazer em uma feira livre... – resmungou.

— Existe uma livraria aqui por perto. Eu queria... bem, eu queria te dar um livro de presente. Afinal, sua leitura ainda é péssima. – O rosto da garota ficou levemente corado ao confessar suas intenções. Os dois estavam vivendo juntos e a amizade se estreitava cada vez mais. Meggie havia prometido que ia ensina-lo a ler e vinha cumprindo sua promessa, comprando para o garoto livros de aventura e tendo paciência quando Farid queria apenas largar tudo e desistir de aprender.

O rapaz apenas sorriu em resposta, meio sem jeito.

Meggie sabia que esse era o jeito que ele tinha para agradecer.

...

— Acho que já estamos chegando – a loira comentou assim que viraram uma esquina – a livraria fica ali na frente. – Apontou para uma pequena casinha de tijolos, com ares barrocos e uma plaquinha intimista, onde podia-se ler “Lendo com Lobos”. A vitrine possuía uma estante cheia de livros intercalados com miniaturas de lobos, pequenos brinquedos de pelúcia que mais pareciam reais.

Entretanto, quando Meggie ia tocar a campainha, sua visão se escureceu. Alguém havia colocado um saco na sua cabeça, delimitando sua respiração e lhe deixando desesperada. Seus braços batiam no ar, tentando acertar a pessoa que lhe prendia, mas todos os movimentos eram em vão. Ao lado, pode ouvir Farid se debater e gritar, mas logo sua voz também foi abafada. Segundos depois enrolaram o saco que tampava sua visão, deixando seu rosto descoberto até a altura do nariz, para que um pano encharcado fosse pressionado em suas narinas.  

A próxima coisa da qual se lembrava foi de ter acordado em um quarto completamente branco, com paredes acolchoadas e aparentemente com isolamento acústico. Não haviam janelas ou frestas e a porta não possuía fechadura por dentro.

Ao tentar se mexer, Meggie sentiu um peso enorme em seus pés, só assim notando que estava acorrentada. Alguém havia prendido a garota. Ela girou a cabeça com algum esforço, procurando por Farid. Um breve sentimento de alivio encheu seu peito quando viu o rapaz jogado em um dos cantos do quarto, todo encolhido. Parecia sentir dor.

— Farid? Farid! – Sua voz estava rouca e quase não era possível entender, mesmo que a menina tentasse gritar. Ela decidiu então rastejar enquanto a corrente permitisse, indo ao encontro do moreno.

Outra onda de alívio arrebatou seu peito quando o rapaz abriu os olhos, agora inchados e roxos. Farid havia levado uns belos socos.

— Meg... Tudo bem com você? – Sua voz estava aflita e em um ímpeto ele tentou se levantar, falhando no processo. Suas costas doíam muito, como se alguém houvesse desferido chutes, impedindo-lhe de permanecer ereto.

— Não se levante, eu... eu ‘to legal. Com dor de cabeça, mas bem. Bateram muito em você? Seus olhos estão inchados e há hematomas nos seus ombros...

— Eu não sei o que aconteceu... Havia um cara atrás de você, e então alguém tentou me sufocar. Não consegui te proteger, sinto muito. Se ao menos eu conseguisse dominar a técnica do fogo que Dedo Empoeirado me ensinou...

— Não adianta pensar nisso agora. Nós temos que saber o que aconteceu. Estamos presos e meu pai deve estar nos procurando... Isso se ele também não foi capturado. Seja lá quem foi que tenha feito iss-

Porém, antes que ela terminasse a frase, a porta começou a se abrir.  

— Meggie Folchart... É um prazer recebe-la em minhas humildes instalações – uma voz grossa e imponente soou, enquanto a porta era escancarada e um homem alto, porém atarracado saia dela. – Imagino que estejam confusos, pois vocês não me conhecem. Desculpem-me as circunstancias.

Assustado com a presença do homem, Farid levantou-se, ignorando as pontadas que incomodavam suas costas. Com o intuito de proteger a garota, postou-se à frente dela, adotando uma postura defensiva.

— Eu não sei o que o senhor quer conosco, mas não vai conseguir – sibilou, os olhos transbordando ódio.

O homem apenas sorriu.

— Entendo que esteja tentando defender sua amiga, mas não seja assim tão presunçoso; em sua atual situação, duvido muito que consiga acertar uma mosca. De qualquer forma... Prazer em conhece-la, Meggie. Sou Fisk e espero que você colabore comigo. – O homem deixou a porta escancarada, sabendo que nenhum dos adolescentes conseguiria se soltar das correntes. Com um sorriso sínico e sádico no rosto, Fisk começou a andar pelo cômodo, gesticulando enquanto falava. – Entendam, eu precisava de um língua encantada com poderes muito fortes. E você, além da leitura, ainda possui o dom da escrita... – Meg fez uma cara de dúvida ao ouvir essas palavras. – É claro, os acontecimentos com Capricórnio se espalharam muito facilmente. O fato é que preciso que escrevas uma história... e depois, que a leia em voz alta.

— Você não poderia ter simplesmente pedido para nós? Não precisava de todo esse drama, sabe? Eu ‘tô completamente quebrado aqui! – Farid protestou, indignado enquanto ainda se mantinha à frente de Meggie, apesar das dores.

— E você escreveria se eu te dissesse que pretendo matar pessoas? Que tens que descrever o assassino perfeito, nos meus moldes, para acabar com meus inimigos? Que a história não passa de um conto sangrento?

Os pelos da garota se arrepiaram. Não, ela nunca faria isso. Não por livre e espontânea vontade.

 — Foi o que eu pensei – o carrasco continuou, enquanto celebrava por dentro as expressões de repulsa no rosto de ambos. – Vou trazer lápis, borracha e papéis para você. Claro, você só escreverá na minha presença, enquanto supervisiono palavra por palavra. Não vou permitir que escreva algo que te tire daqui. Até lá, sinta-se... À vontade.

E então o homem saiu, batendo a porta às suas costas e deixando os dois garotos atordoados.

...

Encolhido em um canto, o ladrão das Mil e Uma Noites olhou para os tornozelos de Meggie e seu estômago se revirou. A corrente, atrelada fortemente aos pés da garota, deixava marcas que pareciam nunca cicatrizar.

Ele queria poder ajuda-la.

Meggie estava definhando. Recusava-se a comer, quase não dormia e mal tinha força para pegar no lápis e escrever as palavras. No começo a garota ainda tinha fé de que seus pais os encontrariam e o tirariam dali, mas nada aconteceu. Depois, com o passar dos dias, tentou escrever uma fuga, mas, como Fisk havia previsto, ela não conseguiu.

O homem estava sempre vigiando os dois.

Farid só esperava que algum milagre acontecesse, antes que Meg não resistisse mais.

“Os línguas encantadas possuem um trágico destino”, pensou enquanto deixava um casto selinho nos lábios adormecidos.


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Notas finais do capítulo

Vou pedir desculpas por duas coisas:
a) não sei escrever aventuras *corre*
b) não sei escrever histórias com finais (isso mesmo) *corre*



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