Just One More Time escrita por KimieSchiffer


Capítulo 3
Despedida


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ç.ç



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Inoue’s POV.

 

Ei, Ulquiorra-kun... Você acredita no destino? Porque eu tenho certeza que foi ele que nos uniu.

Os dias seguintes foram mais tranqüilos, apenas com os pequenos jantares que Nell fazia ou as festas que Matsumoto misteriosamente conseguia. O fim das férias se aproximava e a idéia de minha irmã indo embora não me fazia nada feliz. Já havia me acostumado com a rotina e gostaria que ela continuasse do jeito que estava. Sem dúvidas, seria ótimo.

Devia estar radiante de tanta felicidade. Ainda usava o cordão que havia ganhado na noite do meu aniversário. Continuava sorrindo apenas por olhá-lo e ver que o que acontecera não havia sido um sonho. Como de costume, me senti uma tola ao perceber o que estava fazendo e pensando.

Levantei da banheira e peguei a toalha que estava pendurada na parede ao lado. Enrolei a toalha em volta do meu corpo e sai do banheiro. Matsumoto estava sentada na cama e parecia preocupada e, aparentemente, olhava o porta-retrato na mesa de cabeceira. O porta-retrato havia sido um presente de aniversário da Nell-chan e nele havia uma foto de todos nós, festejando.

- Está tudo bem...? – Perguntei e ela sobressaltou na cama.

- Claro, claro. Ainda não está pronta?! Já esta anoitecendo! - Me repreendeu ao perceber que ainda não estava arrumada.

- Eu vou me arrumar rápido. – Tentei me desculpar.

- Vou te esperar lá embaixo. – Ela avisou, saindo do quarto. Apenas afirmei balançando a cabeça e olhei para o porta-retrato.

- Preciso me arrumar logo! – Lembrei e comecei a me arrumar rapidamente. Já havia escolhido a roupa, então não demorei muito para me arrumar. Desci as escadas apressada.

Matsumoto estava sentada no sofá e olhou para mim como se procurasse um auxilio. Seus olhos... Parecia que iria chorar.

- Está tudo bem? – Perguntei, sentando ao lado dela.

- Você lembra porque eu vim para cá, Inoue...?

- Porque o Hitsugaya-kun e a Hinamori-chan viajaram... Não foi?

- Eu vim te buscar. Eu queria passar um tempo aqui com você, sem que você estivesse preocupada... Mas, amanhã à noite nos iremos embora. – Ela disse, sem ter coragem de olhar para mim. Eu estava estática. Não conseguia sequer me mexer. Lentamente meus olhos se arregalaram, conforme eu entendia as palavras que ela dizia. Porque eu teria que deixar o lugar em que eu estive durante todos os anos? Porque eu teria que me afastar de todos os meus amigos? Ichigo, Rukia, Ishida, Nell... Ulquiorra...  Prendi a respiração ao lembrar o nome dele. Foi como se estivessem esfaqueando meu peito, não sei explicar. Só sei que, instintivamente, lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Abaixei a cabeça e passei a olhar para as minhas pernas, tentando encontrar as respostas para as milhares de perguntas que vinham à minha mente.

- Por que...? – Consegui perguntar.

- Nossa tia que pagava suas despesas faleceu. Então... Você terá que morar comigo, porque eu não posso pagar tudo o que ela pagava... – Ela me abraçou. – Desculpe.

- Eu posso trabalhar! – Estava entrando em desespero. Qualquer idéia era uma solução. Olhei para ela e perdi todas as esperanças ao vê-la sorrindo. Ela sorria, mas também tinha lágrima em seus olhos. Ela não era culpada disso e havia guardado esse segredo para si por tanto tempo e eu sabia disso. Então porque simplesmente não fiquei quieta? Porque tenho que ser teimosa e acabar sempre chorando?

- Eu sabia que essa seria a sua reação. Assim que eu puder pagar suas despesas aqui... Você poderá voltar.

- Tudo bem. – Desisti. Sequei as lágrimas que ainda restavam no meu rosto. Ela me soltou e eu levantei.

- Nell está nos esperando. – Ela lembrou e eu apenas confirmei balançando a cabeça. Ambas lavamos os rostos e retiramos os últimos vestígios de lágrimas do rosto, então fomos até a casa ao lado.

Foi Nell quem abriu a porta, sorridente como sempre.

- Podem entrar, vou terminar de fazer o jantar. – Nell aconselhou.

- Hai! – Matsumoto e eu dissemos em uníssono. Ela sorria, como fazia em qualquer dia normal... Devia estar escondendo aquilo desde que chegou aqui. Demos poucos passos até a sala. Grimmjow estava sentado em frente à grande mesa da sala de estar apoiando o rosto em sua mão e com a ponta do lápis na boca. Parecia estar em uma tentativa frustrada de fazer seu dever. Sem hesitar, Matsumoto sentou-se ao seu lado, seu bom humor havia voltado. Ou, pelo menos, era o que parecia. Só então imaginei como estava sendo para ela... Saber que teria de deixar Grimmjow.

Observei todo o cômodo e meus olhos se encontraram com os de Ulquiorra, sentado no sofá enquanto assistia à televisão. Ele me encarou por alguns segundos e me ‘avaliou’, olhando para mim de cima abaixo e quase, quase sorriu. Sem dúvidas, eu estava completamente vermelha. Então voltou a olhar para a televisão, sem parecer muito interessado naquele programa. Decidi me juntar à ele.

O jantar estava demorando consideravelmente e fazia algumas noites que Matsumoto não me deixava dormir. Ulquiorra mudava os canais da televisão constantemente, sem parecer satisfeito com qualquer programa que aparecia. Encostei a cabeça no sofá e fechava lentamente os olhos, já sentindo uma pequena vontade de dormir.

- Inoue... Importa-se de ir comprar algumas coisas para o jantar da Nell-chan? – Matsumoto perguntou, ao aparecer na porta da sala. Não tinha percebido que ela havia ido para a cozinha.

- Ahn... Tudo bem.

- Ulquiorra, vá com ela. – Ela disse, ao passar por mim e jogar um pedaço de papel sobre o garoto, provavelmente, a lista. Poderia jurar que ela possuía um sorriso malicioso no rosto. Ele guardou o papel no bolso e levantou, sem olhar para trás para descobrir se eu pretendia segui-lo ou não. Afinal, pra que ele faria isso? Estava sendo tola... Novamente.

- Se não correr, ele vai sem você. – Grimmjow me alertou, ainda encarando o caderno. Corri para alcançá-lo e fechei a porta, ao sair. Sobressaltei-me ao virar e deparar com Rukia, sorrindo timidamente para mim, e Ichigo com seu olhar preocupado de sempre. Ulquiorra me encarava, parecia me avaliar novamente, mas sem exibir qualquer expressão ou sentimento em sua face.

- Inoue! Como está? – Rukia puxou o assunto, provavelmente, tentando descobrir se eu ainda pretendia conversar com ela. Ichigo manteve-se em silêncio. Lembro de ter tentado sorrir, até hoje, não sei se consegui.

- Hai...

- Está saindo? – Tentou novamente.

- Sim, vou voltar logo, logo. – Respondi e retribui o olhar de Ulquiorra. Ele não parecia disposto a me tirar dali novamente, apenas esperava paciente.

- Estaremos esperando você. – Ela sorriu abertamente. Apenas afirmei com a cabeça e andei o mais depressa possível até o moreno. Ele abriu o portão, sem pronunciar nada e esperou que eu passasse. Como de costume, andamos em silêncio. E, dessa vez, eu não pretendia dizer nada. Várias imagens vinham a minha mente enquanto em andava e olhava para o chão. Mas ele interrompeu meus devaneios.

- Pretende chorar? – Ele perguntou, sem parar de andar. Quase que instintivamente, meus lábios se contraíram e meus olhos se arregalaram. Usei as mãos para tampar a boca e prendi a respiração, tentando ao máximo evitar as lágrimas. Balancei a cabeça de um lado para o outro, negativamente. Murmurou um “Entendo” e passou a olhar para o outro lado.

- Desculpa. – Consegui dizer.

- Porque está se desculpando?

- Por, na maioria das vezes, chorar quando estamos sozinhos. – Expliquei. Mesmo sabendo que se derramasse alguma lágrima... Seria por outro motivo.

- Parece preocupada. – Ele me avaliou. Olhei para ele e decidi avaliá-lo também. No fundo de seus olhos... Ele aparentava estar ansioso. Ou curioso. Por algum motivo, não estávamos mais andando, apenas ‘trocando olhares’. Só então percebi que ele parecia se aproximar cada vez mais. Não parecia... Ele realmente estava se aproximando. Dei um passo para trás e acabei presa entre ele e a parede. Já não sabia mais o que fazer... E tenho certeza que ele também não sabia o que estava fazendo naquele momento. Na verdade... Eu não queria fazer nada. Apenas esperar pelo momento.

Então, ele destruiu o resto de distância que existia entre nós e parecia que havia destruído, também, tudo que estava ao nosso redor. Por que quando seus lábios tocaram nos meus... Não consegui pensar em mais nada. Ele estendeu uma de suas mãos, tocando meu rosto.

Quando ele se afastou, instintivamente, comecei a chorar. Chorando na sua frente de novo... Me senti uma criança chorona.

- Eu vou me mudar. – Consegui dizer em meio aos soluços e lágrimas. Ele me encarava, parecendo tentar entender o que eu queria dizer com aquilo. – Vou para outro estado. Com Matsumoto. E não vamos mais nos ver.

Ele se aproximou novamente, sem dizer nada. Seus olhos mostravam o quão triste ele estava por dentro. Então, em um gesto rápido, ele me puxou e me abraçou.

- Eu já sabia. – Me afastei um pouco, suficiente para olhá-lo novamente. – Matsumoto me disse no dia do seu aniversário. E também disse... “Não torne isso mais difícil. Não quero que nenhum de vocês acabe sofrendo ainda mais.” Mas eu não segui o conselho dela. Ainda estou procurando saber por quê... Mas não poderia deixar você ir sem fazer isso. – Ele explicou. Meus olhos se arregalaram, surpresa pelo ato repentino. Logo enterrei o rosto no peito dele e todas as lágrimas, que guardei do dia interior, rolaram pelo meu rosto.

- Obrigada. – Disse. Então, o abracei o mais forte que pude.


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