Construindo escrita por Opala


Capítulo 1
Capítulo 1 — Desconstruindo Tradições


Notas iniciais do capítulo

Olá! Espero que goste do capítulo, ele é um pouco menor do que os outros, mas acho que mesmo assim não deixou de ficar bom... Enfim, se encontrar algum erro, me manda a correção por Mensagem Privada que eu venho aqui e edito na hora! Te desejo uma boa leitura :D



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— O que pensa sobre uma dança?! —propus, quase desistindo, no entanto fingindo uma alegria inexistente, apenas desejando retirar mais do que apenas um assentimento ou negação muda do homem ao meu lado.

Observei Lysa conversar com seu marido, que — talvez por ser um homem mais velho — não parecia nem um pouco preocupado em parece bêbado no próprio casamento. Porém sempre que eu tentava, tolamente, iniciar uma conversa com Eddard Stark, ele abria o mesmo sorriso simplório nos lábios rachados e, por fim, voltava a observar todos dançarem alegremente pelo salão. Sorriso qual sabia eu ser forçado, mas o admirava por ao menos fingir, afinal, todos nós sabíamos o motivo desse casamento.

Em curtíssimo espaço de tempo, o mais novo Lorde de Winterfell havia perco dois membros de sua família, além de estar em uma tentativa constante de resgatar a irmã Lyanna, enquanto eu apenas tentava seguir em frente após a morte de meu antigo pretendente, também seu irmão, Brandon Stark. O olhando agora, sentado bem aqui ao meu lado, pude notar que as diferenças entre meu marido e seu falecido irmão eram quase palpáveis. Eddard não era charmoso como Brandon, suas personalidades pareciam quase coexistir, mas algo nele me intrigava: para um guerreiro conhecido ­—segundo seus inimigos — por ter um dos olhares mais frios, a cor cinza de seus olhos era suave.

—Me parece que seu pai deseja iniciar um discurso, Catelyn, — Eddard se aproximou para sussurrar, perto até demais de mim, fazendo com que eu pudesse sentir seu cheiro de água e sabão, marcando completa presença. — devemos prestar atenção, certo?  — em seguida, olhou discretamente para o outro lado do salão.

Então notei, a música havia parado e papai estava de pé em frente à sua cadeira, parecendo impaciente para terminar logo tudo aquilo. Hoster Tully nunca foi um apreciador deste tipo de comemoração, além de que, por dentro, eu sabia o quanto ele estava ansioso para se livrar de todos nós. Com seu problema resolvido, meu marido sentou-se corretamente outra vez, mas, de qualquer forma, precisei piscar algumas vezes até recuperar o foco— por conta disso, ouvi Lysa rir baixinho e Jon nem ao menos disfarçar suas risadas.  

— Como de costume, a celebração chega ao fim e os noivos podem finalmente oficializar a união, se bem entendem o que quero dizer... — sua voz ressoou por toda a sala e, por conta da malícia dos nossos convidados, fora interrompido por gargalhadas que pareciam incessantes.

Não pude disfarçar meu nervosismo quanto a isso, minhas mãos tremiam sobre a mesa, camadas finas de suor cobriam meu rosto e podia sentir que estava pálida. Cresci ouvindo coisas assustadoras sobre a noite de núpcias, as amas diziam que a primeira noite era a pior de todo o casamento e Lysa precisou que Meistre Vyman a visitasse depois do ocorrido com Petyr.

— E os Tully cumprem as tradições! — meu pai continuou quando as gargalhadas cessaram, enquanto Jon Arryn se levantava, estendendo a sua mão para Lysa, ao mesmo tempo em que meu marido pôs a sua em meu ombro e apertou o local delicadamente.

Virei meu rosto para encará-lo, sem entender o contato tão repentino, então, quando meu pai completou seu “discurso”, eu vi o olhar de que todos falavam. Não restavam dúvidas sobre qual tradição falavam, mas Eddard parecia disposto a matar o infeliz que se aproximasse.

— Sendo assim, homens, peguem as noivas!

A música havia voltado a tocar mais alta do que nunca, com isso, uma parte significante dos convidados se levantou—convidados quais aparentavam ter bebido em excesso­— e agarraram Lysa pelas pernas e pelos braços, erguendo-a no ar, enquanto rasgavam seu vestido numa tentativa bruta de deixá-la seminua. Outros faziam algo similar com o seu marido, mas com bem menos agressividade, como se minha irmã merecesse menos respeito por ser mulher.

— Larguem minha irmã! —eu gritava com aqueles homens, porém não surtia nenhum efeito, aceitei por fim que não havia passado de um sussurro inútil perto do volume da música e de suas risadas quase cruéis. O que poderia uma dama fazer em uma situação como aquela?

Recompus-me com certa dificuldade e, quando Jon Arryn já havia passado pela porta de saída, todo o resto veio em minha direção. Não me movi, pois sabia que não poderia resistir de forma alguma àquela situação, apenas Eddard podia — e, para o meu espanto, assim ele fez. Meu marido se levantou bruscamente, exalando toda a sua fúria, fazendo com que todos interrompessem o que estavam fazendo para se afastassem ou parassem diante de nós. Então o silêncio dominou o lugar.

 —Eu juro, por todos os Deuses, que quebrarei a mandíbula do homem ou mulher que ousar tocar em minha esposa esta noite. —ameaçou, em alto e bom som, fazendo com que até mesmo eu sentisse um calafrio percorrer por meu corpo. Então se virou para mim, mudando completamente seu olhar e tom — Venha comigo, minha senhora. — ele me estendeu sua mão, hesitei por um momento, temendo mostrar o quanto a minha estava tremula em comparação a sua, mas depois de tal demonstração, eu confiei em Eddard.

Ele caminhou com firmeza por entre os convidados — e eu com falsa confiança — mas assim fomos até o corredor dos aposentos, no mais total silêncio, sem desentrelaçar nossas mãos. O guiei até meu quarto, que havia sido totalmente modificado para hoje, enquanto meu medo parecia capaz de transbordar para fora de mim a qualquer instante. Quando entramos no quarto, minha mão já havia começado a suar, então a soltei da dele e me afastei como quem teme se queimar.

Após fechar a porta, meu marido me fitou e eu não pude desviar o olhar, portanto não sei por quanto tempo ficamos assim, apenas nos olhando e adiando o inevitável. Virei-me, relutante, de costas para ele e levei minhas mãos até os botões traseiros do vestido, quais pareciam impossíveis de serem abertos por uma alma humana — minhas tentativas eram sempre falhas, então, por fim, decidi buscar por ajuda.

— Eddard? —chamei, com a voz falha, arriscando que já possuía intimidade suficiente para chamá-lo pelo primeiro nome. — Poderia me ajudar?

Continuei virada, por conta disto ofeguei de susto ao sentir seus dedos tocarem minhas costas, que começaram a desabotoar sem dificuldade alguma meu longo e belo vestido, qual logo escorregou fácil e rapidamente até meus pés, revelando o tecido de alças, fino, branco e de algodão que ainda cobria o meu corpo, contudo transparente demais para esconder qualquer coisa.

Ele afastou meu cabelo, o pondo de lado, para poder se curvar e depositar um beijo na parte do meu ombro que tinha a pele exposta, então abaixou a alça daquele lado e seguiu com sua trilha de beijos até minha orelha, provocando-me sensações até então desconhecidas, mas que adorei ter sentido.

— Você sabe o que acontecerá agora, Catelyn? —perguntou, sussurrando próximo ao meu ouvido e causando um arrepio.

Respirei fundo, preferindo mentir, pois apesar de já ter uma ideia, não conseguiria dizer em voz alta:

­— Não. — disse, o mais baixo que pude, temendo gaguejar.

E então ele me mostrou.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Me deixe saber fazendo um comentário! E, mais uma vez, algumas coisinhas podem ter ficado diferentes do que diz no livro, mas tentei deixar o mais fiel possível.
Até o próximo! o
Ah, e lembrem-se, o inverno está chegando...



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