W's escrita por Luana Almeida


Capítulo 25
Esclarecimentos


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!
Mais um cap pra vocês, muito bem pensado! Aviso que W's está chegando a sua reta final! E com isso talvez daremos início a uma segunda temporada, talvez ("talvez" por falta de conhecimento meu mesmo), diferente do que vocês estão acostumados.
Aviso que cada capítulo, ou a maioria deles, seja no início no meio ou no fim, tem algo relativo ao final da história, sempre um misteriosinho que ás vezes passa despercebido!



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Sam fechou os olhos e o sorriso depois de alguns segundos quando realmente pegou no sono. Respirei fundo deixando uma lágrima escorrer e não me preocupei que ele pudesse acordar e ver aquilo. Muitas rolaram molhando o travesseiro enquanto o rosto incrédulo de Dean aparecia em minha mente. Aquilo era duro com nós três. Eu não ficaria com Sam, por causa do pedido de Lúcifer, e sim porque ele também era importante pra mim, e sabia que quanto mais perto estivesse dele melhor e que se ele se sentiu afetado por Kellan, como se sentiria se fosse o próprio irmão?

 

Quanto a Dean bom, minha mãe vivia dizendo que as vezes devemos fazer alguns sacrifícios sem que as outras pessoas saibam porque no fim, é por elas que tomamos tal atitude.

 

Algumas horas lentas se passaram enquanto eu observava Sam dormir e me perdia em alguns pensamentos. Ouvi alguns passos pelo corredor e logo Dean bateu à porta do meu quarto, parecia mais murros, com um ‘’Acorda’’.

 

Ótimo Dean, obrigada. Mas acho melhor ir para porta ao lado porque estou dormindo com seu irmão. Relutei em levantar, mas seria melhor se fizesse isso rápido antes que as batidas acordassem Sam, então abri a porta do quarto e recebi o olhar irritado do Winchester mais velho.

 

—Oi – fechei a porta atrás de mim.

—Preciso falar com você – ele me encarou respirando fundo – Você pode acordar o Sam e o Cas por favor? - o tom educado foi mais que inesperado.

—Claro – voltei a entrar no quarto. Acendi a luz e sentei ao lado de Sam – Ei – chamei tirando o cabelo que lhe cobria o rosto.

—Só mais dez minutos – ele gemeu me fazendo rir.

—É o Dean – a intenção não tinha sido essa, mas ele levou um susto e se sentou na cama – Calma – fiquei em pé – Só disse que precisava falar conosco, pareceu nervoso não sei.

—Tudo bem – Sam pareceu soltar o ar que segurava – Vamos.

—Vou chamar o Cas – anunciei indo para porta.

—Vai descendo eu chamo ele – Sam calçou um par de chinelos e se espreguiçou.

 

Concordei com Sam e caminhei pelo corredor até chegar a escada. Estava escuro lá embaixo a não ser uma luz que vinha de uma outra parte do bunker que eu nunca tinha ido.

 

—Dean? - chamei quando o vi passar – O que foi? - perguntei descendo com cuidado a escada.

—Tenho notícias sobre o demônio anjo – ele parou ao pé da escada. Fiquei um degrau acima o olhando. Queria tocar seu rosto e pedir desculpas, mas não podia.

—Como soube dessas notícias? - minha voz saiu quase que em um sussurro.

—Só soube – ele levantou os olhos para mim – Cadê Cas e Sam?

—Aqui – Castiel falou entre um bocejo – Estamos aqui.

—O que é? - Sam parou ao meu lado.

—Consegui um demônio que fazia parte do clã ou sei lá do anjo demônio – Dean se pôs a andar para onde vinha a iluminação e nós o seguimos.

 

O chão frio me dava arrepios junto ao pensamento de saber que havia um demônio ali. Fazia tanto tempo que não encontrava algo do gênero que já havia me desacostumado da sensação de estar em frente a um monstro.

 

—Essa é Alanny – Dean tinha nos levado para uma sala e enquanto abriu a porta nos apresentou.

 

Era uma garota magra sentada atrás de uma mesa. O chão estava marcado com uma cilada do demônio que cobria quase toda a extensão dele.

—Quem é? - perguntei sentindo ciúmes. Ela vestia uma camiseta decotada que me fazia sentir vergonha alheia.

—Uma amiga – ela sorriu me encarando – Você é Aurora não é?

 

Mais uma que devia saber melhor de mim do que eu mesma.

 

—A última…

—Isso – interrompi fazendo-a fechar o sorriso que abria. Cerrei os punhos com raiva. Estava um pouco cansada daquilo.

—Não acha que é uma armadilha? - Sam perguntou ao irmão.

—Fique tranquilo fofinho – Alanny o olhou – Sou boazinha e quero que aquela coisa morra tanto quanto vocês – ela manteve os olhos em Sam por mais alguns segundos e depois olhou para nós três.

—Ela disse que vai nos ajudar – Dean estava com as mãos nas cinturas olhando a garota – Sabe onde o lugar fica e todos os planos, fugiu a pouco tempo.

—Como conheceu ela? - Cas finalmente falou, parecia mais confuso que eu e Sam juntos.

—Ah nós saímos para transar – a garota soprou um fio de cabelo do rosto.

 

Olhei para Dean com uma cara de ‘’Como é?’’, e ele me encarou levantando a sobrancelha de modo imperceptível a quem não estivesse a par do assunto.

 

—Então – Sam olhou Alanny – Pode começar a falar.

—Bom, o que sei é que o Danjo como ele mesmo se proclamou está esperando a hora certa para por seu plano em prática – ela respirou fundo – Enquanto isso, se alimenta da graça de anjos, inclusive Castiel – ela o olhou – A sua está em uma prateleira como um troféu a ser exibido por quem frequenta o lugar.

—Que hora é essa? - Dean interrompeu Castiel.

—Eu era uma mera buscadora amorzinho – ela sorriu para Dean – Ouvia os boatos somente.

—Fale mais sobre o plano – Castiel foi até o limite da cilada. Ficava diferente usando um moletom azul céu e uma camiseta branca.

—Ele quer matar uma parte da humanidade – fungou – Quer deixar pessoas fortes – Alanny tirou os olhos de Castiel e olhou os meninos – Acho que vocês dois ficam na parte dos fortes – ela sorriu e voltou os olhos ao ex anjo – Quer que elas sejam suas escravas, o que vem depois disso ninguém sabe, talvez ser o novo Deus?

 

Sam olhou para Dean e depois em minha direção, mas era alguém atrás de mim que o chamava a atenção.

 

—Sam – chamei seu nome e ele sequer piscou – Sam! - minha voz soou mais alta e seus olhos mortos pousaram sobre mim – Estou aqui – sussurrei. Ele sorriu mexendo a cabeça em afirmativo.

—Vamos falar sobre isso amanhã – Dean falou depois de alguns segundos de silêncio – Pegamos a localização e temos que pesquisar como matar essa coisa – respirou fundo – Melhor dormimos, teremos que estar dispostos ao que vier.

—Vou para seu quarto? - Alanny perguntou enquanto saíamos de lá.

 

Dean não respondeu e bateu a porta que separava a sala de prateleiras do lugar onde Alanny estava, aquela porta formava uma espécie de parede falsa. Achara o lugar estranho e me perguntava porque nunca tinha tido a curiosidade de entrar por aquele corredor. Castiel e Sam saíram na frente enquanto eu escolhia como pisar com o pé machucado. Apesar de recente, ele estava melhor, mas ainda doía dependendo de como eu o usava.

 

—Quero falar com você – ouvi Dean falar e passar ao meu lado.

 

Sam estava parado na escada quando Dean passou por ele dando boa noite. Ele sorriu pra mim e eu retribui o sorriso parando em sua frente.

 

—Está com medo ainda? - ele perguntou levantando os ombros e colocando as mãos nos bolsos.

—Sempre estou – ri do seu jeito – Vou só colocar outra calça, essa está me incomodando – menti – E já vou deitar com você – fiquei na ponta do pé bom e lhe dei um beijo na bochecha.

 

Nós subimos lado a lado e Sam entrou em seu quarto enquanto eu fingia entrar no meu. Assim que fechou sua porta, entrei no quarto de Dean que esperava de braços cruzados em pé ao lado da cama.

 

—O que foi aquilo com Sam? - ele perguntou assim que fechei a porta com cuidado.

—Nada – eu não sabia o que fazer. Devia ter evitado aquela conversa, mas queria vê-lo.

—Nada? - ele riu – Não seja idiota, porque eu não sou – ele se aproximou de mim.

—Você transou com ela – ironizei, a ideia não me agradara desde o início.

—E você dormiu com o Sam – ela retrucou.

—Isso mesmo, eu dormi, ele estava apagado do meu lado, você não sabe metade do que está acontecendo com seu irmão, sou o menor dos seus problemas – acabei falando demais. Encostei meu corpo a porta do quarto arrependida.

—O que está acontecendo com ele? - Dean perguntou se aproximando mais. Fechei os olhos e respirei fundo e quando os abri senti a testa dele encostar na minha – Porque fez aquilo?

—Lúcifer está lá quando eu não estou – o encarei.

—É por isso que… - ele me olhava, sentia o bafo de bebida em meu rosto e o calor do seu corpo próximo ao meu.

—É – respirei fundo – E não sei se podia contar isso – toquei seu rosto e ele fechou os olhos.

—Ele só está com o Sam – ele aninhou o rosto em minha mão.

—Vi ele, falou comigo – agarrei sua blusa com mão livre quando me beijou.

 

As mãos de Dean seguraram minha cintura e me puxaram para seu corpo. Minha mão ainda estava em seu rosto e eu fiz uma careta sentindo o gosto amargo em sua boca.

 

—Dean – interrompi o beijo – Ele está lá, me disse que Sam se sentiu ameaçado quando Kellan esteve aqui e isso fez com que ele abrisse a porta para Lúcifer entrar – suas mãos ainda me puxavam contra seu corpo.

—Eu não acredito que Sam deixou isso acontecer de novo – ele me soltou e sentou na cama bufando.

—Tudo bem Dean, ele vai ficar bem – sentei ao seu lado – Só preciso estar lá.

—Exato – ele me olhou – Você tem que estar com ele.

—Não preciso estar como você pensa – me virei para o lado colocando os pés em cima da cama e o puxando pelo braço – Mas eu acho que não é uma boa ideia ameaçar o que ele sente – Dean encostou em meu peito e eu acariciei seus cabelos.

—Vai cuidar dele pra mim? - seu sussurro implorativo me fez fechar os olhos.

—Eu prometo cuidar dele – sorri lembrando da noite de nossa primeira caçada juntos – Se prometer não transar com nenhum outro demônio – o fiz rir.

—Prometo não transar com nenhum outro demônio – ele voltou a sentar e levantou a mão abrindo a palma como um escoteiro.

—Ótimo – me levantei – Te vejo amanhã – me inclinei para beijar sua testa e ele me roubou um selinho.

 

Deixei o quarto de Dean depois de repreendê-lo rindo. Fui ao quarto de Sam e abri a porta sem bater encontrando ele deitado olhando o teto na cama.

 

—Sam? - chamei dando a volta na cama e deitando onde estava – Tudo bem?

—Está – ele sorriu me olhando – Vai ficar aqui?

—Vou – sorri virando de lado para ele – Se ainda me quiser – joguei o braço por cima de sua barriga.

—Eu só quero que você não fique com medo – ele fechou os olhos.

—Sei – ri encostando o nariz em seu ombro.

—Fique até amanhã – Sam virou o rosto encostando os lábios em minha testa.

 

Não respondi. Eu ia ficar. Fechei os olhos pensando em Dean e depois de algum tempo me senti suja. Estava com Sam e pensava no irmão dele. Por mais que eu não quisesse levar qualquer relacionamento com ele para frente, não me sentia bem naquela situação e torcia para que aquilo passasse logo.

 

Eu adormeci perdida em alguns pensamentos sobre o que acontecia no mundo lá fora.

Estava acostumada a sair de casa todos os dias e nem o telefone havia usado, a não ser para falar com Bobby e dar instruções a Kellan, desde que chegara lá. As coisas aconteciam uma atrás das outras desde que havíamos chegado ao bunker e eu não tive tempo de processar nada.

 

Quando levantei pela manhã, já se passavam das dez horas e Sam não estava na cama. Desci as escadas e ouvi a voz dos três na cozinha e segui até lá. A mesa estava abarrotada com mais livros e até meu computador estava aberto e destravado. O problema é que eu não havia dado a senha a ninguém.

 

—O que estão fazendo? - perguntei sentindo cheiro de gordura.

—Comendo – Dean estava com um pão repleto de bacon e falava de boca cheia.

—Achei que estavam brigados – Castiel usava um espremedor de laranjas automático com muita dificuldade.

—Porque? - Sam perguntou olhando para mim e depois Dean. Ele tinha um bigode de leite que me fez rir enquanto Castiel falava.

—Dean saiu bravo ontem, até derrubou uma cadeira – Dean revirou os olhos enquanto Sam jogava um pano de prato em minha direção.

—Ele é teimoso – o olhei sorrindo – É um idiota.

—Oh garota – Dean deu outra mordida no pão – Se liga – ele sorriu mastigando.

—Foram ao mercado? - aceitei o pacote de bolachas que Sam me dava.

—Fomos – ele sorriu ficando ao meu lado.

—E alguma novidade? - perguntei vendo Dean olhar para o chão.

—Só algumas promoções – Sam brincou nos fazendo rir – Sabemos o endereço, só estamos esperando Bobby e Rufus chegarem para começarmos pensar.

—Rufus Turner? - perguntei fazendo uma careta.

—Isso – Dean me olhou confuso – O que tem?

—Ele me odeia – mordi o lábio inferior.

—Porque? - Castiel tirou a atenção do espremedor de laranja.

—Risquei o carro dele quando era criança – levantei os ombros olhando ele que riu meio incerto.

—Não fica mais perto do meu carro – Dean usou seu tom sério.

—Seu carro é velho – provoquei.

—Velho? É uma relíquia – ele rebateu aceitando o copo de suco que Castiel lhe ofereceu.

—O charger tem mais minha cara – olhei Sam – Vou fazer aniversário em alguns meses, pode me dar de presente – sorri forçado tentando ser convincente.

—Abusada – senti um novo pano de prato me atingir e dessa vez tinha sido Dean. Sam riu e não me respondeu.

—Porque exatamente Bobby e Rufus estão vindo pra cá? - perguntei ajeitando a gola do sobretudo de Castiel que me oferecia o copo de suco. Ele corou agradecendo com um sorriso fofo.

 

Tinha vontade de bater em Castiel toda vez que ele sorria daquele jeito. Era fofo demais e difícil de controlar a vontade de apertar suas bochechas.

 

—Nós não fazemos ideia de como matar isso, eles podem ajudar, e como o lugar é no meio do nada, talvez precisaremos fugir as pressas – Castiel falou nos fazendo pensar.

—O.K. - lembrei que a garota devia estar ainda naquela sala – E Alanny? - tomei o último gole do suco, que por sinal estava ótimo.

—Vai ficar lá até acabarmos com isso – Sam pegou o copo vazio de minha mão.

—A dona do corpo ainda está lá? - agradeci com um sorriso.

—Está – Dean me olhou levantando a sobrancelha – Disse que vai deixá-la depois que isso passar.

—Acredita nisso? - Castiel o olhou.

—Ela está nos ajudando – Dean deu de ombros – Ás vezes temos que perder alguém pra ganhar a batalha.


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Notas finais do capítulo

E aí o que estão achando? Comentários? haha



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