W's escrita por Luana Almeida


Capítulo 11
Eu mesma


Notas iniciais do capítulo

E aí como vão? Me digam o que estão achando da história!



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11:48 a.m.

—Dean não veio? - ouvi ela perguntar.

—Ele foi ver um outro chamado – Sam respondeu.

—Ótimo… - a voz era parecida com a minha – Porquê me perguntou aquilo ontem?

—Eu te perguntei tanta coisa – Sam pareceu rir.

—Sobre eu ter namorado – me surpreendi e mentalmente gritei um ‘’não’’.

—Eu não perguntei só isso – eu queria ver a cara dele.

—Não, mas perguntou também.

—Só queria saber sobre a sua vida – havia um ódio crescendo dentro de mim.

—Eu não sou estúpida Sam – o tom era irônico.

—Não, você não é – diga que está incomodado por favor.

—Eu sou uma garota atraente não sou? - não eu não era.

—Não sei onde quer chegar.

—O mais perto de você o possível – o sussurro me fez xingar Dean em pensamento por não atender meu pedido de ajuda.

Ouvi alguém chutar a porta e o barulho de tiro me assustou.

—Um meta morfo? - Sam perguntou.

—É, um meta morfo – Dean respondeu.

Eu queria gritar que estava ali, mas era difícil com a boca amordaçada.

—Recebi uma mensagem da Aurora – Dean falou – Só um S.O.S. - fui até a casa do ex prefeito, e o único lugar que ela podia estar era aqui.

—Eu estou aqui a alguns minutos – ouvi a voz de Sam se aproximando do banheiro. Ele não me veria se não abrisse a cortina.

Chutei a banheira com intenção de fazer barulho.

—Dean – Sam abriu a cortina – Está machucada? - ele tirou a mordaça.

—Não – respondi enquanto ele cortava a corda apertada em meu pulso. Dean estava atrás dele.

—Como me mandou mensagem?

—Eu coloco o celular aqui – levantei um pouco a barra do vestido mostrando uma fita elástica presa na perna com a ão que Sam já livrara – Só apertar um botão, é programado.

—Pro meu número?

—Ou o de Sam, ou Bobby – respondi ficando em pé.

—Se eu usar vestido um dia – Dean estendeu a mão para que eu saísse da banheira – Vou usar essa dica.

—Que? - Sam desprendia a corda do apoio da banheira onde o meta morfo havia me prendido.

—Já nos vestimos de padre – ele virou as costas e saiu.

—Obrigada – falei para Sam – Dean deu o tiro – pensei – E você sabia que era um meta morfo.

—Você não ia falar comigo daquele jeito.

—Não – lembrei do quão baixa fora a conversa.

—Conheço você – ele sorriu – Não muito, mas conheço.

—Vamos embora? - Dean gritou lá do quarto – Quero dormir na minha cama.

 

9:57 a.m.

—Abram os olhos belas adormecidas - a voz de Dean soou alto;

Abri os olhos. Estava deitada em cima do braço direito de Sam que tirava o esquerdo de cima de mim. Senti meu rosto queimar.

—Não adianta ficar com vergonha não – Dean era um filho da mãe.

—Cala a boca Dean – Sam reclamou enquanto puxava o braço que me servira de travesseiro.

—Temos que trabalhar – Dean exibia um sorriso malicioso nos lábios.

—Você tomou conta da cama – reclamei – Sam sugeriu um tal de tesoura, agulha e papel – Tentei ao máximo me lembrar.

—Não é esse o nome – ele me olhou sério – Se vai falar, tem que ser direito – vagarosamente ele colocou a mão esquerda como se estivesse segurando um prato invisível – Pedra – ele fechou a mão direita e colocou sobre o prato invisível – Papel – ele abriu a mão esticando os dedos – Tesoura – ele fez uma tesoura com os dedos.

Eu prestei atenção, mas aquele tipo de atenção de quando você espera que venha algo muito importante.

—É sério isso? - perguntei colocando os pés para fora da cama. Sam ocupava o banheiro.

—Já decidimos que iria ser o primeiro em muitas coisas dessa forma – ele parecia ofendido – Aprenda – ele me olhava sustentando a seriedade.

—Vou aprender – ri – Enfim, você trapaceou ontem, vai ter volta.

—Sam, você foi tão ruim assim dormindo com a garota pra ela reclamar? - Dean falou alto.

—Oi? - Sam saiu do banheiro.

Aproveitei para entrar, Dean mudou de assunto perguntando a Sam qual era o endereço da empresa de segurança.

—Eu fico? Eu vou? - perguntei depois de fazer minhas obrigações matinais.

—Preciso que recolha o depoimento da senhora Capp – Dean mexeu em uns papéis – Aqui o endereço.

—Tem uma roupa mais séria? - Sam perguntou mexendo em sua mochila.

Pensei bem antes de responder, e a resposta era Sim. Havia uma roupa ‘’séria’’ em uma das minhas malas, um vestido preto básico que usava em qualquer ocasião que não pudesse ser jeans e camiseta.

—Tenho – respondi ainda pensativa – Você pode pegar minha mala? A vermelha.

—Claro – ele pegou as chaves do Impala – Vou pegar um distintivo falso, tem uma foto três por quatro?

Olha só, fora da lei pela primeira vez.

—Sim eu tenho – respondi – Tenho um distintivo falso também – lembrei de quando o havia ganhado.

—Você é uma caixinha de surpresas – Dean estava focado no computador e o tom era irônico.

Eu ignorei o comentário e procurei em minha mochila o distintivo. Havia ganhado de Bobby como um presente de aniversário atrasado dois meses por causa dos correios.

—Está aqui – Sam colocou a mala em cima da cama.

Coloquei o vestido no banheiro checando se ele não estava amassado. Claro, eu tinha um salto na bolsa, era um conselho da minha mãe que por mais que quase nunca o usasse, sempre o seguia.

—Pronto – saí do banheiro prendendo o cabelo.

Os dois me olharam e pararam o assunto. Dean levantou a sobrancelha, mas disfarçou logo em seguida.

—Vejo vocês depois – peguei o distintivo e o endereço.

Saí andando de lá pensando que o salto provavelmente acabaria com meu pé. Pedi uma informação a um taxista que me ofereceu a corrida e quando ia aceitá-la ele me disse que estava perto. A casa era bonita por fora, mas não se diferenciava das demais da rua, o que como a casa do prefeito, esperava uma mansão.

—Senhora Capp – tentei passar simpatia quando ela abriu a porta.

—Eu mesma – ela me olhou intrigada.

—Sou a agente Müller – mostrei o distintivo – Posso conversar com a senhora, sobre o falecimento do senhor Capp?

—Claro – ela abriu mais a porta para que eu pudesse passar.

Ela me levou para a sala de visitas.

—Soubemos que o novo prefeito da cidade, Petter, está sendo investigado como autor do crime – perguntei aceitando uma xícara de café que a empregada trouxe.

—Sim ele está – ela tinha olheiras enormes;

—Não é de meu interesse, mas as investigações nos dizem que a senhora teve um caso extraconjugal com Petter – eu acho que fiquei mais constrangida que ela.

A senhora Capp apertava as mãos até ficarem vermelhas.

—Isso foi no passado, Jeremy e eu estávamos passando por uma situação difícil, sabe como é quando estamos sensíveis – ao terminar ela pareceu respirar aliviada.

—Entendo a senhora – sorri tentando confortá-la – Mas a senhora acha que Petter teria algum motivo para matar seu marido?

—Não – ela fitou o chão.

—Nós precisamos de todas as informações possíveis – fui sincera.

—Não havia como Petter estar com Jeremy naquela noite – ela olhou em volta – Ele estava comigo.

Senti um calor no corpo de nervosismo e constrangimento. A senhora Capp ainda olhava em volta como se alguém pudesse ouvir o que ela dizia.

—Mas não posso dizer isso a ninguém, mancharia novamente a imagem de Jeremy, e tem os meus filhos – ela falava baixo.

—Ninguém que não interesse precisa saber – descruzei as pernas – Vou providenciar que isso chegue até os meus superiores e vamos continuar as investigações. Jeremy não tinha nenhum inimigo?

—Jeremy era amado por todos – ela respondeu abrindo um pequeno sorriso – Era querido, mas eu já não o amava a muito tempo.

—A senhora não é uma das suspeitas pelos seus álibis – parecia muito um crime passional – Mas falando assim se torna estranho – ela não parecia mentir – Talvez eu tenha que voltar – me levantei – Mas espero não incomodar a senhora mais.

Ela me levou até a porta me agradecendo e me fazendo prometer não contar o segredo a ninguém.

Havia um ponto de táxi perto e ele caiu bem, como eu pensara, o sapato começara apertar meu pé e eu só queria tirá-lo.

Dean e Sam não estavam no quarto, acreditava que tinham ido ver as imagens das câmeras de segurança e então eu aproveitei para sentar na cama e tirar os sapatos.

Estalei os dedos das mãos todos de uma vez entrelaçando eles e os forçando para trás.

—Sam? - ouvi um barulho que vinha do banheiro.

Porque Sam? Me perguntei assim que chamei.

—Dean? - saiu automático como uma defesa.

Andei até o banheiro e chamei os dois nomes novamente. A porta abriu, mas não era nenhum dos dois. Era eu mesma.

—E aí? - eu mesma sorria. Estava de frente para minha cópia.

Eu não sabia como responder. Minha respiração acelerou e meu pé foi indo para trás tentando me afastar o máximo possível.

—Olha – ela piscou devagar como minha mãe fazia – Se colaborar, vou ser boazinha com você – era estranho ver você falando coisas sem que sua boca se mexesse.

Eu não tinha arma no momento. A que Sam me dera quando devolvi a sua estava em cima da mesa e não estava ao meu alcance. Virei o corpo rapidamente com a intenção de alcançar a mesa, mas a mão daquele monstro que eu não fazia ideia do que era agarrou meu braço e me jogou contra a parede.

—Você não está colaborando – seu rosto se fechou, apertava meu braço forte.

Tentei me soltar, mas o aperto contra a parede fazia meu corpo doer. A mão livre da garota a minha frente subiu até meu pescoço e apertou me fazendo perder o ar.

—Seria ótimo acabar com você – ela sorria – Mas eu quero primeiro os Winchesters.

Eu a empurrei com um braço livre quando senti o aperto afrouxar. Sem muito efeito ela só se afastou um pouco e voltou com mais força me jogando dentro do banheiro.

Gemi quando virei o pé e cai dentro da banheira, senti a cabeça girar e apaguei.


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Notas finais do capítulo

Caso, não tenha ficado claro, o próximo capítulo, vem com todas as explicações! Aguardem!



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