Segredo escrita por Kuchiki Manu


Capítulo 1
O Segredo Entre Nós


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Acreditem, essa fic chegou a minha mente ontem e eu comecei a escrevê-la imediatamente, às 110 da noite.
Já estava pensando e tinha muita vontade de escrever mais uma fic do Gin e da Rangiku, que é um dos meus casais preferidos de Bleach. Então aproveitei a idéia.

Eles são cannon! o/ (Não resisti! XD)

Enfim, espero que gostem. Aqui, Gin ainda NÃO traiu nada e niguém, somente vivia como um "pacato" capitão. Ele tinha seus segredos, mais estavam todos guardadinhos entre eles e seus comparças. Hehehe!

Mas eu não explorarei muito esse aspecto.
Aqui eu vou usar a relação Gin-Rangiku em si, suas personalidades; sem o problema crucial entre eles.

Espero que gostem da idéia.
Me descumpel pelos erros.

Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/70088/chapter/1

O SEGREDO ENTRE NÓS

 

                Era mais uma manhã quente de verão em Seireitei. Os raios intensos do sol adicionavam mais beleza àquela paisagem arbórea. As folhas aderiam a uma cor diferente, incomum, radiante, graças à estação que compartilhavam.

                E longe daquela beleza, atrás de uma janela de vidro, ela observava a estonteante cena; entregue a imaginação de estar lá fora, vendo cada mínimo detalhe mais de perto.

                Mas a sua vida impunha certos limites. A responsabilidade, dever, por mais que fosse pouco efetuado por ela, precisava ocupar alguma hora de seu dia. Poucas horas, mas necessárias. E era o que fazia.

                Contudo, contrariando a própria “filosofia”, Matsumoto pouco ligava para os documentos do 10º esquadrão, ao qual Hitsugaya lhe dera para organizar.

                “Ela simplesmente não estava com cabeça para esse tipo de tarefa”, era a justificativa que dizia para si mesma e que aceitava de bom grado. 

                Tudo o que queria era estar lá fora, junto com as árvores. Se pudesse, exigiria maravilhosos minutos para seguir seu desejo.

                No entanto, deveria mostrar responsabilidade, ou ao menos transparecer.

                O seu Capitão lhe dava liberdade - pouca para sua opinião livre e desleixada; mas estaria mentindo ao negar que Hitsugaya não era tolerante. Na verdade, ele era bastante com ela.

                A triste realidade é que sempre queremos o que não podemos ter.

 

                - Trabalhando? – a voz melodiosa a despertou. – Isso não é de seu feitio, Rangiku.

 

                Com o som audível de um susto, Matsumoto rapidamente ergueu a cabeça, encontrando o homem alto com sua costumeira roupa de capitão, e o estranho rosto sorridente que reconheceria até em meio à escuridão.

 

                - Como você entrou? – perguntou, ainda pensando em como não percebera a presença dele antes.

 

                Gin puxou o canto da boca em um sorriso mais largo.

 

                - Adivinhe, foi pela porta.

 

                Ela o observou com expressão de tédio, finalmente direcionando o olhar para onde, antes, admirava. A presença dele não afetaria em nada.

 

                - Apreciando a paisagem, hm? Sabia que não estava trabalhando. 

                - O que você quer? – ela o olhou aborrecida pelo comentário.

                - Eu não sei. O que você acha? – ele sorriu ainda mais, ignorando qualquer manifestação contrária dela.

 

                Ela permaneceu calada.

 

                - Eu vim ver você. – e ele teve que responder a própria pergunta.

                - Como se eu acreditasse... - Matsumoto se mostrou inalterada pelo que foi dito.

                - Acredite, pois é a verdade. – sentou sobre a mesa que ela estava. – Meu trabalho é chato, Rangiku. Eu preciso relaxar com uma companhia amigável.  

 

                 Matsumoto arqueou uma sobrancelha, olhando para Gin de forma irônica. Ele, como esperado, continuava a sorrir. E ela acabou se juntando a ele, manifestando o mesmo gesto.

                Talvez sorrisse por causa do rosto dele... Ou talvez por notar a semelhança de suas opiniões... Mas certamente Rangiku sorria por querer - incontrolavelmente - a companhia de Ichimaru, apesar de tudo o que ocorrera.

 

                - Eu só estou preocupado... – ele falou novamente. – Estaria o seu Capitão por aqui? Eu não quero que ele pense besteiras sobre mim, Rangiku.

 

                O tom dele não mostrou alguma preocupação de procurar ocultar a ironia; ela o conhecia bem para notar.    

 

                - O Taichou saiu.

                - Saiu? É uma pena... Eu queria muito dizer “olá” para ele.

 

                E a contradição era de se admirar, principalmente por ser dita de forma aberta.

                Matsumoto sabia muito bem da antipatia de Gin por Hitsugaya, e vice-versa. Apesar de tudo, Ichimaru era a prova viva do ditado: “Mantenha os amigos por perto; e os inimigos mais perto ainda.”

                Ele era estranho, sem dúvida. Diferente.

                Ela sabia disso, e como!

 

                - Hoje Izuru está realmente atarefado. – já se acostumara por ele sempre começar o assunto. – É o dia de entregar os relatórios e o pobrezinho esqueceu.

                - Isso mostra que eu não sou a única desleixada. – teve de usar a chance para defender a si mesma.

                - Talvez... Mas diferente de você, Izuru nunca joga os problemas na minha costa. E eu agradeço muito por não ser o seu Capitão.

                - Idiota. – ela fingiu estar ofendida, fazendo bico e virando o rosto. – Qualquer Esquadrão adoraria me ter como tenente. E qualquer Capitão ficaria honrado.

                - Certamente. Qualquer shinigami ficaria muito feliz de ter alguém como você por perto. Nunca se cansariam do trabalho.  

                - O que você quer dizer? – aborrecida e desentendida, ela o encarou.

 

                Ele levou alguns segundos para responder; demorados para ele, pois quis avaliá-la antes de qualquer coisa. Aquela beleza única jamais o cansaria.

 

                - Você é uma mulher atraente, Rangiku. Sabe disso.

 

                Ela não disse nada, como se ele não houvesse lhe dito nada.

 

                - E eu acho que você também sabe... Que eu não gosto que nenhum daqueles homens fique olhando para você.

 

                Diferente de antes, agora, ela não pôde simplesmente ignorar. Principalmente pela feição de Ichimaru, não mais com um sorriso estampado.

                O tom de voz dele era sério, real. Por segundos, o rosto completou essa característica, tomando uma expressão neutra, sem qualquer máscara.  

                Ela piscou os olhos cintilantes em dúvida.

                Seria aquela uma forma de mostrar que ele estava falando a verdade?

                Mas ela não concluiu o que pensava, pois ele a interrompeu, tomando os seus lábios de uma maneira inesperada. Ela levou alguns segundos para compreender o que acontecia, no entanto, logo cerrou os olhos sentindo a sensação de tê-lo mais próximo.

                Gin se inclinou para frente, segurando com firmeza a nuca de Rangiku, enquanto movimentava com mais intensidade e desejo a boca sobre a dela. Ela massageava os seus cabelos finos com delicadeza, adaptando-se a ansiedade.

                Até que ele diminui a freqüência, começando a afastar os lábios. Ela relutou, mas aceitou a decisão.

                Matsumoto abriu os olhos novamente, vendo-o sorrir ainda mais para ela. 

 

                - E esse é o nosso segredo, Rangiku. Espero que saiba guardá-lo. – Ichimaru sussurrou, erguendo-se em seguida.

 

                Ela o fitou, ofegante, incrédula.

 

                - Gin... Por que você-

                - Eu estou indo. – anunciou sem deixá-la terminar. – Faça o seu trabalho, Rangiku. Se não o seu Capitão ficará com raiva.

 

                Ele andou até a porta, e ela o acompanhou com o olhar.

 

                - E não beba muito sakê. Eu sempre lhe disse que a bebida deixa você sonolenta.

                - Eu não...!

 

                Gin a olhou pela última vez com seu rosto cínico, não disponibilizando tempo para ela protestar, e saiu.

 

                - Idiota. – ela murmurou emburrada, cruzando os braços.

 

                Entretanto, não pode evitar. Um sorriso bobo adornou suas belas feições, enquanto lembrava-se do quão patética era por aceitar ele.

                Ela não era igual a todos. Poucos desejariam a companhia de Ichimaru Gin. Mas ela, Rangiku, desejava mais do que tudo. E apesar de poucas vezes, ele chegava a saciar o que ela queria, vindo até seu esquadrão.

                Talvez ele também sentisse sua falta?

                Por ele mesmo, nunca saberia. Gin poderia vir, dizer que queria vê-la, mas a dúvida continuava. Era uma tarefa difícil acreditar em alguém imutável.

                Mas ele vinha; e ela o aceitava. Poderia querer ser “durona”, no entanto, não tinha forças contra ele. Ele a beijava, e ela perdia o pouco senso que tinha.

                Como era fraca.

                E como ele a trazia mais fraqueza, e também mais vida.

                Como ele conseguia?

                Rangiku suspirou, desistindo facilmente de buscar uma resposta.

                Entre eles tudo era complicado, e jamais acharia uma justificativa para isso. E se encontrasse, duvidava que tudo pudesse ser normal.

                Era estranho, o relacionamento deles era diferente, e por isso estavam juntos até hoje. Poderiam estar afastados fisicamente, mas suas almas ainda estariam ligadas.

                Ela sempre pertenceria a ela, e se odiava por isso.

                Poderia estar enganada, mas também ele sempre pertenceria a ela. Forçava-se a acreditar.

                Este era o segredo. O segredo entre eles. Somente deles.

                Rangiku descansou o queixo sobre uma das mãos, apoiando-se sobre a mesa. E olhando através da janela, a paisagem inexplicavelmente lhe pareceu mais perto.

                Ela respirava com mais leveza, alivio. Ela estava feliz, do mesmo modo que um singelo passarinho voando lá fora, sentindo os raios solares tocarem suas pequenas asas.

                Riu de si mesma.

                Sim, era uma bela manhã de verão.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram da idéia? Sim? Não? Muito OOC?
Diga-me o que achou.

Até aqui, agradeço muito por ter lido.

Fiquem com Deus.
Beijinhos ;*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Segredo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.