Tentei deixar meus olhos abertos o máximo possível, somente para me tocar que era inútil. Ouvia a voz de Chat Noir ao longe mas, ao meus olhos ele estava em minha frente e gritava “Marinette”... mas, porque? Por que meu verdadeiro nome?

Não tive tempo de pensar mais em nada, o sono tomou conta de minha mente e de meu corpo.

—

Abri meus olhos preguiçosamente, piscando para me acostumar com fato de acordar e com a pouca luz, já era o bastante para fazer meus olhos se retraírem, que entrava pela minha janela. Logo percebi que era a luz do sol da tarde, já deveria estar anoitecendo. Mas por que eu estava dormindo mesmo?

 – Vejo que já está acordada princesa. Meus sentido bateram com força na minha vontade de ficar jogada ali e me sentei em um susto, soltando um agudo som de surpresa, olhei em direção a janela e escondido nas sombras apareceu um gato de pelos negros.

— Chat... o o que está fazendo no meu quarto? Balbuciei o máximo de palavras que conseguiram sair pela minha boca naquele momento.

O que era aquilo? Ele estava no meu quarto realmente? Ele já sabia quem eu era verdadeiramente, com toda certeza. Senti o desespero tocando minha mão e me levando ao mundo dos pesadelos quando o vi se aproximando com um olhar de predador. E eu certamente era a presa perfeita. Mas, seu olhar tomou uma certa ponta de preocupação quando ele sentou ao meu lado e segurou uma de minhas mãos.

— Marinette, encontrei você caída, dormindo na rua. Você está se sentindo bem?

— Hã? caída? Como assim? Não lembro de nada. Tentei puxar pela memória o que ocorrera. Lembrei-me de nós dois enfrentando Lullaby¹, e quando ele me acertou com o Hiberna² poucos segundos depois de meus brincos começarem a falhar minha transformação. Mas o efeito dele deveria sumir quando eu o purifiquei, percebi isso tentei fugir mas sem sucesso. Depois... somente o chat me chamando por... Marinette.

— Não sei, talvez você esteja estudando demais. Ele aproximou sua mão do meu rosto, seus olhos estavam cheios de preocupação desta vez. Que bom. Ele não sabia que eu era Ladybug, pelo menos assim eu esperava.

— É.. talvez. Quase sentia seu toque em minha bochecha.

Percebi que era ridículo eu culpar o akumatizado pelo fato de eu desmaiar de sono na rua. Fazia dias que eu não dormia direito e aquela batalha não havia cooperado nada pro meu estado. Suspirei e abaixei meus olhos, senti sua mão tocar meu rosto e fechei meus olhos. Sensação muito boa, diga-se de passagem.

— E a LadyBug, Chat? A mão dele se afastou milímetros e ouvi um som de surpresa ao ouvir minha pergunta. Olhei-o. Ele levou essa mesma mão ao encontro do seu pescoço, e suas bochechas coraram enquanto ele olhava para os cantos inferiores.

— Ela se foi, não sei ao certo. Disse-me que tinha que ir e... sumiu. Mas, porque pergunta? Desta vez foi eu que senti minhas bochechas ferverem.

— Ah... é que, vocês estão sempre juntos e achei que ela poderia estar por aqui também. Dei uma risadinha meio desesperada e passei meus olhos pelo quarto. Sabia que ela não estaria ali, pois sou eu. O que eu estava fazendo, droga? Queria acabar com a minha identidade secreta? Argh.

Um sorriso formou-se nos lábios do gatinho e ele se levantou, fazendo uma das suas poses galanteadoras.

— Hoje, serei seu cavaleiro encantado, minha princesa. Rolei meus olhos e sorri largamente para ele quando ele me encarou.

— Ah, que sonho. Chat Noir, o herói, meu cavaleiro? Me joguei na cama, tentando fazer a melhor cena dramática.

— Somente para você, minha purrcesa. Ele se aproximou novamente e beijou uma de minhas mãos. Eu soltei uma risada. — O que é tão engraçado ?

— Você. Seu olhar de confusão não estava nada disfarçado quando eu falei isto.

— Engraçado, bonito, forte e.... Ele se aproximou bastante do meu rosto, cobrindo meu corpo com o dele. — Sensual.

Fiquei imóvel. Fiquei sem palavras. Sem ar. Não consegui fazer nem falar nada. Nem pensar. Só consegui encarar aqueles olhos felinos que imploravam para me devorar.

— O- o quê você acha que está fazendo Chat? Tentei me recompor, piscando algumas vezes antes de minha boca soltar algumas palavras.

— Apenas admirando seus olhos azuis, my princess.

Novamente, fiquei paralisada. Ele estava realmente tocando meu pescoço com as pontas de seus dedos e encarava meus lábios com uma avidez indescritível. Mordi meu lábio afim de recobrar meus movimentos mas, sem sucesso. Dessa vez ele estava indo longe demais!

— C- Chat.

— Hm? Seus olhos subiram de encontro aos meus. Meu coração acelerou. Não era como se eu gostasse dele ou algo assim mas... ter ele tão perto assim me deixava bem nervosa.

— Não acha que está na hora dos gatos irem dormir? 

— Não. Sou um animal noturno. Ele não tirava aquele olhar devastador de mim.

Meu corpo já não me obedecia. Eu estava ali, nas garras daquele gato indecente e praticamente em suas presas. Sentia leves espasmos nos meus ombros e nuca toda vez que seus dedos ameaçavam passar por ali. Fechei meus olhos.

— Pois eu não, e já passou da minha hora de dormir, e amanhã tenho aula.

— Eu sei que você pode enrolar mais um pouquinho. Ele cheirou meu cabelo, senti seu inspirar demorado e gelado no meu pescoço. Eu estava prestes a explodir.

— N- não quero enrolar nada. Amanhã tenho química.. por favor se controle chatton.

— Não estou descontrolado. Abri meus olhos ao sentir ele se afastando, para encarar meus olhos novamente. – Mas pela sua cara você não quer que eu vá embora.

Mentira. Eu queria sim.

—  Hmpf. Como você é convencido.

— Só sou realista. Desta vez ele se aproximou com mais voracidade. Atacou meu pescoço, dando uma leve chupada e um beijo. Nem consigo dizer o que senti na hora. Me derreti por completo. Mas, para minha felicidade, seu anel começou a fazer aquele barulho. Ele fez um som estalado com os lábios, em sinal de desaprovação.

— Tenho que ir, my princess. Eu estava com o corpo travado e meu estômago revirava-se a milhão. Nem preciso falar sobre meu pobre coraçãozinho, estava prestes a sair pela boca. Ok... Eu já havia o beijado quando o Cupido Negro o enfeitiçou. Mas nós estávamos no meu quarto agora, no quarto da Marinette, e ele não estava nada enfeitiçado.

— Até logo, Mari. Em uma fracção de segundos ele pulou para fora da minha janela. Me perguntei o porque disso tudo. Por que? Queria se divertir comigo?

Depois de longos minutos, eu estava sentada e confusa, tocando com as pontas de meus dedos onde ele havia beijado. Mas que tipo de sensação era essa Marinette? Com você se permitiu isso? Sentia meu rosto queimar enquanto pensamentos indevidos passaram em minha cabeça. Devo admitir que, parando para analisar a situação de fora, como alguém que não tem nada a ver com o assunto, até que ele é... charmosinho. Argh. Me joguei na cama e fechei meus olhos, era melhor aquele sono voltar e rápido, não quero mais pensar sobre isso.

Argh.

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¹Lullaby : Akumatizado, poder de fazer os inimigos dormirem.

²Hiberna : Do latim, Hibernação. Habilidade de Lullaby.