Orgulho e Preconceito - A Continuação escrita por Clarinesinha


Capítulo 14
13 - Almas Gémeas




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Assim que Lizzy e Alice chegaram ao local, conseguiram ver de longe os dois homens. Fitzwilliam estava de costas, por isso não as viu chegar. Lizzy fez sinal para que Alice não fizesse barulho, e foram.se aproximando dos dois.

— Porque é que me trouxeste para aqui...estaria melhor dentro das quatro paredes do meu quarto...

— Fazendo o quê, lamentando teres feito asneira? De teres despedaçado o coração de Alice? de teres sido estúpido e não me teres procurado?

— Para. Por favor, eu sei...eu sei que fui...

— Estúpido, burro, idiota, cobarde...queres que continue?- diz Darcy, dando-lhe um sorriso no final...

— Sim eu fui isso tudo, mas agora não posso fazer mais nada. Já perdi o amor da minha vida...o que mais posso fazer...a não ser terminar os meus dias sendo infeliz.

— Ontem disse-te que te iria ajudar, e é isso que vou fazer. - Darcy olha em direcção a Lizzy e Alice, e logo Fitzwilliam se vira e vê quem não esperava.Fica a olhar de Darcy, para Alice, de Darcy para Lizzy e de novo para Alice. Ele não sabe o que pensar, o que fazer, está completamente sem saber o que fazer. Esperava que Darcy lhe respondesse à questão que lhe martelava na sua cabeça "O que tudo isto qeur dizer? O que está Alice a fazer ali à sua frente?", porém Alice não esperou e com um aceno de Lizzy, correu para os braços do seu amor. Este, embora confuso fez o mesmo...

— Alice...minha Alice...mas o que estás a fazer aqui? Como? Porquê?

— Não digas nada...- disse Alice, tapando-lhe a boca com a sua mão...- Ouve-me, só te peço que me ouças...por favor...

— Mas Alice, eu...eu vou-me casar...eu...

— Coronel...Fitzwilliam, quero apenas que me respondas a uma pergunta...- Fitz acenou com a cabeça e Alice continuou...- Tu amas-me?

— Oh, minha pequena Alice, é por te amar que eu fugi, é por te amar que me vou tornar o homem mais infeliz do mundo.

— Então se te casares...vais me tornar a mim a mulher mais infeliz do mundo. Diz-me, porque temos que ser os dois infelizes, se podemos ser felizes juntos?

— Alice, se eu não me casar com Anne fico sem nada, fico mais pobre que um pobre das ruas de Londres. Que vida poderá ser essa, que vida posso eu te oferecer?

— Ainda não percebeste...eu não te quero pelas tuas riquezas...quero-te por ti, pelo homem que és. Nada do que tenhas me pode fazer mais feliz do que poder estar contigo, mesmo que seja nas ruas de Londres...pobres e famintos.

— Eu não te mereço, meu Anjo. Com certeza eu não te mereço...

E dito isto beijam-se, num beijo que dizia tudo o que ficou por dizer, onde colocaram tudo o que sentiam um pelo outro. Mr. e Mrs. Darcy olhavam com ternura para aqueles dois "jovens" apaixonados e assim que acharam opturno aproximaram-se felizes pelos primos. Fitz, chorava quando se aproximou de Darcy e o abraçou, com o carinho e o amor que um irmão teria pelo outro.

— Obrigado Darcy, Eu não sei como te agradecer...não sei nem o que te dizer...

— Não tens nada que agradecer, pelo menos a mim...porque se alguém sempre acreditou em ti e no amor que tinhas por Alice, esse alguém foi Lizzy. Então acho que na verdade terás que lhe agradecer a ela. Fez-me ver que tu apenas fizeste o que fizeste por amor, fez-me ir para Londres falar com Mr e Mrs. Gardinner, fez-me trazer Alice...

— Darcy, chega. Acho que o coronel já percebeu...- disse Lizzy sorrindo.

— Obrigado Mrs. Darcy, fez de mim o homem mais feliz do mundo...

— Não tem nada de que me agradecer, mas devo avisá-lo que não vou permitir que trate mal este anjo que têm aí. Alice pode ser apenas minha prima, mas a amo como se fosse minha irmã.

— Não precisa de se preocupar, eu tudo farei par que nada lhe falte. Bem, pelo menos amor...muito amor não lhe irá faltar. Em relação ao resto...

— Em relação a isso, não te preocupes.- Diz Darcy, interrompendo o primo...- Se a Tia não te devolver o que é teu por direito, podes sempre contar comigo.

— Obrigado Darcy...tu és muito mais que meu primo, e sabes bem disso. És meu irmão...aquele que o meu coração escolheu. Obrigado Elizabeth, não sei o que tem, porém agradeço o dia em que apareceu na vida do meu primo...

— Para de falar, e começa a pensar no que tens que fazer agora...porque se até aqui foi tudo muito bonito e fácil, quando chegarmos a Rossings tens que fazer o mais difícil: enfrentar a Tia.

— Tens razão...e mais difícil porque Kevin vai lá estar...e sabes bem como ele pode ser...

— Não te preocupes com Kevin, se ele se meter na tua conversa com a Tia eu trato de falar com ele. Porém, é melhor não falares que Alice está em Kent, vamos manter esse pequeno segredo connosco por agora.

— Sim, tens razão. Alice ficará mais segura se eles não souberem...

— Tenho a certeza que Lady Catherine não me vai fazer nada de mal, afinal ela é...

— A minha tia talvez não, mas Kevin!? Eu tenho a certeza que poderá fazer, então é melhor mantê-la segura em casa de Mr. e Mrs. Collins.

Alice apenas concordou, e assim partiram todos em direcção a Hunsford para deixarem Alice e regressarem a Rossings com Georgiana. A separação do mais novo casal foi ainda longe da casa dos Collins, evitando assim que fossem vistos juntos, e foi vamos dizer complicado, nenhum dos dois queria se separar contudo, era necessário que assim fosse.

Assim que chegaram Fitzwilliam, embora nervoso e receoso, estava seguro do ia fazer. Ver a força e o amor de Alice por ele, saber que ela o esperava fazia com que ele estivesse pronto para enfrentar tudo e todos para ficar com o seu anjo. entrou assim na sala convicto do que iria fazer, todavia ao deparar-se com Kevin, sentiu toda aquela coragem desaparecer como num passe de mágica. A vontade de virar costas e sair daquela sala era enorme, porém, ele pensou em Alice e no seu amor, na sua entrega...

— Fitzwilliam, aconteceu alguma coisa? Pareces...nervoso?- diz Kevin.

— Eu...- Fitz olha de Kevin para a Tia decidido...- Eu precisava de falar consigo Tia. Será que tem um tempo para me ouvir?

— Claro, meu querido. Mas se for por causa do seu casamento com Anne, não se preocupe. Está tudo encaminhado, tenho estado em cima de tudo...nada vai falhar.

— Ah! Pois...a tia já começou a...organizar tudo...quero dizer...

— Claro que sim. Fitzwilliam o casamento é daqui a um mês, tem que estar tudo impecavelmente elegante e maravilhoso, tal como a minha Anne merece.

— Claro. Mas tia, eu...em relação ao casamento...preciso de lhe dizer que...

— Não é preciso estares nervoso meu querido. Afinal estamos em família, e apesar de estar muita gente nobre convidada são todos conhecidos, quase família diria eu.

— Tia, eu não estou nervoso pelo casamento. Aliás, eu até estaria se este casamento fosse...

—O que estás a querer dizer Fitzwilliam!? Não estou a perceber nada desta conversa, até parece que não vais casar...- e neste momento Lady Catherine olha para o sobrinho, com um olhar de quem finalmente ouviu o que realmente ele dizia...- Tu não podes estar a falar a sério...

— Eu não vou casar-me com Anne.- e olhando para a prima que até ao momento apenas assistia à conversa, como sempre...- Perdoa-me Anne, mas nós nunca iríamos ser felizes. Eu nunca devia ter aceite a sua proposta...nunca...

— Tu sabes o que te vai acontecer?- pergunta Kevin que agora está a milímetros do irmão...- Eu e a Tia não estávamos a brincar quando te dissemos que te tirávamos tudo...

— Podem tirar, o que são bens como casas, joias, dinheiro...prefiro se feliz sem nada do que ser infeliz com tudo.

— Que felicidade poderá ser maior do que ter tudo o que mais sonhaste na vida: dinheiro, nome, posição social, uma mulher que estaria a teus pés...- e bem baixinho...- e que poderás trair sem ela te dizer nada, já que é tão submissa.

— Eu não teria o essencial Kevin: o amor. o amor da mulher que eu amo. A mulher que me ama pelo que sou e não pelo que tenho...a mulher que está disposta a morar na rua comigo se assim tiver que ser...

— Tu não vais fazer isso, eu proíbo-te....- Lady Catherine olha para Lizzy que se mantém longe...- Isto tem dedo seu....eu logo vi que só nos iria dar problemas...

—Tia. Não lhe permito que fale assim com a minha esposa. Se Fitz terminar este noivado ridículo ele termina, vocês não o podem coagir dessa forma.

— Aí é que tu te enganas Darcy, o meu irmão vai casar-se com Anne sim. Ele não vai estragar os meus planos de novo...não vai mesmo...

— Chega Kevin.- Darcy coloca-se entre Fitz e Kevin...- Se ele decidiu acabar com esta farsa, terá todo o meu apoio. E agora que já não haverá mais casamento, Lizzy, Georgiana, vamos arrumar tudo. Voltaremos ainda hoje para Pemberley.

— Darcy.- Lady Catherine chama o sobrinho...- Eu e a tua mãe planeámos o teu casamento com Anne...e tu...tu desonraste esse compromisso casando-te com...com essa...e agora estás a proteger o teu primo, pior está a incentivar o teu primo a ir no mesmo caminho de desonra.

— Se a minha mãe estivesse aqui seria a primeira pessoa a dizer-lhe que nada é mais importante que a felicidade da pessoa que se ama. Tenho a certeza que a minha mãe iria aprovar Lizzy como nora. Assim como tenho a certeza que a mãe de Fitz iria pensar o mesmo.- Lady Catherine nem acredita no que está a ouvir, mas Darcy continua...- E tem mais, mesmo que a tia e o Kevin tirem tudo de Fitz, eu farei questão de lhe dar a ajuda que ele precisa.

— Darcy, tu não me podes fazer isto...tu não podes apoiar uma decisão destas do teu primo...

— Já disse que posso, e digo mais caso ele não acabasse com todo este circo, eu deixaria de o considerar meu primo. Agora com licença temos malas para arrumar.

— Mas Darcy...- Kevin o chama de repente...- meu caro primo, não podes ir agora. Eu e a Tia não iríamos dizer nada, seria uma surpresa na festa de amanhã...mas irá haver sim um casamento.

— E posso saber que casamento será esse Kevin? Será que arranjaste alguma mulher com coragem suficiente para te ter ao lado durante o resto da sua vida?

— Bem, a dama ainda não sabe...vamos dizer que não é um casamento de comum acordo...que a sua mão me foi dada por parentes.

— Um casamento arranjado. Tenho pena da pobre moça, porém, tenho a certeza que não sentirão a nossa falta.- e dizendo isto vira-se para sair da sala, até que ouve tudo o que menos esperava...

— Claro que vamos sentir, primo. Ou devo dizer "cunhado"...- ao ouvir a ultima palavra, Darcy estava pronto para acabar com o "Conde", não fosse Lizzy segurá-lo no momento exacto. Darcy tentou libertar-se, e apesar do seu olhar de fúria para com ela, Lizzy aos pouco conseguiu acalmá-lo apenas com o olhar. Olhou para a Tia, que sorria...

— A tia pode esquecer esse assunto. Já lhe tinha tido que nunca em hipótese alguma irei permitir isso.- Georgiana olhava para Darcy que estava furioso, para Kevin que tinha um ar luxurioso em si, para Tia que sorria como se o seu casamento com Kevin fosse algo normal...e para Lizzy que tentava ao mesmo tempo acalmar Darcy e acalmar a ela.

— Mas Kevin é da família...e seria um bom casamento para Georgiana. Ela seria Condessa...

— Então primo não sou assim tão mau partido, para além disso sou parente, bem apessoado...- Darcy finalmente consegue sair das mãos de Lizzy...

— Ouve bem Kevin, porque é ultima vez que te vou dizer isto. e vou fazê-lo bem devagar, para ver se consegues colocar isto bem na tua cabeça: Nem que fosses o ultimo homem da terra, nunca...mas nunca...Georgiana seria tua esposa.

Virando-se pegou na mão de Lizzy, pegou em Georgiana e saiu para o quarto. Pediu a Fitzwilliam que a ajudasse a fazer as malas, e que depois a levasse consigo para fazer as dele. Enquanto isso Darcy foi para o seu com a esposa. Começaram a arrumar tudo em silêncio, mas ela estava curiosa, e com medo...ele conhecia o suficiente da esposa para perceber que ela queria perguntar algo.

— Pergunta de uma vez o que queres saber?- Lizzy olha para o esposo e sorri...- Já te conheço o suficiente para saber que estás aí com a cabeça a mil...

— Sei que talvez te vá magoar com a pergunta, mas não consigo deixar de a fazer. Não pensas em aceitar aquele casamento arranjado para Georgiana, por não?

— Não. Claro que não. Lady Catherine sabe bem o que penso sobre o assunto...e ainda bem que tudo foi esclarecido antes da festa. Porque se fosse durante a festa...eu...eu não sei o que faria...

— Darcy...talvez seja melhor falares com a tua irmã. ela estava bastante assustada...e cá entre nós eu também estaria.

— Já conheces tão bem a minha irmã. E essa foi uma das coisas que me atraiu em ti, a tua preocupação pelos outros.

Assim que as mala estavam prontas Mr. e Mrs. Darcy dirigiram-se à carruagem. Lady Catherine não desceu para se despedir, nem Kevin que com a fúria bebia pensando ele que seria para o acalmar. A única que desceu foi Miss Anne de Bourgh, Lizzy nunca ouvira uma palavra vinda dela, mesmo que Georgiana já lhe tivesse tido que em pequena Anne de Bourgh era uma menina linda e bastante viva. Por isso quando a ouviu pela primeira vez não conseguiu esconder a sua surpresa.

— Darcy, peço-te perdão pela minha mãe. Fitz, sê feliz, e não te preocupes não te levo a mal.

— Minha querida Anne...sei que um dia serás feliz, tal como eu.- Fitzwilliam deu-lhe um beijo terno na testa e subiu no cavalo.

Antes de se dirigiram para Londres, foram buscar Alice em Hunsford. Esta só os esperava no dia seguinte, mas ficou felicíssima com a antecipação. durante a viagem ficara combinado que Alice voltaria para casa onde aguardaria que Fitzwilliam tornasse a sua propriedade, a que Darcy lhe doaria, produtiva. Demoraria algum tempo, e embora não lhes agradasse nem a um nem a outro ficarem tanto tempo separados, ambos aceitaram o facto.

 


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