Bruxas e Caçadores escrita por ackleholicbr


Capítulo 4
Deus pagão.




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Em uma estrada qualquer...

— Os nomes que o papai disse são de casais? – Sam perguntou enquanto dirigia.

— Três casais diferentes, os três sumiram. – Dean disse enquanto analisava um mapa.

— Todos são de cidades e estados diferentes?

— Isso aí. Washington, Nova York, Colorado, cada casal viajava pelo país e nunca chegava ao destino.

— O país é grande, eles podem ter sumido em qualquer lugar, Dean.

— É, mas todos eles passaram pelo mesmo lugar de Indiana. Ano após o outro, sempre na segunda semana de agosto. – Dean disse levantando a sobrancelha.

— Essa é a segunda semana de agosto?

— É.

— Então papai nos mandou pra Indiana para caçar aquela coisa antes que outro casal suma?

— Isso aí. – Dean disse concentrado no mapa e nos nomes. – Já pensou conseguir sacar um padrão desses? Todos os óbitos que o papai pesquisou. O cara é um mestre.

Sam não estava gostando nada de ir resolver um caso, enquanto seu pai estava em outra cidade. Então ele decidiu não fazer o que John havia pedido e, resolveu ir atrás dele.

— Não vamos pra Indiana. – Sam disse diminuindo a velocidade.

— Não?!

— Não. Vamos pra Califórnia. O papai ligou de lá.

— Nosso pai não quer nossa ajuda.

— Eu não to nem aí.

— Ele nos deu uma ordem. – Dean olhou para o irmão, já irritado.

— Eu não estou nem aí, não temos que fazer tudo que ele manda.

— Sam, nosso pai quer que a gente trabalhe pra salvar vidas, é importante.

— Tá legal, eu entendo, mas to falando de uma semana pra ter respostas e ter vingança.

— Papai disse que é perigoso, se ele disse pra ficar longe, ficamos longe.

— Eu não consigo entender essa fé cega que você tem no papai. Você nem questiona o que ele diz.

— É porque eu sou um bom filho. – Dean gritou.

Sam freou o carro com tudo e então saiu, batendo a porta do carro. Ele estava irado com as palavras do irmão. Ele não podia acreditar que Dean não quisesse saber as respostas que eles tanto procuravam. 

— Está indo aonde? – Dean perguntou saindo do carro.

— Pra Califórnia!

— Tá falando sério?

— To.

— Vai ficar sozinho no meio da noite, eu vou me mandar e largar você aí!

— É isso mesmo que eu quero. – Sam continuou andando em direção contraria do irmão.

***

São Francisco – Califórnia

— Leo?! – Prue soltou, ao dar de cara com seu amigo, na porta de sua casa. – O que faz aqui?

— Estava de passagem pela cidade e resolvi te visitar. – ele sorriu. – A propósito, isto estava lá na escada. – entregou um envelope a ela.

— Obrigada. E que bom te ver. – abraçou o amigo e, em seguida foi com ele para sala. – Manas, se lembram do Leo? O meu amigo de infância?!

— Claro. – Phoebe sorriu. – Mas pensei que não tivessem mais contato.

— Eu estudei na mesma faculdade que ela em NY. – Leo sorriu.

— Bom te ver de novo. – Piper sorriu tímida. – Então fica pro jantar?

— Eu não sei se...

— Deixa de bobagem. – Prue empurrou de leve o amigo. – Vamos jantar, daí me conta sobre a sua viagem pro Japão.

Depois de um jantar bastante animado, Leo voltou para seu hotel e, as Halliwell foram ver o que tinha no envelope.

— Um DVD?! – Phoebe soltou surpresa.

— Olhe tem uma carta também. – Piper disse tirando um papel de dentro do envelope. – É do papai.

“Filhas, aqui têm uma pequena parte da vida de vocês antes da morte de sua mãe. Espero que gostem de ver como éramos uma família feliz. Não estou mais na cidade, mas em breve estou de volta. Amo vocês – Victor!”

As irmãs se emocionaram ao ver aquelas imagens preciosas do pouco tempo que passaram com a mãe e o pai, juntos. Mas o que seria uma noite normal na vida das Halliwell, mudou por completo depois que Phoebe teve uma visão.

— Espera! Está falando que você teve uma visão, com um casal sendo sacrificado em outra cidade? – Piper perguntou surpresa.

— É! Acho que meus poderes estão evoluindo, talvez.

— Em qual cidade isso aconteceu? – Prue perguntou.

— Em uma cidade de Indiana.

— Você tem idéia do porque eles foram sacrificados?

— Não faço a menor idéia. – Phoebe deu de ombros. – Só sei os nomes: Vince e Holly.

— Então temos que ir ver o que aconteceu! – Prue se levantou do sofá.

— Não posso, tenho que trabalhar. – Piper disse.

— Eu também.

— Ótimo! Sei que isso vai contra o que dissemos que íamos fazer, mas pessoas podem morrer. Então eu vou!

— Não vai não. Pode ser perigoso uma de nós sozinha e...

— Piper!

— Vamos ligar pro nosso tio e ver se ele pode ajudar.

Prue não estava conformada com aquilo, se ela era uma bruxa era pra ajudar o máximo de pessoas que ela conseguisse certo?! Então ela esperou que suas irmãs fossem dormir, pegou a pequena mala que tinha arrumado, escreveu um bilhete e, mais uma vez saiu de casa sem ser vista por suas irmãs.

***

Burkitsville – Indiana

Quando Prue chegou à cidade e, começou a procurar sobre o casal da visão de sua irmã, descobriu que tinha outra pessoa também procurando por eles. Ela acabou descobrindo que Vince tinha virado um espantalho. Tudo por conta de uma tatuagem no braço do tal espantalho, que era a mesma de Vince. E antes de voltar para a pequena pousada na qual estava hospedada, foi até a lanchonete da cidade. Prue sentou-se próximo a um casal, que estava conversando com um homem loiro, que até chamou a atenção dela por sua beleza. Mas ao escutar as perguntas que ele fazia, ficou na cara que era ele a tal pessoa que estava procurando pelo Vince e Holly.

— Hey espera. – ela seguiu o loiro.

— Sim! – ele se virou e sorriu ao vê-la.

— Você é a pessoa que está procurando por Vince e Holly?

Na hora o sorriso de Dean sumiu. Como aquela garota sabia do casal que tinha sumido? E foi por isso que ela o seguiu até o seu carro?!

— E você quem é?! – ele perguntou levantando a sobrancelha.

Há muito tempo Dean não via uma garota tão linda como aquela. Ruiva, dos olhos castanhos, pela clara, corpo perfeito...

— Eu estou procurando por eles. – Prue o encarou. – Quem te mandou aqui?

— Como sabe que alguém me mandou aqui?

— Simples, qual a probabilidade de duas pessoas estarem nesse fim de mundo procurando pelas mesmas pessoas?! – ela cruzou os braços.

— Porque somos amigos do casal?! – Dean deu de ombros.

— Não acho que Vince conseguiria chamar por um amigo.

— O que você sabe sobre isso? – Dean se aproximou da garota a passos largos.

— Primeiro me diz quem você é! Depois eu penso se te conto o que eu descobri.

— Você é uma caçadora?!

— Bingo! – Prue soltou. – Eu sabia que você era um caçador.

— Você é uma caçadora?!

— Pode se dizer que sim. E o caçador tem nome?

— Dean Winchester e o seu?

Por um momento, Prue perdeu a concentração! Como assim um dos filhos de John estava na mesma cidade que ela? Só tinha duas opções, ou suas irmãs já tinham lido o bilhete e ligaram para o John, ou ele sacou o que estava acontecendo sozinho. Como Dean tinha chegado antes àquela cidade, ela descartou a primeira opção.

— Então é um dos filhos de John. – ela finalmente saiu do transe em que tinha entrado.

— Como conhece meu pai?!

— Ele é amigo da minha família. – estendeu a mão para cumprimentá-lo. – Prue Halliwell.

— Então o que descobriu?

Dean ainda não acreditava que aquela garota linda, era uma caçadora e que ainda conhecia seu pai. Então pensou que ela pudesse ajudá-lo a entender o que estava acontecendo naquela cidade e, depois não ficaria nenhum pouco triste em tê-la como sua companheira durante o caso.

— Não acho que aqui no meio da cidade, seja um lugar pra se falar disso. Ainda mais quando as pessoas que moram aqui são estranhas.

— Nisso, eu concordo com você.

Prue acabou levando Dean para seu quarto na pousada em que estava. Lá ela contou sobre o que tinha descoberto sobre o caso. E no fundo, ficou aliviada em poder contar com a ajuda de alguém. Mesmo que com isso, não fosse poder usar seus poderes.

— Um Deus pagão? – Dean perguntou surpreso.

— Sim. Logo quando soube do caso, fiz uma pesquisa e acabei dando de cara com esse Deus pagão. E confirmei quando vi aquele espantalho horroroso naquele palmar.

— Ok! E que Deus pagão seria esse?

— Vanir's. Eles deuses nórdicos de proteção e prosperidade, que protegiam os assentamentos. Algumas vilas erguiam esfinges do Vanir nos campos, outras praticavam sacrifícios humanos, um homem e uma mulher. E adivinha?! Os imigrantes de Burkitsville são do norte da Europa. – Prue o olhou. – Ah! E já ia me esquecendo, Esse Vanir vem da energia que brota da árvore sagrada.

— A gente queima a árvore e tudo está resolvido.

— Não acho que seja assim tão fácil. Temos que descobrir quem está fazendo os sacrifícios.

Então o celular de Dean começou a tocar e, fez sinal para que ela esperasse. Quando atendeu a ligação se surpreendeu ao escutar a voz do irmão.

— Pensei que nunca mais fosse falar comigo.

— Eu só estava irritado.

— Ok! – Dean deu de ombros. – Já conseguiu chegar a California?

— Ainda não, estou na rodoviária. E o que descobriu aí?

— É um Deus, um Deus pagão. 

— Por que acha isso? 

— O ciclo anual da matança. O fato das vítimas serem sempre um homem e uma mulher, o rito de fertilidade. – Dean respondeu dando de ombros. –

— É, um ritual para agradar um Deus pagão. O espantalho recebe o sacrifício e garante mais um ano de colheita boa e sem doenças.

— Meu irmão, se acha que precisa de ajuda é só pedir. 

— Eu não acho nada. Na verdade, eu quero que você saiba...  Sam, você tá certo. Tem que correr atrás e viver sua própria vida. Você sempre sabe o que quer e corre atrás e sempre enfrentou o papai. Eu queria... Eu admiro isso em você, me orgulho de você.

— Eu nem sei o que dizer. 

— Só diz que vai se cuidar. – Dean respondeu. – Me liga quando achar o papai.

— Então brigou com o mais novo? – Prue perguntou.

— Digamos que tivemos um desentendimento.

— Sei como é. Ao menos você só tem um pra brigar.

— Você tem irmãos?

— Sim. Duas irmãs e um gato. – ela riu.

— E elas não sabem que você é caçadora?

— Sabem. Mas digamos que elas não queriam que eu viesse pra cá e...

— Não me diga que você fugiu?

— Falando assim, eu me sinto uma adolescente. – Prue o olhou, rindo. – Eu só achei que deveria vir, só isso.  Então vamos matar um Deus pagão? – se levantou.

— Por favor! – Dean riu, saindo do quarto com ela.

Eles estavam entrando no palmar, quando Dean escutou o grito de Prue. Ele correu na direção do grito, mas não encontrou a garota, encontrou com o xerife apontando um rifle pra ele.

— Você decide se vai por bem ou por mal.

Dean levantou as mãos e, fez o que o xerife pediu. Ele acabou trancando em uma espécie de calabouço e, quando acendeu seu isqueiro, viu Vanessa desacordada. Ele se aproximou dela, Vanessa abriu os olhos vagarosamente e sentiu sua caça doer, como nunca havia sentindo antes.

— Você está bem? – Dean perguntou se abaixando na frente dela.

— Eu pareço está bem? – ela sorriu irônica.

Foi então que a porta se do calabouço se abriu e, quatro pessoas o tiraram de lá, os amarrando em duas árvores.

— Droga, Dean! Vão matar a gente. – ela disse tentando se soltar da corda que a prendia, mas era em vão. 

E o que a deixava mais irritada, era que não podia usar seus poderes na frente do Dean. Não iria ajudar em nada, se ele quisesse caçá-la logo em seguida.

— Vão nos sacrificar. – Dean deu de ombros – Tem mais classe, eu acho.  SÓ ESPERO QUE A TORTA DE MAÇÃ VALHA A PENA! – gritou. – Você ajuda muito ficando calada. –se virou pra garota.

— Estou pensando em um plano.

— Agradeceria se compartilhasse comigo.

— Porque ao invés de ficar me perguntando um plano, você não pensa em um?! – Prue revirou os olhos.

— Estou pensando.

— Não tem um plano, não é?

— Escutou esse barulho?

— Não! Que barulho?!

Dean fez silêncio, pra escutar novamente o barulho, até que escutou seu nome mais uma vez. Ele sabia que não poderia estar ficando maluco. Alguém realmente estava chamando por ele.

— Dean!

— Sam?! Eu estou feliz pra cacete por você está aqui, mas o que está fazendo aqui?

— Umas coisas aconteceram e, eu resolvi voltar para te ajudar. 

Sam soltou seu irmão e, Dean correu para soltar Prue.  E antes que ela pudesse dar um passo, ele segurou o rosto da garota, olhando o ferimento no super cílios. Prue se segurou firmemente, dando um impulso para se levantar e, acabou trombando no corpo de Dean.

— Gente, temos que ir AGORA! – Sam gritou ao ver o espantalho se aproximar.

— Espera! – a ruiva parou de correr. – Dean, sabe aquela idéia de queimar a árvore? Então, acho que é a única solução!

Sam estava perdido na conversa entre os dois, como assim a garota sabia o que eles faziam?

— Vocês dois fiquem aqui.  – Dean correu para pegar o galão de gasolina em seu carro.

Eles conseguiram queimar a arvore e, então o espantalho sumiu no fogo. E antes que Prue entrasse em seu carro, Dean e Sam perguntaram se ela não queria caçar com eles por uns tempos.

— Acho melhor não, tenho que voltar para casa. Minhas irmãs já devem estar deixando meu tio e o pai de vocês, malucos com o meu sumiço. – sorriu pegando uma caneta e um papel dentro de seu carro. – Mas, podem me ligar quando precisarem. Vou ficar feliz em caçar com vocês de novo. – entregou o seu numero de celular a Dean.

Depois que a garota acelerou o carro, saindo do palmar, Sam perguntou ao irmão de onde ela tinha surgido.

— Ela é uma caçadora, que ficou sabendo do caso. – Dean deu de ombros entrando no carro.

— E como ela conhece o papai?

— Aparentemente, o nosso pai é amigo da família dela.

— Mais uma coisa que não sabíamos do papai...

— O que?! Que ele conhece mulheres gatas?! – Dean riu acelerando o carro.

Sam soltou um riso com a brincadeira do irmão. Sabia que seu irmão não deixaria de comentar sobre os atributos da garota. 


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