Acordo cansado, e logo recebo a notícia que meus pais passariam o dia fora comemorando seus nove anos de casamento, passo a maior parte da manhã sem fazer nada, apenas conversando com meus amigos virtuais pelo celular, vendo alguns animes, ouvindo algumas músicas, tudo isso em quanto ainda me negava a levantar, afinal, era feriado! Um dia perfeito pra ter preguiça de viver.

Algumas horas passam e com elas viera junto a fome. Desço as escadas e esquento a comida, que já esta pronta dentro do micro-ondas, como-a rapidamente e me pergunto o que faria durante o resto do dia.

Sinto uma grande abstinência por algo doce e resolvo comprar algum tipo de sobremesa em uma nova loja especializada nesse tipo de coisas que tinha sido aberta há poucas semanas perto de minha casa, e, ao chegar lá, me surpreendo com o sucesso que aquele lugar recém-aberto estava fazendo!

Realmente tudo ali me dava água na boca, mas decidi procurar por minha sobremesa preferida: Bolo de morango com recheio de creme de confeiteiro, após alguns minutos de procura o encontro, e quase caio no chão quando vejo o preço, decido levar, pois mesmo sendo tão caro, acho que valeria a pena. *lágrimas caindo*

Depois de decidir acabar com todas minhas economias vou pegar algo pra beber, e me deparo com Yan, com uma latinha de Sweeps em suas mãos, de repente gritei:

— MEU DEUS ELES JÁ COMEÇARAM A VENDER ESSE REFRIGERANTE AQUI!!?

— L-Lucas? – Ele disse com uma expressão meio assustada e surpresa.

— Ah, oi Yan, agora voltando ao refrigerante, ele é o melhor que eu já provei em toda minha vida!

— Sério? Eu tava pensando em comprar...

— Pode comprar, pode ter certeza que não vai se arrepender.

— T-Tá, mas o que está fazendo aqui?

— Ah, é que meus pais vão passar o dia fora comemorando os nove anos de casados deles e eu tava meio que no tédio em casa, então decidi comprar algo doce pra açucarar minha vida – Eu disse deixando escapar um grande sorriso

— Você fica tão fofo quando sorri – Disse ele soltando algumas gargalhadas.

Corei um pouco, mas continuei com a conversa.

— E-enfim, você tem algo pra fazer?

— Não, tô meio que livre até de noite...

— Eu meio que vou comprar um bolo, não quer dar uma passada lá em casa pra devorarmos indefesamente essa delicia da humanidade?

— Claro – Ele disse em meio a algumas risadas. – Vamos pagar então?

— Sim, só espera eu pegar uma latinha de Sweeps também.

Eu disse e fomos ao caixa pagar nossas coisas, eu ainda choramingava por ter que pagar todas minhas economias naquele bolo.

Chegamos a minha casa e entramos, digo pra ele subir e esperar em meu quarto em quanto que eu pego os pratos e copos pra nós comermos.

E= ~( Yan POV on )~ =3

Subi as escadas e entrei no quarto de Lucas, era pequeno, porém bem arrumado, sentei-me em sua cama, me sentindo um pouco deslocado e fiquei ali por um tempo, até que senti algo estranho, como se surgisse de dentro de mim uma vontade imensa de... Deitar-me ali e ficar... Apenas sentindo o cheiro de Lucas. E assim fiz, deitei-me de bruços, fechando assim os meus olhos e apoiando minha cabeça em seu travesseiro, e inspirei, com um pouco de dificuldade, aquele aroma simplesmente me encantava, senti como se quisesse ficar ali pra sempre, aliás, era uma sensação parecida com quando eu estava no terraço próximo de Lucas.

Eu não entendia ao certo o que sentia por Lucas, mas estava certo que não era só uma amizade comum, e nem mesmo aquela paixão intensa e perturbadora que sentia por meu colega no passado... Aquilo era diferente de tudo que já senti antes, como se fosse... Um sentimento exclusivo pra ele.

Ainda pensativo e um pouco confuso ouço passos, que muito provavelmente são de Lucas, e logo volto pra minha posição inicial, afinal, não queria que ele me visse daquele jeito, eu morreria de vergonha.

E= ~( Yan POV off )~ =3

— Finalmente! – Disse Yan em quanto se levantava. – Estava fazendo outro bolo é?

— Ah, é que eu estava procurando por alguns jogos, mas não encontrei – Eu afirmei meio desanimado.

— Não tem problema! Vamos apenas conversar, nós temos muito papo pra por em dia, não?

— Sim! Ah, e esse é o bolo!

Eu via os lindos e esverdeados olhos de Lucas brilharem antes dele dizer:

— Meu Deus! Dá até dó de destruir uma coisa tão linda como essa!

— Realmente, mas infelizmente é uma coisa precisa – Eu fiz uma expressão choramingona.

Rimos durante um tempo, e começamos a falar de nossas vidas, do colégio, dos nossos pais, dos nossos gostos, e... Do nosso passado.

— Então Lucas, como você era no passado?

— Ah, eu... Não gosto muito de falar sobre isso...

— Ah, me desculpe se fui indelicado, sério, não precisa dizer se não se sentir confortá... – Ia dizes Yan, mas logo Lucas o interrompeu:

—Mas... Como é você, eu vou abrir uma exceção, afinal, já estou precisando dizer essas coisas pra alguém há algum tempo...

— No ano passado, como você já sabe, eu estudava em outro colégio. Eu era meio anti-social e não tinha muitos amigos, mas tinha um garoto em especial, que sempre me ajudava e conversava comigo, era carinhoso, bondoso e... Eu não pude não me apaixonar por ele. Então, depois de passar alguns meses tentando acabar com aquela paixão e não conseguir eu decidi me confessar, afinal queria ao menos ter uma resposta aos meus sentimentos. E, ao me confessar a pessoa mudou completamente, começou a me xingar de todos os nomes possíveis  e fez a pior coisa que alguém poderia fazer naquele momento, espalhou pra todo o colégio que eu era uma “bichinha”... Depois disso eu passei todo o ano sofrendo... – Eu dizia já chorando.

— Sabe Lucas, que bom que nos conhecemos. – Ele respondeu me abraçando e colocando minha cabeça em seus ombros, acariciando assim meus cabelos. – Obrigado por confiar em mim pra contar isso, obrigado por me ouvir sempre que preciso. Obrigado... Por tudo, e saiba que, assim como você, eu estarei sempre aqui ao seu lado, para o que der e vier...

Eu já não aguentava mais e simplesmente desabei diante dos braços de Yan, que eu já não considerava só como meu amigo, mas sim como meu amado, sentindo assim como se um grande pesar saísse de dentro de mim, me deixando mais leve e, digamos que liberto do meu passado.

— Agora vamos parar com essa choradeira e nos animar!? – Ele disse enxugando algumas lágrimas de seu próprio rosto.

— Sim!

Nos divertimos bastante e o resto da tarde passou tão rápido, que nem nós mesmos percebemos, logo já era a hora de Yan ir embora, nos despedimos e ele voltou para sua casa.

Posso dizer sem nenhum exagero que este dia foi um dos melhores da minha vida.

E= ~( Quebra de Tempo )~ =3

Acordo no dia seguinte sentindo uma grande dor abdominal e um pouco de febre, sem saber o que tinha, decido avisar que estava me sentindo mal para minha mãe, ela me disse para indicar onde doía e decidiu por si só que eu iria ao médico imediatamente.

Sem entender muito bem o porquê decido ir, afinal minha mãe já havia sido enfermeira no passado e aquela dor realmente era desconfortável. Ao chegar ao pronto socorro minha mãe diz ao médico algumas coisas e logo eu fui atendido.

Ele me mandou indicar o local onde doía, eu mostrei e ele falou que quando doesse, era para que eu avisasse. Ele saiu pressionando algumas áreas em volta e eu não sentia dor alguma, o que era realmente estranho. E então ele pressionou o lugar onde doía, eu senti uma dor, porém era suportável, eu indiquei o lugar exato e ele pressionou mais um pouco e disse:

— Isso pode doer um pouco, mas aguente, por favor, é necessário para dar o diagnóstico correto.

Eu fiz que sim com a cabeça e ele tirou suas mãos do lugar de vez, o que me fez gritar de tanta dor. E então chamou minha mãe no canto da sala, eu não escutei muito bem o que eles disseram, mas me lembro de ter escutado algo como, “É, com certeza” ou “Vamos ter que operar”.

Eu simplesmente continuei ali, sem reação e nem ao menos saber o que eu tinha.

E= ~( Yan POV on )~ =3

Chego ao colégio e vou até a turma do Lucas, me surpreendo quando uma tal de Katarina, que dizia ser sua melhor amiga, me disse que ele faltou.

— Ele estava tão bem ontem... – Acabo deixando escapar.

— Você se encontrou com ele ontem, espera! Você poderia me dizer seu nome?

— Y-Yan...

— MEU DEUS, ENTÃO É VOCÊ O BOY QUE O LUCAS TA CAIDINHO?

— O q-quê? – Eu disse enquanto ela tapava a sua boca com as próprias mãos.

— N-não é nada, então, era só isso que queria saber?

— Sim, obrigado.

Garota estranha, sai dali pensando.

Ao término das aulas decido ligar pra Lucas, afinal estava bem preocupado, mas quem acaba atendendo é uma pessoa com voz feminina.

— A-alô, Lucas?

— Não, aqui é a Daniella, mãe dele.

— Ah! Oi senhora Daniella, você poderia me dizer se o Lucas está bem? Ele não veio ao colégio hoje e eu estou meio preocupado...

— Você é um colega dele?

— S-sim, me chamo Yan.

— Então Yan, é que ele está no hospital e parece que vai ter que passar por uma operação urgente...

— HOSPITAL? OPERAÇÃO? POR QUÊ? O QUE ELE TEM? – Eu disse me exaltando, e pra ser sincero, até eu me assustei com minha própria reação.