I Can't Love You escrita por Mrscaskett


Capítulo 98
Capítulo 98 — Noite difícil.


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa, voltei com mais um cap para vocês

Eu to amando escrever essa nova fase da fic, e espero que vocês também (de ler). Aos poucos to conseguindo deixar a fic do jeitinho que eu queria. Estamos nos aproximando do cap 100 e vou escrever algo bem especial (ou pelo menos tentar).

Bom, agora só quero pedir desculpas por algum erro, acabei de escrever (literalmente) e já postei. Sofro de ansiedade, vocês sabem, certo? hasuhauha Quero avisar também que as imagens usadas das crianças são da internet, e vocês não sabem o quão dificil é encontrar imagens de uma criança ruiva que me lembra Alexis em algumas cenas, por isso estou postando menos imagens dela, mas nossa ruivinha sempre viva em nossas imaginações ♥ kkk

Aproveitem o cap ♥



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CASTLE.

 

Não sensação melhor do que se sentir bem. Aliviado até. Parece que tudo estava dando certo agora. Finalmente. Não que antes não tivesse, mas agora eu vejo uma calmaria depois da tempestade.

Ter Kate grávida foi uma das melhores coisas que me aconteceu, mas eu sempre me sentia com um pé atrás. No fundo eu tinha medo que algo desse errado, como quase deu! Mas agora é diferente. Kate está bem, meus filhos estão bem, minha filha está bem. Tudo está voltando a ser como era, só com uma pequena diferença de que agora nós temos mais dois membros da família.

Assim que ouço o sinal da escola da Alexis tocar, saio do carro e vou em direção ao portão. Não demora muito para eu ver minha ruivinha sair da escola conversando com duas amigas. Sorridente. É exatamente assim que eu gosto de ver a minha filha. Depois da morte da Meredith Alexis mudou totalmente, mas agora também estava voltando ao normal. O que ela sentia era medo, e mais uma vez Kate fez seu papal magnífico de mãe e nossa menina voltou a ser o que era.

— Paaai. – ela grita e acena quando me ver. Alexis corre em minha direção e eu abro os braços recebendo minha ruivinha e a girando pelo ar por alguns segundos. – o que você está fazendo aqui? Não tinha que estar com a mamãe?

Coloco-a no chão e sorrio.

— Sim, mas ela ficou com a Thereza enquanto eu vinha pegar minha pimentinha para fazer um lanche, que tal? Estava com saudades dos nossos programas a dois.

— Depois eu posso ir ver a minha mãe?

— Sim, depois a gente pode ir ver a sua mãe. – rio da insistência que ela tinha em querer ficar vinte e quatro horas com Kate no hospital ou ligar mil vezes para saber se a mãe estava bem. A quem ela puxou?

— Então eu topo. Vamos logo que eu estou morrendo de fome.

Alexis começa a puxar minha mão e me arrastar até o carro. Rio sabendo que sua pressa não é exatamente para comer e sim para ver a mãe logo. Assim que chegamos na lanchonete faço nossos pedidos. Como das outras vezes, nossa mesa está repleta de besteiras. Sorvete extra com hambúrguer e muitos chocolates. Kate jamais poderia saber que estamos fazendo isso em um dia de semana.

— Pai, quando meus irmãos irão para casa? – ela pergunta antes de colocar mais uma colherada de sorvete na boca e derramar um pouco de calda da camisa.

— Ainda não sei, meu amor. Eles são muito pequenos, precisa se fortalecer ainda.

— Eu vi... mas eu queria brincar com eles logo. Será que vai demorar?

— Bom, até você brincar com eles vai demorar um pouco. Antes disso eles ainda vão chorar muito, sujar muita fralda...

Ela faz uma careta que me faz rir.

— E você vai voltar a viajar? Ou vai ficar com a gente?

— Por enquanto eu ainda vou ficar com vocês. Mas eu vou ter que voltar a viajar...

— Odeio quando viaja. – ela faz um bico que, por incrível que pareça, me faz lembrar a Kate.

— Eu também odeio e fico morrendo de saudades da minha pimenta. – ameaço fazer cocegas e ela se contorce rindo. – mas isso vai demorar ainda, não precisa pensar nisso agora, ok?

— Ok. – Alexis leva o ultimo peço de seu hambúrguer a boca e mastiga rápido. – já acabei, podemos ir?

— Já? Mais eu ainda nem terminei?

— Termina no caminho, vamos pai. – ela se levanta e eu me vejo obrigado a não terminar meu lanche. Dou uma mordida rápida e saio mastigando com ela já na minha frente.

Andamos até o hospital que não era muito longe da lanchonete. Queria passar o máximo de tempo possível com minha filha, aproveitar cada momento. E principalmente quero que ela saiba e sinta que independente de quantos filhos eu tenho, eu sempre vou ama-la igual aos outros. Alexis sempre foi muito emocional e carente, nunca é demais demonstrar o quanto ela é importante na minha vida. Nas nossas vidas.

O acesso ao quarto de Kate é liberado imediatamente. Eu já tinha conversado com os médicos e minha entrada era liberada todo o dia, assim como a nossa família e amigos próximos. Uma lista pequena estava na entrada com todos os nomes. Não sabia exatamente quanto tempo Kate tinha que ficar aqui, por isso era bom que ela recebesse visitas durante o dia.

Bato na porta duas vezes antes de abrir. Thereza e Robert estão no quarto com Kate, que ria de algo.

— Olha só quem chegou. – Robert abre os braços para receber a ruiva que corre até ele dizendo que estava com saudades.

Era incrível como os tios de Kate gostavam dela tanto quanto ela gostava deles

— Oi amor. – digo ao me aproximar da cama e selar nossos lábios rapidamente. – passou o dia bem?

— Sim. – ela dá um meio sorriso.

— Sim? – pergunto em dúvida. Ela não parecia animada. – e que carinha é essa?

— Não posso ir ver os meninos ainda e Demming não está de plantão para trazê-los aqui.

— Ela passou o dia xingando o coitado do pediatra. – Thereza rir e eu rio.

— Bom, está quase no horário de visita deles. – olho para o relógio. – eu vou lá vê-los e tiro umas fotos para você, ok?

— Mas eu queria pegar neles... sentir o cheirinho deles...

— Eu sei meu amor, mas você ainda não está totalmente bem.

— Mas eu não estou sentindo nada, posso andar... ou posso ir na cadeira de rodas. – ela protesta fazendo um biquinho lindo que me dá vontade de beija-la.

— Kate, por favor... eu vou até lá, fico com eles e digo o quanto você está com saudade deles, ok?

— Promete?

— Prometo. – sorrio e beijo sua mão.

— E fala com os médicos também. Pergunta como eles estão, se passaram o dia bem...

— Vou perguntar. Agora a Alexis tem uma notícia para você, não filha? – olho para trás e vejo a ruiva sorrindo.

— Eu não sei... ela chegou e nem falou comigo. Não teve saudade minha? Porque eu estava morrendo de saudade sua... – Kate faz uma cara dramática e Alexis corre até ela e sobe na cama.

— Eu também estava morreeeendo de saudade, mãe. –ela diz beijando o rosto de Kate.

— Hmmm, agora eu acredito. – Kate rir e olha para ela, ajeitando levemente os seus cabelos. – então, qual é a notícia?

— Hoje eu refiz aquele teste de matemática, e adivinha a nota que eu tirei?

— Oito. – ela chuta.

— Quase, nove e meio. Eu só errei uma coisinha, bem pequeninha. – ela gesticula os dedos mostrando que foi realmente algo bobo.

— Nove e meio? Jura? Eu estou muito orgulhosa de você, meu amor.

— Isso merece uma comemoração, hein. – Thereza avisa. – que tal no jantar de hoje uma pizza bem grande.

— Posso? – ela olha para Kate que assente com a cabeça. – mesmo depois de comer um hambúrguer e sorvete com o meu pai?

— Quando vocês comeram isso? – ela me olha.

— Já faz tempo amor, Alexis mostra para sua mãe seu caderno com um bilhete da sua professora. – mudo de assunto e Kate cerra os olhos em minha direção.

— Outra reclamação?

— Não. Ela me elogiou, disse que eu era uma excelente aluna. – a ruiva sorrir orgulhosa.

— Então eu quero ver.

Alexis desce da cama e vai até sua mochila que estava no sofá ao lado.  Volto a me aproximar de Kate que me olha desconfiada.

— Sorvete e hambúrguer, hein?

— Foi só hoje, e foi por um motivo especial. Ela tirou nove e meio na prova! – digo como se isso fosse algo raro, mas não era. Alexis era uma excelente aluna.

— Tudo bem, eu não vou brigar. – ela sorrir e segura minha mão.

— Eu vou ver nossos meninos, ok? Vai ficar bem?

— Vou. – seus olhos se enchem de lágrimas.

— Vai mesmo?

— Vou. Mas eu não posso dizer que não quero ir com você quando é tudo que eu mais quero. – limpo uma lagrima solitária em seu rosto e a beijo.

— Fica com seu celular por perto, ok?

— Porque?

— Apenas fique. – dou um último beijo e me levanto. – Alexis, fica com a sua mãe que eu já volto, ok?

A ruiva concorda e vai até Kate com seu caderno de unicórnio colorido.

 

***

 

Vestido com o avental rosa da ala neonatal, eu entro na sala junto com outros pais. Vários bebês estavam ali, cada um com suas complicações. Uns com problemas graves e outro com problemas mais leves. Os meus ainda estavam na incubadora respirando com ajuda de aparelhos para não comprometer os pulmões que estavam terminando de se desenvolver.

Me aproximo devagar. Eles pareciam estar dormindo, um ao lado do outro com os rostos virados. Meu sorriso se abriu assim que os vi. Eles eram tão pequenos mas ao mesmo tão fortes. Se pareciam tanto comigo e eu me perguntava o que eles herdariam da Kate. O jeito ciumento, talvez? Os olhos verdes? O sorriso? O jeito teimoso? Estar sempre certa?

— Oi galerinha. – murmuro baixinho próximo a eles. – o papai chegou... e eu estava morrendo de saudade.

Assim que escutaram minha voz os dois começaram a se mexer. Coloquei minha mão para dentro e peguei na mãozinha minúscula de Jack, e logo em seguida ele abriu os olhos.

— Oi garotão. Como você está? Está forte? Você precisa ficar bem logo para ir para casa.

Ele continua me olhando fixamente, como se entendesse realmente o que eu falava. E como resposta, Jack mexe as pernas e a mão livre se bate com a do irmão fazendo-o acordar também. Seria sempre assim?

Reece faz uma pequena cara de choro por ser acordado e eu trato de começar a falar com eles.

— Oi filho, seu irmão te acordou? – Reece fica sério e olha em minha direção. Ele reconheceu mesmo minha voz?— estão com saudade de ouvir o papai contar histórias para vocês? Bom, então eu preciso contar mais uma... – murmuro para os dois pares de olhos a minha frente. Ainda não podia dizer com certeza, mas parecia muito com um azul escuro. Kate vai adorar ver isso.— eu preciso falar sobre a mãe de vocês, ela está aqui, bem pertinho, mas não pode vir. Para vocês nascerem ela teve que ser muito forte e aguentar muita coisa, e agora ela precisa de repouso para se recuperar, assim como vocês. – Jack solta um gemidinho baixo que eu entendo como se ele compreendesse o que eu disse. – mas ela está morrendo de saudade de vocês e daria tudo para estar aqui. Mas como o papai é muito inteligente, nós vamos fazer uma chamada de vídeo para que ela veja vocês, ok?

Pego meu celular no bolso e ligo para Kate pelo facetime. Não demora muito para ela atender.

 

KATE.

 

— Rick? O que aconteceu? – atendo a ligação rápido. Mesmo vendo o sorriso em seu rosto, não consigo deixar de pensar no pior.

— Nada amor, mas tem duas pessoas querendo falar com você.

Castle muda para a câmera traseira e eu vejo os meus dois pequenos guerreiros. Os olhos abertos e atentos a um ponto qualquer do lugar, mas eu acredito ser Castle. Meus olhos se encheram de lágrimas no mesmo momento. Como eu queria estar com eles.

Não sei o exato momento que meus tios se aproximaram, mas os dois estavam do meu lado junto com Alexis olhando para a tela do meu celular com um sorriso bobo no rosto. Escuto meu tio dizer que eles se pareciam com Castle, mais um que acha isso. Não posso dizer que acho ruim ouvir isso, era tudo o que eu mais queria.

Ouço Castle conversar com eles enquanto eu perco totalmente minha fala apenas observando os dois serezinhos que fez minha vida ter ainda mais sentido. Sinto um dor no meu peito por não poder estar perto, pega-los quando eu quero e sentir suas mãozinhas novamente, mas ao meu tempo me sinto feliz por eles estarem bem e evoluindo cada vez mais. Logo nós estaríamos juntos.

 

DOIS DIAS DEPOIS.

 

Mais uma vez eu acordo com luz forte entrando no quarto de hospital. Castle sempre esquecia de fechar as cortinas. Olho para o lado e sorrio ao vê-lo deitado e dormindo como uma criança sem preocupação. Custou um pouco até eu convencê-lo a se deitar comigo, estava com saudade do nosso abraço, dos seus carinhos, das nossas conversas antes de dormir.

Estava com saudade do calor dos nossos corpos juntos na mesma cama.

 Ficar nesse quarto de hospital tem sido insuportável, mas as visitas constantes de Castle e toda a nossa família e amigos fazia com tudo ficasse mais agradável. Recebi permissão de ir até a ala neonatal para ver meus filhos – finalmente — e nesse momento não consigo parar de pensar na próxima visita. Por mim, ficaria o dia inteiro com eles, mas não posso. Então aproveito cada segundo dos nossos momentos.

Fiquei em silencio apenas sentindo a respiração suave de Castle em minha pele. Seu braço levemente pousado em minha cintura, e eu fazia um carinho com minhas unhas. Ficamos assim por um longo tempo até escutar uma batida na porta e logo ela ser aberta por uma enfermeira que trazia meu café da manhã.

Rick se levantou e foi direto para o banheiro, mas voltou com a mesma cara de sono de antes. Lindo. Ele se aproximou e me deu um beijo antes de se jogar no sofá e ligar a TV. Era típico dele nos últimos tempos, estava viciado em futebol enquanto eu me viciava em algumas séries. Estávamos tempo demais sem fazer nada.

Alguém bate na porta e ela se abre logo em seguida.

— Posso entrar? – vejo a cabeça de Érica na porta e sorrio.

— Claro, entra. – bloqueio a tela do meu celular e Castle deliga a TV. Desde que tive os gêmeos Érica esteve presente, e vinha todas as manhãs saber como eu estava.

— Trago boas notícias. – ela força um sorrio e eu estranho. – você já pode ir para casa. Claro que ainda precisa de cuidados, não pode pegar peso, precisa de ajuda para levantar, sentar, tomar banho... os mesmos cuidados que tem aqui no hospital, mas em casa. Você vai se sentir muito melhor.

Abro ainda mais o sorriso e suspiro aliviada. Nós finalmente iríamos para casa. Nós iríamos, certo? Eu e meus filhos. Certo? Só em pensar na possibilidade de ir para casa sozinha faz o sorriso em meu rosto diminuir.

— Jack e Reece estão bem para ir para casa? – Érica me encara séria, mas não responde. Chamo mais uma vez sua atenção. – Érica?

— Kate vamos esperar o médico dos meninos, ok?

— Porque? Aconteceu alguma coisa? – sinto a mão de Castle segurar a minha, firme, me passando uma certa tranquilidade.

— O Demming já está vindo, eu o encontrei no caminho. – assim que ela acaba de falar ele entra pela porta do quarto que estava aberta. – olha ele aí.

Érica dá um passo para o lado e Demming se aproxima, forçando o sorriso também. Ele nos cumprimenta e logo fica ao lado da minha médica.

— Demming o que está acontecendo? Vocês estão sérios, eu sei que aconteceu algo.

— Kate eu vou ser direto. – ele fala sério e respira fundo. – Reece teve uma noite difícil.

Aquilo foi como um soco no meu estomago. Me faltou ar e o pouco que ainda tinha estava preso em minha garganta. Eu não conseguia respirar. Tudo a minha volta parou.

— O que ele teve? – ouço Castle perguntar. Meu olhar estava preso no nada, meus pensamentos estavam confusos, mas ainda assim podia ouvir tudo com clareza.

— Ele voltou a sentir dificuldade para respirar, nós fizemos alguns exames e fechamos o diagnóstico de síndrome da dificuldade respiratória.

— E o que isso quer dizer?

— Que Reece vai precisar continuar sendo observado com cuidado, precisamos trata-lo para que ele se recupere inteiramente. Ele teve uma grave crise durante a noite e nós... – ele parou sua fala e automaticamente minha atenção caiu sobre ele.

— Fala. – peço para que ele continue.

— Foi difícil, mas nós conseguimos controlar a situação. No momento ele está estável, mas está intubado usando um aparelho para ajudá-lo a respirar.

Sinto as lágrimas descendo pelo meu rosto e não faço questão de limpa-las.

— E o Jack?

— Jack está bem. – ele abre um sorriso. – os dois estão ganhando peso e ficando com o sistema imunológico forte, eles são guerreiros, logo sairão daqui.

— Então eu tenho que ir embora e deixar meus filhos aqui? Não, isso não vai acontecer. – não deixo que eles respondam. Eu não vou a lugar algum sem meus filhos.

— Kate nós temos uma ótima equipe cuidando dos seus filhos vinte e quatro horas por dia. Você pode continuar visitando eles, Érica já conversou comigo sobre isso.

— Não! Eu cheguei aqui com eles e só vou sair com eles. – o choro que eu segurava preso na garganta finalmente solta e o soluço preenche o quarto.

— Kate... – Érica se aproxima e segura minha mão. Ela senta na beira da cama e vejo quando Castle se afasta para falar com Demming. – Kate você já confiou tanto em nós para desistir aqui. Você precisa acreditar que está fazendo o melhor...

— E o melhor é abandonar meus filhos? Não Érica, isso não vai acontecer. Eu vou ficar.

— Você não está abandonando ninguém. Seus filhos estão sendo bem cuidados, você pode vir aqui todos os dias. Isso é abandonar? – permaneço em silencio encarando ela. – você precisa pensar nos seus filhos. Todos eles. Jack e Reece estão recebendo a atenção que merecem e precisam aqui, e a Alexis também merece receber o mesmo.

— Não fala isso, Érica. – fecho os olhos e deixo as lágrimas descerem soltas. – meu filho quase morreu durante a noite, você abandonaria seu filho? Você iria para casa sabendo que ele pode morrer a qualquer momento.

— Reece já está recebendo o tratamento adequado. Ele tem reagido bem desde que foi atendido, você precisa confiar na equipe. Ficar aqui não vai adiantar nada, e Alexis precisa de você, precisa do pai. Ela precisa entender o que está acontecendo e ver que os pais são fortes.

— Érica...

— Confia na gente. – ela pede e eu balanço a cabeça devagar. -  ótimo, vou pedir a uma enfermeira que te ajude no banho e logo depois você pode ir ver eles, ok? Até o final da manhã você terá alta. – confirmo com a cabeça mais uma vez e ela sorrir me abraçando.

 

***

 

Vesti mais uma vez aquele avental rosa e entrei na ala neonatal. Castle estava bem ao meu lado, nós olhávamos nossos filhos. Jack dormia tranquilamente. Reece também dormia, mas vê-lo com o aparelho que ajuda sua respiração era bem forte. Demming me avisou eu poderia me assustar, mas a única vontade que eu tinha era tira-lo dali e segura-lo em meus braços até que ele ficasse bom, mas eu não posso.

— Kate, não precisa chorar. – senti o carinho de Castle em meus cabelos. Balancei a cabeça concordando. Eu realmente não precisava chorar, mas não conseguia me conter. Ver meu filho tão frágil partia meu coração.

— Você não acha que eles cresceram um pouco? – pergunto sem tirar os olhos dos dois.

— Eu percebi isso, mas achei que estava ficando louco. – sem conseguir me segurar, eu rio. Castle era o único capaz de me fazer rir em um momento como esse. – é assim que eu gosto de te ver, sorrindo. – ele acaricia meu rosto e eu o olho. – você tem o sorriso mais lindo do mundo.

— Eu te amo. Obrigada por estar sempre comigo.

— Nunca me agradeça por isso. – ele beija minha testa. – eu te amo demais. E amo nossos filhos também. Reece é forte, assim como Jack, logo logo nós vamos estar saindo daqui com eles nos braços.

— Estou ansiosa por isso.

— Eu também.

Castle passa o braço por meu ombro e beija meus cabelos.

E assim nós ficamos, abraçados olhando nossos meninos dormirem até chegar a nossa hora de ir embora.

 

***

 

Chegar em casa era realmente bom. Depois que aceitei vir para casa, Castle ligou avisando que chegaríamos antes do almoço e minha tia disse que faria algo especial. Era sábado, Alexis estava em casa, e tudo o que eu queria era matar a saudade de ficar com minha filha por horas sem me preocupar que ela vá dormir longe de mim.

— Mãe! – Alexis pula do sofá assim que entro pela porta.

A menina corre em minha direção, mas é freada pelo pai.

— Cuidado, Alexis.

— Eu não posso abraçar a mamãe? – eu ri da sua carinha triste e abri os braços.

— Claro que pode, vem aqui. – a ruiva me abraçou pela cintura e eu me abaixei o suficiente para beijar seus cabelos, mas isso me causou incomodo, então logo voltei a minha posição normal.

— É verdade que meus irmãos vão ficar no hospital mais tempo? – ouvi quando Castle conversava baixinho com minha tia e explicava o que tinha acontecido, provavelmente ela deve ter conversado com Alexis.

— É verdade, meu amor. – sorri fraco. – mas logo eles estarão aqui, ok?

Ela concordou um pouco triste, mas não perguntou mais nada.

Caminhei devagar em direção a sala onde o restante do pessoal me aguardava. Martha e Jackson, meus tios e Jenny. Sei que certamente Josh e Lanie viriam no fim do dia, e agradeci mentalmente por isso. Estava cansada demais para receber tantas visitas. Cumprimentei todos eles e me sentei no sofá junto com Alexis.

— Amor, vou colocar suas coisas no quarto de baixo e...

— Não, pode colocar no nosso quarto. Prefiro ficar lá.

Castle não discutiu e fez o que eu pedi. Sei porque ele queria que eu ficasse no quarto de baixo, era mais fácil andar pela casa, mas lá em cima eu ficaria perto de Alexis e ficava no nosso cantinho, eu já estava com saudade.

— Como você está, Kate?

— Estou bem. – sorri fraco. – poderia estar melhor se meus filhos estivessem comigo. Todos eles. – completo olhando para Alexis. – mas sei que eles precisam ficar lá e eu aqui. Alexis precisa de mim também.

— Eu senti saudade, mãe. – ela me abraça com cuidado.

— Também senti, pequena. – beijo seus cabelos ruiva.

— Imagino o quanto foi difícil deixá-los lá, mas é necessário. E você vai poder ir vê-los, certo?

— Sim, duas vezes ao dia. Como antes.

— Eu posso ir também?

— Não, filha. Infelizmente não deixam crianças entrarem...

— Mas eu não sou mais criança! Sou quase uma adolescente. – a ruiva fala surpreendendo a todos e nos levando a risadas.

— Quem te falou isso?

— Ninguém. Eu vi num site quando usado o tablete do meu pai.

— E o que dizia nesse site? – Martha pergunta curiosa.

— Que a partir de nove anos não são somos mais crianças, somos quase adolescentes.

— Ok pessoinha quase adolescente, presta bem atenção no que a mamãe vai dizer. – ela voltou sua atenção inteiramente para mim. – você ainda é muito nova, ainda é minha menininha... e sim, os sites podem dizer que você quase uma adolescente, mas não deixe de curtir sua infância por causa disso.

— Tudo bem, mas a senhora poderia usar esse argumento para me deixarem visitar meus irmãos. Pode ir lá e dizer que a irmã quase adolescentes deles quer ir visitar.

A maneira madura como ela falou me deixou completamente sem palavras. Argumento. Quase adolescentes. Essas palavras rondavam minha cabeças e todos os outros presentes na sala riram de mim. Ou melhor, da minha cara.

— Que tal? – ela insiste.

— Vou tentar, ok?

Alexis concorda com a cabeça, feliz porque conseguiu, mais uma vez, o que queria.

— Daria uma ótima advogada. – meu tio pisca para mim e eu suspiro.

— Quem daria uma ótima advogada? – Castle chega na sala no meio da conversa.

— Sua filha quase adolescente. – tia Thereza provoca e ele vidra seu olhar em mim, com seus olhos azuis arregalados.

— Não olha para mim, foi você quem emprestou o tablete a ela. – levanto meus braços em redenção e os outros riem, menos Castle. Claro.

Antes que ele pudesse dizer alguma coisa, Jenny aparece avisando que o almoço já seria servido. Todos se levantam indo em direção a mesa e Castle se aproxima para me ajudar a levantar.

— Que história é essa de adolescente? – ele me olha enquanto caminhávamos devagar até a mesa.

— Uma longa história, meu amor. Depois eu conto. – sorrio e beijo seu rosto.

Castle contrariado era uma das coisas mais fofas que eu gostava de ver.


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