I Can't Love You escrita por Mrscaskett


Capítulo 101
Capítulo 101 — Finalmente.


Notas iniciais do capítulo

Oieeee

Voltei com mais um cap que eu acho que todos esperavam. Esse na realidade era para fazer parte do cap 100, mas achei melhor dividir. Bom, gostaria de dizer que como a maioria já sabe, eu tenho dificuldade de escrever cenas com crianças, então estou dando o meu melhor e espero que gostem.

Assim que tiver um tempinho vou responder todos os comentários, inclusive os antigos.

Gostaria também de lembrar que na minha página no Wattpad eu estou posta outras histórias, adaptações, e provavelmente novas histórias irão ser postadas também. Então quem quiser dá uma olhadinha o link é esse ->
https://www.wattpad.com/user/mrscaskett

Beijos e aproveitem o cap ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/700343/chapter/101

 

KATE.

 

Finalmente.

Essa palavra descrevia todo o misto de sentimentos dentro de mim. Finalmente não é nem um sentimento, mas ela se encaixa perfeitamente aqui.

Finalmente eu vou poder trazer meus filhos para casa.

Finalmente nossa família vai estar toda reunida.

Finalmente tudo está voltando a dar certo.

Finalmente estava tudo voltando ao normal.

Finalmente eu estava sentindo aquela plenitude de novo.

Finalmente.

Quando Jack e Reece nasceram, eu podia apostar que nada superaria esse dia. Nem mesmo as conquistas diárias deles. Eu sempre pensei que o dia do parto era o melhor e mais pleno dia de toda mulher. Mas eu estava enganada. Nada supera a sensação de poder, finalmente, ter seus filhos em seus braços e poder trazê-los para o lugar deles.

O lar deles.

Mas esse provavelmente não seria o melhor dia da minha vida, mas com certeza estaria entre os dez melhores e nunca sairia de lá. Muitos outros momentos estavam por vir, e eu descobriria cada um deles com meus filhos ao meu lado.

Todos eles.

Os meus três filhos amados.

Finalmente.

Me peguei chorando no meio do caminho. O silencio do carro não era desconfortável, mas me fazia pensar em tudo que já passei até aqui. Tudo, exatamente tudo, o que passei me trouxe até aqui. Então nesse momento eu não me arrependia de nada, apenas agradecia. O choro era de alegria. Muita alegria.

A mão de Castle segurando a minha, me passava a calmaria que eu precisava naquele momento.

— Você tem certeza que aprendeu a colocar as cadeirinhas direito? Você parecia bem confuso quando pendeu elas no carro.

Isso era verdade. Castle demorou mais que o necessário para prender as duas cadeirinhas no banco de trás do carro, mas garantiu que tinha aprendido.

Ele rir e sai do carro. Estávamos estacionamento do hospital.

— Kate, você está começando a ficar paranoica com essas cadeiras. – ele dá a volta no carro e segura minha mão. – relaxa, elas estão seguras e nós vamos ter que tira-las de qualquer jeito, então... relaxa.

— Eu vou fingir que não me chamou de paranoica. – cerrei meus olhos em sua direção e ele rir.

— Sério que você só escutou essa parte? – ele me puxa pela cintura e sela nossos lábios rapidamente. – amor, você prefere ficar aqui no estacionamento ou ir buscar nossos filhos?

Meu sorriso cresceu automaticamente.

— Vamos pegar nossos filhos. – falei firme.

Castle me beijou mais uma vez. Ele tirou as duas cadeirinhas do carro e me entrou uma, para logo em seguida segurar minha mão. Tudo ainda era tão inacreditável que até o caminho ficou mais longo. Quando finalmente estávamos próximo às portas automáticas, eu simplesmente congelei.

Meu corpo não obedecia aos meus comandos.

Podia jurar que não sentia mais meu coração batendo dentro do peito.

Castle parou em minha frente sem entender.

— O que houve? Esquecemos algumas coisas? – eu não respondia, nem ao menos olhava em seus olhos. Minha atenção estava totalmente presa na movimentação atrás dele. Pessoas andando de um lado para o outro. Médicos, enfermeiras e atendentes. Algumas mães saindo com seus bebês no colo.

Eu não estou pronta! Minha mente gritava.

— As cadeirinhas estão aqui, a bolsa deles está comigo, verifiquei ela também. Fraldas e roupas, como eles pediram. Trouxe todos os documentos... acho que não está faltando nada, vamos amor.

Castle tentou me puxar novamente, mas eu não consegui me mexer.

— Kate...

Meus olhos caíram sobre os azuis dele e finalmente senti meu coração voltou a bater.

— Eu não posso... Rick, eu não estou preparada. O que eu sei sobre ser mãe? Eu nunca tive filhos...

— Kate... – ele tenta, mas eu continuo.

— Alexis chegou crescida, não precisamos trocar fraldas, nem passar noites acordadas. E se eles chorarem e eu não souber o que fazer? Nós estamos com eles apenas duas vezes por dia, e até aí tudo bem, mas eles vão ficar vinte e quatro horas com a gente. Eu sei que não deveria dizer isso, mas e se eles estiverem mais seguros aqui?

— Amor, eles estarão seguros com a gente.

— Minha tia voltou para casa, eu não sei se consigo dar conta dos dois sozinha. E ainda tem Alexis, e nós dois... eu não sei...

Meus olhos encheram de lágrimas. Eu os fechei brevemente e senti meu rosto ser molhado, mas Castle tratou logo de limpar.

— Ei... – ele segurou meu rosto com as mãos. – eu vou estar ao seu lado em todos esses momentos. Vai ser difícil, nós não sabemos de nada, mas vamos aprender. Kate eu sei que nenhum de nós tem experiência, mas temos a minha mãe e até a Jenny. Ela cuidou de duas crianças, pode nos dar algumas dicas. Sem falar em todos aqueles livros que você leu sobre como ser uma boa mãe.

Ele revirou os olhos e me fez rir. Apenas ele conseguiria isso nesse momento.

— Aquilo está me preparando para Alexis. Ser mãe de uma adolescente cheia de opiniões vai ser difícil.

— Certo. Nesse caso eu também vou querer ler esses livros.

Sorri e concordei.

— Kate, eu sei que você pode achar que eles estão seguros aqui, mas não estão. Eles estão seguros com a gente. Na casa deles, com a família deles. Então... – ele se abaixou para pegar a cadeirinha apoiada no chão e segurou minha mão. – vamos entrar e pegar nossos pequenos porque estou louco para levar eles para casa. E nós vamos errar e acertar, mas vamos aprender todos os dias até que nos tornaremos os melhores.

— Tem certeza?

— Absoluta. – seu sorriso me deu confiança.

Respirei fundo e apertei sua mão.

Nós caminhamos pelos corredores conhecidos do hospital. Posso apostar que conheço a ala pediátrica tão bem quanto qualquer médico aqui. Demming nos recepcionou e duas enfermeiras buscaram a mala que trouxemos com roupas e fraudas para os meninos, e outra começou a dar entrada na documentação para alta.

Demming dava algumas informações que precisávamos, e o cuidado que deveríamos ter com eles nos primeiros dias. Ouvi o começo da conversa, mas logo meus olhos se perderam nas duas enfermeiras arrumando meus dois meninos nas cadeirinhas que nós levamos. Torcia mentalmente para Castle estar prestando atenção em tudo, porque eu não conseguia.

As enfermeiras finalmente se aproximaram carregando as duas cadeirinhas pelas alças. Sorri. Elas apoiaram numa mesa ao nosso lado e eu pude ver meus dois meninos perfeitamente acomodados dormindo. Me inclino na frente de Reece sentindo seu cheirinho e beijando suas mãos, fazendo o mesmo com Jack.

— Eles realmente estão bem? – Rick pergunta sem tirar sua atenção de Jack, que bocejava sonolento.

— Eles estão ótimos. Deixamos eles mais dois dias aqui para ter certeza disso e não há mais razão para eles ficarem aqui.

— Então vamos para casa, não é filho. – falei passando o dedinho na bochecha de Reece, que sorriu sem ao menos acordar.

Demming nos acompanhou até o elevador falando um pouco das manias deles. Os dois dormiam a noite inteira, era raro quando acordavam. Mas sempre que isso acontecia, um sempre acabava acordando o outro. Não me preocupei com isso, eu ficaria acordada a noite inteira se preciso.

Segurei a mão esquerda de Reece e vi sua pulseira de outro brilhar. Martha tinha dado uma pulseira a cada com seus nomes. Segundo ela, era para ajudar Rick a não confundir as crianças. Olhando para eles agora, dormindo tranquilamente, eles se pareciam muito. A única diferença entre os dois era que Reece era um pouco mais cabeludinho que Jack, mas com o capuz escondendo seus cabelos não tinha como diferenciar. Mas sei que aos poucos nós vamos nos acostumar com o jeitinho de cada um, com suas particularidades, suas manias e seus modos.

Essa tarefa seria um pouco mais difícil para Castle, que já encarava os dois a testa franzida me fazendo rir. Ele segurou as duas cadeirinhas com os meninos e me entregou a bolsa. O sorriso no rosto de Castle era tão encantador que me peguei me apaixonando um pouco mais por ele.

Assim que chegamos ao carro, eu abri a porta e ele acomodou Jack, e logo foi ao outro lado para acomodar Reece. Mesmo vendo cada passo dele ao prender as cadeirinhas, eu fiz questão de conferir tudo novamente. Depois de estar certa que eles estavam seguros, eu me acomodei no banco do passageiro. Minha vontade era de ficar no banco de trás com os dois, mas me contive.

A todo instante eu olhava para trás, vendo se estava tudo bem com eles. Quando estávamos próximos de casa eu peguei o celular e mandei uma mensagem para Martha. Mais cedo, antes de sair de casa, eu já tinha avisado a novidade a ruiva. Mas como Alexis ainda estava dormindo, resolvemos fazer uma surpresa para ela. Então ficou combinado de Martha leva-la próximo ao almoço, assim quando ela chegasse os gêmeos já estariam acomodados em casa.

Alexis vai pular de alegria quando souber que seus irmãos estão em casa. Todos os dias ela me fazia um questionário sobre como eles estavam e se eu falava sobre ela para eles. Fechei os olhos e sorri imaginando o quanto aquelas crianças seriam mimadas por todos naquela casa, inclusive por mim.

Quando finalmente estacionamos o carro na garagem de casa eu suspirei. Parece que tudo aquilo virou mesmo realidade, e eu sairia do carro com meus dois meninos. Castle e eu trocamos um breve olhar e então saímos do carro. Ele novamente fez questão de levar os dois para dentro de casa.

Jack e Reece estavam atoa para a situação que acontecia. Os dois dormiam como verdadeiros anjos, o que era estranho já que nesse horário normalmente acontecia as visitas e eles sempre estavam acordados e famintos. Entramos na casa silenciosa. Era estranho. Muito estranho. Ser recebida com abraços e beijos de Alexis era realmente estranho.

Nós subimos direto para o quarto dos meninos. A janela já estava aberta e iluminava todo o quarto, mesmo que as cortinas finas e brancas estivessem fechadas. Arrumei o berço dos dois, mas no fim acabei decidindo coloca-los em um único berço, assim eles não estranhariam completamente o ambiente quando acordassem.

Peguei Reece nos braços e beijei sua cabecinha sentindo seu cheirinho único de bebê. O coloquei deitado no berço e ele nem ao menos resmungou. Continuou com seus olhos pregados de sono. Me aproximei de Jack para fazer o mesmo, assim que me aproximei na cadeirinha e fiz um leve carinho ele abriu os olhos azuis escuros e sorriu.

— Oi meu amor. – falei com a voz macia. Jack se espreguiçou e bocejou longamente e depois voltou a abrir os olhos. Era incrível como ele me lembrava Castle até mesmo nos gestos. Desprendi o cinto em sua volta enquanto conversava com ele. – desculpa te acordar bebê... – passei os dedos de leve em seu rosto. – seu irmão ainda está dormindo... – ele soltou outro bocejo como se quisesse dizer que queria voltar a dormir também. Eu ri. – e você também quer voltar a dormir, não é? Vem cá.

Eu o peguei nos braços e deitei sua cabecinha em meu peito. Ficamos assim por um tempo. Ousei cantar uma música baixinha para ele enquanto mexia meu corpo pelo lugar.

— Falei com minha mãe agora... – Castle entrou no quarto e eu coloquei o dedo nos meus lábios, pedindo silencio. – ela está vindo com Alexis.

Ele baixou seu tom de voz e sorriu se aproximando.

— Ele acordou, mas ainda estava com sono então eu o peguei para ele voltar a dormir.

Castle sorriu ainda mais acariciando os poucos cabelos de Jack.

— Você tem ideia de como fica linda segurando ele nos braços? – senti seus braços rodearem minha cintura e logo um beijo em meu roto. – porque Reece não está participando da festa?

— Porque não é festa, Castle. – ele não me deu bola, apenas de virou e pegou Reece nos braços também. – amor, deixa ele dormir... se ele acordar e chorar você vai cuidar dele.

Ameacei, mas ele não ligou.

— Eu cuido. Eu ficaria a vida inteira olhando para os dois. – os olhos azuis de meu marido brilhavam, e o sorriso bobo em seu rosto era o mais lindo de todos. – e ele vai ter muito tempo para dormir depois. Agora eu só quero curtir vocês aqui.

Ele deitou Reece em seu peito também e se aproximou.

— Obrigada, Kate.

— Pelo quê?

— Por me dar uma família. Por estar comigo... por tudo. Eu nunca vou cansar de agradecer.

Sorri e me aproximei mais dele, colando nossas testas. Os dois seres pequenininhos em nossos braços nos impediam de se aproximar mais, mas isso não era problema.

Suspirei e sorri.

Se isso fosse um sonho, eu não queria acordar nunca mais.

 

***

 

Mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe...— escutei a voz de Alexis e seus passos apressados na escada.

Fecho a porta do quarto dos meninos e vou em direção a sua voz. Assim que a vejo subindo as escadas com pressa eu sorrio.

— Oi, oi, oi, oi, oi, oi. – respondi já me abaixando e abrindo meus braços para recebe-la.

Alexis chega como um furacão, quase me fazendo cair para trás.

— Diz, que sim, mãe. Por favor. – os olhos azuis pidões que eu não consigo resistir estavam ali.

— Eu posso saber primeiro o que é e depois eu dizer se sim ou não?

Ela sorrir e respira fundo.

— A Taylor Swift vem fazer um show aqui e eu quero muito ir. Vai ser pequeno, então vamos comprar logos os nossos ingressos, por favor.

Eu ri quando ela juntou as mãos e quase implorou que eu dissesse sim.

— Ela viu isso na televisão hoje cedo e não parou de falar desde então. – Martha disse terminando de subir as escadas.

Me levantei e cumprimentei rapidamente minha sogra antes de voltar a minha atenção para a ruiva.

— Amor, claro que eu vou te levar no show da Taylor Swift. Você adora ela.

Isso era verdade. Há algum tempo Alexis começou a ouvir as músicas da cantora e se tornou a maior fã. Cantarolava por todos os cantos da casa as músicas dela.

— Obrigada, mãe. Obrigada. – ela apertou seus braços em minha cintura o máximo que pode.

— Mas primeiro eu preciso ver direitinho sobre o show, quando vai ser, onde vai ser... e também falar com seu pai. – ela concordou. – mas e então, como foi a noite na casa da sua avó? Se comportou?

— Claro, mãe. Não sou mais um bebê. – ela revirou os olhos do jeitinho que eu faço e eu ri. – Nós fizemos várias coisas legais, comemos até pipoca com brigadeiro.

Ela falava com animação. Sempre era assim quando ia ficar com Martha, voltava cheia de histórias e orgulhosa por ter feito tudo o que queria.

— Minha avó disse que lá eu posso tudo, e aqui quase tudo. – eu ri um pouco mais alto e olhei a ruiva mais velha.

— Esse é o papel das avós, Kate. Estragar os netos. – se justificou.

— Tudo bem, não vou discutir. Mas agora eu sei de quem seu filho puxou essa mania de deixar ela fazer tudo. – cerrei os olhos em sua direção, mas ela sabia que eu estava só brincando. Martha joga os ombros despreocupada e rir.

— Filha, agora eu tenho que te contar uma novidade. – sorri e me abaixei em sua frente novamente.

— O que é?

— Bom, eu ia esperar seu pai, mas ele está numa ligação importante e parece que vai demorar.

— É bom ou ruim?

— É muito bom. – meu sorrio cresce automaticamente. – lembra que a mamãe falou que um dia seus irmãos viriam para casa? E que não ia demorar muito?

Alexis balançou a cabeça concordando. Coloquei seu cabelo para trás da orelha e acariciei seu rosto.

— Esse dia chegou...

— Nós vamos poder trazer eles? Sério? – seu rosto se iluminou.

— Sim, é sério. Mas tem mais uma coisa... – ela me olhou com expectativa. – eles já estão aqui...

— Sério? E eu posso ver eles.

— Pode. Claro que pode. Mas com cuidado, eles estão dormindo, ok?

Alexis concordou e eu levantei segurando sua mão. Nós seguimos até o quarto dos gêmeos, que ficava exatamente em frente ao dela. Martha estava logo atrás de nós, eu podia sentir sua ansiedade também. Abri a porta do quarto devagar e ela entrou. Seus passos curtos e cuidadosos para não fazer barulho.

Ela se aproximou do berço e ficou olhando os dois, em silencio. Martha também fez o mesmo. Já eu, bom, eu estava ansiosa por uma resposta da minha ruiva.

— Então... gostou de ter eles aqui, filha? – ela balançou a cabeça e sorriu.

— Eles são grandes. – ela sussurrou me olhando rapidamente.

— Da última vez que você viu, eles ainda eram pequenos. Desde aquele dia eles cresceram bastante.

— Eu vou poder segurar eles? – ela não conseguia tirar os olhos dos irmãos. Agora seus dedos faziam carinho na mão de Jack, que estava mais perto dela.

— Vai. Sempre que você quiser vai poder segurar eles, e brincar também.

Arrumei os cabelos ruivos e me abaixei para beija-la rapidamente.

— Kate eu devo dizer, para quem queria uma pequena miniatura do Richard pela casa, você ganhou duas cópias fieis. Eles são a cara dele. – eu ri e concordei. Como poderia discordar?— mas você sabe que vai ter que aguentar ele falando isso o resto da vida, certo?

Fiz uma careta e concordei.

— Acho que estou pronta para isso.

— Você teve sorte, Kate. – me viro e vejo Castle encostado na porta. há quanto tempo ele estava ouvindo a conversa? — nem todo mundo pode dizer que seu filho é tão bonito quanto Richard Castle. Aliás, eu também tive sorte. Meus três filhos são parecidos comigo. Lindos, inteligentes, com um olho azul capaz de deixar qualquer um apaixonado.

Revirei os olhos e Martha riu.

— Filha, pronta para fazer muita bagunça com seus irmãos? – agora ele estava ao lado de Alexis no berço, abaixado para ficar de sua altura.

— Sim, mas só quando minha mãe não estiver em casa.

— Ei! Eu ouvi isso.

A ruiva nem pareceu ligar.

Sentei a poltrona para amamentação que tinha no quarto e fiquei observando a cena. Alexis, Castle e Martha babando pelos dois meninos dormindo. Eu estava ferrado, os três estragariam meus filhos. Deixariam eles, inclusive Alexis, destruir minha casa.

E sabe o que é pior?

Eu não ligo.

— Mãe, você está feliz agora? – Alexis veio em minha direção e sentou em meu colo.

— Como assim, amor? – fiz carinhos em seus cabelos enquanto ela me olhava.

— A senhora sempre brincava comigo, ria, assistia nossos filmes... mas eu sabia que estava triste porque meus irmãos não estavam aqui. Mas agora eles estão. Você está feliz de novo?

Eu sorri.

As vezes esqueço que eu tenho uma criança de nove anos, mas com uma maturidade além de sua idade.

— Eu estou muito feliz, meu amor. Feliz por ter você e seus irmãos comigo.

— Eu também estou. – ela abriu um sorriso e me abraçou.

Se aquela menina não fosse um presente de Deus, eu não sei o que poderia ser.

— Que tal a gente descer e ver o que seu pai fez para o almoço? Eu estou morrendo de fome, e você?

— Um pouco, comi sorvete na casa da minha avó antes de vir.

Ergui minhas sobrancelhas.

— Bom, acho melhor eu ir embora antes que Katherine proíba minha neta de ir me visitar. – Martha falou se retirando e eu ri.

— Não pense que vai fugir de mim, Martha Rodgers.

Ela riu já no corredor e nós saímos do quarto, deixando os meninos dormindo.

A babá eletrônica agora era parte de mim, além do meu celular que me dava acesso às câmeras ligadas no quarto dos meninos, sendo uma visão do quarto geral e mais duas que me davam visão de cada berço.

Fomos até a cozinha e ficamos sentado no balcão enquanto Castle terminava nosso almoço. Coloquei meu celular no apoio com a imagem dos meus dois meninos dormindo tranquilamente.

— Mãe, Kate quase pirou hoje achando que não ia ser uma boa mãe. Queria até deixar os meninos no hospital, acredita?

— Katherine! – Martha me olhou assustada. – você não precisa ter medo, é um ótima mãe.

— Eu sei, é que... me assustou um pouco a possibilidade de não saber cuidar deles. De não dar conta de tudo.

— Querida, nós mulheres sempre damos conta de tudo. Três filhos, um marido, uma casa, um emprego... bom, isso não é nada par nós. Agora para eles... – ela apontou para o filho. – isso é quase uma missão impossível.

— Ei! Eu sou um ótimo pai, sabia. – Castle protesta me fazendo rir.

— Claro, querido. Mas se fosse sozinho, você estaria perdido.

Castle fechou a cara emburrado.

— Mãe não se preocupa, eu vou te ajudar, tá? – Alexis falou enquanto beliscava a comida.

Sorri vendo a ruiva tentar ajudar o pai a cozinhar, mas hoje ela estava decidida a atrapalhar.

— Eu só me assustei porque minha tia foi embora... mas agora eu estou bem.

— Bom, se for por isso não se preocupe. Eu virei todos os dias ficar com vocês. Só não posso ficar a noite porquê... bem, você sabe. A lua de mel não acaba nunca naquela casa.

Castle deixou algumas panelas bateram.

— Mãe!

— O quê? – ela se fez de desentendida. – todos nós temos uma vida bem... ativa. – ela escolheu bem as palavras já que Alexis a encarava curiosa. – bom, no momento vocês nem tanto. Mas isso não quer dizer que eu não possa.

Uma risada saiu fácil de mim.

— Ok, Martha, obrigada por suas palavras e disponibilidade, mas não precisa fazer isso. Sério.

— Querida isso não é sacrifício. Jackson passa o dia trabalhando e eu enrolando naquela casa, vir aqui vai ser um alívio na verdade.

— Bom, nesse caso pode vir quantas vezes quiser.

Ela sorriu e brindou nossos copos. O meu cheio de água e a taça dela cheia de vinho branco.

— Se o assunto aí acabou, as duas podem colocar a mesa? – Castle falou ainda emburrado e nós concordamos.

— Até parece que ele não faz sexo. – a ruiva sussurrou enquanto saímos da cozinha.

Arrumamos a mesa rápido e logo estávamos almoçando. Alexis detalhava cada detalhe da sua noite. O quanto tinha sido bom brincar com o “vovô” Jackson. Sim, a ruiva agora estava chamando o namorado de Martha de avô. Segundo ela, ele é tão divertido quanto o avô que ela perdeu e estava sentindo falta de um.

 Martha se despediu logo após o almoço e Alexis foi para o quarto assistir TV. Assim que deitei na cama para descansar um pouco mais, ouvi o resmungo de um dos meninos pela babá eletrônica. Era o começo de um choro, que logo se tornou escandaloso.

Apresse meus passos até o quarto encontrado um Jack totalmente aborrecido por sua fralda estar suja. Dei uma rápida olhada em Reece, ele estava prestes a acordar, mas fiz um carinho em seu rosto e ele voltou a dormir. As enfermeiras sempre me atualizavam sobre as manias dos dois quando íamos ao hospital, e a do Jack era: não suporta fralda suja.

Troquei sua fralda sob o olhar atento dele, que mesmo sem entender soltou um pequeno sorriso quando diz uma careta olhando sua pequena obra de arte naquela fralda. Assim que acabei, ele estava limpo e satisfeito. Bom, quase. Quando ousei colocá-lo no berço de novo, seus resmungos voltaram. Ele não queria mais ficar ali.

Continuei com ele em meus braços enquanto conversava com ele. Mostrei cada detalhe de seu quartinho falando dos animais e da minha paixão por eles. Jack não entendia nada, mais seus olhos atentos quase me faziam acreditar que ele entendia alguma coisa. Quando seus resmungos voltaram eu sentei na poltrona confortável e o ajeitei em meus braços para amamenta-lo.

Jack estava faminto, sugava todo o leite que podia. Fechei os olhos e encostei minha cabeça na poltrona. Amamentar era uma das melhores coisas do mundo. Mesmo sentindo uma leve dor em alguns momentos. Quando voltei a abrir os olhos, encarei Reece ainda dormindo no berço. Sim, ele era o oposto do irmão. Jack era mais agitado e Reece mais calmo. Reece chorava quando algo realmente o incomodava, Jack chorava para chamar atenção para ele.

As sugadas diminuíram e eu vi um Jack adormecido em meus braços. Sua mãozinha levemente encostada em meu seio.

— Que vida boa esses dois tem. – ouvi a voz macia de Castle. – porque não me chamou para ajudar?

— Você parecia ocupado no telefone. – entreguei Jack para Castle que o colocou um pouco perto do ombro, passando as mãos por suas costas pequenas.

— Era o Mark. Ele precisa resolver aquele assunto logo. – arrumei minha roupa e levantei, ficando de frente para meus dois meninos.

— Vamos conversar hoje com Alexis, ok?

Castle concordou e logo um pequeno arroto de Jack se fez presente.

— Agora você pode colocá-lo no berço. – pisquei para Castle e assim ele fez.

— Amor, você já viu quem está acordado? – ele falou já tirando Reece do berço. – filho, você estava aí só escutando nossa conversa?

Ele passou o nariz pelo rosto do menino o fazendo sorrir.

— Jack precisa aprender algumas coisas com você, Reece.

Me aproximei dos dois e Castle me abraçou, mantendo nossos corpos unidos. Exatamente igual o irmão, Reece no olhava atentamente, mesmo que não estivéssemos falando nada.

 

***

 

Eu estava mesmo disposta a conversar com Alexis naquela noite, mas quando os meninos resolveram acordar a nossa atenção foi inteira para eles. Castle os levou para nosso quarto e os colocou deitados no meio da nossa enorme cama. Por eles passarem o dia dormindo, agora estavam bem acordados. Alexis se juntou ao pai e os dois ficaram brincando com os meninos.

Entre mamadas e troca de fraldas, nossa noite se arrastou. Dormi algumas horas durante a noite até ser acordada mais uma vez pelo choro dos bebês. Os dois pequenos moises ao lado da minha cama era a melhor escolha que eu tinha feito, assim eu mantinha eles por perto e não precisava ir até outro quarto.

Olhei o relógio ao lado da cama e eram cinco e meia da manhã. Peguei Jack e depois Reece. Castle se acordou e levantou para me ajudar, apoiando os dois nos meus braços e o travesseiro de apoio. Minha cara ainda era de sono, e podia apostar que cochilei alguns minutos enquanto os dois mamavam e se acalmava.

Alexis dormiu com a gente essa noite, e como uma pedra, ela estava esparramada na cama dormindo.

— Amor, eu vou dar uma corrida. – Castle saiu de dentro do banheiro todo arrumado. – você vai ficar bem com eles?

— Vou, não se preocupa. – termino de arrumar Reece dentro do moises e me levanto. Finalmente eles tinham voltado a dormir.

— Eu não demoro, mas qualquer coisa me liga. – ele balançou o celular e me beijou. – te amo.

— Também.

Castle saiu e eu fui direto para o banheiro tomar um banho.

Nada como um bom banho relaxante pela manhã. Assim que saí do banheiro dei uma rápida olhada nos meninos que ainda dormiam profundamente. Dei a volta na cama e olhei Alexis, que dormia do mesmo jeito. Beijo levemente seu rosto e desci. Tudo o que eu precisava agora era um café.

Castle chegou vinte minutos depois. Jenny já estava com a mesa do café quase pronta, e por mais que seja tentador um Castle todo suado, eu o mandei direto para o banho. Subi pouco depois disposta a acordar Alexis, e quando chego no quarto me deparo com uma cena que provavelmente vai se tornar comum, mas eu ainda não tinha estruturas para aquilo.

Rick estava deitado na cama, ainda com as roupas da corrida, mas isso eu falaria depois, com os meninos sentados em sua barriga apoiados em sua perna que estava dobrada. Alexis estava ao seu lado, conversando com o pai e os irmãos.

— Bom dia amores de minha vida.

— Mãe! – Alexis ficou em pé na cama e abriu os braços que me apertaram forte quando me aproximei. Tão forte que ela conseguiu me derrubar na cama. – mãe, fica aqui com a gente.

— A está mesmo muito boa aqui, não é? – olhei os dois pares azuis escuros curiosos. – vocês já estão fazendo bagunça no quarto da mamãe? É isso?

Jack soltou um gritinho que me fez rir. Me inclinei na direção deles e beijei suas bochechas fofas.

— E meu beijo? – Castle protesta.

— Você não vai ganhar beijo amor, só quando levantar esse bumbunzinho daí e for tomar banho. Sério mesmo que você deitou em meus lençóis limpos todo suado, Rick?

— Eu não tenho culpa. Quando eu cheguei no quarto esses dois começaram a gritar por mim, não ia fingir que não ouvi, né?

— Sei.. – deitei minha cabeça na barriga de Alexis, que estava encostada na cama e acariciava meus cabelos.

— Isso é verdade, mãe. Assim que o papai chegou eles começaram a dar gritinhos, foi divertido.

— Bom, mas agora eu vou deixar esses dois com a mamãe, porque o código marrom está em alerta. – eu ri e ele deitou os dois no meio da cama.

— Você não vai se livrar da próxima, Richard Castle. – falei vendo a porta do banheiro se fechar. – Então meus amores, prontos para o banho?

 — Eu posso ajudar, mãe?

— Pode, vem comigo.

Segurei os dois nos braços e segui para o quarto.

Aquela era apenas a primeira manhã do resto de nossas vidas. Eu podia me acostumar com tudo isso, mas sei que nunca irá acontecer. Tudo vai mudar rápido demais. Então eu tinha que aproveitar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I Can't Love You" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.