Hamartia escrita por helo


Capítulo 3
I know when you're around cause I know the sound


Notas iniciais do capítulo

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Lembrava-se da manhã do dia anterior com pesar, tiveram uma aula diferenciada de trato das criaturas mágicas, o gigante Hagrid, que também era o professor, lhes levara para uma clareira próxima a floresta proibida e os apresentara a uma criatura que Emma só ouvira falar a respeito em histórias, haviam pelo menos uma dúzia de hipogrifos, e assim que colocara os olhos neles, a menina decidira que seriam seus animais favoritos no mundo mágico. Para encurtar a história, Harry Potter, que parece ser bem chegado ao professor Rúbeo Hagrid, foi instruído pelo mesmo a chegar perto e acariciar um dos animais, um de nome Bicuço, além disso, O professor ajudou Harry a montar no hipogrifo e sobrevoar a propriedade. 
Todos os outros alunos ficaram estupefatos e gritando palavras de confiança a Harry Potter, pode-se imaginar quem não gostou de nada disso. Draco, que começara a aula zombando de Harry pelo o medo do mesmo de dementadores e relembrando do episódio no trem para hogwarts em que Harry inclusive desmaiara, um assunto que Draco não se cansava de falar e por mais que Emma não tivesse chego a hogwarts de trem, viera com Stefan, auror que prestava serviço a seu pai, Emma sabia tudo a respeito da história, Draco não lhe deixara passar uma virgula na narração do suposto desmaio de Potter ao ataque de um dementador. 
Bom, no momento em que Harry pousou no meio da clareira saltando de Bicuço, Draco avançou na criatura, se adiantando grotescamente, tocando uma das asas do hipogrifo, ele apenas não considerara a explicação de Hagrid dizendo que hipogrifos eram criaturas egocêntricas e não aceitavam que desrespeitassem sua zona de recalque, pois é, Bicuço se irritou com Malfoy e o atacou com um coice que Draco defendeu se protegendo com os braços. Ele caiu, sangue escorrendo pelas mangas de suas vestes, por um momento, ninguém se moveu, sem saber o que fazer. Alguns pareceram acordar quando Emma adiantou-se em direção a Draco, tentando confortá-lo conforme acariciava seus cabelos claros, Hagrid rapidamente acalmou o agitado hipogrifo com um petisco e o amarrou numa corda presa a uma arvore próxima. Emma tinha lagrimas nos olhos, não sabia o que fazer para ajudar Draco, que gemia no chão segurando o braço machucado com o outro que ainda estava bom. 
— Eu vou morrer. Eu estou morrendo. - Ele choramingava. 
— Acalme-se Draco, você vai ficar bem. - Emma lhe dizia sem realmente saber qual era a gravidade do estado do braço do melhor amigo. - Professor Rúbeo, nos ajude. - implorou. 
— Hagrid ele precisa ser levado a enfermaria. - Ouviu Hermione Granger gritar. 
O professor Hagrid pegou Malfoy em seus braços e saiu caminhando a passos largos rumo a enfermaria. Seria uma cena cômica se não fosse tudo tão trágico. Um fila de alunos da Sonserina os seguia, somente Emma mantinha-se ao lado de Draco, Pansy Parkinson ainda investia com palavras de conforto a Draco, ela dizia "Eu estou aqui Draquinho, eu estou com você meu amor" estava tão nervosa por Draco que não teve nem tempo para pensar no quão patética Parkinson poderia ser. E Draco, bem, ele mantinha-se proferindo o máximo de palavrões que sabia ou inventava contra a escola e o hipogrifo. Deve ter batido algum tipo de record, com o tanto de vezes que disse "meu pai vai ficar sabendo disso".
Já na enfermaria, Madame Pomfrey, a enfermeira chefe responsável pelo tratamento dos alunos, os recepcionou e antes de conduzir Rúbeo a uma maca onde ele poderia deixar Draco, ela teve com todos os espectadores que os seguiram até o castelo, dizendo que aquele era um lugar de recuperação e não de bagunça, ela já estava mandando todos para suas salas comunais, quando Draco se adiantou com sua voz embargada de dor,
— Não, Emma, fique comigo, não me deixe sozinho. - ele disse, tomando desajeitadamente uma das mãos da amiga nas suas. 
E com um sorriso sincero nos lábios e lagrimas escorrendo pelas bochechas ela ficou com ele, e estava até agora. Madame Pomfrey cuidou do braço de Draco, que nem estava tão machucado assim, por um momento Emma esquecera-se do quanto ele poderia ser dramático. Ele teve uma torção, luxação, alguma coisa assim, e teria de ficar internado na ala hospitalar pelos próximos dias. E de qualquer forma, Emma manter-se-ia ao lado de Draco durante toda sua recuperação. 
Era sábado, e uma tempestade tomava conta dos arredores da escola de magia de Hogwarts, fazia frio, mas até mesmo em dias claros e ensolarados o frio tomava conta de Hogwarts, por culpa dos dementadores que andavam guardando a escola, como forma de segurança, afinal eram tempos difíceis no mundo mágico, um psicopata havia escapado de Askaban, a prisão de força máxima dos bruxos, Sirius Black, lembrava-se de ouvir uma conversa de seu pai com sabe-se-lá-quem poderia ser o ministro da magia, como poderia ser um elfo domestico, enfim, era seu último dia de férias, e os ouviram conversar sobre a fuga de Black, e sobre o que poderia ser feito para não deixar a notícia parecer pior do que realmente o era. 
Emma sabia um pouco sobre Sirius Black sim, sabia que ele era primo de sua mãe, sabia que ele era o primogênito dos Black e sabia também que fora uma vergonha para sua família, não só pelos assassinatos que cometeu, mas principalmente por não respeitar as regras impostas pelas famílias de sangue puro, de honrar seu sobrenome e toda essa ladainha, Emma o achava incrível por isso, sabe, por esse negócio dele ser ele mesmo sem se deixar atingir pelo o que a sociedade lhe impunha, e não pelas mortes e tal. 
Era possível ouvir da enfermaria os gritos e torcidas que provinham do campo de quadribol, grifinoria e lufa-lufa disputavam a primeira partida daquela temporada no campeonato entre casas. No grande salão as mesas estavam eufóricas, muitos alunos tinham os rostos pintados com as cores da casa, outros com os símbolos, parecia um verdadeiro carnaval bruxo, Emma não passou muito tempo por lá para ver no que aquilo iria dar, só pescou algumas torradas e partiu para a ala hospitalar ficar com Draco. O amigo estava inconsolável, não falara nada a respeito, mas é claro que Emma sabia, sabia tudo sobre Draco Malfoy e mais um pouco, então é claro que tinha plena certeza que ele não estaria tão para baixo se fosse um jogo da Sonserina, mas como era grifinoria, e ele odiava a grifinoria, deveria estar chatiadissimo em não poder torcer contra a casa, gritar ofensas aos jogadores, zombar de Potter... Tudo isso era Draco, e por mais doentio que fosse, amaria o melhor amigo da mesma forma. 
Jogavam uma partida de xadrez de bruxo, Emma acabara de arrematar uma das Torres de Draco, ele parecia atônito ao jogo, mas Emma não sabia o que poderia fazer para mudar o humor do amigo. Pareciam ser os únicos no castelo, além dos fantasmas e do posteirgaist, Pirraça, todos deveriam estar no campo de quadribol, e parecia ser o lugar onde Draco mais desejava estar no mundo, Emma não agüentaria mais um segundo do mau ânimo do amigo, numa jogada rápida derrubou metade das peças do tabuleiro, e começou a guardar o jogo. 
— O que foi isso? Você desistiu? Se for isso eu ganhei. - Draco desatou a falar parecendo acordar de um transe. 
— Por Merlim, eu não me lembrava como você poderia ficar irritante mal humorado Draco Black Malfoy. 
— Eu não me lembro de ter lhe pedido para ficar, Emma. – Ele disse virando o rosto para o lado oposto ao que a amiga estava. 
— Como você é otário, Draco. E um mal agradecido também. – Emma descarregou. 
— Eu sou otário? Sou eu quem esta preso nesse maldito hospital, fui eu quem aquela galinha assassina atacou, estou sendo feito de ridículo na frente de todos aqueles sangues ruins dessa escola, eu tenho o direito de me sentir mal. – Draco desabafou, elevando um pouco o tom de voz. 
— Mas não tem o direito de tratar mal as outras pessoas Draco. – Emma contra-atacou. 
— Eu discordo, eu vivo tratando todo o mundo muito mal e não estou nem aí para isso. – Ele dizia, impondo todo seu egocentrismo em cada palavra. 
— Porque todos querem lhe agradar, mas não por você, é pelo o seu sobrenome, Draco, pela sua família e você sabe disso! Mas eu não preciso aturar e nem vou. - E com isso Emma levantou-se da maca de Draco, sentavam-se lado a lado talvez pela proximidade que estavam sempre buscando e talvez nunca admitissem isso em voz alta. 
— E você acha que eu não sei? Eu os trato mal sim, a todos, mas porque me tratam pior ainda, mentindo pra mim, proclamando-se amigos, quando são usurpadores. É assim que puros sangues sobrevivem, querida Emma, ou você mata ou você morre. Desculpe-me, mas eu não sou igual a você, eu não consigo viver isolado, ignorando o resto do mundo, com medo de me machucarem, não, eu já os deixo sangrando antes mesmo que pensem em fazer algo contra mim. – Draco tinha a voz marejada e os olhos vermelhos. 
— Draco... - Lagrimas escorriam pelo rosto de Malfoy, ele soltara um peso que carregara a vida toda, e estaria destinado a suportar até o fim de seus dias, Draco sabia que não havia mais ninguém no mundo a quem pudesse confiar fardos, ninguém era real em sua vida, mas Emma era uma constante, era sua maior certeza. 
Emma jogou seus braços ao redor do pescoço de Draco e ainda o ouviu soltar um muxoxo, deveria ter pressionado seu braço machucado de alguma forma, mas de qualquer jeito nenhum dos dois amigos se repreendeu quanto a soltar todo o sentimento que sempre estivera tão explicito nesse relacionamento. Só não se perguntasse nada a respeito, porque sempre o iriam dizer que não-faziam-ideia-do-que-você-estava-falando. 
Draco Malfoy e Emma Mccallister já haviam se soltado de um abraço que poderia ter durado a vida toda, e mantinham-se sentados lado a lado de mãos dadas, não falavam mais nada, palavras nunca foram necessárias aos dois, às vezes até mesmo as discussões eram silenciosas, era um dos momentos que mais apreciavam compartilhar um com o outro, o silencio, onde apenas sentiam a presença um do outro. 
Aconteceu de um segundo a outro, as portas da ala hospitalar foram abertas as pressas e uma avalanche de pessoas veio junto, eram quase todos alunos da grifinoria, sem contar com a professora Minerva e o diretor Dumbledure. 
— Madame Pomfrey? Onde ela esta? - Minerva Mcgonagall perguntava aflita. 
Draco e Emma se sobressaltaram com a movimentação em um lugar que estava vomitando calmaria há menos de dois minutos atrás. 
De repente Madame Pomfrey em pessoa saiu pela porta de seu gabinete encaixando os óculos no rosto, nervosa não só pelo chamado inusitado, mas com certeza pela lotação da ala hospitalar. 
O corpo de Harry Potter jazia desacordado num campo de forca que flutuava ao lado de Dumbledore, entendendo o motivo do chamado, Papoula Pomfrey logo preparou uma maca ao lado da maca de Malfoy, onde o diretor colocou Harry cautelosamente, trocou algumas poucas palavras com a enfermeira antes de se retirar seguido por Minerva. 
Os outros estudantes que assistiram a tudo sem se mover permaneceram na ala hospitalar, e como Emma podia ver o time de quadribol inteiro da grifinoria estava ali, inclusive Fred Weasley, que jogava como batedor em dupla com o irmão gêmeo. Quando seu olhar se encontrou com o de Fred, percebeu que ele já a observava havia algum tempo, ele lhe piscou um dos olhos e mandou-lhe um sorriso daqueles que lhe deixam as pernas bambas. 
Não demorou muito para Madame Pomfrey terminar de acomodar Harry Potter, e tentar expulsar os visitantes da grifinoria, poderia até ter conseguido se não tivesse dito que Potter logo iria acordar e que todos poderiam falar com ele depois, todos tinham alegações e álibi de o porquê seria útil deixá-los aguardar por Harry despertar na enfermaria, sendo os gêmeos Weasleys os que mais defendiam sua causa. 
Madame Pomfrey exausta, acabou deixando-os ficar, desistiu voltando ao seu gabinete, com a promessa de que qualquer baderna os levaria para fora da ala hospitalar com uma detenção de um mês lavando janelas sem magia. E isso foi o bastante para manter a todos os alunos da grifinória calados.
— O que aconteceu com ele? - Emma foi a primeira a quebrar o silencio, mesmo assim mantendo o tom de voz o mais baixo possível. 
— E o que isso lhe importa Mccallister? - disse Rony Weasley carrancudo. 
Emma permaneceu atônita a falta de respeito. 
— Veja só, acredito que mamãe tenha lhe dado mais educação do que isso, Ronald. - disse Fred. - Esses não são modos para se tratar uma dama. 
— Você defende gente da Sonserina agora? Tenho certeza que isso causaria mais alarde ainda lá em casa. - Rony rebateu. 
— Você trata as outras pessoas da forma que deseja ser tratado, irmão, se você tivesse dito isso a qualquer outro sonserino eu não lhe impediria, talvez até complementasse, e Jorge também, mas nunca a vi lhe querer mal algum Ronald, nem mesmo a ninguém, Fale com Emma assim uma segunda vez e o farei se lembrar de onde vem seu medo de aranhas. - dito isso Fred se retirou batendo a porta da enfermaria. 
Ninguém olhava para a porta que Fred acabara de cruzar, nem olhavam para Rony Weasley tão pouco, mas todos tinham os olhos cravados em Emma Mccallister. 
Ser o centro das atenções lhe era exaustivo, mas nunca chegara a ser um problema. Desviou o olhar de todos os alunos e jogadores da grifinoria, com os olhos fechados e sabendo exatamente o que deveria fazer, ou quase isso, ela apertou um pouco mais forte a mão de Draco antes de soltá-la completamente e se levantar passando pela porta que Fred batera segundos antes. Só teve tempo de ouvir um último comentário antes de deixar aquele ambiente carregado. 
— Eu apenas demorei a me pronunciar só para ver aonde é que isso tudo iria dar, e só o que digo a você Weasley, é que não se esqueça de qual é o seu lugar. - e completou. - Isso serve para o seu irmão traidor do sangue também. - Draco disse intimidadoramente. 
No momento que deixou a enfermaria Emma desatou a correr seguindo o som impetuoso dos sapatos de Fred Weasley contra o chão de mármore conforme cruzava o corredor, quando finalmente o alcançou, ficou de frente a ele, impedindo-o de dar mais um passo que fosse, com as bochechas coradas pela corrida, o cabelo bagunçado pelo vento, e sem falar da confusão de palavras em sua mente, ela soltou.
— Fred por que fez isso? – Ela disse com os olhos cravados nos azuis de Fred. 
— Às vezes eu não consigo me controlar, você me faz fazer coisas idiotas sem eu saber se quer o porque. – Ele dizia, conforme colocava um fio de cabelo rebelde que despencava pelo rosto de Emma, atrás da orelha da menina. - O seu nome fica preso a minha mente, e eu só consigo pensar em você, eu lhe sigo secretamente por todos os cantos desse castelo, esperando uma oportunidade para me aproximar. – E agora ele já acariciava uma das bochechas de Emma, carinhosamente. - Eu não sei o que você anda fazendo comigo Emma Mccallister, só o que sei é que venho querendo fazer isso desde a primeira coisa idiota que eu lhe disse. - E sem esperar resposta Fred Weasley tocou os lábios de Emma com os seus, de forma de forma pura, delicada, e cheia de sentimentos.

* * *




Era noite, daquele mesmo sábado, Emma lia instruções de seu livro Bebidas e Soluções Mágicas para o prepara da Poção Sacebak que aprenderam na aula de sexta-feira para Draco. 
— “...Derrame 200 mililitros de Miolo Mole na substância, realizando movimentos leves e horários com a colher no caldeirão até que adquira um tom alaranjado...” – Pausava para respirar e vislumbrar as expressões de horror de Draco conforme lia. 
— Emma, chega, chega, pelo amor de Merlim. - Draco implorou, interrompendo-a. - Eu não saberia como preparar essa poção nem se eu tivesse ido à aula. Estou fazendo você perder tempo lendo tudo isso para mim, eu juro que a última coisa que me lembro de ouvir você dizer antes de minha mente apagar foi "Draco é minha vez de alimentar o dragão". – ele disse fazendo uma péssima imitação da voz da amiga.
—Draco tínhamos oito anos quando eu disse isso, e aquilo nem era um dragão de verdade. – Emma rebateu bem humorada. 
— Pra você ver, então eu ando prestando menos atenção do que deveria mesmo. - ele falou segurando uma gargalhada. 
— Você é um trasgo Draco Malfoy, e quando estiver apto a voltar para as aulas eu espero que o Snape lhe pergunte sobre a Poção Sacebak e voce não saiba responder, e aí quando ele for descontar dez pontos da Sonserina por isso eu vou é rir. – E deu continuidade a discussão. 
— Ah minha doce Emma, se soubesse como me és divertido irrita-lá. – Draco falou de sua forma galante, ele o sabia ser, quando queria. 
— Deve ser muito mesmo, voce vem fazendo isso a vida toda. – Queixou-se. 
— Melhora com o passar dos anos. – E ele finalizou aquele debate com uma piscadela de olhos para Emma. 
Trocaram sorrisos cúmplices antes de Emma repousar o livro de poções na mesa de cabeceira da maca de Draco e começar a acariciar os cabelos de Malfoy do jeito que sabia relaxar o amigo. Não demorou muito para Draco pegar no sono. Emma apoiava a cabeça no ombro do amigo, mais uma vez eles dividiam o pouco espaço da maca de Draco, mas é obvio que nada disso envolvia a proximidade entre os dois.
Perdida em pensamentos, Emma se viu observando Harry Potter, na maca ao lado, ele folheava a edição do profeta diário daquele dia, estava sozinho agora, mas recebera visitas por todo o resto do dia desde que havia acordado após a contusão que tivera no jogo de quadribol contra lufa-lufa. Ronald Weasley e Hermione Granger foram aqueles que permaneceram mais tempo com o menino, eles riam alto mas conversavam aos buchichos, em momento algum olhavam na direção de Draco e Emma, que passaram todo a tarde sentados na maca de Malfoy comendo sapos de chocolate que Narcisa enviara aos dois. 
Emma ficou sabendo, por Draco, que Potter cairá de uns vinte metros de altura após um dementador o atacar quando ele estava sobrevoando o campo atrás do pomo de ouro, Harry era apanhador da Grifinoria, e precisava pegar o pomo, que era uma bola de ouro do tamanha de uma bolinha de golf, um esporte trouxa de que ouvira falar, com a diferença de que essa voava.
Já havia passado da hora do jantar, e Emma, que estava cheia de tanto comer doces, não tinha planos de chegar perto do grande salão naquela noite. Adiaria ao máximo a hora em que teria de se retirar para seu próprio dormitório, não agüentaria mais um enxame de questionamentos vindos de Pansy Parkinson sobre a saúde de Draco, e blábláblá. Ela chegara a visitá-lo algumas vezes, mas Draco ficava extremamente carrancudo quando Pansy estava por perto, principalmente quando Emma o estava também, a pobre menina tentara ocupar o lugar da maca de Draco do outro lado do rapaz, em que Emma não estivesse, mas Malfoy logo alegou que não havia espaço e que seu braço doía, Pansy disse que poderia fazer companhia para Draco a noite, e ele retalhou suas esperanças dizendo não ser necessário, Pansy ainda arriscou em ajudar Draco a se alimentar, colocando a comida na boca dele, e mais uma vez, Malfoy deu outro fora na menina, dizendo que não era um aleijado, que poderia comer sozinho, o engraçado era que quando Emma lhe ajudava com a comida ou ficava até tarde na enfermaria com ele, ele não reclamava por isso, e quando perguntou a Draco sobre o ocorrido, ele apenas disse estar cansado da insistência dos outros em fazê-lo se sentir mal, e que ele acabava sendo mal com todos por isso, Emma considerou que poderia ser verdade, afinal ele gritara com seus então amigos de escola, VicentCrabe e Gregory Goyle, quando esses vieram lhe visitar a tarde e contar de como andaram aterrorizando alunos do primeiro ano, Emma chegou a sentir um pouco de pena, de todos que mesmo falsamente tentavam ser legais com Draco, mas logo passou.
— Ei... – O ouviu chamar, Harry Potter a encarava. – Eu não sabia o quanto você e Malfoy eram próximos. Quem o vê assim, quando esta com você, pode até pensar que ele seja, você sabe, normal. – Ele disse com um pequeno sorriso nos lábios. 
— Talvez porque Draco seja normal. E se esconda atrás de atitudes infantis na escola. – Ela disse lhe devolvendo o sorriso. – Ele não é desse jeito em casa. Ainda é o mesmo Draco de sempre, que pede para comer a sobremesa antes das refeições, e que ainda quer ter uma Quimera como bicho de estimação. Mas não vou dizer que os primeiros dias foram fáceis, quando descobri que meu melhor amigo era um babaca na escola. – Ela falava olhando para o nada, relembrando de seu começo em Hogwarts, e que agora pareciam dias tão distantes.
— Ele realmente o é. Sem querer ofender é claro, você parece ser legal. – Harry lhe lançava um olhar cúmplice, e Emma o correspondia mantinham um tom baixo, com medo de acordar Malfoy. – Mas me conte, como era a sua antiga escola? Antes de você começar em Hogwarts eu jamais parara para pensar que poderiam existir outras instituições de ensino de magia pelo mundo. Como diria uma amiga minha, é fascinante. – Emma sentia que sabia de que amiga ele estivera falando.
— Bem, eu estudava em Beauxbatons, e o nosso castelo fica na França, próximo ao Rio Mediterrâneo, os campos e a praia formam uma linda vista, do inverno ao verão, cavalos alados correm soltos por toda a propriedade, a fundadora Amandine Feullière tinha muito apego a eles, e acabamos endeusando essas criaturas, eram meus animais preferidos no mundo mágico, até eu conhecer hipogrifos. – soltou uma risadinha, e Harry a acompanhou. – Acho que tirando isso e mais algumas coisas não existem muitas diferenças entre as duas escolas, acho que todas devem seguir um padrão, também temos um sistema de seleção, ao invés do chapéu, é um espelho que lê nossa alma e nos encaixa em uma das quatro casas, eu era da casa Noble, lealdade e companheirismo, presamos alguns dos mesmos valores que a Grifinória, mas independente de sua casa, ou de qual família você vinha, não tínhamos essa necessidade de auto-firmação, somos ensinados a tratarmos nossos companheiros como iguais, não me lembro de rolar algum tipo de preconceito em Beauxbatons, a não ser aqueles ligados ao quão bom você era no Quadribol, ah, o que me faz lembrar, todos, ou pelo menos a maioria, eram tão loucos por quadribol quanto os alunos de Hogwarts. - Terminou seu monólogo com uma careta, como se tentasse lembrar de algum fato que deixara passar. - Bom, pensando bem, talvez a Academia Durmstrang seja um pouco mais rigorosa que Hogwarts ou Beauxbatons, e eles têm uma política diferenciada quanto às artes das trevas, conheci alguns alunos de lá, e eles são... Vamos dizer que são diferentes.
— Você fala como se ainda estudasse lá. – Harry comentou um tanto inseguro.
— Talvez porque eu me sinta como se nunca os tivesse deixado. – Emmarespondeu com uma expressão triste no rosto.
— Sinto muito, em fazer você ter que lembrar de tudo isso, mas acho que deveria fazer um esforço para se afeiçoar a escola, Hogwarts é mais que um lar para mim, é o único lugar no mundo em que sou feliz de verdade, não quero parecer dramático mas a minha vida fora do mundo mágico não é tão legal assim, eu fui criado por trouxas, meus tios, e eles todos me odeiam, então você já deve ter uma idéia de como é. - Ele dizia sofregamente. 
— Hm, engraçado, me lembra muito da minha própria vida, sabe, os meus pais não são do tipo que pegam no colo e tal, na verdade eu nunca os vejo, são raras as vezes em que estou em casa e ouço papai no escritório, ou mamãe mexendo em alguma coisa, também são raros os momentos em que fico em casa, estou sempre na escola e passo as férias na casa de Draco, além de melhores amigos, nos também somos primos, tio Lúcio e tia Narcisa são o mais próximo que tenho de uma família, e é assim desde que eu possa me lembrar. - Emma pode ver as expressões faciais de Harry mudar de repente quando mencionou os Malfoy.
— Talvez nossas historias pudessem até mesmo ser engraçadas se não fossem tão trágicas. Imagina todo mundo embeleza o menino-que-sobreviveu e por mais que eu tenha sido criado por trouxas conheço o nome Mccallister, não deve existir um bruxo que nunca tenha ouvido falar da sua família. 
— É uma pena que eles não possam ver o que ocorre por trás dos bastidores. – Pensava a respeito. 
— Mas veja só, toda essa desgraça me trouxe coisas boas também, tenho Rony, tenho Hermione, os Weasleys sempre foram muito bons comigo. E você tem Draco, quer dizer, ele parece se importar bastante com você. – Harry parecia tentar mudar o ruma a que aquela conversa havia tomado. 
— A vida toda me pergunto o que posso ter feito de tão bom para merecer alguém como Draco presente e pronto para me ajudar, aconselhar, cuidar, enfim, qualquer coisa que eu precisar, e eu não preciso nem pedir, nunca foi necessário, ele simplesmente sabe, é algo só nosso. – Confessou. 
— Eu acho que depois dessa nossa conversa vou passar a enxergar Malfoy com outros olhos. – Emma riu. 
— Só não dê muito na cara ou ele ira perceber. – Ainda dava risadas sem som, com medo de despertar Draco de seu sono. – Draco parece super estimar essa rixa que vocês costumam travar.  
— Prometo não exagerar. – Harry brincou. – Ei, Emma. – ele parecia querer dizer algo mas não sabia como falar. – Eu, bem, me contaram sobre o que aconteceu com Fred. – Ele olhava-a nos olhos, esperando que ela negasse. 
— Não entendo Harry, o que você quer perguntar? Pode falar. – Ela disse soando amigável. 
— Eu lhe disse, os Weasleys são família para mim, e fiquei sabendo que Ron e Fred discutiram por você, não quero tomar as dores de um lado nem nada, só queria saber de você, porque sei que se perguntar isso a um dos gêmeos eles com certeza irão me enrolar, e acho que você já os conhece tão bem quanto eu. – Eles dividiram a risada antes de Harry continuar. – Eu queria saber o que esta acontecendo entre você e Fred? Quer dizer, nos últimos meses, o ouvimos falar tanto de você, ele sempre arrumava uma maneira de lhe colocar numa conversa, se estivéssemos falando das aulas do Snape, ele dizia o quão boa você era em poções, quando debatemos sobre a primeira visita a Hogsmeade ele ficou se perguntando se você iria gostar da Zonkos, e mais recentemente estávamos discutindo as jogadas para a partida de Quadribol contra a Lufa-Lufa e ele falou do nada “Emma não gosta de quadribol, como pode existir um ser humano que não goste de Quadribol? Hm, mas ela tem olhos tão bonitos...” – Emma tinha as bochechas ruborizadas. Não sabia que Fred pensava tudo isso dela, nem fazia idéia da importância que tinha para ele, sempre achara que ele só estivesse sendo gentil e galanteador, como sabia que ele o era, mas então se lembrou do beijo que trocaram mais cedo, e sentiu as borboletas de seu estomago despertarem. – Eu não sei, nunca o vimos dessa jeito antes, achei que você conseguiria me dizer o que esta rolando? – Harry parecia não entender mas era difícil para Emma explicar algo que nem mesmo ela saberia dizer o que o era. 
— Harry, eu sinto muito, mas eu não sei o que lhe dizer. Fred e eu, bem, de certo nos aproximamos muito nas ultimas semanas, ele basicamente me observa de longe, e quando se aproxima, costuma me dizer coisas tão lindas, como nunca ouvi antes na vida, e depois desaparece, ao passo que menos espero, lá esta ele de novo, fazendo contato visual e esperando uma nova chance para se aproximar. Tem tanta coisa envolvida nisso tudo, eu poderia passar o dia lhe listando todas as adversidades nesse jogo de prós e contras que travamos. Mas tudo parece ser tão complicado quando envolve Fred e eu. 


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Notas finais do capítulo

Trago novamente uma atualização dupla!
Gostaram? Odiaram?
Comentem suas opiniões, isso estimula muito na minha inspiração e na continuação da fanfic. :)
Mil beijos ♥

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