Titanic de Volta escrita por bia


Capítulo 5
Capítulo 5




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   ‘ – Continua vô! – pediu Lizzy, animada.

   - Tudo bem Lizzy...’

  

   Alguns dias se passaram e eu percebia nos olhos de Rose o medo e a angustia. Sua mãe estava cada vez mais furiosa, seu olhar fumegava sobre mim.

   - Jack, a situação está ficando apertada, mamãe está planejando de arrumar um novo noivo para mim e daqui uns dias o navio chega à América, acho melhor já irmos ao porão.

    - Arrume suas coisas Rose, mas não pegue vestidos e muito pano, precisamos ser discretos e misteriosos, sem causar tumulto.

   Eu sentia o sofrimento de Rose, sabia que ela não gostaria de apelar para tamanha medida, mas sabíamos que se queríamos ficar juntos, algumas regras teriam que ser quebradas.

   Nessa noite descemos ao porão e começamos a trabalhar como se fossemos operários habituais, do dia-a-dia. Fujamos nossas roupas com carvão para ninguém desconfiar.

   Durante vários dias os guardas iam lá embaixo e procuravam por rose, mas ela mantinha sua identidade escondida debaixo de um boné sujo.  Mas uma noite em especial me chamou a atenção.

   - Tem uma mulher aqui! – gritou um dos guardas, ao ver uma mexa de cabelo ainda do boné de Rose.

   Eu queria parecer forte, mas petrifiquei ao imaginar eles levando Rose embora, arruinando nosso plano. Não sabia ao certo o que fazer, então comecei a gritar palavras em espanhol. Eu tinha certeza que eles não falavam outra língua alem do Inglês, Italiano e Frances, então usei palavras banais que Fabrizio que ensinara.

   ‘- Que palavras eram Vovô? Eu sou boa no Espanhol.

   - Não me lembro mais, pequena Lizzy. Mas elas salvaram nossas vidas.’

   O guarda ficou furioso e me jogou no chão. Olhou diretamente para Rose e analisou sua face suja de carvão. Segundos depois a empurrou e continuou andando.

   - Graças a Deus – sussurrou ela, e eu agradeci pelos guardas serem tão ranzinzas e sem paciência.

   Até nossa parada na América tudo ocorreu normal. Trabalhamos de noite para evitar encontros indesejados. Estava tudo dando certo, como eu planejara, e eu não sabia até quando tudo ainda estria estável desse jeito.

   Por incrível que pareça, não havia nada nem ninguém que nos impediu de fugir daquele navio quando ele chegou à América. Nem Sra. Bukater, nem Lovejoy, nem guardas, nem falta de vontade.

   E naquele momento eu senti que estávamos finalmente livres, sozinhos, pronto para começar uma vida só nossa. Corremos para fora daquela bagunça de pessoas e malas. Estávamos em terra firme. Eu ainda não podia acreditar, então tudo valeu a pena afinal?

   - Jack, não posso deixar Thomas, eu tenho que saber o que vai acontecer com ele, para onde o levarão. – suplicou Rose, parando de correr.

   - Rose, vamos querida, estamos perto.

   - Não posso Jack! Eu tenho que ajudar Thomas. Eu prometi... – a ultima parte saiu como um sussurro.

   Eu teria que fazer algo a respeito, mas não poderia deixar tudo a perder.

   - Certo, fique aqui escondida que eu vou procurá-lo – Rose concordou e ficou parada, enquanto eu ia atrás do prisioneiro.

   Por sorte, ou destino, ele também ia ser retirado antes dos passageiros, o que facilitou minha vida. O deixaram algemado dentro do automóvel, enquanto resolviam o problema dos passageiros apressados.

   - Sr. Andrews! – chamei, me aproximando, mas ainda escondido.

   - Jack! Que bom que está bem! Onde está a pequena Rose? – Perguntou preocupado.

  - Está comigo. Para onde o estão levando?

   - Eu não sei. Se tiverem piedade serei poupado e ficarei na cadeia até apodrecer. Diga a Rose para não se preocupar, eu serei eternamente grato pela sua presença no meu navio. – Ele baixou a cabeça, envergonhado.

   - Thomas, eu é que sou eternamente grato. Obrigado. E não se esqueça, nós te encontraremos. – a ultima frase saiu baixa, pois tive que sair correndo antes que os guardas me vissem.

   Corri o mais rápido que pude, os ricos passageiros já estavam saindo e eu pude avistar Sra. Bukater. Ela estava procurando alguém na multidão e quando meus olhos cruzaram com os dela, eu pude sorrir. Deixei para trás uma trapaceira perplexa.

   - Jack! – olhei para trás, Rose estava encostada em um pilar, espremida, supostamente se escondendo de sua repugnante mãe.

   - Venha Rose! – a puxei pelo pulso, correndo dali.

   Depois de nos afastarmos bastante e recuperarmos o fôlego, ela perguntou.

   - Para onde o levarão?

   - Ele disse que será levado para uma cadeia no México, e que não será condenado a morte.

   - Isso é maravilhoso, podemos ir para o México, ficar por lá e ajudar Thomas. – eu sabia que tinha mentido, mas fiquei satisfeito em ver um sorriso no inocente rosto de Rose. Não podia dizer a verdade, isso a deixaria triste e desapontada, além de super preocupada e culpada.

   - Claro querida.

   ‘- Então você mentiu pra vovó? – perguntou Lizzy.

   - Foi preciso pequena Lizzy, você saberá como tudo acaba.

   Não foi preciso olhar para Jack, ela já imaginava como eu estava.

   - Para a cama querida, está na hora de dormir- deixei-a em seu quarto e fui para o quarto com Jack.

   - Desculpe Rose.

   - Eu só quero saber como você conseguiu sustentar essa mentira e como achou ele Jack.

   Deitei-me e ele se deitou do meu lado. Não podia evitar olhar para aqueles lindos olhos, eu amava Jack, bem mais do que admitia.

   - Você saberá Rose.’


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Notas finais do capítulo

Gente, mega desculpas pela demora. Admito que pensei em desistir.
Um cap pequeno, mas é de boas vindas de volta
AUSHAUSHUASHAUHSAUSHAUHSAUSHHUAS
esperem que gostem e não me crucifiqueem xD
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