Problem escrita por LelahBallu


Capítulo 6
Capítulo 05


Notas iniciais do capítulo

Olá!!
Então, quero agradecer todos os comentários, incentivos e carinho. Fico feliz que tenham gostado do capítulo passado, e espero que gostem ainda mais desse!!
E quero agradecer também e mandar um xoxo especial para a Vick Queen pela incrível recomendação!! Obrigada!!
Agora, sem demorar mais, ei aqui o que capítulo. Espero que gostem.
Tenham uma boa leitura!!



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FELICITY SMOAK

Entrei no apartamento sentindo todo o peso do olhar de Oliver em minhas costas.

 Oliver exalava recriminação.

Dei apenas dois passos para dentro quando as luzes foram acessas, olhei por sobre meu ombro esquerdo, meu olhar ainda pegando sua mão se afastando do interruptor. Ignorei sua expressão fechada e voltei a observar a sala luxuosa e ainda assim simples. Na verdade, entrar no apartamento de Oliver trazia a sensação de entrar em um quarto de hotel, era tudo muito elegante, mas também muito impessoal.

— É...  Charmoso.  – Murmurei hesitante.

— Desapontada? – Perguntou passando por mim e deixando suas chaves e carteira em cima do aparador. Tentei não fixar em seu paletó que havia sido descartado e que agora se livrava da gravata, havia algo sexy em um homem vestido em suspensórios, ou talvez se trata-se apenas de Oliver.

Ele definitivamente poderia ser a própria descrição de sexy.

— Não. – Neguei lembrando-me de sua pergunta, lembrando-me que eu deveria estar observando seu apartamento e não o dono.

O que fazer quando o dono era bem mais interessante?

 Ele me encarou divertido, estava claro que não acreditava em mim.

— Eu sou médico. – Lembrou-me. – Não tenho tempo para essas bobagens. O apartamento é bom, tenho alguém que vem limpar, é prático.

— É sua casa. – Falei caminhando até um quadro aleatório. Uma sequência de cores e texturas.  Meneei minha cabeça e apontei para o quadro. – Se eu fizesse um ponto preto em uma tela branca faria mais sentindo que isso.

— Foi caro. – Protestou. Seu cenho franzido.

— Eu tenho certeza que sim. – Falei divertida.

— Você pinta? – Perguntou ficando no meio de sua sala, suas mãos nos bolsos da calça preta.

— Não. – Neguei rapidamente. A mera ideia de ter minhas mãos segurando um pincel era hilária, eu me lembro de um dia em que estive tentando distrair Connor com desenhos e o pequeno bastardo zombou dos meus rabiscos. – Não está entre meus dons. – Completei.

 Ele apontou para o sofá azul escuro, indicando que eu me sentasse, pensei em negar sua sugestão, eu tinha certeza que ele não chegaria qualquer distância perto de mim, quanto mais sentar ao meu lado, mas meus saltos estavam me matando então apesar de tudo fiz o que pedia. Como suspeitei, ele não se aproximou e sentou ao meu lado, ele se escondeu atrás da poltrona a minha frente.

— E quais são os seus dons? – Perguntou me observando atentamente. Embora eu não acreditasse que ele realmente estava interesso em minha resposta. Eu duvidava seriamente que existisse qualquer desejo por parte de Oliver em me conhecer. Ainda assim me vi dando de ombros.

— Causar problemas, segundo você. – Sorri. Fiquei surpresa com o fato de ele ter exibido um sorriso compartilhando de meu humor.

— Além desse, é claro. – Insistiu. Meneei a cabeça em negativa.

— Eu não tenho outros. – Voltei a dar de ombros, dessa vez não mais com humor. Apesar da resposta, a imagem de meus dedos deslizando em meu primeiro piano veio a minha mente quase que de imediato. Eu era tão nova, tão animada em aprender o lindo instrumento, eu me dedicava horas, fazia dele minha brincadeira, meu dever, meu esconderijo. Era tão bom ter algo a se apegar.  Tirei minha mente do passado e me concentrei no momento atual. Forcei um sorriso ao voltar a encara-lo. – A não ser que deixar homens desconfortáveis em sua própria casa conte algo. – Murmurei querendo afastar meus pensamentos da direção que havia seguido. Ele suspirou recebendo a indireta. – Você realmente vai ficar aí usando uma poltrona de escudo? Eu não vou pular em seu colo Oliver.

— Podemos adicionar “direta”. – Falou rodeando a poltrona em questão e se sentando, dando-se por vencido. Ergui uma sobrancelha esperando que ele dissesse algo, mas tudo o que fez foi me encarar, seus olhos me analisando, sua mente fazendo perguntas que sua boca até o momento não encontrava coragem para fazê-las. Estava claro que ele queria me questionar sobre algo, mas se sentia desconfortável ao fazer.

— Você não deveria estar me oferecendo alguma bebida? – Perguntei pelo simples desejo de fazê-lo falar.

Qualquer coisa.

Qualquer coisa era melhor do que nada.

Agora que eu estava em seu apartamento eu não tinha certeza se essa havia sido uma boa ideia. Eu não estava fingido ou aumentando nada, criando alguma desculpa para ficar a sós com ele ou algo do tipo. Eu realmente não queria voltar para casa, eu realmente sentia que poderia me arrepender se o fizesse, meu pai veria minha saída como se tivesse o desafiando, quando na verdade tudo o que eu queria era me afastar do porco nojento de Cooper. Eu havia visto Oliver não muito depois que eu havia chegado ao evento, ele vestido em seu traje Black Tie tirou meu fôlego.

 Ali estava um homem que deveria ser admirado.

Ele estava dançando com uma mulher bonita, e elegante. Que também era consciente do quanto ele era bonito, seus flertes eram perceptíveis mesmo que de longe. A maneira que ela tocava em seu braço, as trocas de olhares. Oliver esbanjava charme e ela estava sendo absorvida por ele. Pelo resto da noite tentei ignora-lo, fingir que não sabia onde ele estava, fingir que não o via sorrir tão naturalmente para as outras mulheres, quando parecia ser tão difícil fazê-lo para mim.

Eu tentava também a todo custo ignorar Cooper. 

Eu tentei.

Por mais que eu estivesse agarrada ao seu braço, por mais que sua mão apertasse a minha com força, por mais que sentisse seu fôlego demasiado perto quando se aproximava para sussurrar desnecessariamente algo em meu ouvido. Eu tentei ignora-lo. Ignorar o quanto sentia de nojo dele, ignorar minha vontade de limpar minha mão na superfície mais próxima pelo simples fato de ter entrado em contato com sua. Então, chegou um momento em que eu não conseguia mais suporta-lo, nem ele, nem os falsos sorrisos de meus pais. Então, eu disse que precisava ir ao banheiro, o que era verdade. Eu precisava limpa-lo de mim, mas mudei de ideia ao perceber que havia dado a oportunidade perfeita de Cooper me encurralar em um lugar fechado, então desviei meu caminho e fui até a varanda, precisando do ar frio sobre minha pele.

Escutei passos se aproximando, nem mesmo pensei em verificar quem era, temendo que fosse Cooper escondi-me entre os vasos com plantas que serviam apenas para ornamentação.

Então Oliver apareceu.

E minha vontade de me esconder sumiu.

— Eu achei que devido à forma que nos conhecemos, poderíamos pular isso. – Murmurou dando de ombros e me arrancando de meus pensamentos. Oh sim, eu havia esquecido que entre garota problema, ele também me conhecia como uma possível viciada. Franzi os lábios sem ocultar minha irritação.

— Eu estava me referindo à água. – Falei me erguendo inquieta e voltando a andar pela elegante sala.

— Por que está tão chateada? – Questionou-me quando voltei a parar em frente ao bendito quadro.  – Você não falou muito sobre a noite em que chegou ao hospital, e o pouco que falou foi de maneira bem frívola e inconsequente, é natural que eu chegue as minhas próprias conclusões.

— Sim. – Limitei-me a dizer.

— “Sim.”? – Sobressaltei ao escutar a pergunta tão perto de mim. Seu corpo atrás do meu. - Você não tem nada mais dizer? – Seu tom era tão baixo, e ainda assim exigente. Era uma pergunta, sem na verdade ser.

— Eu deveria? – Perguntei franzindo o cenho. – Eu devo algo a você, Oliver? – Acrescentei voltando meu rosto para o seu. Eu não poderia me virar sem toca-lo, e por mais que o desejasse, eu não fazia jogos, o beijo havia sido um impulso, eu não queria realmente provoca-lo, e agora, se Oliver não tinha nada a me oferecer, eu não iria forçar nada entre nós dois. Eu sabia o quanto Oliver queria evitar qualquer coisa comigo, eu também sabia que ele me desejava. Eu não era indiferente a isso. Mas isso fazia dele a decisão de se aproximar ou não. Como se percebesse por si próprio essa situação ele reagiu.

Ele deu um passo para trás.

Se afastando.

Exalando um suspiro eu me virei e o encarei esperando por sua resposta, ele cruzou os braços e deu de ombros.

— Você me envolveu em seus problemas com seu pai, seu noivo.  - Acrescentou o último com ênfase. – Eu acho que mereço uma ou duas respostas.

— Para quais perguntas? – Perguntei meio que cedendo. Ele não deixava de estar certo, apesar de tudo. Eu o envolvi nisso quando o forcei a me dar uma carona.

— Por que você fugiu hoje? – Perguntou.

— Por que eu não queria estar mais lá? – Perguntei com esperanças de que ele aceitasse essa explicação. É claro que ele não aceitou, ele me encarou sem humor. – Ok. Eu não vou me aprofundar muito aqui, eu não falo muito sobre, então você vai ter que aceitar apenas isso, por que ainda assim é a verdade...

— Que é...

— Cooper me deixa desconfortável. – Murmurei por fim.

— Seu noivo. – Murmurou franzindo o cenho. – Será um casamento e tanto então.

— Eu não me sinto totalmente segura com ele. – Falei não querendo entrar na conversa noivado, por que seria mais longa e com bem mais perguntas. – Na verdade eu não sinto nem um pouco segura com ele, então eu fugi.  Feliz?

— Ele te machucou? – Perguntou sério. Por um momento pensei que voltaria a se aproximar, mas ele se conteve. – Ele fez algo que...

— Você só tem mais uma pergunta. – Cortei-o. – Você disse que merecia uma ou duas respostas, eu estou lhe dando duas... Essa será sua segunda pergunta?

— O que aconteceu na noite em que você foi internada? – Murmurou me surpreendo.  Eu pensei que ele continuaria perguntando sobre Cooper. Mas de certa forma, não foi isso que ele fez?

— Você já sabe o que aconteceu naquele dia. – Falei.

— Não. Não totalmente. – Retrucou.

— Mas o suficiente. Eu fui uma festa e dei bobeira. Foi estúpido, e provavelmente não vai voltar a acontecer. – Falei. Dando uma meia verdade. Ele não pareceu nada feliz com minha resposta.  – Você teve sua resposta, agora, eu preciso ir ao banheiro...

— No fim do corredor. – Murmurou apontando com o queixo. Assenti em agradecimento. – Eu sei que você está mentindo. – Falou quando passei por ele, fazendo-me parar. – Eu não sei o quanto, ou exatamente o quê, mas eu sei. Talvez você esteja apenas interpretando um papel, para provocar-me, tudo o que eu sei sobre você, o que é pouco, indica que você gosta de brincar com os homens, provoca-los, talvez você esteja fazendo-se parecer vulnerável ou algo, ou talvez você de fato seja, mas ainda oculta o motivo, ou o quê a faz assim, de um jeito ou de outro, você está mentindo. Eu não gosto de mentiras.

— De um jeito ou de outro... – Murmurei. – Mentindo ou não. Mesmo ocultado...  – Dei de ombros. – Continua não sendo seu problema.  – Observei admirada ele controlar a irritação que esse comentário lhe trouxe e voltei a caminhar até o corredor e por fim me esconder em seu banheiro.

Pelo o que pareceu um longo momento tudo o que eu fiz foi encarar o grande espelho em minha frente, pensando em tudo e nada ao mesmo tempo. Pensando em quando eu era apenas uma adolescente de 16 anos apaixonada e tentando impressionar o namorado que na época não sabia se tratar de um fodido canalha. Eu o achava bonito, ele tinha charme e carisma, eu estava apaixonada e de alguma forma me convenci que ele sentia o mesmo. Todos pareciam enxergar isso, como eu não?

Lavei minhas mãos pela simples necessidade de ter algo a fazer. Quando sequei minhas mãos na toalha macia e coloquei de volta o anel em meu dedo, minha atenção voltou ao antigo tema.  Por um momento tudo o que fiz foi encara-lo.  Meus olhos analisando a joia fria e não podendo deixar de associa-la a pessoa que a colocou em minha mão em primeiro lugar.  Não.  Eu estava errada, Cooper não era frio.  Eu desejava que assim fosse.  Ele era um idiota, estúpido, uma péssima pessoa em vários níveis diferentes.  Cooper me enojava, mas eu jamais poderia atribuir a ele um caráter frio.

Levantei meus olhos para o espelho.  Este dessa vez fixando-se a garota a minha frente, ela estava bonita, sexy, elegante. Sim.  Ela se parecia assim, mas ela também me parecia cansada, ela não se parecia com ela mesma.  E pensar que ela era eu.

O que havia em Oliver que com tão pouca palavras me fazia ficar assim?

Por que ele me empurrava a questionar a mim mesma?

Por que diabos eu me importava com sua opinião? 

— Você está aqui por muito tempo.  - Virei meu rosto encarando a figura masculina encostada ao batente da porta aberta.  Eu tinha certeza que havia ao menos a deixado encostada. Suas mãos nos bolsos, uma postura que ele constantemente tomava comigo por perto, pelo o que parecia.  As mangas de sua camisa branca estavam erguidas até os antebraços, os suspensórios baixos, a gravata borboleta desfeita, pendurada. 

Droga.

Ele poderia parecer mais sexy?

— Em sua casa?  - Perguntei erguendo uma sobrancelha. 

— Também. - Assentiu.  - Mas não era disso que eu falava. Você está se escondendo. - Murmurou esperando talvez que eu o corrigisse. Mas não o fiz. - Isso é por minha causa. – Deduziu. - Desculpe.  - Completou me surpreendendo.  - Eu não a quis ofender ou...

— Você quis.  - O interrompi.  - Mas eu não me importo.

— Não?  - Perguntou surpreso.

— Nem um pouco.  - Menti para então fita-lo sem lhe dar a chance de desviar o olhar. - Você pode me acusar de provoca-lo.  De ser uma garota que gosta de brincar com os homens.  Pode afirmar que não é isso que preciso de você, que eu não quero realmente você, que você também não está nem um pouco interessado no que eu posso lhe oferecer, mas eu sou a única que me afastei.  E você é o único que veio atrás de mim. - Ele me lançou um olhar cheio de dúvidas, mas não parecia nem um pouco feliz consigo mesmo ou com o que eu disse.  O pequeno movimento em sua mandíbula me fez perceber que rangia os dentes.

— Eu apenas vim ver se estava bem. - Murmurou por fim. - Alguns chamariam de cavalheirismo.

— Mesmo? - Perguntei me aproximando. Ele se endireitou, sem, no entanto sair de onde estava. Todo o seu corpo tenso. - Por que me parece que aquele que insiste dizer que não me quer por perto é o mesmo que não consegue se manter afastado. Você me seguiu até o banheiro Oliver.

— Eu não estou dentro. - Respondeu como se isso realmente fosse algo a ser considerado.

— Mas também não está fora. - Retruquei.

— Eu prometi que não a tocaria. - Lembrou-me. - Que seria um perfeito cavalheiro.

— Eu não pedi por um. - Rebati. Ergui minha mão e coloquei em seu peito amplo. Quebrei minha própria regra, eu também havia me prometido que não o tocaria, ele deveria vir até mim. Sua cabeça inclinou, seus olhos indo até ela, sua mão pousou sobre a minha a apertando suavemente, o calor que veio de um ato tão simples me surpreendeu.  Por um momento eu achei que ele faria algo.  Que atravessaria a linha imaginária que ele mesmo havia imposto, mas então seus olhos fixaram-se em um ponto específico, no mesmo ponto em que eu havia focado momentos antes dele chegar ao banheiro.

O anel.

— Eu prometi que não a tocaria.  - Repetiu afastando minha mão de si e a erguendo para que eu também a encarasse. - Esse é mais um dos motivos. - Soltou por fim minha mão. Dei um passo para trás, meus olhos não deixando os seus que apesar de tudo ainda se mantinham quentes. Esses me estudavam atento.  Lendo e interpretando cada movimento meu.  Eles pegaram quando com a outra mão eu alcancei o anel, seu cenho levemente franzido quando o tirei, e se aprofundando quando  recuei e o joguei no vaso,  não me esquecendo de dar a descarga.  Seu peito subiu e desceu emitindo uma respiração profunda quando me aproximei dele novamente.

— Um motivo a menos. - Murmurei quando parei em sua frente, apenas um passo de distância, não seria eu a dar esse passo e ele sabia disso. 

— Ainda há outros.  - Lembrou-me.

— Só posso me preocupar com um de cada vez. - Dei de ombros. - Eu pessoalmente acho que já lidamos com o suficiente por hoje, e você?  - Desci meu olhar de seu rosto.  Deixando-o cair em suas mãos que já estavam ocultas novamente. - Você já pode tirar suas mãos, Oliver.  Você pode me tocar, não é para isso que as mantém aí?  Para evitar que me toquem. - Seus olhos brilharam com intensidade quando os meus encontraram-se aos seus novamente. Seu rosto inclinando levemente em uma pequena advertência, seus lábios separando-se, libertando um pequeno suspiro de protesto.

— Anjo... - Murmurou quase como se rogasse.

— Eu ainda não entendo por que me chama assim. - Confessei.  Supostamente ele acreditava que eu totalmente o oposto.

— Nem eu.  - Confessou. Suas mãos alcançaram meu pescoço, os polegares acariciando levemente quase que inconscientemente meu rosto. – Eu tenho certeza que você me apresentará o inferno. - Elas me atraíram até si, ele não chegou a dar aquele passo, mas me atraiu para si, me forçando a dar.  Era de se esperar que o beijo fosse um rompante, uma explosão, que após tanto evitar que este acontecesse que ele simplesmente atacaria meus lábios e me devoraria, mas não. 

Seus lábios pousaram nos meus com uma delicadeza que eu não esperava, suave e lentamente ele sugou meu lábio inferior, fazendo com que eu suspirasse levemente, seus dentes o puxaram mordiscando-o apenas ligeiramente, suavizando a pequena dor com a própria língua.  A este ponto ainda estávamos imóveis, suas mãos ainda me mantendo firme, apenas lábios movendo-se, tomando, seduzindo. Deixando-me embriagada apenas com um beijo.

Foi então que veio a necessidade urgente de toca-lo. Minhas mãos moveram-se por si só arrastando-se por seu tórax, tocando-o por cima de sua camisa. Explorando seu peito, acariciando seu pescoço, quando minhas mãos enredaram-se aos seus cabelos curtos e agarraram-se a eles o apertando com urgência... Sua cautela se foi, seus lábios se afastaram dos meus apenas brevemente, seu fôlego sobre o meu. Eu poderia contar os segundos em que seus olhos limitaram-se a encarar os meus.

Um.

Dois.

Três.

Seu corpo avançou empurrando o meu para trás.  Nossos lábios se chocaram no mesmo instante em que a base da minha coluna se chocou com a pia. Eu não poderia me importar menos com a dor do impacto.  Suas mãos delineavam meu corpo sem precisão, movidas por instinto, subindo para então descer, nossas línguas encontravam-se em sua própria batalha. Minhas mãos voltaram a tateá-lo sentindo a dureza de seus músculos, sem timidez as guiei até atingir seu cinto, um grunhido veio profundo em sua garganta quando o toquei por cima da calça, eu estava desesperada por sentir sua pele.  Ansiosa por toca-lo sem a barreira das roupas, sem demora puxei sua camisa de dentro da calça e comecei a desabotoa-la,  mas eu estava impaciente demais e nas pressas acabei por arrancar alguns pares de botões.

— Puta merda. - Soltei observando meu trabalho.  Seus lábios alcançaram meu pescoço, como se não pudesse deixar de estar me beijando, qualquer parte que fosse. Eu não poderia ficar sem seus beijos, qualquer parte que fosse. - Eu pensei que só acontecia em filmes. - Deixei escapar. Ele se afastou para observar sua camisa aberta agora sem botões em cima, ele parecia longe de estar irritado.

— Termine. - Veio à ordem dita em voz rouca.  Foi como se atingisse diretamente meu núcleo.  Seu tom baixo e abafado deixando-me ansiosa para atendê-lo. Sem hesitar segurei as laterais de sua camisa e as puxei com força terminando de rasga-la, empurrei-a por seus ombros, livrando-o dela, me deliciando com a visão de seu torso nu. Meus dedos mapearam sua pele aquecida e deslizaram por seu estômago, voltei a agarrar seu cinto e com pressa o removi, já havia aberto sua calça e preparava-me para toca-lo ainda por cima da cueca preta quando sua mão segurou a minha me impedindo.  Ergui meu olhar para o seu com uma interrogação no meu. - Eu quero que isso dure, se você me tocar agora, isso não será possível. - Antes que eu pudesse emitir qualquer protesto ele voltou a me beijar.  Um beijo tão quente quanto qualquer outro, minhas mãos deslizaram com suavidade por suas costas, até que suas mãos alcançaram minha bunda, então cravei minhas unhas contra a pele, arrastando minhas mãos por toda a extensão de suas costas. Oliver era grande, seus ombros eram largos e musculosos, havia muito que acariciar.

— Deus.  Você é lindo.  - Como uma tola deixei escapar. Mas era impossível não fazê-lo, ele tinha um corpo incrível, provavelmente o resultado de uma dieta balanceada e muitos exercícios, como se não bastasse ser dono de um corpo que fazia qualquer mulher adulta babar, Oliver tinha um rosto que era capaz de fazer muitos homens sentirem inveja.

— Você é. - Murmurou me surpreendendo.  Seu olhar desceu por meu corpo, incendiando-me com o calor que havia em seus olhos.  - Eu quero ver mais. - Sua mão se moveu até minha cintura quase com reverência.  - Vire-se.  - Lá estava novamente, aquele tom que combinado com a ordem fazia com que múltiplos arrepios tomassem conta da minha pele. Virei-me chocando minhas costas com seu peito. Minhas mãos agarram a pia e por um momento mantive meus olhos lá. Senti sua mão deslizar por entre nossos corpos e alcançar o zíper atrás do meu vestido.  Ele o abriu lentamente, descendo até o final, terminado na base das minhas costas, eu não usava nenhum sutiã, o modelo não o permitia, então toda minha costa estava exposta a seu olhar.  Por um longo momento eu apenas esperei, até que o senti tocando minha pele, sua mão seguindo o mesmo caminho do zíper e parando no mesmo lugar. Senti-o me tocar com ambas as mãos, abrindo ainda mais o vestido, e subir para os meus ombros, facilitei seu trabalho, terminando de tirar o vestido que caiu formando um círculo sobre meus pés.

Agora eu não vestia nada mais do que uma calcinha.

Ergui meu rosto encontrando seus olhos através do espelho.  Minha respiração acelerou quando um braço seu envolveu minha cintura, trazendo-me ainda mais contra si.  Eu podia sentir sua ereção.  Podia sentir o quanto estava excitado.  Não havia dúvida de que seu desejo igualava ao meu.  Mordi meu lábio segurando um suspiro quando sua outra mão subiu para o meu seio.  Ele o acariciou e puxou levemente o bico, o beliscando, brincando, certificando de dar ao outro o mesmo tratamento.  Quando sua mão desceu pelo meu estômago eu me pressionei ainda mais contra seu peito, quando ela deslizou por minha calcinha e entrou em contato com meu interior eu gemi em contentamento.  Minha primeira reação havia sido fechar meus olhos e me entregar a essas novas sensações.

— Não. - Escutei-o murmurar fortemente contra meu ouvido.  De súbito abri meus olhos e novamente me vi presa nos seus.  - Não feche seus olhos.

— Eu...

— Mantenha seus olhos em mim, anjo. - Exigiu.

— Eu vou. - Prometi embora soubesse que seria muito difícil cumprir.

Satisfeito com minha resposta ele mergulhou seus dedos dentro de mim, com a respiração em suspenso mantive meus olhos cativados pelos seus, enquanto ele seguia movendo-os de maneira quase impiedosa. Sua respiração estava igualmente agitada enquanto ele dava-se conta o quão molhada havia me deixado, a essa altura eu já me movia contra sua mão de forma descarada, seus dedos moviam-se lentamente, um dedo roçando meu clitóris fazendo-me inclinar minha cabeça contra seu ombro forte.

— Olhe para mim. - Tornou a exigir.

— Eu estou. - Murmurei mesmo sabendo que eu havia por um breve momento desobedecido seu pedido.

— Eu quero ver seus olhos quando a fizer gozar. - Falou. Seu polegar tocou brevemente aquele ponto novamente. 

Oh merda, só em escuta-lo dizer isso eu quase o fiz.

Eu estava impaciente por isso, eu almejava isso.  Minha mão por vontade própria moveu-se para meu seio, imitando o mesmo movimento que ele havia feito momentos antes, seu olhar desceu até lá e eu imediatamente parei.

— Continue. - Falou.  Sua voz impregnada de aprovação.  - Toque-se.

Eu o fiz e fui recompensada por um som rouco vindo de sua garganta.

— Mais forte. - Murmurou novamente.  Mais do que contente eu segui sua ordem, a combinação de sua voz, meu toque em minha própria pele, e seus dedos que nunca pararam de moverem-se dentro de mim finalmente me deu o que eu queria, eu soltei um pequeno grito quando o êxtase explodiu através de mim. Eu poderia ter me desmanchando, mas seu braço ainda estava ali, me mantendo firme contra si.

— Linda.  - Murmurou após de alguns segundos em que tudo o que fizemos foi lutar para recuperar nossas respirações.

— Eu quero devolver o favor.  - Murmurei ainda sem fôlego.

— Depois.  - Retrucou arrastando minha calcinha por minhas pernas, suas mãos roçando minha pele com deliberada lentidão, marcando-a a fogo. - Ainda não acabamos. - Continuou voltando a levantar.  Seu peito voltou a colar em minhas costas quando se moveu para alcançar uma das pequenas gavetas que estavam ao meu alcance.  Ele poderia ter pedido, mas não o fez.  O observei abrir a primeira gaveta e tirar uma camisinha dali, segurei um sorriso ao notar.  O olhei por cima do ombro enquanto descia suas calças e se ocupava de colocar o preservativo.  Eu queria me virar e fazer isso, mas algo me dizia que era assim que ele queria que fosse, ele havia dito que tudo acabaria cedo demais se eu o tocasse,  eu não estava pronta ainda. Engoli em seco ao observar que se acariciava no processo. Ele tornava tudo mais difícil.

— Olhos no espelho. - Tornou ao dizer.

Então estaríamos fazendo isso novamente. 

Funcionava para mim. 

Senti seu fôlego em meu pescoço, antes que um beijo terno fosse deixado ali.  Emiti um pequeno gemido quando senti seus dentes prender a carne e então chupar, acariciando-a com a língua.

 Oliver Queen deixava sua marca.

Meus pensamentos se esvaíram quando seu fôlego voltou-se para meu ouvido antes de sussurrar.

— Incline-se.  - Sua voz deveria ser estudada, por que apenas o pequeno comando me fazia tremer em expectativa, sua mão enrolou meu cabelo, segurando-o firmemente.  Guiando-me.

Fazendo o que ele disse e apertando minhas mãos na borda da pia eu fui recompensada com sua ereção empurrando em minha entrada e eu suspirei em aprovação. Eu o queria tanto e estava cansada de vê-lo agir como se fosse apenas de minha parte, hoje, este momento, me mostrava o quanto ele me desejava também. Ele entrou lentamente, meu corpo recebendo o seu com boas vindas, suas mãos inquietas brincavam com meus seios, seus lábios mordiscavam meu pescoço enquanto eu estremecia de prazer, ele entrou completamente e parou por alguns momentos, tardiamente percebi que havia fechado meus olhos, e quando eu os abri encontrei os seus, ele meneou a cabeça um pequeno sorriso escapando.

— Foi um erro ter pedido para que me encarasse através do espelho.  - Murmurou enquanto eu assimilava a visão dos nossos corpos unidos, seu corpo forte atrás do meu. Ele sequer havia reclamado por eu ter o desobedecido.

— Por quê?  - Perguntei, embora já voltasse minha atenção para o que estávamos fazendo, invés de tentar desvendar o que se passava em sua mente no momento.

— Não há uma fodida maneira de eu tirar isso da minha mente. - Murmurou voltando a se mover.  – Toda vez que eu olhar para esse maldito espelho, eu vou me lembrar do seu rosto enquanto eu a fodia. Eu encontrarei seus olhos me encarando anjo. – Eu tentava segurar um gemido e prestar atenção ao que dizia, mas a maneira com que Oliver se movia, era ilegal. - Inferno se isso não vai me deixar duro. - Lentamente seus movimentos aumentaram cada palavra dita com uma pausa, enquanto ele empurrava uma e outra vez, até que ele batia mais e mais intensamente. Seus movimentos ficavam mais duros e urgentes. Tornando impossível a tarefa de não fechar os olhos, mas estava tudo bem afinal eu havia percebido que ele mesmo havia fechado os seus momentos antes, com meus olhos fechados tudo o que eu podia assimilar era o som, cheiro e tato.  O som de carne contra carne. Os cheiros de suor e sexo me cercavam, meus músculos internos apertando ao redor de seu pênis. Eu podia escutar seus gemidos baixos e podia escutar os meus acompanhado os seus, ele acelerou suas investidas atingindo o ponto perfeito dentro de mim, a pressão prazerosa aumentando, multiplicando-se. Dominando-me. Foi como um interruptor, meu corpo explodiu em um orgasmo forte, e logo após Oliver se juntou a mim, seu ritmo diminuindo com mais algumas estocadas. Ele saiu de dentro de mim e me sustentou contra seu corpo, mantive meus olhos fechados enquanto sentia minha respiração se normalizar.  Seu corpo forte ainda pressionado ao meu.

Quando finalmente me virei para ele foi para encontrar seus olhos ainda escuros de desejo. Levou apenas um segundo até que eu entendesse sua intenção, mas ainda fui pega de surpresa quando suas mãos rodearam minha cintura e me sentaram na pia, suas pernas separando as minhas, sua boca tomando posse da minha em um beijo intenso.  Minha língua encontrando a sua facilmente. Seus lábios exploravam os meus novamente, em seu próprio ritmo, com sua calma me desnorteando.

— Que som é esse?  - Perguntei afastando minha boca da sua com muito custo.  Parecia ser o som de um celular tocando, certamente não era o meu.

— O quê? - Perguntou voltando sua atenção para meus seios, seus lábios descendo, deixando uma trajetória úmida.  Quando sua boca o envolveu eu me perdi por alguns segundos. Mas o tom insistente voltou a soar em meus ouvidos. 

Mais uma vez Oliver parecia alheio a isto.

Sua língua atormentava meu seio direito.

— Oliver. - Murmurei puxando seus cabelos. Ele gostava disso, pude perceber.

— Hum...

— Seu celular está tocando. - Falei segurando seu rosto.  - Eu adoraria ignorar isso, mas você é um médico, geralmente celulares tocando a essa hora significa que é urgente. - Eu finalmente ganhei sua atenção, por que ele recuou com os olhos abertos. Soltando-me tão rapidamente que deveria ser humanamente impossível. Em segundos se recompondo. Vestindo-se.

— Merda. - Soltou ajeitando suas roupas. - Eu...

— Tudo bem.  - Murmurei colocando-me em pé.  - Vá atender. - Ele não esperou que eu falasse novamente ainda com sua calça aberta e pendendo em seus quadris ele saiu apressado.  Demorou apenas alguns segundos, eu havia enrolado uma toalha em meu corpo e olhava para meu vestido quando ele voltou e parou bruscamente. - Você quebrou meu zíper. - Murmurei boquiaberta. Ele deu de ombros, um sorriso orgulhoso em seus lábios, como ele havia quebrado o zíper?

— Você destruiu minha camisa.  - Murmurou com calma.

— Destruir é exagero.  - Retruquei.  Ele olhou apressadamente para o relógio em seu pulso.

— Era do hospital. - Falou percebendo que o observava.  - Eu preciso ir.

— Tudo bem. - Voltei a dizer.  - Eu só preciso de uma camisa emprestada, eu coloco meu casaco por cima e posso pegar um táxi.

— Você não vai pegar um táxi vestida apenas com uma camisa. - Murmurou seco. – Ainda que seja a minha. – Pisquei tentando entender a suposta importância que havia naquilo. Meneando minha cabeça voltei a falar.

— E uma calcinha, e um casaco...

— Não.  - Repetiu. - Eu não estou expulsando.  Eu tenho que sair, mas você pode ficar, é tarde.  Você pode ficar...  - Repetiu. Eu o encarei não achando uma boa ideia, mas ele continuou. - ... Tomar um banho e dormir um pouco, escolha um dos quartos no corredor acima à esquerda.  São quartos de hóspedes, eu tenho quase certeza que eu posso chegar antes que você saía.

— Oliver...

— Eu sei o que eu venho dizendo, e eu não mudei meu pensamento.  - Continuou.  - Ainda não é certo, mas aconteceu.  Eu não sou um canalha, por favor, eu vou ficar preocupado se você sair agora dessa forma, me espere chegar, eu a levo de volta para casa. - Pediu. - Eu estou atrasado, preciso trocar de roupas e sair.  Você vai ficar?

— Eu vou.  - Murmurei mais para tranquiliza-lo do que por que eu queria ficar, por que eu não queria.  Não depois de ele falar que continua achando um erro.  Ele assentiu e correu para se arrumar.  Eu meneei a cabeça com desgosto e sem ter outra opção tirei a toalha, caminhei para o box e fechei a porta de vidro atrás de mim. Queria pelo menos aproveitar o banho que ele havia sugerido.  Apenas havia começado a passar sabonete sobre minha pele quando escutei um som abafado, virei-me para encontra-lo me encarando, uma camisa em sua mão, ele a ergueu e colocou suspensa junto a uma toalha, assenti em agradecimento, mas ele já havia ido.  Quando por fim terminei meu banho peguei a camisa e não resisti em cheira-la antes, é claro que teria seu cheiro. A vesti e sequei meus cabelos com outra toalha, juntei minhas roupas que estavam espalhadas pelo chão e saí do banheiro, estava encarando a escada tentando me lembrar em que direção ele havia dito que ficavam os quartos quando escutei o som de chave girando, era muito cedo para ele ter voltado.  Na certa havia esquecido algo. Eu estava prestes a dizer algo espirituoso como "Você está arranjando desculpas para não se afastar de mim." quando assimilei que não era Oliver que entrava.  Observei surpresa Laurel Lance, a filha do assistente do meu pai e uma de suas advogadas me encarar primeiro com surpresa, então com julgamento e descrença.

— Eu não acredito que Oliver está fodendo a filha do senador.


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Notas finais do capítulo

Pronto. Espero que tenham gostado, e como sempre, aguardo o feedback de vocês!
Xoxo LelahBallu.



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