Problem escrita por LelahBallu


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Hey!!
Bye!!

Brincadeira,
Então, trouxe o novo capítulo e espero que tenham uma boa leitura, obrigada pelo carinho de todos e nos vemos em breve.... Eu espero!!



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FELICITY SMOAK

Morrer não era assim.

Eu não sabia bem como a morte deveria ser, já que bem... Eu nunca morri antes, mas certamente deveria ser mais silenciosa do que estava sendo no momento. Um zumbido irritante fez com que eu recobrasse a consciência, vozes masculinas e desconhecidas murmuravam entre si, mãos estranhas tocavam meu rosto, minhas pálpebras sendo puxadas tão rapidamente que chegava a ser rude. 

— Ela está acordada. – Escutei a voz masculina  murmurar para alguém. Uma voz não muito distante respondeu de volta.

— Chegamos em menos de cinco minutos. – Sua voz era calma como se dissesse falasse sobre o clima. Certamente estava acostumado com situações assim. Abri meus olhos percebendo que eu estava no interior de uma ambulância e que o homem a minha frente era um paramédico, seus olhos vagavam por mim como se certificando que nada havia escapado dele. Ao notar que eu o encarava de volta e confusa ele me dirigiu um olhar tranquilizante enquanto tomava para si o papel de me acalmar.

— Senhora, você esteve em um acidente de carro, estamos a levando para o hospital agora. – Franzi o cenho deixando minha atenção ser voltada para o desconhecido.

Um acidente.

Eu tinha sofrido um maldito acidente.

Respirei fundo enquanto minha mente lentamente se fazia ciente do que se passava. Eu devia estar em choque, ou não estaria reagindo tão devagar as suas palavras.

Tomei uma respiração profunda ao sentir finalmente o impacto de suas palavras, as imagens do maldito acidente me atingindo.

  – Não se preocupe, já estamos quase lá. Você pode me dizer seu nome? – Perguntou ao notar meu silêncio prolongado.

Droga.

De novo não.

Se eu fechasse meus olhos eu poderia fingir que isso era um sonho? Um pesadelo onde eu revivia a última vez que entrei em um hospital e que eu havia sido uma paciente, a noite em que Roy havia me salvado de... Oh merda.

Roy.

Oh não, não, não.

Será que ele?

Senti minha respiração se agitar enquanto o pânico sorrateiramente tomava conta de mim.  Tentei me erguer, como se apenas o gesto fosse capaz de me mostrar ele novamente, seu corpo inerte e coberto de sangue.

Roy.

Oh Deus, Roy.

Soltei um soluço involuntário.

— Senhora, acalme-se. – O paramédico pediu firmando meus ombros, eu percebi tardiamente que eu não podia me mover, estava presa a maca imóvel, até mesmo meu pescoço imobilizado. – Ei! Eu preciso que se acalme. – Tornou a pedir, uma vez que seu gesto nada fez para me tranquilizar.

— Roy. – Murmurei, fiquei surpreendida com os tremores que podiam ser ouvidos em minha própria voz. – Onde está Roy, ele está... Oh meu Deus, onde está Roy?!!

— Chegamos. – O motorista falou o alertando.

— Onde está Roy?!! – Gritei.

            - Seu amigo está na outra ambulância. – Informou enquanto seu parceiro abria as portas rapidamente. – Ele está logo atrás da gente, fique calma. – Repetiu enquanto empurrava a maca, eu era vagamente ciente que enquanto ele se concentrava em me acalmar, seu companheiro empurrava a maca enquanto murmurava para outras duas pessoas informações sobre meu estado. Vítima de acidente de carro, mulher, encontrada inconsciente, mas acordou no meio do caminho... Fechei meus olhos apenas brevemente enquanto era empurrada de um lugar para o outro enquanto ele continuava a dizer cada detalhe mínimo feito de forma metódica e imparcial, eu não queria entrar em pânico novamente, então quando eles me transferiram para outra maca e me deixaram aos cuidados de mais desconhecidos eu me limitei a encarar ao redor tentando identificar onde exatamente eu estava.

            É claro que eu sabia estar em um hospital, mas eu queria algo que me desse uma informação de exatamente em qual estava, não demorou muito para eu obter a informação. Saber onde eu exatamente estava finalmente me deixou mais tranquila.

            - Senhora? – Pisquei percebendo que por alguns momentos eu havia me desligado completamente, eu estava sentada, eu sequer me lembrava de quando eu me ergui. Quando me permitiram isso. – Senhora? – O rapaz murmurou chamando minha atenção. – Você pode me ouvir? – Perguntou enquanto levava um objeto ao meu ouvido, recuei o encarando confusa. – Senhora, você pode falar?

            - Eu juro por Deus que se você me chamar de senhora novamente, não serei eu com problemas de falar. – Murmurei o surpreendendo.

            Eu mesma estava surpresa. Mas suponho que era um bom sinal, ao menos eu não estava entrando em pânico novamente.

            - Você pode me dizer seu nome? – Perguntou após se recuperar do choque que minhas grosseiras palavras haviam provocado. Por metade de um segundo eu senti pena dele. É claro que não durou muito, eu já havia demostrado que eu não era exatamente um exemplo de paciente, eu ficava mal humorada e na defensiva, eu como paciente tendia ser um tanto quanto irritante.

            - Oliver. – Murmurei olhando ao redor mais uma vez me dando conta de onde eu estava, para que hospital haviam me levado. Pelo menos uma coisa a agradecer hoje, certo? Que após um acidente de carro eles me levassem justamente para o hospital em que meu namorado trabalhava?

            - Seu nome é Oliver? – Perguntou atônito. Encarei o rosto confuso e me perguntei se ele realmente era tão burro quanto parecia ser.

            - Sim, minha mãe tinha um senso estranho de humor. – Murmurei irônica. O observei me analisar incerto se eu falava a sério ou não. – Oliver Queen. – Repeti sem paciência. – Chame Dr. Queen, ele trabalha aqui. – Seu semblante se iluminou ao perceber que finalmente entendi algo de que eu dizia, mas logo se fechou.

            - Sinto muito senhor...rita. – Recuperou-se. Se eu estivesse no humor, eu provavelmente teria sorrido ao perceber isso, mas eu estava mais preocupada com o fato de que ele começou a frase com um “Sinto muito”. – Dr. Queen é pediatra, e você não se encaixa exatamente nesse perfil. – Abri a boca pronta para protestar e esclarecer o motivo pelo qual eu queria ver Oliver, mas antes que eu murmurasse qualquer coisa a figura que já me era familiar entrou no meu campo de visão. Estremeci quando o estranho movia seus dedos logo acima do que devia ser uma ferida resultante da pancada da minha cabeça no vidro da janela, mas mantive meu olhar em Caitlin Snow que veio as pressas, seus passos rápidos e decididos exalando urgência e eficiência ao mesmo tempo. Ela não me viu, nem ela, nem Tommy que vinha logo atrás dela. Observei com interesse uma enfermeira puxar a cortina de um leito e eu tive um rápido vislumbre do homem ali dentro.

            - Roy!! – Murmurei em meio a um arfar. O nome veio tão baixo que era impossível que qualquer um, exceto o rapaz a minha frente houvesse escutado, mas Caitlin que caminhava determinada naquela direção olhou em minha direção e parou bruscamente, seus olhos tomados de surpresa e alarde, ela deve ter murmurado meu nome, pois Tommy que havia passado em sua frente voltou-se e me encarou preocupado, sua postura me dizia que ele estava considerando vir até mim. Entretanto Caitlin murmurou palavras rápidas para ele que assentiu relutante e entrou no leito, a cortina sendo fechada atrás de si, Caitlin por sua vez veio em minha direção.

            - O que aconteceu? – Murmurou quando parou em minha frente. Seu olhar me avaliando, sabia o que via. Minha blusa machada de sangue, um corte em minha cabeça. Ela fez uma avaliação rápida enquanto me tocava procurando por outros machucados. – Você está bem? – Perguntou preocupada. – Cisco me atualize. – Exigiu. – E chame um neuro agora mesmo, por que ela ainda não foi atendida?

            - Ela... Eu... Eu já avaliei. – Murmurou me surpreendendo. Estive tão desconectada que perdi o momento em que ele fez isso. Ele rapidamente jogou sobre ela as mesmas informações ditadas pelo paramédico, algumas delas sendo suas próprias. - Não parece ser um corte profundo, fora isso só há alguns arranhões. – Completou nervoso. – Eu já ia cuidar do corte, agora mesmo.

            - Eu estou bem. – Murmurei impaciente. Era verdade, eu sentia uma dor irradiando do corte e um princípio de uma dor de cabeça forte vindo, mas eu sabia muito bem que nada devia se comparar a Roy. – Você precisa ver como está Roy, foi para lá que você foi chamada, não foi? Vá até ele. – Pedi.

            - Aquele era Roy? – Perguntou preocupada, mas sem deixar de me avaliar. Retraí novamente ao sentir um espasmo de dor ao ser tocada ainda que delicadamente na área por ela. – Não se preocupe. Tommy está com ele. – Acrescentou.

— Vocês dois foram chamados. – Murmurei. – Ele precisa dos dois.

— Eu já estou indo até ele. – Prometeu enquanto lia a ficha. – Antes quero ter certeza que você está bem, pode me dizer o que aconteceu? Cisco onde está o maldito neuro? – Perguntou em tom duro. – Ela desmaiou no local, ela tem um corte na cabeça, ela bateu a cabeça, você quer me dizer por que não julgou necessário chamar um neuro? Ou qualquer um acima de você? – Cisco a encarou surpreso, ao que parecia ele não estava acostumado com ela se dirigindo para ele com tom duro.

— Sinto muito Dr. Snow, eu não percebi que foi sério. – Murmurou envergonhado.

— Chame Dr. Queen. – Murmurei para ele, mas concentrando-me em Caitlin ao falar, ela assentiu.

— Ela insisti em chamar um pediatra. – Cisco murmurou confuso encarando Caitlin.

— Cuide da cabeça dela. – Ordenou. – Eu quero uma ressonância magnética e uma TC. – Exigiu. – E chame o maldito Neuro. – Falou olhando por sobre o ombro, eu podia ver que ela estava indecisa sobre me deixar e cumprir seu trabalho. O que me surpreendia, não éramos amigas. Ela havia sido minha médica na primeira vez, e era amiga de Oliver, fora isso a única vez que a vi novamente foi quando visitei o hospital, claro tinha a festa beneficente, mas tanto ela quanto Tommy eu havia visto apenas rapidamente, não havia uma ligação forte o suficiente que a deixasse hesitante em me deixar quando obviamente ela era mais necessária em outro lugar.

Exceto Oliver.

Sua lealdade a Oliver somada a me conhecer a impedia de apenas me deixar para trás.

— Vá. – a liberei. – É Roy, ele não pode morrer.  – Ela assentiu apertando minha mão levemente.

— Volto assim que puder. – Prometeu. Encarando Cisco ela voltou a ditar o que ele deveria fazer. – Chame Oliver. – Exigiu antes de dar costas e voltar rapidamente para o leito em que Roy estava. Tentei a todo custo pegar algum vislumbre do que acontecia, mas foi em vão.

— Mas ele é o pediatra. – Murmurou deixando sua voz cair. – Ok. – Murmurou decidido. Era engraçado como ele assentia como se repassasse em sua mente o que ela havia dito.  – Primeiro vamos cuidar desse corte. Então chamarei o Neuro enquanto a levo para fazer os exames. Mais tarde eu tento entender por que você precisa de um pediatra.  – Resisti novamente a sorrir divertida com isso. Agora que Roy tinha dois médicos em que Oliver confiava completamente, eu estava um pouco mais calma.

 A maneira com que ele falou fez parecer que ele estivesse falando consigo mesmo, e pela cor de seu uniforme, a forma que falava, sua hesitação e seu nervosismo perto de Caitlin, meu palpite era que se tratava de um interno, mais do que isso, ele parecia estar em seus primeiros dias, por que se atrapalhou em encontrar os instrumentos para realizar minha sutura, meneei a cabeça enquanto o observava derrubar a bandeja com instrumentos. Aquele meio segundo de pena veio de novo, mas foi embora, por que agora eu não tinha certeza se queria ele e uma agulha chegando perto de mim.

— Merda. – Murmurou olhando para baixo, seus olhos logo alcançaram os meus um pouco nervosos. – Desculpe por isso.  – Franzi o cenho tentando entender se ele pedia desculpas por ter derrubado tudo ou por ter dito “merda”, por que se foi o segundo, ele realmente precisava relaxar um pouco. - Eu vou conseguir outra. Serei rápido. Fique aqui. – Avisou-me alheio ao fato que em nenhum momento ele havia mais exigido meu nome, ele virou-se indo em busca de uma nova bandeja. Suspirei entre irritada  e divertida  com sua ineficiência, a única coisa para qual ele estava servindo, era me distrair da preocupação. Olhei para a ficha que ele havia deixado em cima da maca e pegando a caneta preenchi meu nome. Eu me negava a ser chamada de Jane Doe. Meneei a cabeça ao perceber que o tal Cisco contrariando tudo e todos os outros que tentaram, havia sido aquele que me acalmou. Mas minha calma foi embora quando observei Tommy, Caitlin e sua equipe empurrar as pressas a maca com Roy e senti meu peito se oprimir. De repente ficar quieta e esperando era demais para mim. Antes mesmo que eu pudesse refletir para onde estava indo me levantei e saí do pronto socorro. 

Segui pelos corredores do imenso hospital, enquanto refazia minha última vinda a este lugar em minha mente, eu me lembrava do tour que Oliver havia nos dado, mas esse lugar era um verdadeiro labirinto. E agora eu estava ciente novamente de tudo. A distração havia ido embora, e mais uma vez eu estava com dor e assustada. Irritada com a inutilidade do interno e preocupada com meu amigo, eu percebia que acima de tudo eu precisava de Oliver. Fosse para me dizer que tudo ficaria bem ou apenas para informa-lo que seu cunhado estava provavelmente indo para uma mesa de operação.

Meu Deus, eu precisava avisar a Thea.

Corri minha mão pela parede do corredor enquanto arrastava meus pés, estava cada vez mais consciente do zumbido que voltava a me importunar, e da dor de cabeça resultante dele. A pontada seguinte se fez tão forte que parei alguns segundos enquanto tomava uma respiração profunda.

— Você está bem? – Uma enfermeira me perguntou enquanto me analisava atenta, seus olhos pegando a ferida em minha cabeça ao mesmo tempo que assimilava minha palidez, sua atenção foi roubada quando chamaram seu nome, e sem perder mais tempo eu avancei mais alguns passos, mas logo parei bruscamente, meus olhos se fixando no trio que estava apenas alguns passos a minha frente.

Oliver conversava com uma morena que o tocava em seu ombro, um sorriso coquete nos lábios femininos. Chocada a observei se inclinar e beija-lo, um selinho demorado que me fez franzir o cenho, ela disse algo mais, mas eu não podia saber o que era, minha atenção se fixou em Oliver. Oliver que me encarava perplexo, e então preocupado. Fechei minha mão em um punho quando eu senti novamente, aquela mesma sensação, meus sentidos sendo abafados enquanto Oliver avançava, seu rosto transtornado, minha visão impedindo-me de definir exatamente qual era aquela emoção, pois antes que ele pudesse me alcançar eu senti mais uma vez a inconsciência chegar.

Merda.

De.

Novo.

Não.

OLIVER QUEEN

Tirei minha touca enquanto observava levarem a criança para a UTI infantil, seria um longo período de observação até que ela saísse de lá, mas ela estava estável. Finalmente. Emiti um suspiro de alívio sentindo um enorme peso sair de meus ombros, por um momento eu pensei que não conseguiria salva-la, eu quase não consegui. E se consegui foi graças a Caitlin que havia passado boa parte da cirurgia comigo, mas saiu as pressas após ter certeza que não precisávamos mais dela e foi atender a um chamado urgente no PS. Algo a ver com um acidente de carro, assenti a liberando quando ela me informou e logo ela já havia saído. A partir dali tudo o que eu fiz foi basicamente fechar, então não durou muito e eu estava saindo da sala de operação. Agora eu murmurava algumas ordens de rotina para o residente responsável por checa-la em intervalos constantes e deixei claro que deveria ser chamado prontamente se houvesse alguma alteração significativa no quadro. Ele assentiu concordando e virou-se apressado em cumprir minhas ordens. O observei se afastar enquanto repassava em minha mente o que vinha a seguir, algumas consultas e uma cirurgia um pouco mais tarde, nada tão agitado quanto a de agora, eu provavelmente estaria livre para jantar com Thea e Felicity.

A ideia me animou e assustou ao mesmo tempo.

Como será que havia sido o encontro? O que será que Thea havia dito.

— Dr. Queen. – Levantei meu rosto temendo ser mais algum chamado urgente. Não queria ter que adiar qualquer coisa com as duas, mesmo tendo em conta que ninguém havia marcado nada ainda, mas tudo o que a enfermeira que havia chamado meu nome fazia era estender meu celular. Eu quase havia esquecido. Sorri em agradecimento.

— Oh obrigado, Suzanna. – Murmurei já me concentrando em desbloquear a tela, eu sabia que não deveria estar perdendo meu tempo fazendo algo tão banal como checar se sua namorada havia deixado uma mensagem, mas eu não podia parar a mim mesmo. Desde que Felicity havia dito que falaria com Thea hoje, eu queria saber se já tinha acontecido e se tudo estava bem. Vi a notificação de uma chamada de voz e pensei em escuta-la ali mesmo, mas notei que a figura feminina ainda seguia ao meu lado. – Mais alguma coisa? – Perguntei ansioso para escutar a chamada, só podia ser Felicity. Ela me encarou com expectativa.

—Oh não. – Sorriu. – A não ser que você queria mais alguma coisa, eu ficaria feliz em ajuda-lo, Dr. Queen. – Seu sorriso se transformou em algo mais e logo eu percebi que se tratava de um flerte. Cogitei uma possibilidade de dispensa-la sem transformar minha sala de operação em um campo de guerra e já estava pronto para proferir uma desculpa qualquer para me afastar quando outra voz feminina atraiu minha atenção.

— Escondendo-se de mim Oliver? – Franzi o cenho ao encarar Isabel se aproximando com seus passos decididos e firmes, ela assim como Suzanna exibia um sorriso de flerte, exceto que Suzanna não sorria mais, ela encarava tudo com uma linha fina formada pelos lábios apertados.

Tinha que ser algum tipo de piada.

— O que você está fazendo aqui? – Perguntei  confuso e irritado com toda a situação.

— Você não retorna minhas ligações.  –Murmurou dando de ombros. – Estou mais uma vez em Starling City e resolvi visitar um amigo. – Murmurou piscando. – Um amigo que não sabia que eu estava aqui, por que não atende minhas ligações.

— Não. Por aqui, eu quis dizer aqui.— Enfatizei. – Você está na ala cirúrgica, você não pode ficar passeando sem permissão. – Ela não pareceu se importar com meu tom, nem um pouco. Era verdade que eu estava evitando suas ligações, e isso era por Felicity. Por que quando combinamos que nenhum de nós dois íamos ficar com outras pessoas, eu deveria falar para Isabel que não iria mais haver nossos típicos encontros, não obstante eu não queria fazer isso por celular, poderia ser apenas um encontro aleatório com o simples objetivo de sexo, mas de certa forma erámos amigos, então eu esperava poder dizer isso em um jantar, ou pelo menos cara a cara, como ela constantemente remarcava suas viagens, ainda não foi possível, mas ela estava aqui agora. Talvez eu devesse agarrar essa oportunidade.

— Quando eu falei amigo, eu não quis dizer necessariamente apenas você. – Sorriu ainda mais amplamente. – Slade me ligou. – Murmurou simplesmente. – Ele disse que vai se afastar por alguns momentos do conselho do hospital, ele quer que eu o represente em sua ausência.

— Como é que é? – Murmurei incrédulo.

— Não fique tão surpreso Oliver. – Riu. – Só por que eu e Slade não estamos mais casados, não significa que ele não reconheça minha eficiência. Sempre fomos um bom time. Uma droga de casal, é claro, mas sempre trabalhamos bem juntos.

— Então essa visita...

— Apenas reconhecimento. – Assentiu. – Logo estarei sendo voz ativa nas decisões administrativas desse hospital.

— O que significa que...

— Eu estou me mudando de volta. – Acrescentou contente. – Isso pode ser bom para nós. – Comentou se aproximando.  Recuei um passo, ela franziu o cenho estranhando meu comportamento. – Ou não. O que está acontecendo? – Ok. Essa era oportunidade para deixar tudo claro.

— Escute Isabel, as coisas foram divertidas até agora, mas...

— Você foi fisgado.  –Murmurou incrédula. – Logo você?

— Você vai me deixar terminar alguma frase? – Perguntei aborrecido. Isso era incrivelmente irritante.

— Isso é um sim? – Perguntou ainda mais confusa. – Você realmente está a sério com alguém? Como isso foi acontecer? – Murmurou parecendo decepcionada.

— É complicado. – Murmurei por fim. Ela meneou a cabeça sua decepção se transformando em diversão ao escutar minha frase curta. Ela sorriu e voltou se aproximar, eu não queria aborrecê-la ao me afastar novamente, e após a primeira vez, ela certamente havia pego a mensagem, entretanto sua mão espalmou meu ombro me surpreendendo com o toque.

—É uma pena. – Murmurou antes de voltar a me surpreender ao tocar seus lábios nos meus em um selinho rápido. – Avise-me quando quiser simplicidade novamente. – Piscou. A encarei atônito por ela ter me abordado dessa forma no hospital, ela sabe que não sou assim, então isso foi apenas para me provocar, eu poderia protestar e ralhar com ela sobre isso, e negar qualquer intenção de seguir com nossos encontros, mas minha atenção foi roubada antes que eu pudesse fazer qualquer uma dessas coisas. Surpreso eu me deparei com o rosto de Felicity, pétreo e sem vida. Sabia que ela havia presenciado o pequeno gesto íntimo e que provavelmente estava teorizando sobre coisas que não devia.

Fiquei tão perplexo por vê-a aqui e presenciando tal cena que demorei alguns segundos para me perguntar o que ela fazia aqui, para perceber a estranheza do momento e então perceber tardiamente sua blusa manchada de sangue, o corte em sua cabeça e a palidez em seu rosto. Antes mesmo de assimilar tudo isso eu já avançava até ela, o desespero nublando meus pensamentos ao perceber que ela estava machucada, que algo havia acontecido com ela. Uma voz, talvez a minha própria, gritava em minha mente de forma incoerente que ela precisava de um médico, eu estando no momento totalmente alheio de que eu era um, de que ela estava em um fodido hospital repleto deles. Chegava a ser engraçada a maneira como nossas cabeças funcionam quando nos vimos em situações assim, minha mente estava um caos e agindo a toda velocidade, enquanto a alcançava em tão poucos passos.

Só para não alcança-la antes de cair no chão.

Ajoelhe-me a o lado do seu corpo inerte enquanto sentia meu coração correr dentro do meu peito. Um aglomerado de pessoas veio ao nosso socorro, uma enfermeira gritou para alguém arranjar uma maca, enquanto eu corria minhas mãos pelo seu rosto o inclinando enquanto sussurrava seu nome.

— Foda-se. – Murmurei a erguendo em meus braços sem esperar por porra de maca nenhuma, a levei diretamente para o pronto socorro e coloquei em um dos leitos enquanto a examinava rapidamente, com uma pequena lanterna em formato de caneta eu observava a reação de suas pupilas.

— Essa é minha garota. – Olhei por cima do ombro apenas para encontrar o interno de Caitlin nos encarando. – Ela havia sumido, eu devia ter imaginado que foi procurar por você Dr. Queen, ela não parava de chamar por você. – Franzi o cenho demorando-me para entender o que ele dizia. – Ela acordou. – Murmurou avançando para ir até ela.

— Afaste-se! – Exigi antes que pudesse me conter. Minha mente processava agora que por culpa dele, ela havia se arrastado pelos corredores do hospital e desmaiou. Ele estremeceu e assentiu com obediência. Eu o ignorei completamente e voltei minha atenção para Felicity que realmente havia acordado, seus olhos piscavam enquanto recobrava a consciência, ela me encarou me reconhecendo, sua expressão trazendo alívio, mas se transformando em algo diferente, sem demora ela tentou se erguer. – Felicity. – A chamei suavemente. Ela tentou se erguer, mas a impedi segurando seus ombros. – Devagar. – Murmurei. – Você bateu a cabeça, fique deitada por mais alguns momentos, sim? Eu estou aqui, anjo. – Murmurei tentando tranquiliza-la.

— Oliver... – Murmurou. Seus olhos se encheram de lágrimas. – Eu...

— Está bem, está bem. – Murmurei acariciando sua testa.  – Diga-me o que aconteceu e quanto tempo ela está sem atendimento? – Murmurei entredentes enquanto encarava o rapaz ao meu lado.

— Ela sofreu um acidente de carro. – Murmurou rapidamente. – Eu já estava a atendendo, mas precisei ir atrás de algumas... Coisas.  – Hesitou. – Ela saiu antes que eu pudesse fazer a sutura. – Acrescentou.  – Eu a estava procurando, mas surgiu algo...

— Por que ela ainda não foi atendida? - Caitlin murmurou se aproximando.

— Oh Deus. – Felicity murmurou em meio a um suspiro.

— Você sabia que ela estava aqui? – Perguntei irritado. – Por que você não me chamou?

— Eu chamei. – Protestou. – Cisco! Os exames que eu pedi? A consulta com o Neuro? Qual o seu problema hoje?

— Sinto muito Drª. Snow, mas ela fugiu e eu tive que...

— Pare!  - Murmurou o dispensando e colocando novas luvas. – Chame Chase e procure outro caso. Eu cuido dela. – Concluiu enquanto Felicity tentava se levantar novamente e eu a ajudava.

— Eu posso fazer isso.  –Murmurei ganhando um olhar rabugento das duas.

— Não ache que não percebi que você gritou comigo. – Caitlin retrucou. – Você não vai tocar em ninguém até se acalmar.

— Tanto barulho por conta de um arranhão. – Felicity resmungou.

— Como está sua cabeça? – Murmurei preocupado a encarando. – Ela desmaiou e bateu a cabeça agora pouco. – Informei a Caitlin que assentiu.

— Agora são dois. – Retrucou. Observei o rosto de Felicity com preocupação. – Não é apenas um arranhão Felicity, é profundo o suficiente para levar pontos e fazê-la desmaiar duas vezes, você pode ter sofrido uma concussão, ou algo mais, eu quero que você faça esses exames, por que você precisa. – Felicity assentiu concordando, mas gemeu ao fazê-lo.

— Felicity, sente algo? – Tornei a perguntar. – Como está sua cabeça?

— Doendo como o inferno. – Respondeu sem paciência.  Então seu olhar caiu sobre o meu como um raio. – Como estão seus lábios? – Perguntou irritada e deixando-me desconcertado.

— Você realmente vai prestar atenção nisso agora? – Murmurei incrédulo.

— Quem era ela? – Perguntou direta.

— Felicity...

— Nome, Oliver. – Exigiu. Suspirei aborrecido.

— Eu obviamente perdi algo aqui. – Caitlin comentou olhando de um para o outro. – Mas desde que eu sou quem vai enfiar uma agulha na sua cabeça, eu quero que você fique quieta. E não se preocupe, eu lhe darei algo para dor.

— É só um arranhão. – Protestou ganhando um olhar rabugento de Caitlin.

— Quem é a médica aqui? – Caitlin perguntou enquanto observava a ferida. – Oh, é mesmo, sou eu. – Felicity a encarou sem paciência. -  Eu vou limpar e aplicar um pouco de anestésico local para não machucar, então vou suturar, nesse meio tempo tente não avançar sobre ele. – Pediu. – Após isso vamos fazer aqueles exames. – Esclareceu a encarando. - Dr. Chase irá nos encontrar lá.

— Chase é um idiota. – Murmurei automaticamente.

— E um neuro. – Retrucou sem alterar seu humor. – O melhor, então supere isso. – Resisti à vontade de retrucar e me concentrei em Felicity que parecia extremamente calada agora, seu olhar vagando em direção nenhuma, evitando a mim. Movi minha mão para cobrir a sua, mas demorou apenas alguns instantes antes que ela retira-se a sua, a ação me machucou tanto quanto me surpreendeu. Eu queria oferecer algum conforto a ela, mas ela recuou.

            - O que aconteceu? – Murmurei tentando não me fixar naquele gesto. – Cisco disse que você esteve em um acidente? – Eu precisava saber mais do que aquilo.

            - Bateram em nós. – Murmurou com voz tremente. – Eu não sei quem foi, eu acho que não ficou para verificar o estrago. Eu não lembro, eu desmaiei e acordei na ambulância.

            - Muito tempo desacordada. – Caitlin murmurou para si mesma como se tomasse notas.

— “Nós”. – Repeti preocupado. Será que Thea? – Quem...

— Roy. – Falou sua voz quebrando, a onda de alívio que me atingiu por não ser minha irmã não demorou muito, Thea ficaria arrasada se qualquer coisa acontecesse a seu namorado. – O olhar de Felicity caiu sobre Caitlin. – Como ele está?

— Ele está em cirurgia no momento. – Nos informou. – As coisas parecem mais feias do que realmente são, confie em mim. Tommy está cuidando de tudo. Eu vou ser alertada caso precisem de mim, mas não acho que ocorra. – Apesar da tentativa de Cailtin de acalma-la eu pude notar que Felicity fechava seu punho em um gesto claro de nervosismo.  – Eu sou uma cardiocirurgiã Felicity, não precisar de mim é muito bom.

— Eu sei disso. – Comentou. – Eu só estou preocupada.

— Eu confiaria minha vida a Tommy, anjo. – Murmurei tornando a segurar sua mão. – O bastardo é um dos melhores médicos que eu conheço. – Ela assentiu considerando minhas palavras e respirando fundo, aproveitando sua calma Caitlin passou a agir. Felicity por sua vez encarou nossas mãos unidas. Dessa vez não havia dúvidas sobre a rejeição quando a arrastou fora da minha. Tal como antes senti o gesto me atingir. Seu olhar era triste, mas firme quando falou comigo.

— Você devia ir. – Murmurou me surpreendo. – Vá trabalhar. – Acrescentou. - Salvar crianças, eu não devia estar te prendendo aqui. – Concluiu. – Você não precisa ficar aqui.

— Eu vou ficar. – Murmurei decidido.  – Acabei uma cirurgia não faz muito tempo, desde que não há nenhuma criança na emergência esperando por mim, eu vou ficar.

— Eu quero que você vá. – Murmurou deixando clara sua vontade. Ela não parecia estar com raiva. Não. Ela estava chateada, triste. E isso para mim foi pior.

— Felicity. – Murmurei incrédulo. – Foi só um beijo, Isabel me pegou de surpresa. – Não significava absolutamente nada para mim. Ela não podia estar realmente chateada com isso.

— Como é que é? – Ambas as mulheres me encararam com o mesmo olhar. Surpresa e revolta. Eu quase preferia que ela estivesse triste de volta. Mesmo Caitlin parecia furiosa comigo. Tentei não me encolher diante os olhares ferinos.

— Isabel? – Felicity repetiu. A raiva teve o poder de distraí-la, por que não parecia perceber que Caitlin após me lançar um novo olhar irritado havia começado a fazer a sutura. – Saia Oliver.

— Eu não vou embora. – Repeti. Não por conta de um mal entendido, e não com ela assim.

— Saia daqui. – Exigiu.

— Eu vou ficar. – Murmurei ainda mais determinado. Ela muito estava enganada se achava que eu realmente iria embora agora.

— Para o quê? – Perguntou amarga. – Segurar minha mão?

— Felicity... – Murmurei trincando os dentes.

— Oliver. – Caitlin interveio. – Eu sei que há mais entre os dois, mas neste momento ela é uma paciente, e ela não o quer por perto. Saia daqui.

— O que ela quer me importa muito pouco. – Retruquei irritado. Ela havia me assustado demais quando desmaiou em minha frente, eu não vou sair do seu lado até ter certeza que ela está bem.

— Isso não é bem uma novidade não é mesmo? – Perguntou com acidez.

— Anjo...

— Vá para o inferno Oliver.

— Dr. Queen. – Caitlin murmurou irritada por ser o motivo de Felicity estar agitada novamente. – Antes foi um pedido de uma amiga, um conselho entre colegas, agora eu estou exigindo como sua médica, afaste-se. Mais tarde você poderá conversar com ela.

—Isso não vai acontecer Caitlin. – Murmurei a fitando sem piscar. Ela me lançou um olhar apoplético, provavelmente considerando se chamava ou não um segurança.

— Eu estou mais calma. – Felicity mentiu. – Vocês podem parar com esses olhares, por favor. Oliver pode ficar. Por agora, mas saiba que eu ainda estou o mandando para o inferno mais tarde.

— Que seja, eu vou, mais tarde. – Murmurei puxando um banco para fazer meu ponto e sentando-me ao seu lado, ela me encarou rabugenta. – Eu não acredito que você está se prendendo a isto no momento.

— “No momento”. – Murmurou cansada. – Bem agora, neste momento, meu amigo, um dos poucos que eu tenho nessa maldita cidade, está sendo operado. – Respirou fundo. – Ele pode ou não sair com vida daquela sala de operação, então eu estou tentando a todo custo não pensar no fato que se ele não tivesse pedido para dirigir, seria eu e não ele naquela mesa, eu, Oliver. Eu poderia estar em uma mesa de cirurgia, eu deveria estar lá. Não Roy. – Meneou a cabeça pensando na possibilidade. – Eu estou tentando muito não surtar, entrar em uma crise de choro, por que eu estou assustada, temendo por meu amigo, seu cunhado. Então desculpe se em vez disso eu prefiro focar no fato de que enquanto eu estava procurando por você, você estava com a porra dos seus lábios colados aos de Isabel. – Finalizou erguendo a voz. Pisquei surpreso e sentindo vários olhares em cima de mim. – Eu disse que você deveria ter ido embora. – Falou mais calma.

— E eu disse que eu não ia. – Retruquei erguendo minha mão. – Agora me dê sua mão para que eu possa segura-la.

— Eu não preciso de você segurando minha mão. – Murmurou.

— Eu preciso. – Murmurei fazendo com que sua boca abrisse em surpresa, ela franziu o cenho como se analisasse cada gesto meu, seus olhos prendendo os meus com tamanha intensidade que me fez perguntar se ela não podia ler minha mente apenas assim, me observando. Sua mão se ergueu encontrando a minha e só quando sentir o calor dela, foi que me permiti respirar com certo alívio. O que ela havia me dito tinha me abalado, o fato de que ela só escapou por ter trocado de lugar com Roy.

— Finalmente um pouco de calma. – Caitlin murmurou fazendo com que nós dois percebêssemos sua presença silenciosa e a encarassem com aborrecimento. – Olhe, eu escutei tudo e já tirei minhas próprias conclusões, eu conheço Isabel e sei como ela é, se você quiser conversar comigo mais tarde sobre isso, eu adoraria trocar um pouco de veneno com você. – Felicity tentou, mas não conseguiu segurar um sorriso. – E então você dois vão resolver essa situação ridícula, primeiro por que vocês formam um bonito casal, eu detestaria ver isso desfazer em tão pouco tempo por causa de um desentendido. Segundo por que Oliver é um idiota quando vocês estão brigando e terceiro e bem mais importante: Eu já assinei o convite de vocês.

— Perdão? – Felicity murmurou confusa. – Convite?

— Para meu casamento. – Caitlin retrucou parando para encara-la. – “Para Oliver Queen e Felicity Smoak”. Não me façam mudar isso. – Alertou. – Você não tem ideia do quanto de dedicação e atenção eu tive que dispensar para a letra sair bonita. E eu sou uma médica, eu não tenho tempo para isso.

— Por falar nisso você não devia estar em alguma cirurgia? – Felicity perguntou. – Ou correndo para atender algum chamado. – A pergunta de Felicity era para Caitlin, então aproveitando-me que sua atenção estava nela eu procurei meu celular e passei a escrever uma mensagem.

— Eu deleguei. – Cailtlin respondeu fazendo-a entender que estava aqui por ela.  – Se precisarem de mim e se for urgente, eles vão me chamar. E você Oliver?

— Eu o quê? – Perguntei a encarando surpreso.

— Quem está cuidando de seus pacientes? – Perguntou erguendo uma sobrancelha.

— Eu tenho residentes fazendo as rondas, estou reagendando minhas consultas agora mesmo. –Murmurei enquanto clicava em enviar. – E minha próxima cirurgia já havia sido adiada. – Dei de ombros. – Os pais da criança não sabem dizer não e deram comida para a pequena criatura. A próxima será daqui algumas horas.

— Os pais sabem que você chama seu filho assim? – Questionou-me divertida.

— Eles ficariam irritados se soubessem como eu os chamei quando descobri. – Sorri.

— Oliver. – Encarei Felicity de com ansiedade ao escuta-la murmurar meu nome, seu tom me preocupou.

— O que foi?- Perguntei voltando a segurar sua mão.

— Eu já estou terminando. – Caitlin avisou.

— Você deveria ligar para Thea. – Pediu. – Nós íamos para seu apartamento, ela estava doente e faltou, ela sabia que estávamos indo. A essa altura ela já deve está preocupada. Eu não estou mais com meu celular, eu não tenho como chama-la, você pode...

— Claro. – Concordei. – Eu já deveria ter ligado.

— Você pode ligar para Diggle também? – Perguntou com receio. – Eu posso escrever o número.

— Vamos fazer o seguinte. – Caitlin murmurou tirando suas luvas. – Eu vou leva-la para os exames, enquanto Oliver vai buscar Thea, quando terminámos você mesma liga para Diggle do meu celular, eu não o conheço bem, só o vi na última vez que você foi uma paciente, mas eu acho que ele vai reagir melhor escutando você dizer que está bem. – Assenti concordando, e mesmo Felicity repetiu o gesto, só então percebi que eu não teria gostado de ter minha irmã dirigindo estando nervosa após esse acidente, e a única razão por eu não ter sugerido busca-la de imediato, era Felicity. Eu ainda estava preocupado, e ter Caitlin reafirmando que não sairia do seu lado pareceu pesar em minha decisão.

— Eu volto logo. – Murmurei antes de me inclinar e beijar seu rosto rapidamente. – Tente não desmaiar mais. – Brinquei, mas havia certa verdade no pedido, um quê de desespero também, temia me afastar para chegar e todo o quadro dela de repente se alterar, piorar, e eu não estava por perto.

— Tente não ser beijado no meio do caminho. – Retrucou com um sorriso irônico, a encarei com descrença enquanto ela dava de ombros, meneando a cabeça eu segurei seu rosto e antes que ela pudesse ser alertada da minha intenção eu a beijei rapidamente.

— Tarde demais. – Murmurei me afastando.

THEA QUEEN

Enchi o copo com água e levei o comprimido a boca o engolindo com o auxílio da água, se havia algo que me irritasse mais do que ficar doente, eu desconhecia, mas para ser honesta, existe alguém que goste? Claro, desde criança aprendi as vantagens de ter a garganta inflamada quando minha mãe me dispensava para o meu quarto e eu não tinha que enfrentar nenhuma aula particularmente chata, eu confesso que com o tempo aprendi a fingir estar doente e explorar tais vantagens, mas ficar doente de verdade, realmente era um saco.

Principalmente quando eu estava louca para ver Felicity se contorcer em minha frente enquanto criava coragem para dizer que estava em uma espécie de encontro sórdido e secreto com meu irmão. Ok, talvez ela não fosse se contorcer, por que Felicity não é realmente o tipo que faz isso, mas havia certo prazer em imaginar seu nervosismo. Infelizmente para mim, eu suspeitava que ela já havia imaginado que eu sabia da coisa toda, então eu também achava que ela apenas ia enfrentar isso.

Eu gostava tanto da ideia tê-la gaguejando ao dizer isso.

A mera ideia me divertia.

Sorri imaginando mais uma vez a cena que provavelmente nunca aconteceria, mas fui interrompida quando tive uma crise de tosse.

Eu realmente odeio isso.

Olhei para o relógio na parede da cozinha e percebi que havia dormido mais do que pretendia, Roy já devia ter chegado e ele não era de se atrasar. Bem, ao menos que ele tivesse fazendo alguma entrega. Só que ele não havia me dito nada sobre isso, e apesar de tudo o que ele fazia significava, ele sempre me avisava antes. Tentei não me precipitar, era possível que algo tivesse surgido e ele houvesse se esquecido de me avisar.  Apesar de não ser típico dele, mas era possível, certo?

Suspirei pensando nesse aspecto da vida de Roy. Algo que eu tentava com todo afinco evitar. Eu estremecia só em imaginar a reação de Oliver se descobrisse que meu namorado vende drogas. Ollie não entenderia, tudo era preto no branco para ele, sistemático, em ordem. Se envolver com Felicity foi a coisa mais impressionante que ele havia feito, ao menos para mim. Ela fugia completamente do molde de namorada perfeita, o molde dele na verdade. Por que para mim, Felicity seria perfeita para Oliver. Ela era o que ele precisava.  Assim como com Roy era o que eu precisava, um balanço, um contraste.

Mesmo fazendo o que fazia, eu nunca me arrependi ou questionei meu relacionamento com Roy.

Era horrível que ele tivesse que recorrer a isso, eu queria pode ajudar de alguma maneira, mas ele era um cabeça dura, orgulhoso demais para aceitar qualquer tipo de ajuda assim. Eu me preocupava constantemente com isso, eu sabia que podia ser perigoso para ele, que embora ele tratasse mais com filhos de riquinhos, e ocasionalmente frequentasse algumas festas, eu sabia que muita coisa podia dar errado. Eu queria ter força para pedir para que ele parasse com isso, dar um ultimato, algo assim, mas e se não fosse a mim que ele escolhesse? Nada era tão simples para Roy. Ou fácil de se escolher.

Ele precisava desse dinheiro.

Que outra alternativa eu poderia oferecer?

Eu tentava agir despreocupada com isso, parecer até mesmo boba demais, parecer que não levava toda a situação a sério. Tudo isso para tranquiliza-lo. E eu sentia que ele fazia o mesmo comigo, que minimizava as coisas, as tornava simples demais, apenas para soar como uma besteira qualquer, um trabalho qualquer. Nada com que eu devesse me preocupar. Ele não queria que eu me preocupasse.

Mas eu sempre estava preocupada.

Merda.

Como eu estava.

Meus pensamentos foram interrompidos quando finalmente a campainha soou, e sentindo uma onda de alívio eu saí da cozinha. Apressada me movi ignorando a letargia do meu corpo e fui abrir a porta. Esforcei-me para colocar um sorriso forçado já que sentia minha cabeça pesada e não queria Roy preocupado com uma gripe qualquer. Enquanto abria a porta meu sorriso se esvaiu. O cortei fora tão logo percebi que era Oliver e não Roy que me encarava.

Não pude evitar encara-lo com desagrado.

Podia ser meu irmão, mas eu ainda estava um pouco irritada com sua última façanha. Minha intenção era totalmente voltada para o bem quando organizei aquele jantar, eu só queria que ele sentisse um pouco de ciúmes de Felicity, queria força-los a perceber as profundezas dos sentimentos dos dois e uni-los ainda mais no ato, foi tudo muito inocente. Eu não precisava que ele ficasse aborrecido com algo tão altruísta e me forçasse a pagar por isso. Literalmente.

— Oh, você. – Murmurei lhe dando as costas e voltando para a minha sala. Podia senti-lo me seguindo. – Ainda estou irritada com você, se você veio me pedir desculpas, sinto dizer que só lhe darei quando você me reembolsar por aquela maldita conta. – Concluí me sentando no sofá, recolhendo minhas pernas e abraçando meus joelhos.

— Felicity me disse que você estava doente. – Murmurou me analisando com preocupação. – O que aconteceu?

— Gripe. – Murmurei após dar de ombros. Eu não ia bancar a dramática com Oliver, ele me conhecia o suficiente para não me mimar quando eu estava doente. Até certo ponto ele... Espere. – Felicity te disse? – Repeti. - Você viu Felicity hoje, Oliver? – Murmurei inclinando minha cabeça tentando parecer inocente quando murmurei a frase seguinte. – Há algo que me queira falar? – Para ser sincera, era difícil acreditar que Felicity se acovardou e mandou meu irmão em seu lugar. Mas talvez agora eu tivesse alguma diversão real nisso, eu poderia sonhar com Ollie gaguejando ao contar? Para minha surpresa e desagrado Oliver não se abalou com a insinuação em minha voz, na verdade seu semblante permaneceu fechado. Nem uma pontinha de reconhecimento ou humor. Mesmo confusa com essa reação, continuei. – Seja o que for, eu aconselho dizer logo por que Roy vai chegar a qualquer momento, a não ser que seja algo que você queria compartilhar. –Sorri tentando novamente. – Oliver? – Murmurei preocupada, sua seriedade por fim me amedrontando.

— Eu vi Felicity no hospital, Thea. – Murmurou. – Hoje.

— Por quê? Eu não me lembro de ter outra visita marcada. – Murmurei confusa, hoje sequer teria aula de Layla, e era ela que gostava desse tipo de coisa, então... – Oliver por que Felicity está em um hospital? Roy sabe disso? Foi ele que a levou?

— Speedy. – Interrompeu-me. Foi o maldito apelido que o denunciou. Eu deveria agradecer por ele não ter começado com usual frase “Precisamos conversar”. Tão logo ele me chamou pelo apelido naquele maldito tom reconfortante, eu sabia. Eu sabia que algo havia acontecido não só com Felicity, mas com Roy também.

— O que aconteceu Ollie? – Perguntei me erguendo, ele avançou para me segurar meus ombros, meu desespero se fazendo cada vez mais presente, senti meu corpo tremer ao imaginar o pior. – O que aconteceu com eles? Com Roy? Ele está bem? Oliver, por favor, me responda.

— Acalme-se. – Pediu. – Roy e Felicity sofreram um acidente de carro hoje após as aulas. – Segurei minha respiração enquanto vagamente o escutava. - Ela está bem, sofreu uma pancada na cabeça e isso parecer ser tudo, mas Roy estava no banco do motorista, ele recebeu maior impacto, e está sendo operado por Tommy, até o momento tudo o que eu sei é que a cirurgia ainda está acontecendo e isso é bom Thea, que ele ainda esteja em cirurgia é algo bom. Ter Tommy como médico também. – Tranquilizou-me. - Tommy é muito bom no que faz, ele ficará bem. – Prometeu-me. – Eu vim busca-la, Felicity está fazendo alguns exames enquanto isso, eu a levarei até ela e juntas vocês vão esperar pelo o resultado da cirurgia. – Concluiu. – Eles ficarão bem Speedy. – Repetiu. Ele mesmo parecia estar um pouco apreensivo. Tomei uma nova respiração profunda enquanto assentia, esta agora em busca de me calmar. Meus pensamentos estavam espalhados, dando voltas e parando sempre em uma cena brutal, onde Roy estava em uma mesa sendo operado e não saia de lá vivo, senti os braços de Oliver me envolverem e percebi que eu chorava. Apoiei-me ao seu ombro recebendo de seu conforto. Precisando disso.

Roy.

O que eu faria se algo acontecesse com ele?

Ele é o amor da minha vida, ele não pode simplesmente morrer e me deixar.

Não era justo.

Passei alguns minutos apenas recebendo o consolo de Ollie. Presa em um mundo de possibilidades. Fiquei assim até que ele recuou e ergueu meu queixo, seu olhar preocupado me avaliando.

— Você está pronta? – Perguntou com suavidade. – Eu prometi a Felicity que não demoraria. – Assenti concordando. E enxuguei as lágrimas sobre meu rosto.

— Eu estou bem. – Murmurei sentindo minha voz um tom mais grave. – Eu só preciso me trocar, então eu vou pegar minha bolsa.

— Tudo bem. – Assentiu concordando. Afastei-me indo em direção ao corredor que levava para os quartos, mas parei e voltei-me para encara-lo. Suas mãos estavam nos bolsos da calça e seus ombros curvados mostrando o quanto estava tenso. Então eu percebi.

Felicity.

Oliver também estivera preso em um mundo de possibilidades.

— Ela realmente está bem? – Perguntei fazendo com que ele erguesse a cabeça e me encarasse com surpresa. – Felicity está bem?

— Eu espero que sim. – Murmurou respirando fundo ao fazê-lo. Assenti percebendo mais uma vez que Oliver também estava preocupado e por suas próprias razões. Voltei a lhe dar as costas e me apressei a trocar de roupa e pegar minhas coisas. Quando retornei Oliver ainda estava parado no meio da sala, perdido em seus próprios pensamentos, imóvel. Quando percebeu que havia voltado, ele logo passou a agir. Sem demora trancamos tudo e descemos até o carro.

A ida até o hospital pareceu não acabar nunca, o caminho invés de diminuir a medida que o percorríamos pareceu se estender cada vez mais.  Até que por fim chegamos. Andamos apressados pelo hospital, Oliver com passos firmes e eu com passos relutantes, forçava-me a acompanha-lo, mas temia qual seria a notícia que receberia quando a encontrássemos.

Oliver de repente parou, sua atenção em uma pessoa.

— Você. – Oliver murmurou chamando a atenção de um rapaz que passava. – Dr...

— Você pode me chamar de Wally, Dr. Queen. – Sorriu simpático e ansioso por agradar. Até que pareceu notar o humor de Oliver e que sua reposta não trouxe o sorriso que imaginava. – Ou Dr. West. – Corrigiu-se. - Em que posso ajuda-lo, senhor?

— Preciso saber onde está a Drª Snow. – Respondeu rapidamente.

— Oh, ela acaba de entrar em um a cirurgia. – Falou sorridente. – Eu vou participar, eu só estava pegando os...

— Quem é o paciente? – Oliver o interrompeu. Urgência tingia sua voz. Eu mesma podia sentir certo pânico me dominar. Ele disse que Felicity estava bem, que ela estava apenas fazendo mais alguns exames.

— Eu não tenho certeza se me lembro do no...

— Responda-me!! – Exigiu.

— Dr. Queen. – Girei meu corpo para observar outro rapaz vir correndo enquanto Oliver ainda mantinha seu olhar preso no outro. – Dr. Queen. – Repetiu quando parou ao nosso lado. Encarava Oliver em uma mistura de temor e ansiedade. – Drª Snow pediu-me para informa-lo que stªa Smoak está em um dos quarto. Após realizar os exames e depois da consulta com Dr. Chase, ele concluiu que ela sofreu uma pequena concussão, como eu sempre suspeite... – Acrescentou. Ela falava rapidamente, mal respirando entre as palavras. – Ele também disse que ela não precisava ser internada para ser observada caso ela morasse com alguém, mas mesmo assim Drª Snow insistiu no contrário. Segundo ele o primeiro desmaio ocorreu devido a pancada, naturalmente e que o segundo desmaio provavelmente se deu devido a hipoglicemia, já que a paciente confirmou e confessou que ainda não havia ingerido nada no dia. Ele a internou para um dia em observação e prescreve soro, junto com medicação para dor. Então eu estou aqui para isso, para leva-los para seu quarto. – Concluiu soltando seu fôlego de vez e apoiando-se aos joelhos. – Eu sou Cisco, a propósito. – Murmurou para mim. Pisquei um pouco confusa tentando compreender o que ele havia dito, já que ele havia praticamente cuspido tudo. Erguendo-se completamente ele voltou a encarar Oliver. Enquanto o tal Wally se esgueirava para ir embora sem chamar a atenção de Oliver. – Ela também pediu para avisar que entraria em cirurgia e que por tanto só ia vê-lo daqui algumas horas.

— Será que é Roy? – Perguntei preocupada.

— Você deve ser Thea, a namorada do “Roy”. – Apontou um dedo. – Ela pediu para avisar que não é ele. – Concluiu. – Seu namorado ainda está em cirurgia, mas a última vez que eu fui até lá, tudo estava ocorrendo muito bem. – Assegurou-me. Então sorriu feliz consigo mesmo. – Pronto, dessa vez eu não fiz nada de errado. – Suspirou aliviado. – Drª Snow não vai pedir minha cabeça. -  Oliver inclinou a cabeça dispensando um olhar fulminante para ele. – Exceto por continuar aqui, parado, e não leva-los até o quarto. – Assentiu. – Desculpe. – Murmurou dando as costas e andando.

Logo o seguimos parando apenas quando o mesmo também o fez, Oliver não hesitou em entrar no quarto. Felicity estava sentada no centro da cama, sentava sobre as pernas cruzadas abaixo de si, seu semblante carregado, ela encarava a agulha inserida em sua veia e parecia extremamente chateada com isso. Na verdade ela parecia prestes a arrancar isso fora.

— Você está bem? – Oliver perguntou parando em sua frente e levando sua mão para afastar algumas mechas de seu cabelo rosa, ela assentiu dispensando um olhar e pequeno sorriso repleto de intimidade antes de perceber que eu estava ali. Oliver recuou um passo para que eu pudesse abraça-la sem bater em seu corpo no meio do caminho.

— Eu sinto tanto. – Ela murmurou por cima do meu ombro, sua voz quebrando-se. – Eu ainda não sei nada sobre o que está acontecendo. Eu ainda estou tentando entender o que aconteceu, ele estava comigo, estava dirigindo, me provocava e então tudo aconteceu tão de repente, havia tanto sangue, eu sinto tanto. – Repetiu. – Se algo acontecer com ele...

— Eu sei. – Assenti sentindo minhas lágrimas retornarem. – Eu não sei como...

— Nada vai acontecer. – Oliver murmurou colocando sua mão sobre meu ombro. – Eu vou entrar lá agora, eu vou ver o que está acontecendo, logo eu volto para atualizar vocês. – Prometeu.

— Obrigada. – Murmurei agradecida, ele assentiu apertando meu ombro ligeiramente antes de encarar Felicity mais uma vez. Eles compartilharam um olhar carregado de intensidade, no qual ela assentiu e ele foi embora. – Parece que você teve um dia agitado hoje. – Comentei acariciando seu cabelo.

— Você não tem ideia. – Meneou a cabeça. – Acabei de dispensar dois policiais que queriam saber como ocorreu o acidente, quem estava dirigindo e se algum de nós dois, ou os dois, estavam sobre a influência de alguma bebida ou droga. – Suspirou. – Ainda bem que John já havia chegado e após toda a preocupação comigo foi conversar com eles. Eles falaram que uma testemunha conseguiu a placa do carro, eles vão identifica-la logo. A pessoa não só bateu na gente como fugiu, eu acho que ele ou ela está com bastante problema.

— Você não estava dirigindo? – Perguntei confusa. Demorei alguns segundo para percebi que Oliver já havia me dito isso, ele disse que Roy havia recebido mais impacto por que estava no banco do motorista. Ela meneou a cabeça em negativa.

— Mas não fui culpa dele Thea, nos atingiram, não o contrário. – Jurou. Ela não precisava se preocupar com isso, no momento eu estava mais preocupada com ele do que quem causou o acidente, mais tarde eu me preocuparia com isso. – Ele estava tão animado por que eu o deixei dirigir. – Comentou.

— Eu só posso imaginar. – Suspirei sentindo um aperto em meu coração justamente enquanto imaginava. Quando o assunto era carros, Roy se tonava uma criança. Pensar na possibilidade de não ver mais aquele sorriso infantil em seu rosto me afligia, e fazia com que uma nova onda de desespero me sobrecarregasse. Felicity encostou-se as almofadas e ajustou-se me dando espaço.

— Venha, vamos esperar por boas notícias. – Murmurou cansada. Assenti ficando ao seu lado e envolvendo sua mão na minha. – Ele vai ficar bem Thea. – Murmurou apertando minha mão em um gesto de consolo.

— Eu sei. – Menti. Ninguém sabia, nem mesmo Tommy poderia ter certeza até que acabasse a cirurgia. – Diga-me algo. – Pedi. – Qualquer coisa para me distrair. – Ela suspirou considerando o que dizer, sua mente tão envolta em problemas quanto a minha, demorou um pouco até que ela dissesse algo, e sua resposta me fez sorrir com diversão.

— Eu estou transando com seu irmão. – Meneei a cabeça enquanto segurava um riso inapropriado. Justo agora Smoak?

Eu acho que não havia hora melhor, para ser sincera.

— Algo novo. – Retruquei. A observei também segurar um sorriso.

Patéticas.

Nós duas éramos.

— Nada? – Perguntei após um longo momento de silêncio.

— Eu o vi beijar Isabel Rochev hoje.

— O quê??

— E então eu desmaiei. – Completou dando de ombros. – “De fome”, essas foram as palavras exatas do Dr. Atrevido.

— Heim? – Ela voltou a encolher os ombros, notei que ela tentava a todo custo não mostrar que isso havia a chateado. O fato de Oliver ter beijado Isabel é claro. Eu não poderia entender menos o que ela queria dizer com Dr. Atrevido. Suspirei voltando a me encostar em seu ombro. Era melhor Roy Harper ficar bom logo, por que só após isso eu estaria pronta para acabar com Oliver Queen.

— Você está planejando uma vingança enquanto seu namorado está em cirurgia? – A voz de Felicity chamou minha atenção.

— Talvez. – Murmurei hesitante. – Por quê?

— Seja lá o que estiver pensando. Conte comigo.

Pobre Ollie.

Eu quase tinha pena dele.

Quase.


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Notas finais do capítulo

Então, espero que tenham gostado do capítulo e fico no aguardo do feedback de vocês.
Xoxo, LelahBallu.



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