Hocus Pocus escrita por mimidelboux


Capítulo 2
O quão pequeno você é, para um destino tão grande


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus queridos leitores!
Esta semana eu já consegui escrever mais um capítulo! Estou muito animada… mas eu tenho uma notícia meio ruim… Porque eu decidi fazer iniciação científica na faculdade, talvez eu não venha a postar com tanta frequência, já que teria que focar na pesquisa! E como estou de férias, quero aproveitar o máximo do meu tempo para agilizar a iniciação! Mas também estou tentando o máximo para conseguir fazer outras coisas, então vou tentar postar pelo menos uma vez por semana, okay gente?
Espero que tenham uma boa leitura! ^^



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Ele segurava a bainha da espada com as duas mãos. Não esperava que ela fosse tão pesada. Ele olhava admirado para a lâmina, que refletia a luz do sol. Girava a espada em suas mãos, hipnotizado com o brilho. Ele sentia seu peito aquecer, queimar, e sua respiração aumentava. Não esperava ficar tão animado por ter conseguido tirar a espada com tanta facilidade.

Sua cabeça rodava com as ideias mirabolantes: queria levar o instrumento para casa, guardá-la consigo, escondê-la de todos. Mas ele sabia que não podia. que não iria ser tão fácil levar a espada dali.

Então, sabiamente, ele botou a espada de volta no lugar: um braço de pedra que se erguia do chão, a mão na posição de que apunhalava algo. Mas ao aproximar a espada da mão, ela se abriu e ele devolveu a espada para ela, que voltou a se fechar, apertando a bainha da espada fortemente.

E ele saiu correndo. Fora a primeira vez que aquilo acontecia. Claro que ele se assustou quando a mão se abriu e deixou ele levar a espada. Ele não estava esperando que aquilo acontecesse, já que era do conhecimento de todos na cidade o fato de ser impossível retirar a espada daquela pedra estranha, como no conto do Rei Arthur.

Por causa disso, muitos habitantes de Glastonbury acreditavam que aquela espada era, de fato, a famosa Excalibur.

Ele estava todo suado ao chegar em casa. Batera a porta com tudo, fazendo os quadros da parede vibrarem. Ele havia perdido a noção da sua força no último ano, coisas de fase de crescimento, achava ele.

— Drake? - uma voz rouca e feminina vinha de dentro da casa. - É você, querido?

— Sim, mãe! - ele respondeu gritando, já no segundo degrau da escada. Não queria que ela visse o seu estado. Não queria enfrentar a mãe por tê-la desobedecido e não ter esperado ela no fim da aula.

— Drake, a onde você foi? Depois da aula? - a voz dela perfurou as costas do menino. Ele sabia que ela estava no pé da escada. - Tinhamos combinado que você ia me esperar para podermos ir para casa.

— Uns amigos me chamaram para jogar um jogo… - Drake não conseguia se virar e encarar a mãe, não queria que ela visse o estado de seu rosto. - E eu não podia dizer "não" pra eles.

Ele era um péssimo mentiroso, mesmo quando o que contara não era tão mentira assim.

Nhec, rangiu a madeira. Sua mãe começara a subir a escada.

A verdade é que os meninos valentões da escola o levaram até a Abadia de Glastonbury para lhe dar uma surra. E ele não tinha como não ir, uma vez que cruzou olhar com eles na saída da escola.

Nhec, nhec. Degrau por degrau, a escada rangia.

Isso tudo porque mais cedo na cantina ele esbarrara em um dos meninos valentões, derramando suco de uva no casaco dele. Ele pedira mil desculpas, mas os meninos não calavam a boca sobre "dar uma lição" nele, mais tarde.

Nhec. O último rangido soou. Drake podia sentir sua mãe atrás dele. Ela levantou a mão, tocando no ombro do filho, que sentiu a mão como um enorme peso.

— Desculpa por não ter mantido a promessa, mãe. - Drake se virou, com os olhos marejando. - Eu ia esperar pela senhora, juro que ia! - ele tentava se controlar, para não cair no choro. Seu peito ardia de tão inchado que estava. - Mas eles disseram que precisavam de só mais uma pessoa no time deles, ou não poderiam jogar contra o outro time!

Uma lágrima escorreu pelo rosto de Drake. Seguida de mais uma, e mais uma, e mais uma. O jovem fechou os olhos com força, tentando parar as lágrimas de saírem, mas isso só piorou as coisas. Seus olhos começaram a arder e ele deu o primeiro soluço. Queria para aquilo, aquele aperto no peito, o mar de lágrimas, os soluços incessantes. Queria sair correndo pro quarto e se enfiar na cama, mas a mão pesada de sua mãe não o deixava.

Ela, vendo o filho aos prantos, começou a limpar o rosto do menino. Ela estava cansada do longo dia de trabalho e ver o filho sofrer em silêncio piorava tudo. Queria abraçá-lo, mas sabia que naquela idade o filho gostaria de ficar sozinho.

— Está tudo bem. - ela falou baixinho para o filho, suas mãos acariciando seu rosto machucado. - Eu não estou brava com você.

Drake abriu os olhos e a encarou. Um deles já estava inchado e roxo por causa da briga, agora parecia bem pior, estava do tamanho de uma bola de bilhar. Ele fungou o nariz e limpou as lágrimas nas mangas do casaco.

— Por quê você não vai pro seu quarto, enquanto eu acabo o jantar? Já, já, eu te chamo e damos um jeito nesses machucados. - Rosemary sabia que tinha que se manter calma para acalmar o filho.

O menino fez que sim com a cabeça e terminou de subir as escadas, indo para sue quarto. Rosemary via as costas do filho carregarem aquela mochila pesada e, ao ele sair de sua vista, se sentou no degrau, colocando as mãos sob a cabeça.

Fora um dia difícil e cansativo na escola. Ela sabia o que havia acontecido com o filho na hora do almoço, pois os empregados tiveram que separar Biff Tyndall de Drake antes que se desse início à uma briga. Ela sabia o quanto o filho vinha tendo dificuldades em fazer amizades. Nada escapava à diretora da escola. E depois de todo o estresse da manhã, ela teve que ficar além do expediente, entrevistando interessados no cargo de bibliotecário da escola, que estava aberto desde o falecimento da Sra. Brooks na semana anterior.

Um cheiro de queimado  começou a se espalhar pela casa e Rosemary correu para a cozinha. Enquanto controlava a situação no fogão, não conseguia afastar as memórias do filho, pequenino, sempre tão quieto e reservado. Sempre machucado.

Enquanto colocava a mesa, lembrou de todas as vezes que colocou o menino em algum clube ou aula de atividade esportiva. Mas nunca dava certo, ele era sempre deixado de lado, até mesmo pelos professores. E ela, como mãe, só queria que ele crescesse forte e saudável.

Ela chamou o filho para jantar e ambos comeram em silêncio. Ao Drake se levantar e levar os pratos para lavar, Rosemary segurou o filho pelo pulso:

— Eu estava pensando…

Ela olhava para a mesa, tentava procurar as palavras certas.

— Pensando? - Drake perguntou.

— Se você… se você realmente não quer fazer nenhum tipo de atividade física. - ela virou o rosto para olhar o filho, olhos nos olhos. - Não é possível que você não tenha o mínimo de interesse em fazer algo! Tem de haver alguma coisa!

E as palavras de Rosemary tocaram em um ponto no cérebro de Drake que o fez lembra da espada da Abadia. De como ela brilhava intensamente, seduzindo seus olhos.

Ele tentou afastar a imagem da lâmina de sua cabeça. Como poderia ele aprender a segurar uma espada? Ninguém mais usava espadas para se proteger, para começar. Ele não tinha porquê de ficar tão interessado naquilo.

— Não. - a resposta saiu trêmula de sua boca e Rosemary largou o pulso do filho.


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