Era um dia "relaxante", tendo em vista do que um dia normal era para a cidade de Paris, o céu estava limpo,  o sol estava brilhando e a brisa dava um ar refrescante, mesmo assim Marinette Dupain-Cheng estava uma pilha de nervos, ela finalmente diria como se sentia para seu amigo, Adrien.

"Ai meu Deus, e se ele me odiar, e se ele nunca mais quiser falar comigo?"

"Você tem que se acalmar, no pior dos casos, ele não sente o mesmo que você, mas ainda vai querer ser seu amigo." disse Alya, sua melhor amiga.

"Você tem razão! Ok, eu só preciso andar em sua direção, falar o que eu sinto e esperar a resposta."

"Vai logo, antes que perca a coragem!" apressou sua amiga.

Marinette começou a andar, mas logo voltou correndo e entrou no banheiro, vermelha de vergonha.

O banheiro estava completamente vazio, e não havia nenhum barulho. A garota caminhou em direção ao espelho e olhou seu reflexo, iluminado pela luz do sol que se derramava através das barras das janelas estreitas.

"Por que eu não consigo simplesmente falar com ele, como uma pessoa normal, e dizer o que sinto?"

Nesse momento a porta azul do banheiro se abriu com um estrondo e por ela entrou Cloe, brincando com uma mecha de seu cabelo dourado.

"Sério, você é assim tão burra para não perceber? Você tem medo de falar com Adrien pois sabe que ele nunca gostaria de uma menina tão insignificante e feia como você. Olha só pra você mesma, não tem nenhuma habilidade e só sabe atrapalhar tudo!"

"I-isso não é verdade! Posso ser meio atrapalhada, mas não há nada de errado em ser quem você é!" ela falou, com certa incerteza, os olhos lacrimejando.

"Isso só se o seu 'eu' verdadeiro não for como você! Você realmente acha que o Adrien gostaria de alguém como você, se pode gostar de alguém como eu? Você é tão frágil que quebra facilmente!" assim que terminou sua fala, Cloe empurrou Marinette no chão e saiu batendo os saltos.

Bateu a porta com tanta força que nenhuma das duas percebeu a borboleta negra com traços de roxo se aproximando da garota chorando no chão e entrando no seu brinco.

Assim que o inseto encostou no brinco, um brilho roxo claro num formato anguloso de uma borboleta apareceu na frente de seu rosto.

Marinette ouviu em sua mente uma voz falando sobre uma tentadora vingança, porém balançou a cabeça, tentando se livrar da voz.

"Eu não quero machucar ninguém! Mas... se bem que aquela garota mimada merece uma punição!"

De repente as roupas da estudante foram trocadas por um fino kimono branco, enfeitado com delicadas flores rosas e vermelhas, suas maria-chiquinhas haviam se desfeito e seu cabelo estava preso num coque alto com dois palitinhos chineses rosas, suas sapatilhas se tornaram chinelos chineses, que também eram rosas, sua pele havia se tornado mais pálida e, em suas mãos, segurava uma sombra asiática vermelha.

Marinette havia se tornado Chinese Doll, e ia conquistar sua vingança.