Todos nós e Apenas Você escrita por F T


Capítulo 7
Verde Incontrolável


Notas iniciais do capítulo

Parte II

Olá meus queridos. Aqui começa a segunda parte da fanfic nomeada como "O mundo girou e me deixou aqui", espero que gostem dessa segunda parte que promete ser mais dinâmica do que a anterior, como já foi explicado cada parte da fic pretende ter cerca de 5 capítulos e espero que gostem das pistas que serão dadas sobre o futuro no inicio do capítulo. Gostaria de pedir que comentem, por favor comentem. Eu não tive coragem ainda de abandonar a fanfic então estou postando com todo o meu amor essa segunda parte na esperança de que me ajudem comentando, favoritando e recomendando. Espero que gostem, boa leitura.



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No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra

(Carlos Drummond de Andrade)

Lou Clarke gostava de como a luzes amarelas brilhavam no local reservado para a dança, adorou o modo pelo qual ela e Will fugiram daquela pista após algumas horas e percorreram o jardim escuro do local naquela cadeira de rodas. Estavam meio inebriados e meio perdidos no fato de que ainda se amavam. Ela gostava de como Will havia acelerado tanto a cadeira de rodas que no fim ao frear bruscamente haviam caído no gramado cheio das flores usadas para o casamento. Lou Clarke pôde endireita-lo no gramado e ficaram deitados apreciando as estrelas e ouvindo a música vinda do local de dança.

Eles nunca notaram o quanto as estrelas brilhavam mais intensas, nunca perceberam o verde escuro da grama ou acreditaram que essas pequenas coisas importariam tanto algum dia.

Mas, todas essas coisas incontroláveis significam muito agora.

Will acabou sendo retirado da grama graças a Nathan uma hora e cinquenta e três minutos depois porque foram achados deitados na grama apreciando as estrelas, se não tivessem sido encontrados não teriam de modo algum saído de onde estavam. Ainda assim, quando Will voltou para a cadeira de rodas e retornou para a festa junto a Lou com o seu belo vestido se podia notar que eles estavam ainda mais felizes do que antes e assim permaneceram naquela noite em uma celebração infinita que felizmente não queria chegar ao fim.

Em algum momento a música continuou porém todos que antes dançavam agora se sentavam nas almofadas e tapetes presentes ao redor da pista, todos apenas beberam algo em suas taças, conversaram e desfrutaram o fato do local ser de madeira e ter sido construído de modo aberto assim poderiam apreciar os primeiros raios do sol. Foi em grandes almofadas mais escondidas no canto leste do local que Will foi colocado sentado ao lado de Lou, eles conversaram, riram dos convidados e fizeram comentários ácidos em segredo; de alguma forma não havia uma cadeira de rodas entre eles e isso significou muito mais para ambos do que imaginaram que significaria.

Ainda faltavam duas horas e vinte e quatro minutos para que o sol nascesse quando o último convidado foi embora, nenhum deles conseguiu ficar até o fim, os pais de Will e Lou, o buffett e todos aqueles que organizaram a festa e a tornaram possível também se viram indo embora.

No fim Lou e Will estavam completamente sozinhos e ainda teriam de esperar duas horas inteiras para que o sol pudesse nascer.

—Aqui estamos, eu e você - Disse Lou em um leve suspiro sorrindo e desmanchando o penteado que antes usava, agora o cabelo caia sob os ombros.

—O que está pretendendo Clark? - Questionou Will fingindo surpresa e ultraje.

—Você, apenas você - Respondeu ela o beijando com força e colocado as mãos no pescoço do homem.

Will retribuiu o beijo porém sua mente por um segundo parecia se preocupar mais com o fato de que em vinte e quatro horas estariam em Nova York prestes a começar uma nova vida. Haviam decidido adiar a lua de mel até as férias de inverno de Lou na universidade já que as aulas em breve começariam na Universidade de Columbia, partiriam da Inglaterra rumo a uma nova vida e embora todas as coisas já tivessem sido devidamente providenciadas também existia um abismo de coisas desconhecidas. Ele ignorou tudo isso e decidiu se concentrar nas luzes amarelas que iluminavam parcialmente o local, decidiu se concentrar plenamente em Louisa.

O mundo havia girado e deixado aquela mulher em seus braços.

—Quer consumar nosso casamento em nossa festa de casamento? - Perguntou Will começando a rir quando Lou retirou o terno que antes ele usava.

—Pensei que gostasse de aventuras - Sussurrou ela em resposta retirando a gravata borboleta preta.

Por fim aquilo não foi tudo, foi exatamente como deveria ser. Lou gostava de como havia se tornado confiante, sobre como havia se transformado no tipo de mulher que sempre admirara mas que jamais pensou que se tornaria. Ela gostou de cada parte dos beijos incontroláveis, dos toques impossíveis, dos encontros inesperados; havia algo de genuíno na adrenalina de retirar o próprio vestido de sorrir no momento em que Will parecia verdadeiramente apaixonado por ela, havia algo realmente justo na forma em que pertenciam um ao outro do modo menos constrangedor, mais natural e muito mais inebriante do que antes.

Lou não sabia que podia sentir com tanta intensidade e Will não sabia que podia voltar a sentir novamente, ele não tinha ideia que um dia - de alguma forma - poderia ser tudo tão diferente de como já fora antes porém ainda infinitamente melhor. Eles eram incontroláveis juntos e tinham um gramado verde infinito de novas coisas prestes a acontecer.

O mundo havia girado, havia deixado ambos naquele lugar e ao mesmo tempo colocara uma pedra incontrolavelmente esverdeada no meio do caminho.


Flash Forward - 5 meses e vinte nove dias depois

Lou Clarke tinha as mãos cheias de sangue, o lugar deserto e a imagem diante dela pareciam meras ilusões, ela tocou na própria barriga ainda chocada demais pelo que acabara de fazer. A garota tremia, sentia suas mãos incapazes de manter o controle e tinha os lábios feridos pelo que acabara de acontecer. O homem diante dela, parado estaticamente ainda encarando a pessoa que acabaram de matar parecia pensar em uma saída. Não havia saída.

—O que fizemos? Como pudemos mata-lo? - Lou tinha os grandes olhos abertos demais e tentava não chorar.

—Fizemos o que era necessário Louisa - Assegurou ele percebendo que seu elegante terno estava cheio de sangue assim como as roupas de Lou. - Estamos juntos nisso.

—Como pudemos fazer isso? - Lou agora se via caminhando desesperada colocando as mãos entre os cabelos enquanto o peso em sua barriga parecia dobrar.

O homem diante dela se aproximou, colocou as mãos no rosto dela e a beijou. Talvez fosse a coisa errada a se fazer, mas ambos sentiam um medo incontrolável dentro deles, imensas questões sendo feitas e nenhuma resposta sendo encontrada. O que haviam feito? Até onde haviam chegado? O que fariam para continuar? Como os eventos que os levaram até aquele dia transformaram tudo em uma revolução incontrolável? Ele ainda não sabia a resposta, mas conseguia ver a luz verde que adentrava o vitral onde um homem fora assassinado. Naquele lugar tudo havia começado e incontrolavelmente tudo também terminaria.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Curiosos? Sugestões e pedidos? Lembrem-se que o próximo capítulo, caso aconteça, será muito mais dinâmico, ainda assim vocês gostaram de algo mais introspectivo como foi esse capítulo? Por favor comentem, favoritem, deixem suas palavras de motivação e recomendem também; nenhum escritor de fanfic é Cristo então precisamos de um retorno real de vocês para seguir em frente, é preciso essa retribuição. Então falem comigo por favor. Beijos queridos.



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