Scott Levine P.O.V

Eu estava muito estressado, na realidade eu queria matar o Marcel. Como ele pode falar tudo aquilo na frente da Emma?? Ela não merecia ouvir aquilo.

— Scott, preciso que seja sincero comigo. — Diz Adam.

— Nunca escondi nada de você, Adam. Pergunta de uma vez.

Alec e Luke saíram como se nada estivesse acontecendo e foram para fila da lanchonete.

— Eu não vou te agredir ou parar de falar com você, caso me conte tudo.

— Tudo o que?? — Pergunto sabendo do que ele estava falando.

— Estou falando do caso que você teve com a minha irmã. Eu sempre desconfiei, mas não tinha provas.

— Adam, não me leve a mal. Eu só conto se sua irmã me permitir, isso não depende só de mim.

— Jura que vai esconder o jogo do seu melhor amigo??

— Não depende de mim, Adam. Já lhe disse.

Allison passa correndo com os olhos cheios d'água e corremos em sua direção.

— Allie, o que houve?? — Pergunto quando me aproximo dela

— O Marcel me chamou de vadia na frente de todo mundo e eu dei um tapa na cara dele.

— Eu vou arrebentar a cara desse louco. Ele vai sair de maca dessa escola. — Diz Adam furioso.

— Adam, espera. Eu prefiro ficar quieta por um tempo. Você pode ser expulso, todos nós podemos. O senhor Potter ouviu coisa demais naquela sala. Deixa a poeira baixar, caso ele fale algo, daí você pode quebrar ele e eu te ajudo.

—Allison, ele é um babaca e merece ser punido ao estilo Hale.

Eu observava a cumplicidade dos dois e percebi que eles nunca iriam se separar por motivo algum.

— Allison, acho que está na hora de contar a verdade pro Adam. — Digo

— Sobre...

— Sobre nós dois e o nosso relacionamento.

— Okay, mas essa história é longa demais e eu não quero falar sobre ela no refeitório.

— Vamos pro meu quarto, lá ninguém vai atrapalhar. — Diz Adam.

Adam Hale P.O.V

Caminhamos em silêncio em direção ao quarto. Os dois se olhavam como se tivessem indo para a sentença de morte. Eu estava mais nervoso que eles.

O quarto estava mais gelado que o normal, mas nada é normal nessa escola. Deitei em minha cama e a Allison se sentou na ponta, Scott sentou na cadeira e aproximou ela da cama.

— Quem começa a falar?? — Pergunto pra coisa andar de vez.

— Há dois anos atrás, eu tive un caso proibido com o seu melhor amigo. Fim da história. — Allison diz nervosa.

— Não era isso que eu queria ouvir. — Digo revirando os olhos. — Disso eu já sei, eu quero saber os detalhes.

— Quer saber demais já, vamos se respeitar aqui. Meu passado não é história pra criança ouvir antes de dormir.

— Deixa de ser chata, Allison. Não quer contar, eu conto. — Diz Scott.

— Aleluia. — Digo erguendo os braços.

— Eu sempre vi a Allie como uma irmã pra mim, pois eu sempre soube do seu ciúme por ela, mesmo pagando de machão sem sentimentos. Lembra da época que meus pais voltaram da turnê??

— Lembro. Vocês brigavam todos os dias e você corria lá pra casa, me chamando pra fazer qualquer coisa.

Allison observava cada palavra que estava sendo dita naquele cômodo, parecia uma agente do FBI analisando a cena do crime.

— Foram nesses dias que eu percebi que estava me apaixonando pela Allison. E eu sabia que ela já tinha uma queda por mim. Afinal, eu sou maravilhoso.

Eu começo a rir e a Allie fica com uma cara engraçada.

— Lembrando quem se declarou primeiro, foi você. Então para de se achar o bomzão.

— Não quero saber quem foi o primeiro a se declarar, quero saber quando foi que meteram a faca nas minhas costas.

— Foi naquele dia que estava um sol dos infernos e o Scott chegou com aquele cachorro peludo dele.

— Não fala assim do Tibbe, ele é melhor que muita gente por aí.

— Cala a boca, Scott. — Dissemos Allie e eu.

— Você tinha pegado insolação aquele dia e não queria ficar muito no sol e muito menos na piscina. Então estávamos só nós dois e o Tibbe pra contar a história.

FLASHBACK ON (Allison P.O.V)

Estava um sol de rachar o asfalto e fritar uns 40 ovos, no mínimo.

— Vem pra piscina, Adam. — Scott gritava e jogava água pra cima do meu irmão que tinha pegado insolação.

— Deixa ele, Scott. Ele está mal. Adam, vai pedir pra mamãe passar aquele creme de novo em você.

— Tá, não se matem enquanto eu estiver lá em cima. — Diz Adam.

— Só vou afogar ela.

— Nada disso, seu palhaço.

— Acalma os nervos, querida. Não me faça te afogar de verdade.

— Cala a boca, pateta. Você é um idiota.

— Ficou irritada, foi? Vai chorar pro irmãozinho???

— Eu te odeio profundamente, até o último fio dos meus cabelos.

— Você me ama, isso sim. Aposto que está louca pra me beijar.

— Não viaja. — Digo e jogando água na cara dele. — Eu vou sair da piscina, chama a sua bola de pelo pra fazer companhia.

— Ei, espera. Tenho que falar uma coisa séria com você.

— Fala logo, tenho coisas para fazer.

Ele se aproximava e eu ia para trás e o espaço atrás de mim ficava cada vez menor. Meu coração já estava cada vez mais acelerado. Não era nenhuma novidade que eu nutria sentimentos por ele, mas era uma coisa que somente eu sabia.

— Porque está se afastando? — ele pergunta

— Talvez por você está próximo demais.

— Relaxa, não vou fazer nada que não queira.

Senti que minhas costas bateram na borda da piscina e eu não tinha para onde correr. Scott estava cada vez mais perto e eu sabia o que ele queria e era o que eu queria tanto quanto, mas ele era ele, eu não podia. Mas quem se importa???

— Tem certeza do que está fazendo? Certeza de que não irá se arrepender?

— Allie, só deixe acontecer — Ele encostou dois dedos na minha bochecha, fazendo um rápido carinho — eu quero fazer isso há muito tempo.

Quando me dei por mim, sua boca já havia encontrado a minha num ritmo lento e bom — céus, como ele beija bem — e por mais errado que fosse, meu corpo não queria parar. Abracei ele e aprofundei ainda mais o beijo, sua mão alcançou minha bunda e a apertou, eu gemi durante o beijo e ele entendeu que eu havia gostado.

Fomos interrompidos pela bola de pelo ambulante que começou a latir desesperadamente. Para nossa sorte, Tibbe tinha visto alguém e rapidamente nos separamos, fingindo uma demência absurda.

Meus pais haviam chegado e foram direto para piscina para saber como tinha um cachorro desconhecido lá.

FLASHBACK OFF

— E foi assim que tudo começou, nos esconder de você era um inferno, vocês eram inseparáveis. — Digo e Scott dá risada.

— Somos melhores amigos, impossível ficar separado por muito tempo — Adam diz e Scott concorda com a cabeça. — Ficaram nisso por quanto tempo?

— Quase dois anos, mas eu não conseguia mais esconder isso de você. Eu amava a Allie, mas mentir pra você estava me matando, por isso decidi terminar tudo e por isso ela me odeia tanto, perder um gostoso desse que nem eu foi demais para ela.

— Para de graça que nem foi por isso, você escolheu o Adam e vamos combinar, eu sou melhor que ele.

Adam P.O.V

Não posso dizer que não fiquei irritado pela mentira dos dois, nem querer quebrar a cara do meu melhor amigo, não temos controle dos nossos sentimentos — nossa, isso é muita viadagem da minha parte, confesso — mas ele abriu mão do sentimento dele pela minha irmã pela nossa amizade. Mesmo achando que esse sentimento ainda existe, mas se eles negam, quem sou eu para me envolver no meio.

— Depois disso, nada mais aconteceu? — Pergunto

— Não, nada mais. Allie começou a me odiar e eu não tiro a razão dela e bom, depois aconteceu que eu conheci a Emma e o resto você já sabe.

— Allie? — A encaro querendo a confirmação dela

— É verdade, Adam. Depois da Emma, nós nunca mais tivemos nada e nem teremos.

O quarto ficou um silencio absurdo e aquilo deixou claro que os dois ainda se gostavam, mas acho que isso já não meu problema, os dois são grandes o suficiente e sabe o que podem perder caso tentem algo novamente.

— Agora façam o favor de sumir do meu quarto, eu quero dormir um pouco. Toda essa confissão me deu dor de cabeça.