A Assassina e o Alquimista escrita por Lilás


Capítulo 27
Marcha da Morte


Notas iniciais do capítulo

Olá! Mais uma sexta. Acho que eu avisei no primeiro capítulo que essa história tem muito spoiler, né? Pois é. Que eu me lembre, tem bastante spoiler nesse capítulo.



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A general Armstrong não poderia estar mais satisfeita. Com a defesa reorganizada e reforçada pelas tropas do Exército Real juntamente com os soldados do Império, os amestrinos conseguiram repelir dois ataques dos rebeldes. O primeiro, um ataque pela direita com alguns dos poucos canhões que Wave não teve tempo de destruir. Depois, um avanço frontal meio suicida, na opinião da general, com cerca de 4 mil soldados. Aproveitando que a defesa inimiga estava bastante desconjuntada após esse duro golpe, a general Armstrong ordenou ataques mais intensos e seus soldados avançaram com tudo. Os combatentes rebeldes não tiveram outra opção, a não ser bater em retirada desesperadamente.

Já dava para sentir o cheiro de vitória no ar. Os amestrinos conseguiram recuperar todo o território e forçar o recuo dos inimigos. Com a derrota, os rebeldes pediram uma trégua e a general atendeu ao pedido, apesar de continuar em alerta. Mas, uma possível rendição era só questão de tempo.

Apesar da vitória, ambos os lados tiveram pesadas baixas. Desde a chegada de Mustang com reforços até o momento, os amestrinos amargaram mais de vinte e cinco mil mortes. Para se ter uma ideia, dos trezentos soldados do batalhão do major Armstrong, apenas cento e dezessete sobreviveram à operação de retomada do vilarejo. Porém, os adversários sofreram muito mais perdas. Mais ou menos trinta e dois mil guerreiros rebeldes morreram e agora, além de terem de enfrentar os bem treinados e bem armados amestrinos, a aparente vantagem da superioridade numérica tinha se acabado com a chegada do Exército Real.

Até mesmo o surto do major Armstrong acabou ajudando na vitória. Porém, depois daquele arroubo de fúria do major, ele caiu exausto no meio da batalha e precisou ser resgatado. Felizmente, Mustang e Riza conseguiram chegar a tempo com os reforços para socorrê-lo.

Logo após da operação bem-sucedida do “Batalhão dos Suicidas” pela manhã, todos se mobilizaram imediatamente para normalizar as atividades no hospital de campanha. O restaurante do hospital foi o primeiro lugar a voltar a funcionar e a fila para o almoço cresceu de uma forma assustadora.

Muitos pacientes começaram a organizavam seus pertences e suas camas e os médicos e enfermeiros ainda estavam com muitos feridos para atender. Dentre os feridos, Edward estava sentado em sua cama quando Winry apareceu para ver como ele estava.

— Melhorou da dor de cabeça? – ela perguntou, afetuosamente, enquanto afastava uma mecha do cabelo de Edward da atadura ao redor de sua cabeça.

— O quê? – Edward olhou para ela, confuso – Sim. Claro...

Na verdade, Edward estava com sua atenção concentrada em uma cama há poucos metros de distância deles onde Akame e Alphonse conversavam e sorriam de um para o outro com os rostos próximos demais. Não bastava toda a reação exagerada de seu irmão caçula quando viu Akame. Parecia até que os dois não se viam há muitos anos. Alphonse abraçou Akame com tanto entusiasmo que a suspendeu do chão. De onde estava, Edward pôde até ver o espanto de Akame com a atitude de Alphonse. E não parou por aí. Antes de colocá-la de novo no chão, Alphonse surpreendeu Edward quando deu um beijo em Akame. Ali na frente de todo mundo! Edward só conseguia pensar que seu irmão caçula poderia estar beijando um homúnculo. Lembrou-se de uma vez em que o Havoc foi seduzido pelo homúnculo Luxúria e Edward sabia que um homúnculo era bem capaz de fazer algo do tipo para conseguir o que quer. Oras, no entanto, o Havoc era um bobalhão e facilmente influenciável, mas Alphonse? Depois de tudo que passaram quando eles eram mais novos, o Alphonse não deveria saber reconhecer um homúnculo quando visse um?

E a teoria fazia sentido. A força e velocidade sobre-humanas, o apetite descomunal, os feitos de Akame que sempre pendiam para as situações mais absurdas, a regeneração instantânea, a ausência de expressões. Ela poderia estar rindo agora na companhia de Alphonse, mas poderia ser só fingimento. Provavelmente, ela não sentia nada por Alphonse e estava apenas o usando. Somente uma coisa não estava batendo. Se homúnculos não podem fazer Alquimia, por que ela se interessaria pelas anotações de Alphonse?

— Tem pessoas que tem mais sorte de ter alguém ao seu lado que lhes dá o devido valor – suspirou Winry, em uma indireta nada sutil, ao perceber para onde Edward olhava.

Edward não entendeu a indireta e continuou olhando para o mesmo lugar.

— Que cara de pateta é essa?!! – Winry se irritou, dando um cascudo em Edward.

— Ei! Você esqueceu que eu estou ferido?!! – Edward segurou a cabeça.

— Me desculpe – Winry cobriu a boca com as mãos – Mas é que você me tira do sério. O que você tanto estava pensando aí?

— Hum... nada – Edward coçou um queixo e olhou para cima por alguns segundos – Winry, você tem certeza que a assassina não estava ferida quando chegou aqui?

— Lá vem você de novo – Winry revirou os olhos – Sim. Eu tenho certeza. Parece que você não melhorou da pancada na cabeça...

— Você sabe se ela tem alguma tatuagem? – Edward a interrompeu, lembrando que as duas já tinham dividido um quarto quando Akame esteve em Resembool.

— Agora que você falou – Winry olhou para cima como se tivesse acabado de se lembrar de algo – Ela tem, sim.

— Como assim?!! – Edward deu um grito desnecessário e atraiu a atenção de alguns pacientes das camas próximas.

— Pare de ser escandaloso – Winry reclamou – É que, olhando assim, não parece, mas a Akame tem umas tatuagens bem fraquinhas que descem pelos braços e pelas pernas. Mas você precisa olhar bem de perto para conseguir enxergar. Ah, e na bochecha também – e apontou para o próprio rosto.

— E as tatuagens parecem com o quê? – ele perguntou, quase desesperado.

— Não sei – Winry encolheu os ombros – Parecem símbolos de uma escrita oriental. Sei lá.

— E nenhum deles se parece com uma serpente mordendo o próprio rabo?

— Não, é claro... – Winry parou e o encarou, desconfiada – Que interesse repentino é esse, heim?

Edward nem precisou pensar em uma desculpa porque eles foram interrompidos com a chegada de Wave carregando uma bandeja cheia de comida.

— Boa tarde – ele cumprimentou, educado – Não se importam que eu fique um pouco aqui, não?

— Tudo bem – Winry sorriu para ele e indicou a beirada da cama de Edward para que ele sentasse – Está difícil de achar um lugar para comer, é?

— Na verdade, isso não é meu – Wave se sentou com a bandeja no colo, fazendo um aceno de agradecimento com a cabeça – Eu estava levando isso para Akame. A fila da comida está gigantesca, mas a general Armstrong disse que eu e Akame não precisávamos pegar fila. Fui pegar para ela porque não estou com fome e estava voltando, mas o Alphonse está lá e, bom... – ele meneia a cabeça e aponta para a bandeja – Vocês não vão querer um pedaço de rosbife?

— Não, obrigada – Winry agradeceu – Mas acho que você pode ir levar a comida. Acho que não iria atrapalhar em nada, não.

— Não, eu prefiro não contrariar Akame – Wave sorriu enviesado – Além do mais, eu sei quando estou sobrando.

Os três ficaram calados por alguns poucos minutos, até Winry resolver quebrar o silêncio.

— Não estamos recebendo muitas informações de fora – Winry olhou em volta – O que aconteceu? Os soldados do major conseguiram?

— Sim. Já recuperamos a cidade – Wave falou empolgado – E mais que isso. Chegaram soldados do meu país para ajudar. Até mesmo alguns usuários de Teigu.

— Você fala – Edward apontou para a Teigu de Wave pendurada em sua cintura – Mais pessoas com essas armas estranhas que vocês usam?

— Sim – Wave sorriu, animado – Encontrei até um velho amigo meu, o Run. Vou apresentá-los a ele depois. Ele incrivelmente apareceu no meio das nuvens com a Teigu dele – ele suspendeu a mão de um jeito teatral como se estivesse exibindo o letreiro luminoso de uma casa de espetáculos – o Elevador de Milhares de Quilômetros, Mastema!

— Uau – Winry falou, impressionada com o nome – E como essa arma é?

— É um par de asas gigantescos que faz ele voar em altíssima velocidade – Wave disse, orgulhoso – E dispara penas pontiagudas também.

— Só isso? – Edward torceu a boca, desdenhoso – Um nome tão grande como esse para uma coisinha de nada? As outras armas também têm um nome exagerado?

— Como assim uma coisinha de nada?!! – Wave ficou vermelho de raiva e de vergonha – Isso é uma Teigu!!

— Papo furado – Edward abanou a cabeça – Nem você dentro daquela sua armadura me mete mais medo do que a sua amiga assassina ali – e indicou Akame com a cabeça – E não é por causa da espada!!

— Uma Arma Imperial é sempre uma Arma Imperial – Wave respondeu, fazendo bico.

— Vocês não vão discutir por causa disso, não é? – Winry perguntou.

— Não vim aqui para discutir – Wave deu um suspiro e olhou ao redor – Bom – Wave recomeçou, falando consigo mesmo – pelo menos, Akame parece estar com o humor melhor...

— Por quê? – Winry perguntou, preocupada – Ela não estava?

— Bem – Wave meneia a cabeça – a Akame vai me matar se souber que eu falei...

— Como assim? – Edward se interessou imediatamente.

— Eu havia saído para pegar alguma comida para Akame porque ela ficou um pouco... hum, abalada com uma coisa que aconteceu – Wave disse, meio receoso – Só que eu esqueci de perguntar se ela tinha alergia a algo e voltei. Peguei ela conversando com a ex-chefa dela e acabei, sem querer, ouvindo a conversa. Elas falaram alguma coisa de maldição, não sei bem, mas, pelo que eu entendi, a Akame parece estar doente e, por causa disso, ela pode estar morrendo.

Tanto Edward quanto Winry ficaram chocados com a notícia, mas não da mesma forma.

— Que horror – Winry cobriu a boca com as mãos – Pobre Akame-chan!

— Morrendo? – Edward falou inesperadamente – Ela não pode morrer! – porém, corrigiu-se logo em seguida – Se bem que, a menos que ela morra várias vezes...

— Morrer várias vezes?! – Wave levantou uma sobrancelha em uma careta – Que maluquice é essa que você está falando?!!

— Não ligue para o Ed – Winry interviu – Às vezes, ele tem ataques de bobeira.

— Para de ficar me insultando!

— E você pare com essas idiotices – Winry cruzou os braços – Wave-san está falando algo sério e você vem com suas esquisitices. Eu acho que a suspeita de que Akame está doente faz muito sentido. De vez em quando, ela tem uma febre que vem e vai embora sem explicação – ela se virou para Wave – Continue. Por que você acha isso?

— Eu acho que tem a ver com a Murasame – Wave abaixou mais a voz – Não é de todo verdade que a Murasame mata todos com um corte. Mas, até hoje, eu só vi uma pessoa não morrer depois de ser cortada pela Murasame.

— Quem? – perguntaram Winry e Edward ao mesmo tempo.

— Quem mais? – Wave encolheu os ombros como se a resposta fosse óbvia – Akame.

— Ela se cortou com a própria espada? – Edward achava que aquilo poderia ser a prova de sua teoria – E como ela não morreu?

— Ela fez isso quando lutou com minha taichou – Wave explicou – Eu acho que esse era o trunfo da Murasame. Todas as Teigus tem um trunfo. Ela ganhou uma superforça e derrotou minha taichou quando perdemos a revolução para os rebeldes. Só que Akame, provavelmente, pagou um preço alto por isso.

— Pagou com o quê? – Winry perguntou.

— Não sei – Wave abanou a cabeça – Talvez, tempos de vida.

— Isso não é cientificamente possível – Edward discordou, descrente.

— Há muitas coisas que a sua ciência não pode explicar – Wave disse.

— É mesmo?! – Edward perguntou, levemente ofendido – Você tem evidências para provar sua afirmação, então?

— Lembra daquela vez no quartel – Wave começou, lentamente – Akame matou aquele tal major não sei das quantas? Lembra que ela estava com umas tatuagens e com os olhos estranhos?

— Como poderia esquecer? – Edward revirou os olhos – Tive pesadelos.

— Ela ficou dessa mesma forma quando se cortou com a Murasame da vez que lutou com minha taichou – Wave continuou, agitando um pouco os braços em uma luta imaginária – Akame estava sendo pressionada por minha taichou. Vocês precisavam ver, foi uma batalha épica! A taichou Esdeath era uma mulher incrível e, ao mesmo tempo, assustadora. Uma general cruel e temida! Tinha o poder de congelar qualquer coisa e era muito habilidosa com espadas. Ela e Akame começaram a lutar e eu só via o gelo voando para todo o lado...

— Volta o foco, xará – Edward o cortou.

— Está bem – Wave parecia um pouco chateado por ter sido interrompido por Edward – Como eu disse, Akame ficou com problemas quando enfrentou minha taichou. Quando achei que Akame seria finalmente derrotada, então eu vi algo impensado. Akame se cortou com a Murasame e logo vi o veneno fazendo efeito nela. Achei que ela estava cometendo suicídio. Apareceram aquelas manchas na pele dela, mas as manchas pararam de se espalhar e ela levantou normalmente. Lembro da taichou falando “você não é mais humana”. E quando elas voltaram a lutar, Akame parecia estar bem mais rápida e forte e conseguiu derrotar a taichou.

— Faz sentido porque, se ela poderia fazer isso – Winry tentava entender – por que ela não fez desde o começo?

— Ai é que está – Wave abanou a cabeça – Eu ouvi Akame falar alguma coisa de... como era mesmo? – ele jogou a cabeça para trás – Aceitar todas as mortes provocadas pela Murasame... algo assim... Bom, pelo que eu entendi, ela hesitou em fazer isso porque envolvia algum tipo de risco. Não sei bem, mas parecia que isso reduziria seu tempo de vida.

— Mas isso não é possível – Winry tapou a boca, horrorizada, e olhou para Edward em dúvida – Não é mesmo?

— Mas naquela vez do quartel – Wave continuou – Akame não estava com a Murasame quando as tatuagens dela “acenderam”. Eu perguntei para ela se isso não era porque ainda tinha o veneno da Murasame no sangue dela desde aquela luta com a taichou. Ela enrolou e não me respondeu. E agora, quando eu perguntei se ela estava morrendo, ela não me respondeu de novo. Isso só pode significar que há um fundo de verdade na minha teoria.

— É. Pode ser – Edward fez uma pose pensativa.

— Ah – Wave parecia ter acabado de se lembrar de algo – Tem mais uma coisa. Eu ouvi a Akame dizer para a chefa dela que acha que encontrou uma pessoa para ajudá-la a descobrir a cura. Você só pode procurar a cura de alguma coisa quando se está doente, não é?

— Talvez, ela esteja falando de outra coisa – Edward não estava muito convencido.

— Mas, por favor, Akame não pode nem sonhar que eu contei tudo isso ou ela me mata – Wave falou de um jeito meio desesperado – Literalmente. Não contem nem para o Alphonse – e acrescentou, meio receoso – Eu acho que ele não sabe disso...

— É claro que ele não sabe – Edward completou – Eu conheço o Al. Se ele soubesse, ele ia ficar falando sobre isso o tempo todo. Iria fazer um drama, como se o mundo fosse se acabar.

— Tem razão – Winry concordou com uma expressão preocupada – Eu acho que é melhor não contar nada para o Al mesmo. Afinal, poderíamos deixá-lo preocupado à toa. Nem temos certeza se é isso mesmo...

Winry parou de falar porque Alphonse se aproximou deles.

— Oi, gente – ele cumprimentou, simpático. Alphonse estava meio curvado e se inclinava na direção de Wave – Wave, posso te perguntar uma coisa?

— Pode, ué – Wave arqueou a sobrancelha, curioso.

— Eu estava reparando que você não tocou na comida – Alphonse apontou para a bandeja – Vai comer isso aí?

— Não – Wave estendeu a bandeja para ele – Se quiser, pode levar.

— Obrigado – Alphonse sorriu largamente – É que Akame está com fome – e saiu rapidamente, equilibrando a bandeja nas mãos.

— É – Edward observou o irmão se afastando – É melhor não contar nada para ele.

***************************

O major Armstrong não acordou mesmo e os outros resolveram se reunir sem ele. No escritório da generala Armstrong estavam reunidos (além da própria general) o Führer Mustang; a capitã Riza; o rei de Xing, Ling Yao; e a primeira-ministra do Império, Najenda. A general Armstrong havia espalhado alguns cartazes sobre sua mesa com os rostos dos “procurados” pelo governo de Amestris. Obviamente, o material estava desatualizado porque a general segurava um cartaz com o rosto de Tatsumi estampado em preto e branco.

— Então – a general Armstrong pousou o cartaz sobre a mesa e se recostou em sua cadeira – essas tais Teigus foram armas criadas pelo governo do Império, não?

— Exatamente – Najenda assentiu – Creio que deve ter havido um pouco de confusão em seus territórios por causa da conduta de alguns dos usuários de Teigu. Estávamos em processo de reconstrução de nosso país e não foi possível monitorar os usuários de Teigus restantes nesse período. Mas já conseguimos identificar uma boa parte deles e deixarei o cadastro atualizado dos usuários à disposição dos governos de Xing e Amestris. Assim, sempre ficaremos informados caso um usuário de Teigu ultrapasse as fronteiras de qualquer um dos países.

— Iríamos sugerir algo desse tipo, ministra – Riza falou, séria.

— Mas eu ainda concordo em manter as identidades dos usuários de Teigu em sigilo – Ling cruzou os braços – Para evitarmos o assédio da população contra eles. Nunca se sabe qual será a reação das pessoas. O anonimato garantirá a segurança deles.

— Claro – Najenda fechou os olhos – Eu apenas poderia aceitar esse acordo se os usuários de Teigu não fossem expostos. Apesar do governo não querer associar sua imagem com um bando de assassinos, o meu país tem uma dívida muito grande com muitos desses assassinos.

— E nós também. De certa forma – Mustang concordou – Tivemos uma grande ajuda deles. Em especial, o Wave e a Akame foram muito úteis ao Exército Amestrino. Gostaria de poder recompensá-los de alguma forma.

— Então, garanta que eles fiquem bem longe das encrencas – Najenda deu um meio sorriso.

Nesse momento, eles se assustaram quando o tenente Schönberg entrou correndo no escritório da generala.

— Perdoe-me por interromper, general Armstrong – ele bateu continência, um tanto atrapalhado – Mas tenho uma notícia urgente. O líder dos rebeldes deseja falar urgentemente com a senhora.

Provavelmente, os rebeldes vieram para negociar a rendição. Seria menos penoso para ambos os lados acertar logo esse acordo. Olivier saiu do escritório na companhia de Riza, Mustang, Najenda e Ling, seguindo os passos do tenente Schönberg.

Perto da entrada do acampamento, um grupo de pessoas a cavalo estava parado como se esperassem algum convite. Carregavam bandeiras brancas e trajavam longas túnicas com capuz, escondendo seus rostos. Apesar dos visitantes não estarem aparentemente armados, alguns soldados de Amestris continuavam com seus rifles apontados para eles.

Um dos cavalos se desgarrou do grupo e cavalgou até onde se encontrava Olivier e seus aliados. Claramente, aquele era o líder. Ele apeou do cavalo e removeu o capuz para se identificar. Mas o rosto que apareceu não era de Kalin Weng.

— Olá a todos – Asami fez uma breve reverência.

— Você não é Kalin Weng – Mustang falou o óbvio, apontando para a recém-chegada.

— Não mesmo – Asami sorriu fracamente e se aproximou mais – Meu nome é Asami Weng. Sou a irmã mais velha de Kalin.

— Disseram que o líder dos rebeldes queria falar conosco – Olivier começou.

— Quando viu que não poderia vencer o Exército Real e seus aliados – Asami continuou, respeitosamente – meu irmão fugiu, juntamente com alguns de seus apoiadores mais próximos, deixando seu povo para trás – ela levantou o queixo e falou com a voz firme – Com a sua deserção, eu assumi a liderança do clã Weng a partir de agora.

— E o que pretende vindo aqui? – Ling deu um passo à frente.

— Essa guerra está se estendendo por tempo demais e cobrando muitas vidas inocentes – Asami fechou os olhos com pesar – Não quero prolongar um sofrimento desnecessário para meu povo, então – ela hesitou um pouco mas, por fim, se curvou e apoiou um dos joelhos no chão – declaro a partir de hoje que o clã Weng reconhece a autoridade do rei Ling Yao. Prestarei um juramento de obediência e lealdade ao novo rei e apenas peço que o rei seja benevolente com seus humildes servos.

— Levante-se – Ling segurou-a pela mão e ajudou Asami a se erguer – Você não é irmã do Kalin? Então, somos irmãos também.

— Por parte de pai, apenas – Asami o corrigiu, levantando-se do chão.

— Mesmo assim – Ling sorriu largamente – E abandonar o próprio orgulho pelo bem de seu povo é a verdadeira atitude de um líder. Realmente, você é da família – ele apertou a mão da meia-irmã – Espero contar com sua ajuda para unificarmos o reino e melhorar a vida de nosso povo.

— Pode contar comigo – Asami acenou com a cabeça, sem acreditar no que acabara de ouvir.

— Como eu disse – Mustang levantou o polegar – tudo sempre acaba bem de qualquer forma.

— Não estou muito certa disso, senhor – Asami assumiu uma expressão séria – Meu irmão Kalin é um mau perdedor. Não vai aceitar essa derrota tão fácil. E vai contra-atacar de alguma forma.

— Colocarei guardas para procurá-lo – Ling falou, sério – Não permitirei que ele coloque mais a vida de ninguém em risco desnecessário.

— Nenhum de nós vai permitir – Mustang disse com firmeza e Olivier, incrivelmente, concordou com a cabeça.


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Notas finais do capítulo

Nos vemos na próxima semana.
Até mais.



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