15 de setembro, 2015

Caro Potter,

Não consigo acreditar que teve a audácia de dar ao seu filho o nome de dois marotos! O que estava pensando na hora?

Encarecidamente, Diretora McGonagall.

E essa não seria a última carta que Minerva mandaria para Harry, com certeza não seria. Porque não existia no mundo dois nomes mais perfeitos para definir seu filho James Sirius.

Mal tinha começado seu primeiro ano em Hogwarts e todos já sabiam quem era o Potter. Parte de sua fama era por ser o primogênito de Harry e Gina, mas com certeza não era por isso que James era conhecido por todos os professores e funcionários do castelo.

Ele era a cópia exata de James Potter e Sirius Black. Ele era o pior maroto que Hogwarts teria o desprazer de conhecer.

Antes que o primeiro ano do garoto em Hogwarts estivesse na metade, ele já havia levado inúmeras advertências e limpado a sala de troféus mais vezes do que poderia contar em seus dedos.

Harry achou que entrar escondido na sala da Diretora McGonagall para tirar sarro do quadro de Snape teria sido a pior ideia que seu filho já teve em sua vida. Afinal, ele mesmo precisou ir até a escola e se desculpar pessoalmente com Severus, que estava quase tentando sair de dentro da moldura para dar alguns tapas na cara de James.

— Potter! Além do nome a sua cria ainda tem que ser idêntica ao seu pai! – Gritava, enquanto Harry tentava a qualquer custo se desculpar pelos atos do menino.

— Ele é só uma criança, não entende as coisas ainda. – Sorriu constrangido.

— Menos 10 pontos para a Grifinória! – O quadro gritou.

Mas, com certeza, ser chamado no final do ano porque seu filho tentou reunir uma gangue adolescente e espalhar para deus e mundo que era a nova Armada Dumbledore, foi definitivamente a pior ideia de todas para o primeiro ano. Pelo menos dessa vez ele levou Ginny para resolver o problema.

— Onde você estava com a cabeça quando pensou em montar uma gangue? – A mulher puxou o filho pela orelha, saindo da sala da diretoria.

— Ai mãe! Foi só uma brincadeira, eu já pedi desculpas. – Falou emburrado, passando a mão na orelha que antes estava a mão de Gina.

— Espero que não se repita. – Repreendeu séria. – Estamos entendidos?

— Sim mãe.

Mas James Sirius não se deixaria vencer facilmente.

No segundo ano, além de roubar a capa da invisibilidade de seu pai, assustar a maioria dos alunos com ela e inundar o banheiro dos monitores porque estava com vontade de nadar, ele ainda teve a brilhante ideia de roubar um dos cálices da mesa dos professores e dar uma festa secreta chamada ‘festa do cálice de fogo’, a qual só convidou os alunos da Sonserina, fazendo com que a maioria da casa levasse advertência.

Seu terceiro ano não foi o pior de todos, mas aproveitou para irritar os seus primos e irmão mais que o normal.

Passou o ano inteiro tirando sarro de Albus por ele ter caído na Sonserina. Colocava corante verde no shampoo dele, substituía os uniformes do garoto pelos da Lufa-Lufa, além de adorar comparar ele com Severus Snape.

Rose não passou despercebida. James adorava roubar os livros dela, atrapalhar enquanto ela estava concentrada estudando. Uma vez prendeu ela e Scorpius no banheiro e contou para seu tio Rony que os dois estavam se pegando, mas também disse para ele não se preocupar, porque o Malfoy era gay.

Desde então resolveu encher o saco do Al e Scor dizendo que eles faziam um belo casal de najas.

O mais velho dos três Potters não sabia quando ficar calado, igualmente Sirius Black quando tinha a sua idade.

Nas férias espalhou para a família inteira que Teddy e Victoire iriam se casar porque ela estava grávida, o que fez seu tio Gui parar no st. Mungus depois disso. Assustou trouxas usando magia e colocou a culpa em Albus, e ainda gastou a mesada dele comprando um hipogrifo de pelúcia, que mandou de presente de natal para o ‘tio Draco’. Mas o pior foi ter dito para sua mãe que ela jogava quadribol igual a um homem e que ela tinha saído gorda em uma foto no jornal, o que lhe custou alguns dias de castigo e ficar sem varinha até o início do próximo ano letivo.

Quando recuperou sua varinha, seu pai ainda confiou a ele o mapa do maroto, péssima ideia, menos de um mês depois chegou outra carta da diretora, não existiam mais nem as formalidades iniciais.

Harry,

Primeiro os nomes, depois a capa, agora o mapa do maroto? Eu deveria dar é uma advertência para você por estar fazendo isso comigo! Péssima ideia deixar um mapa detalhado de Hogwarts nas mãos do seu filho!

Enfurecidamente, Minerva.

PS. Caso não tenha ficado muito claro, eu gostaria que você tomasse algumas medidas em relação a isso.

Mas nada conseguiria deter James.

Quando estavam nos treinos de quadribol, gostava de jogar ‘acerte balaços em Hugo’. Deu um murro no nariz de Scorpius e colocou a culpa em Rose, péssima ideia. Espalhou que Albus tinha erotofobia, e por isso não tinha nenhuma namorada antes dos 17. Espantava os namorados de Lily com azarações e quando descobriu que ela estava saindo com Scorpius, resolveu ter uma conversa com ela do tipo mãe e filha, quase fazendo a garota vomitar. Adotou um filhote de Husky e chamou ele de Remus. Convidou McGonagall para ir ao baile de inverno com ele, outra péssima ideia. Colou uma foto de Lily Evans ao lado do quadro em que Severus estava, levando outra detenção.

E no seu último dia em Hogwarts, subiu em cima da mesa da Grifinória no meio do jantar e fez o pior discurso que alguém poderia imaginar. Não perdeu a chance de zoar com sua família pela última vez na frente da escola toda. De comparar Albus com Snape pela última vez, de chamar Rose de rato de biblioteca pela última vez, de dizer que Lily estava cometendo um erro ao namorar uma fuinha albina pela última vez, de dizer que Lorcan havia nascido antes de Lysander, sendo que era ao contrário, pela última vez, de falar que Roxanne era, na verdade, adotada pela última vez, de dizer que Hugo deveria começar a comer menos e a voar mais pela última vez e de chamar a diretora de Minnie, pela última vez.

Aquele era o fim de James Sirius Potter em Hogwarts. Era o fim do último dos marotos na escola. Mas ele, aquela noite, jurou que não faria nada de bom para sempre, e foi a primeira pessoa a tomar uma detenção no último dia de aula.